PIB do Agronegócio ESTADO DE SÃO PAULO

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1 PIB do Agronegócio ESTADO DE 2018 SÃO PAULO

2 PIB DO AGRONEGÓCIO DE SÃO PAULO NOTAS METODOLÓGICAS O Boletim PIB do Agronegócio de São Paulo é uma publicação semestral, elaborada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que aborda aspectos da conjuntura e da estrutura do agronegócio do Estado de São Paulo, oferecendo um panorama a respeito do desempenho do setor no Estado. Em suas edições semestrais são apresentadas as mais recentes perspectivas e análises a respeito do PIB do agronegócio do Estado. O agronegócio, setor foco deste boletim, é entendido como a soma de quatro segmentos: insumos para a agropecuária, produção agropecuária básica, ou primária, agroindústria (processamento) e agrosserviços. A análise desse conjunto de segmentos é feita também para o ramo agrícola e para o pecuário. Pelo critério metodológico do Cepea, o PIB do agronegócio é medido pela ótica do produto, ou seja, pelo Valor Adicionado total deste setor na economia, a preços de mercado. O PIB do agronegócio refere-se, portanto, ao produto gerado de forma sistêmica na produção de insumos para a agropecuária, na produção primária e se estendendo a todas as demais atividades que processam e distribuem o produto ao destino final. Destaca-se que as taxas calculadas para cada período consideram o mesmo momento do ano anterior como base, exceto para as quantidades referentes às safras agrícolas, para as quais computa-se a previsão de safra para o ano (frente ao ano anterior). Importante também destacar que cada relatório considera os dados disponíveis preços e produções observadas e estimativas anuais de produção até o seu fechamento. Em edições futuras, ao serem agregadas informações mais atualizadas, é possível, portanto, que os resultados sejam alterados. CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA (CEPEA). BOLETIM CEPEA DO AGRONEGÓCIO DE SÃO PAULO. PIRACICABA, ABRIL DE CEPEA: Coordenação: Geraldo Sant Ana de Camargo Barros, Ph. D, Pesquisador Chefe/Coordenador Científico do Cepea-Esalq/USP Equipe técnica: : Dra. Nicole Rennó Castro, MSc. Leandro Gilio, Dra. Adriana Ferreira Silva, Dr. Arlei Luiz Fachinello, Bel. Ana Carolina de Paula Morais e Bel. Marcello Luiz de Souza Junior.

3 RESULTADOS COM BASE EM DADOS DE 2018 O Produto Interno Bruto (PIB) do Agronegócio de São Paulo, calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), recuou 5,73% em 2018, em comparação com 2017 (Tabela 1). Entre os ramos, as quedas tiveram magni- tudes similares, de 5,68% para o agrícola e 5,97% para o pecuário. Entre os segmentos, apenas o de insumos apresentou crescimento em 2018 (7,7%), sendo observadas reduções para o primário (-11%), para a agroindústria (-5,6%) e para os agrosserviços (-6,3%). INSUMOS PRIMÁRIO INDÚSTRIA SERVIÇOS AGRONEGÓCIO Agropecuária 7,7-11,0-5,6-6,3-5,73 Ramo Agrícola 9,4-12,9-5,2-5,9-5,68 Ramo Pecuário 4,7-4,1-8,1-7,6-5,97 Tabela 1 Taxas de variação anuais do PIB do Agronegócio (2018/2017, valores em %) Diante da dinâmica observada, a composição do agronegócio paulista em 2018 pode ser observada na Figura 1. Entre os segmentos, o de agrosserviços manteve a maior participação, de 42,5%, seguido pela agroindústria, com 40,7%. Os segmentos primário e de insumos tiveram participações serviços insumo primário indústria de 10,5% e 6,3%, respectivamente. Entre os ramos, o agrícola manteve-se predominante, com participação de 82%, ficando o pecuário com 18%. Em geral, manteve-se em 2018 o perfil do agronegócio paulista, marcado por forte presença dos elos industriais e de serviços e pelas atividades de base vegetal. 6,3% 10,5% ramo pecuário ramo agrícola 18% 3 42,5% 40,7% 82% Figura 1 Composição do PIB do Agronegócio de São Paulo em 2018

