Agropecuária e Emprego na Economia Brasileira: uma Análise Insumo- Produto

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Transcrição:

1 Agropecuária e Emprego na Economia Brasileira: uma Análise Insumo- Produto Fernanda Sartori de Camargo CPF:223182178-82 Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Bacharel em Ciências Econômicas pela ESALQ/USP Mestranda em Economia Aplicada pela ESALQ/USP Avenida de Cillo, nº784, Centro, Santa Bárbara D oeste, São Paulo f-sartori@uol.com.br Joaquim José Martins Guilhoto CPF:030788068-04 Professor Titular da Universidade de São Paulo Professor Associado do Regional Economics Applications Laboratory Av. Prof. Luciano Gualberto, 908, FEA II, sala 217 - Cidade Universitária São Paulo, SP 05508-900,Brasil guilhoto@usp.br 12- Mercado de Trabalho Agrícola Pôster

2 Agropecuária e Emprego na Economia Brasileira: uma Análise Insumo- Produto Resumo O setor agropecuário tem grande importância na formação sócio-econômica brasileira. Seu desenvolvimento ao longo da história possibilitou o surgimento de outras atividades e, portanto, de novos postos de trabalho. A reorganização da economia, caracterizada pela crescente globalização, tem provocado mudanças nas estruturas produtivas desse setor e, conseqüentemente, mudanças nas características de emprego. Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo analisar o pessoal ocupado nesse setor, ao longo da década de noventa, sob a ótica do Modelo de Insumo-Produto, mostrando a evolução dos empregos gerados diretamente, indiretamente e induzidos. Alguns dos resultados apontam que, apesar dos empregos totais se reduzirem ao longo do período analisado, o setor ainda é o segundo que mais gerou empregos na economia brasileira no ano de 1999: 209 empregos a cada R$ 1 milhão de produção. PALAVRAS-CHAVE: Agropecuária, Empregos, Insumo-Produto, Evolução

3 Agropecuária e Emprego na Economia Brasileira: uma Análise Insumo- Produto 1. INTRODUÇÃO O Setor Agropecuário tem grande importância na formação sócio-econômica brasileira. Seu desenvolvimento ao longo da história possibilitou o surgimento de outras atividades e, portanto, de novos postos de trabalho. A reorganização da economia, caracterizada pela crescente globalização, tem provocado mudanças nas estruturas produtivas desse setor, como a mecanização dos meios de produção, devido ao aumento da competitividade internacional. Contudo o setor ainda é o segundo que mais gerou empregos no ano de 1999. A cada R$ 1 milhão investidos na produção, foram gerados 114 empregos diretos, valor apenas abaixo do setor artigos do vestuário (139 empregos diretos) (Camargo e Guilhoto 2002). Atualmente, tem se polemizado a proposta de criação de empregos na agropecuária, supondo o deslocamento de desempregados no meio urbano para o trabalho no campo. Contudo, mesmo que essa proposta seja voltada para pequenos agricultores ou para a agricultura familiar, parece pouco provável que o setor venha a absorver um número considerável de pessoas, visto que a tendência é exatamente contrária: historicamente, o preço pago aos produtores tem declinado e a exigência de renda maior para as famílias dos produtores, requer um volume maior de produção e, portanto, maior eficiência produtiva, possivelmente oriunda da mecanização (Contini, 2002). Nesse contexto, o presente trabalho se propôs a analisar o pessoal ocupado nesse setor, ao longo da década de noventa. O trabalho está dividido em 5 seções, além dessa breve introdução: objetivo; caracterização setor agropecuário; a metodologia a ser utilizada; os resultados; as conclusões, referências bibliografias e, por fim, o anexo. 2. OBJETIVO O presente trabalho tem como objetivo comparar a relação da média dos setores da economia brasileira com o setor agropecuário, utilizando-se para isso a metodologia do Modelo de Insumo-Produto. 3. O SETOR AGROPECUÁRIO O setor agropecuário sempre teve um papel importante no desenvolvimento do Brasil. Suas 5 funções principais, segundo Bacha (p.29, 2003), são: - fornecer alimento para a população total, - fornecer capital para a expansão do setor não-agrícola, - fornecer mão-de-obra para o conhecimento e diversificação de atividades na economia, - fornecer divisas para a compra de insumos e bens de capitais necessários ao desenvolvimento de atividades econômicas, - constituir-se em mercado consumidor para os produtos do setor não- agrícola.

