Visitantes florais de pinhão-manso no Semiárido de Minas Gerais

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Transcrição:

Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 9., 2012, Belo Horizonte Visitantes florais de pinhão-manso no Semiárido de Minas Gerais Jair Lucas Oliveira Júnior (1), Antônio Cláudio Ferreira da Costa (2), Fernando Amaral da Silveira (3), Ana Cristina Pinto Juhász (4) (1) Bolsista PIBIC/FAPEMIG/EPAMIG, jairjrtaio@hotmail.com; (2) Pesquisador EPAMIG - Nova Porteirinha, antonio.costa@epamig.br; (3) Professor UFMG - ICB - Belo Horizonte, fernando@icb.ufmg.br; (4) Pesquisadora/Bolsista BIP FAPEMIG - Uberaba, ana.juhasz@epamig.br INTRODUÇÃO O pinhão-manso (Jatropha curcas L.) é uma euforbiácea que tem recebido grande interesse em virtude do seu potencial como produtora de óleo a ser utilizado na elaboração do biodiesel. Trata-se de uma planta monoica, que possui flores unissexuais, com ocorrência ocasional de flores hermafroditas, e que apresenta polinização entomófila (HELLER, 1996). As abelhas (Apis mellifera) são visitantes florais por excelência, pois sua alimentação da fase larval à adulta depende basicamente das flores. Esta visita floral é motivada pela oferta de alimento, na forma de néctar e/ou pólen, por diversas espécies vegetais, em troca do benefício da polinização (VITALI- VEIGA, DUTRA, MACHADO, 1999). O levantamento dos visitantes florais, notadamente as abelhas, é importante, tanto para o conhecimento das espécies que são polinizadoras eficientes de plantas de interesse econômico, como para avaliar o nível de preservação ou declínio de suas populações nas áreas agrícolas (SANTANA et al., 2002). Os horários e o número de visitas dos insetos às flores das diversas espécies vegetais são variáveis, em virtude da grande diversidade de horários de apresentação de seus recursos florais, além da influência dos parâmetros climáticos sobre o florescimento. A determinação do número e do horário das visitas dos insetos às flores das angiospermas é importante tanto para a avaliação da eficiência da polinização das plantas cultivadas, quanto para a preservação dos seus polinizadores. Estas informações subsidiam a escolha das práticas culturais que mais favoreçam o processo de polinização e a

EPAMIG. Resumos expandidos 2 manutenção da entomofauna polinizadora dos ecossistemas naturais (PAULINO; MARCHINI, 1998). Portanto, este trabalho será de grande utilidade para a implantação da exploração comercial do pinhão-manso, uma vez que nas explorações agrícolas em larga escala ocorre um crescente isolamento entre as áreas de cultivo e o hábitat onde elas se desenvolvem. Consequentemente, isto afeta a riqueza e a abundância das espécies de insetos polinizadores, bem como a estrutura desta comunidade (KLEIN; STEFFAN-DEWENTER; TCHARNTKE, 2003). Adicionalmente, trata-se de uma espécie em fase de domesticação e o conhecimento técnico sobre esta ainda é extremamente limitado (BELTRÃO et al., 2006). Desse modo, este trabalho visa obter informações sobre a composição e a flutuação sazonal das espécies dos visitantes florais do pinhão-manso, na região do Semiárido de Minas Gerais. MATERIAL E MÉTODO A área amostral consistiu de plantas de pinhão-manso com aproximadamente 3 anos de idade, irrigadas por microaspersão, existentes na Fazenda Experimental de Gorutuba (FEGR), da EPAMIG Norte de Minas, município de Nova Porteirinha, Minas Gerais. As capturas dos visitantes florais foram realizadas entre a terceira semana de abril de 2010 e a terceira semana de abril de 2011. Os insetos pousados nas flores das plantas de pinhão-manso foram coletados por intermédio do uso de rede entomológica, 3 dias por semana, no período 7h às 11h ou de 13h às 17h. Cada um desses períodos foi dividido em três intervalos de coleta de 45 minutos de duração, separados entre si por 30 minutos de espera. Após a coleta os espécimes foram identificados no Laboratório de Entomologia da EPAMIG Norte de Minas, até o nível taxonômico de Ordem. As identificações das espécies até agora obtidas foram realizadas mediante o envio de espécimes aos taxonomistas de cada grupo. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram feitas 183 coletas matinais, perfazendo um total de 137,25 h em 63 dias, nas quais foram coletados 604 espécimes e 56 coletas vespertinas,

Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 9., 2012, Belo Horizonte 3 perfazendo um total de 43,25 h em 22 dias, nas quais foram coletados 163 espécimes (Tabela 1). Dentre os Hymenoptera identificados até agora, a espécie Apis mellifera corresponde a 45,53% do total dos espécimes coletados no período matinal e 50,92% daqueles coletados no período vespertino. Em comparação com o total dos espécimes de Hymenoptera coletados, esta espécie corresponde a 91,06% do total do período matinal e 90,22% do período vespertino (Tabela 2). CONCLUSÃO A predominância de abelhas, dentre os visitantes florais do pinhão-manso na região Semiárida de Minas Gerais coincide com os dados obtidos por Almeida Júnior et ai. (2010), na região de Vitória da Conquista, Bahia. Nos meses de novembro e dezembro, foram encontradas abelhas visitando inflorescências desta oleaginosa. Isto ratifica a importância deste inseto em relação ao cultivo do pinhão-manso, vegetal que apresenta polinização entomófila. AGRADECIMENTO À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), pelo financiamento das pesquisas e pelas bolsas concedidas. REFERÊNCIAS ALMEIDA JÚNIOR, J.G. de A. et al. Avaliação do pólen aderido ao corpo de abelhas coletadas em flores de pinhão manso, Jatropha curcas L. em campo experimental da UESB Vitória da Conquista BA. In: CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL, 10.; SIMPÓSIO DE SUSTENTABILIDADE, 1., 2011, São Lourenço. Anais eletrônicos... São Lourenço: Sociedade de Ecologia do Brasil, 2011. Disponível em: <http://www.seb-ecologia.org.br/xceb/terrestre5.html>. Acesso em: 25 nov. 2011. BELTRÃO, N.E. de M. et al. Alerta sobre o plantio de pinhão manso no Brasil. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2006. 15p. (Embrapa Algodão. Documentos, 155).

EPAMIG. Resumos expandidos 4 HELLER, J. Physic nut. Jatropha curcas L.: promoting the conservation and use of underutilized and neglected crops - 1. Rome: International Plant Genetic Resources Institute, 1996. 66p. KLEIN, A.M.; STEFFAN-DEWENTER, I.; TCHARNTKE, T. Pollination of Coffea canephora in relation to local and regional agroforestry management. The Journal of Applied Ecology, v.40, n.5, p.837-845, 2003. PAULINO, F.D.G.; MARCHINI, L.C. Insetos associados às panículas de macadâmia (Macadamia integrifolia, Maiden & Betche). Scientia Agricola, Piracicaba, v.55 n.3, p.528-533, 1998. SANTANA, M.P. et al. Abelhas (Hymenoptera: Apoidea) visitantes das flores do feijoeiro, Phaseolus vulgaris L., em Lavras e Ijaci - MG. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.26, n.6, p.1119-1127, nov./dez. 2002. VITALI-VEIGA, M. de J.; DUTRA, J.C.S.; MACHADO, V.L.L. Visitantes florais de Lagerstroemia speciosa Pers. (Lythraceae). Revista Brasileira de Zoologia, v.16. n.2, p.397-407, 1999.

Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 9., 2012, Belo Horizonte 5 Tabela 1 - Distribuição dos espécimes conforme o período em que foram coletados e as respectivas ordens Período Ordem Espécimes (n o ) Porcentual relativo ao total de insetos coletados no período Manhã Lepidoptera 4 0,66 Coleoptera 25 4,14 Diptera 273 45,2 Hymenoptera 302 50,0 Total 604 Tarde Coleoptera 7 4,29 Diptera 64 39,26 Hymenoptera 92 56,44 Total 163 Tabela 2 - Distribuição dos Hymenoptera identificados, conforme o período em que foram coletados Período Família Subfamília Espécie Espécimes (n o ) Porcentual em relação ao total dos Hymenoptera Manhã Pompilidae 1 0,33 Vespidae Eumeninae Zeta argillaceum 1 0,33 Polistinae Polybia ignobilis 7 2,32 Apidae Apinae Apis mellifera 275 91,06 Tarde Vespidae Eumeninae Zeta argillaceum 1 1,09 Polistinae Polistes canadensis borientalis 1 1,09 Polistes versicolor 2 2,17 Apidae Apinae Apis mellifera 83 90,22