4 O segmento de insumos foi o único do agronegócio a apresentar crescimento em 2018, como mostrado na Tabela 1. Entre os ramos, o aumento foi de 9,4% para o agrícola e de 4,7% para o pecuário. A Figura 2 traz os resultados por atividades específicas, demonstrando que o segmento foi impulsionado sobretudo pelas atividades de fertilizantes, máquinas e equipamentos e de alimentação animal e sais minerais. Figura 2 Atividades do segmento de insumo (valores em %) Já o segmento primário teve o recuo mais expressivo em 2018, de 11%. Essa queda foi resultado principalmente da redução de 12,9% no primário agrícola, embora no pecuário também tenha sido registrada redução, de 4,1%. A Tabela 2 mostra os resultados por atividades específicas do segmento. Considerando-se tanto as varia- ções de faturamento quanto o peso dos produtos no agronegócio do estado, as principais pressões sobre o desempenho da agricultura paulista decorreram das quedas para a cana-de-açúcar e a laranja. Por outro lado, os maiores faturamentos para algodão, milho e soja atuaram em direção contrária, favorecendo o PIB do segmento. SEGMENTOS 4 RESULTADOS POR

5 Valor Preço Quantidade Algodão 161,9 14,8 128,0 Amendoim -3,0-15,8 15,1 Arroz -12,9-14,5 1,8 Banana -52,9-30,5-32,2 Batata -11,9 14,1-22,8 Café -10,0-10,5 0,5 Cana -16,8-14,9-2,2 Feijão -17,8-33,0 22,8 Laranja -22,4-14,5-9,2 Mandioca -2,1 1,4-3,4 Milho 4,2 20,6-13,6 Soja 21,0 9,4 10,5 Tomate 2,9 4,3-1,4 Trigo 18,9 26,2-5,8 Uva -11,6-8,3-3,6 Tabela 2 Atividades do segmento primário agrícola (valores em %) O segmento primário pecuário recuou 4,1% no estado (Tabela 1). Conforme observa-se na Tabela 3, apenas a bovinocultura de corte apresentou alta em 2018 (frente a 2017), motivada pelo aumento em quantidade produzida no estado. Para as demais atividades acompanhadas, houve redução no ano, com quedas expressivas para suínos, leite e ovos. De modo geral, a principal pressão sob essas atividades adveio dos preços mais baixos (Tabela 3). Assim como a cadeia pecuária do Brasil como um todo, a paulista também seguiu pressionada pela ainda fraca demanda interna em Bov. Corte Aves Suínos Leite Ovos Valor 8,4-0,1-17,7-11,6-11,9 Preço 0,4-3,8-23,5-6,6-17,2 Quantidade 8,0 3,9 7,6-5,3 6,4 Tabela 3 Atividades do segmento primário pecuário (valores em %) A agroindústria de base agrícola teve queda de 5,2% em 2018 (Tabela 1). Esse resultado foi motivado pela baixa em atividades como açúcar, café, vestuários e produtos amiláceos. Embora algumas indústrias importantes para o estado, como de etanol e de sucos de laranja, tenham apresentado crescimento no ano, o desempenho não foi suficiente para reverter o resultado negativo do segmento (Tabela 4). 5

6 6 Valor Preço Quantidade Café -0,5-4,7 4,5 Sucos de laranja 39,1 5,0 32,5 Prod. Amiláceos -9,7-7,1-2,8 Óleos soja 12,7 0,4 12,3 Açúcar -32,6-28,0-6,4 Etanol 6,0 7,1-1,1 Bebidas 2,5-0,6 3,1 Têxteis 1,9-0,5 2,4 Vestuário -8,3-0,6-7,7 Prod. Madeira 3,8-2,8 6,8 Móveis/Artigos madeira 3,8-3,5 7,5 Celulose 52,2 52,2 0,0 Papéis 3,7 3,7 0,0 Tabela 4 Atividades do segmento industrial do ramo agrícola (valores em %) A agroindústria de base pecuária recuou 8,1% (Tabela 1). Conforme se observa na Tabela 5, todas as atividades da indústria pecuária acompanhadas pelo Cepea recuaram em 2018, frente a Assim como no elo a montante, o principal determinante para o fraco desempenho relacionou-se aos preços mais baixos para essas indústrias, que pressionaram a renda da atividade. Ind. Couro e Calçados Ind. abate animais Ind. laticínios Curtimento couro Calçados couro Abate bovinos Abate Suínos Abate aves Pescado Laticínios Valor -10,8-4,5-2,0-8,0-9,1-13,4-15,0 Preço -13,3-0,7-3,6-19,8-8,9-2,9 0,7 Quantidade 2,8-3,8 1,7 14,7-0,2-10,8-15,7 Tabela 5 Atividades do segmento industrial do ramo pecuário (valores em %)