4 Do início da colonização até 1930, os produtos agrícolas (Pau-Brasil, cana-de-açúcar, fumo, algodão, café, borracha e cacau) foram os principais geradores de renda (Lanzer et al, 2003). A partir de 1920, e mais intensamente, em 1930, a indústria brasileira desenvolve-se com maior intensidade. Tal crescimento é baseado na riqueza gerada pela agropecuária, embora os investimentos desse período em diante tenham beneficiado muito mais a indústria do que a própria agropecuária. Somente na década de 1950 é que a riqueza interna gerada pelos setores industrial e de serviços, ultrapassa a riqueza interna gerada pela agropecuária, e passam, dessa forma, a ganhar cada vez mais destaque na economia. Porém, isso não significa que a agropecuária tenha diminuído sua importância para o desenvolvimento do país, uma vez que continua cumprindo suas funções, cabendo destacar a geração de divisas através das exportações de produtos agropecuários, o que tem sustentado o superávit primário na balança de pagamentos (Lanzer et al, 2003). No final da década de 1960 e, principalmente, na década de 1970, o Governo estimulou o setor através do fornecimento de investimentos (crédito rural, programa moderfrota), de centros de pesquisas agrícolas (EMBRAPA) e desenvolvimento da infra-estrutura de transporte e comunicação. Dessa forma, mesmo quando a crise mundial vem à tona e cessa os investimentos públicos no setor, o estoque já havia sido formado. Há, portanto, um crescimento do setor devido aos ganhos de produtividade. Assim, a Agropecuária foi o único setor que continuou crescendo nos anos 80, mesmo diante de um cenário macroeconômico tão desfavorável. Esse aumento da produtividade possibilitou o aumento do poder de compra do produtor rural, que passa a se autofinanciar. Nesse processo, porém, muitos pequenos produtores acabaram sendo absorvidos por grandes produtores. Em 2002, a participação da terra concentrada nos 5% maiores estabelecimentos é de 68%, enquanto que, 2,3% da terra, pertence aos 50% menores estabelecimentos (Hoffmann, 2002). A Agropecuária tornou-se, então, extremamente eficiente e concentrada. Em conseqüência das transformações ocorridas no setor em questão, as relações de trabalho têm-se alterado rapidamente nos últimos anos. Segundo Basaldi (1997), ao se tratar do emprego agrícola, deve-se observar dois aspectos com mais atenção: a tendência de queda do emprego direto nas tradicionais atividades agropecuárias e o crescimento de novas atividades, modernas e intensivas, como alternativas de trabalho e renda (Basaldi, p.1,1997). Nos últimos 20 anos, houve uma redução da população ocupada nas atividades agrícolas. Essa redução, contudo, não tem significado uma continuidade do êxodo rural, mas, sim, uma mudança do pessoal ocupado em atividades agrícolas para às não-agrícolas (Schneider, 2003). Segundo Grossi e Silva (2003), a população, que reside em áreas rurais e estão ocupadas em outras atividades (PEA rural não-agrícola), tem apresentado um extraordinário crescimento, impedindo até que a PEA rural decrescesse no período 1992/98 (Grossi & Silva, p.3, 2003). As alterações nas formas de ocupação, todavia, não são as únicas modificações ocorridas nesse período. Segundo Bacha (2003), outras características surgiram nas últimas décadas e deverão permanecer na primeira década do século XXI, dentre elas, cabe destacar a grande integração dos setores agropecuário e industrial. A forte inter-relação e importância desses segmentos pode ser comprovada pela participação PIB do agronegócio na economia brasileira. Nesse ínterim, pode-se afirmar que a agropecuária pode contribuir para a geração de empregos, mesmo em outras e/ou novas atividades, sejam essas ligadas direta ou indiretamente, a esse setor. Na próxima seção será apresentada a metodologia do trabalho, na qual será possível examinar a evolução da mão-de-obra empregada na agropecuária.

5 4. O MODELO INSUMO-PRODUTO A análise da estrutura intersetorial será realizada através da aplicação da metodologia de insumo-produto. A matriz de insumo produto traz informações sobre a estrutura de produção da economia e a origem setorial da renda gerada (Rodrigues & Guilhoto, 1998). Retrata as relações produtivas na economia, a partir da aplicação do modelo desenvolvido por Leontief. Na verdade, a idéia fundamental de que uma economia funciona, em grande parte, para equacionar a demanda e a oferta dentro de uma vasta rede de atividades, surgiu com os economistas europeus Quesnay e Walras. Todavia, demandou do gênio de Wassily Leontief, ganhador do prêmio Nobel de Economia em 1973, a transformação dessa idéia geral em um modelo prático para as análises econômicas. O que Leontief conseguiu realizar foi a construção de uma fotografia econômica da própria economia; nessa fotografia, ele mostrou como os setores estão relacionados entre si - ou seja, quais setores suprem os outros de serviços e produtos e quais setores compram de quem (Schor, & Guilhoto, p.6, 2001). O modelo proposto toma como referência os fluxos entre as diferentes atividades econômicas, cuja base de dados deve descrever as relações dessas atividades entre si com a demanda final (formação bruta de capital fixo, exportações, variação de estoques, consumo do governo, consumo das famílias), sua renda e importações (Feijó, et al, 2001). Assume que a produção de produtos domésticos utiliza: insumos domésticos, ou seja, obtidos através da produção doméstica; insumos importados; e insumos primários (trabalho, capital, e terra). Por sua vez os produtos domésticos são utilizados pelas indústrias como insumos intermediários no processo produtivo ou são consumidos pela demanda final como produtos finais (exportações, consumo das famílias, gastos do governo, investimentos, etc). As importações podem ser de insumos intermediários que se destinam ao processo produtivo, ou de bens finais que são diretamente consumidos pela demanda final (Schor, & Guilhoto, p.6, 2001). É através da remuneração do trabalho, capital e terra agrícola, que a renda da economia é gerada. Essa renda é utilizada no consumo dos bens finais (sejam eles destinados ao consumo ou ao investimento). A receita do governo é obtida através do pagamento de impostos pelas empresas e pelos indivíduos. O modelo ainda assume que existe equilíbrio em todos os mercados da economia. Dessa forma, dadas as suposições e restrições do modelo, faz-se necessário a construção de duas matrizes que servirão de base para a aplicação do modelo teórico: Matriz de Produção e Matriz de Uso e Recursos. A Matriz de Produção é uma matriz composta, horizontalmente, de produtos e, verticalmente, de setores. Os valores da tabela podem ser encontrados na matriz de insumo-produto do IBGE (articuladas a partir dos dados das Contas Nacionais), de cada ano em específico, na tabela de recursos de bens e serviços/ Produção das atividades, planilha Valor da Produção das atividades. Já a Matriz de Uso e recursos é uma matriz que comporta setores, produtos, demanda final, importações, Impostos Indiretos Líquidos, Componentes do Valor Adicionado, Total da Produção e por fim, Pessoal Ocupado. Sua composição também pode ser encontrada nas matrizes de insumo-produto do IBGE, nas demais tabelas agrupadas por ano, tais como: tabela de Usos de Bens e Serviços/ componentes do Valor Adicionado, tabela de Oferta e Demanda de Produtos Importados, etc. Teoricamente, no modelo de Leontief, os fluxos intersetoriais podem ser determinados por fatores tecnológicos e econômicos a partir de um sistema de equações: X = AX + Y (1)

6 onde X representa um vetor (n x 1) com o valor da produção total por setor, Y é um vetor (n x 1) com os valores da demanda final setorial e A é uma matriz (n x n) com os coeficientes técnicos diretos da produção. O vetor de produção total é determinado unicamente pelo vetor de demanda final, considerado exógeno ao sistema: X = L * Y (2) onde L é a matriz inversa de Leontief (L= (I - A) -1 ), cujos coeficientes captam os efeitos diretos e indiretos de modificações exógenas da demanda final sobre o nível de produção dos setores. Consegue-se avaliar, partindo da equação (2), o impacto que as mudanças ocorridas na demanda final e em cada um de seus componentes teriam sobre a produção total por setor. Compõem a demanda final Y, o consumo das famílias (Y f ), as exportações ( Y e ) os gastos do governo ( Y g ) e os investimentos (Y k ). Para a análise pretendida de empregos, inicialmente, calcula-se os coeficientes diretos de emprego, a partir da divisão do pessoal ocupado pelo Valor Bruto da Produção : CE = pessoal ocupado/vbp; Onde: CE = coeficiente de empregos; VBP = Valor Bruto da Produção. A partir desse cálculo e da matriz inversa de Leontief, obtém-se o gerador de empregos. Por exemplo, a geração de empregos é calculada da seguinte forma: GEij = n i= 1 lij * CEi; Onde: GEij = geração de empregos (tipo I), coluna j; lij = elemento da linha i, coluna j da matriz inversa de Leontief; CEij = coeficiente de empregos da linha i; O gerador indica para cada unidade monetária produzida na demanda final, o quanto se gera, direta e indiretamente, no caso do exemplo, de empregos na economia. A intensidade das relações setoriais é o principal ponto de análise. Imagine que aumente a demanda por álcool. Em conseqüência, aumenta, no longo prazo, a produção de cana-deaçúcar. Ao mesmo tempo, pode-se aumentar a produção de maquinas próprias a essa cultura, de implementos agrícolas, construções e assim sucessivamente. O que se observa é o processo conhecido como multiplicador. Este efeito multiplicativo, que se restringe somente à demanda de insumos intermediários, é chamado de multiplicador do tipo I. No entanto, os efeitos também se repetem do lado dos insumos primários de uma forma diferente: um aumento na demanda por mão-de-obra fará com que haja um aumento no poder aquisitivo das famílias, gerando desta forma um aumento na demanda destas por produtos finais. Isto fará com que haja um aumento, novamente, no nível de atividade dos setores produtores, que por sua vez vão aumentar a demanda pelos diversos tipos de insumos, inclusive mão-de-obra, que causará um novo aumento no poder aquisitivo, causando um aumento na demanda final das famílias, e assim sucessivamente até que o sistema chegue ao equilíbrio. Este aumento do emprego causado devido ao aumento na demanda do consumo das famílias é chamado de efeito induzido (multiplicadores do tipo II) (Guilhoto, p.7, 2001).

7 A divisão dos geradores pelo respectivo coeficiente direto gera os multiplicadores. O multiplicador indica o quanto é gerado, direta e indiretamente, de empregos, para cada unidade de emprego direto criado. Ainda, através da aplicação da metodologia pode-se obter os dados da quantidade de empregos gerados diretamente, indiretamente e induzidos. Por exemplo, o quanto foi criado de emprego direto, ou melhor, àqueles ligados diretamente ao setor de análise; o quanto foi criado de empregos indiretos, pela demanda do setor principal em outros setores; e os empregos induzidos, que representam a endogeinização do consumo das famílias, ou seja, o quanto se gera de empregos pelo consumo. 4.1 Tratamento dos dados A metodologia Insumo-Produto foi aplicada nos anos referentes à década de 1990, tendo como base os preços de 1999. Os dados das matrizes de insumo produto, dos anos de 1990 a 1996, foram montados em duas matrizes (Produção e Uso e Recurso) e obtidos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), bem como a classificação utilizada por setores e produtos. Os 42 setores utilizados estão especificados no anexo A. Os dados de 1997 a 1999 foram estimados por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) (Guilhoto, et al, 2002) e, gentilmente, cedidos na forma da Matriz de Uso e Recursos e Matriz de Produção. Através dessas matrizes tornou-se possível o enfoque da tecnologia baseada na indústria, setor versus setor (veja Miller e Blair, 1985). Nas próximas seções serão apresentados os resultados, a discussão e conclusões. 5. RESULTADOS O multiplicador de emprego indica o quanto é gerado, direta e indiretamente, de empregos para cada unidade de emprego diretamente gerada. Os dados referentes aos multiplicadores de emprego (Tipo I e Tipo II) do setor agropecuário, ao longo do período estudado, mostram uma certa estabilidade desse indicador (ver figuras 1 e 2). Os multiplicadores do tipo II que endogeinizam efeito renda das famílias aumentam após o Plano Real, como esperado, visto que o plano econômico possibilitou o aumento da capacidade de consumir dos mesmos. 6 5 4 3 2 1 0 6.06 5.92 5.46 5.88 5.39 5.86 6.11 5.67 6.00 5.41 1.27 1.26 1.29 1.29 1.27 1.26 1.28 1.27 1.27 1.29 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 anos Agropecuária Média dos 42 setores Figura 1. Multiplicadores de Emprego (Tipo I)

8 15 13.18 13.42 14.38 16.16 15.23 15.96 14.76 12.33 11.59 10.78 10 5 0 anos 1.62 1.66 1.66 1.61 1.66 1.72 1.84 1.80 1.79 1.83 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 Agropecuária Média dos 42 setores Figura 2. Multiplicadores de Emprego (Tipo II) No entanto, cabe lembrar que se deve tomar cuidado ao analisar os multiplicadores, pois esses são uma fração, onde o numerador é o coeficiente direto e indireto e o denominador é o coeficiente direto e, portanto, devem ser analisados juntamente com esses índices. A Tabela 1 apresenta o coeficiente direto de emprego, (o qual indica a relação de pessoas ocupadas no setor agropecuário em relação ao Valor Bruto da Produção) e os geradores de emprego do tipo I e tipo II (para cada unidade monetária produzida na demanda final, o quanto se gera, direta e indiretamente, de empregos e, inclui os empregos induzidos no tipo II) do setor agropecuário ao longo do período analisado. Nota-se que, embora no ano de 1991, os três índices tenham aumentado, nos demais anos caíram e permaneceram abaixo do valor no início da década. Tabela 1. Geradores de emprego do setor agropecuário - 1990 a 1999 Geração de emprego Direto e indireto (Tipo I) Geração de emprego direto, indireto e induzido (Tipo II) Geração de emprego direto 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 197 200 192 192 194 186 164 162 156 147 251 262 246 239 255 255 235 230 220 209 155 158 148 149 153 148 128 128 123 114 Os empregos gerados diretamente na agropecuária, embora continuassem bem acima da média na economia, tiveram uma queda de 26 %, enquanto que a média dos 42 setores caiu cerca de 10,5 % entre 1990 a 1999 (figura 3). Há uma tendência de queda do emprego direto

9 nas tradicionais atividades agropecuárias, mas há também um crescimento de novas atividades no meio rural (terceirização, turismo rural, etc), o que pode ser uma das explicações do emprego indireto não ter caído tanto como os demais setores da economia brasileira. Como pode ser observado na figura 4, o emprego gerado indiretamente pelo setor em análise, também permaneceu acima da média, mas com uma diferença bem menor entre si. A queda dos empregos indiretos foi de 21,5% e 30, 9%, na agropecuária e na média da economia, respectivamente. empregos/milhões de R$ anos 200 150 100 50 0 155 38 158 39 148 39 149 38 153 38 148 38 128 36 128 36 123 36 114 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 Agropecuária Figura 3. Empregos Diretos por R$ 1 milhão de produção Média 34 empregos/milhões de R$ 55 42 42 43 43 41 45 38 36 34 33 33 35 42 41 39 37 39 37 25 34 32 32 29 15 5-5 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 anos Agropecuária Média Figura 4. Empregos Indiretos por R$ 1 milhão de produção

10 Por sua vez, os empregos induzidos no setor agropecuário seguiram a tendência da média da economia, sofrendo queda maior no ano de 1993 e recuperando-se nos anos seguintes, sendo o ano de 1996, o ano com maior número de empregos alcançado por ambos. A média da economia terminou a década com valor inferior ao do início: queda de 9 %. Os empregos induzidos na agropecuária subiram 14 %, se comparados apenas os valores dos anos em extremos, (1990 e 1999), mas se comparados com base no ano de 1991, nada se alterou. empregos/milhões de R$ 100 74 69 75 77 80 70 71 69 65 63 57 60 68 72 68 62 64 62 54 60 40 54 48 20 0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 anos Agropecuária Média Figura 5. Empregos Induzidos por R$ 1 milhão de produção Os empregos totais, que são a soma dos empregos diretos, indiretos e induzidos, sofreram queda na década de 1990, cerca de 16 % na agropecuária e 15 % na média total dos setores na economia brasileira (figura 6) empregos/milhões de R$ anos 300 250 200 150 100 50 0 251 262 246 155 149 143 239 133 255 147 255 149 235 147 230 138 220 137 209 126 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 Agropecuária Média Figura 6. Empregos Totais por R$ 1 milhão de produção Embora a capacidade de gerar empregos do setor agropecuário tenha diminuído, no ano de 1999, ele foi o segundo setor que mais absorveu mão-de-obra por R$ 1milhão na produção final.

11 Tabela 2. Ranking dos setores por geração de empregos por R$ 1 milhão de produção R anking Setores 1 Artigos do Vestuário 234 2 Agropecuária 209 3 Serv. Prestados à família 206 4 Abate de animais 169 5 Comércio 167 6 M adeira e m obiliário 159 7 Indústria do café 154 8 Administração pública 146 9 Benef. produtos vegetais 146 10 F abricação de calçados 144 11 Serviços prest.à família 144 12 Indústria de laticínios 133 13 Fab óleos vegetais 132 14 Fabricação de açúcar 131 15 Outros produtos aliment. 130 16 Transportes 129 17 Indústrias diversas 113 18 Instituições financeiras 108 19 O utros m etalúrgicos 106 20 Celulose, papel e gráf. 104 21 Construção civil 103 22 Extrat. M ineral 100 23 M ineral não metálico 99 24 Indústria têxtil 98 25 Elementos químicos 95 26 Artigos plásticos 91 27 M áquinas e equipamentos 89 28 Peças e outros veículos 87 29 Farmac. e veterinária 87 30 Comunicações 82 31 M aterial elétrico 82 32 Ind da borracha 79 33 Químicos diversos 78 34 S.I.U.P. 78 35 Siderurgia 77 36 Equipamentos eletrônicos 76 37 Petróleo e G ás 74 38 Autom/Cam/Ônibus 73 39 M etalurgicos não ferrosos 72 40 Aluguel de imóveis 62 41 Refino do petróleo 60 Nos dados gerados pela matriz agregada, o setor artigos do vestuário ocupa a primeira posição, seguido do setor agropecuário. Já na matriz desagregada, o setor milho e o setor aves são os primeiros da lista.

12 Tabela 3. Ranking dos geradores de emprego (Tipo I) nos 10 maiores setores matriz de 1999 Posição Setores Empregos diretos e indiretos/ R$1 milhão 1 Artigos do Vestuário 165 2 Agropecuária 147 3 S erv. P restad o s à fam ília 124 4 Abate de animais 107 5 Indústria do café 95 6 M ad eira e m o biliário 9 2 7 Comércio 89 8 Benef. produtos vegetais 87 9 Fabricação de calçados 82 10 Indústria de laticínios 78 Enfim, muito embora o setor tenha sofrido com as transformações ocorridas recentemente, não se pode esquecer que continuou contribuindo com suas funções e continuou sendo o segundo setor que mais gerou empregos na economia brasileira. 7. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir das informações das Contas Nacionais, este trabalho buscou analisar a evolução do pessoal ocupado na Agropecuária, ao longo da última década do século passado.os resultados obtidos por meio do instrumental Insumo-Produto, vêm a confirmar a diminuição do potencial de geração de postos de trabalho na década de 1990, no setor agropecuário, provocado por mudanças na economia brasileira, tais como as políticas macroeconômicas e o contínuo processo de globalização. Foi possível verificar que os efeitos multiplicadores do setor em questão, praticamente, não se alteraram, porém essa certa estabilidade ocorreu em virtude da diminuição tanto dos coeficientes diretos de emprego, quanto dos geradores de emprego. Assim, como a obtenção dos multiplicadores é através da divisão desses índices, o multiplicador não teve grandes alterações. Os empregos diretos da agropecuária tiveram queda de 26 %, embora representem o segundo setor que mais gerou empregos durante a década. Os empregos indiretos, por sua vez, caíram 21,5 %, no entanto essa queda foi inferior ao da média dos 42 setores da economia (30,9 %). Já os empregos induzidos, se comparados apenas os valores em extremo, 1990 a 1999, subiram 14 %; contudo, se levarmos em consideração o ano de 1991 como base, os empregos induzidos, apesar de variarem nos outros anos, terminaram o período com o mesmo valor. O ano de 1993 foi o ano que apresentou os menores valores e os anos de 1995, 1996 e 1997 apresentaram os maiores valores, possivelmente, por conta do efeito renda provocado pelo Plano Real.

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ANEXO A: DESCRIÇÃO DOS 42 SETORES DA MATRIZ INSUMO-PRODUTO DO BRASIL, SEGUNDO O IBGE CÓDIGO DESCRIÇÃO 01 AGROPECUÁRIA 02 EXTRAT. MINERAL 03 PETRÓLEO E GÁS 04 MINERAL Ñ METÁLICO 05 SIDERURGIA 06 METALURG. Ñ FERROSOS 07 OUTROS METALÚRGICOS 08 MÁQUINAS E EQUIP. 10 MATERIAL ELÉTRICO 11 EQUIP. ELETRÔNICOS 12 AUTOM./CAM/ONIBUS 13 PEÇAS E OUT. VEÍCULOS 14 MADEIRA E MOBILIÁRIO 15 CELULOSE, PAPEL E GRÁF. 16 IND. DA BORRACHA 17 ELEMENTOS QUIMICOS 18 REFINO DO PETRÓLEO 19 QUÍMICOS DIVERSOS 20 FARMAC. E VETERINÁRIA 21 ARTIGOS PLÁSTICOS 22 IND. TÊXTIL 23 ARTIGOS DO VESTUÁRIO 24 FABRICAÇÃO CALÇADOS 25 INDÚSTRIA DO CAFÉ 26 BENEF. PROD. VEGETAIS 27 ABATE DE ANIMAIS 28 INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS 29 FABRICAÇÃO DE AÇÚCAR 30 FAB. ÓLEOS VEGETAIS 31 OUTROS PROD. ALIMENT. 32 INDÚSTRIAS DIVERSAS 33 S.I.U.P. 34 CONSTRUÇÃO CIVIL 35 COMÉRCIO 36 TRANSPORTES 37 COMUNICAÇÕES 38 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 39 SERV. PREST. À FAMÍLIA 40 SERV. PREST. À EMPRESA 41 ALUGUEL DE IMÓVEIS 42 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural 14