Conversor A/D por aproximações sucessivas

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Transcrição:

Conversor A/D por aproximações sucessivas É baseado no mesmo princípio do A/D de rampa digital, onde o sinal analógico de entrada i é comparado sucessivamente com a saída analógica do conversor D/A acoplado a um contador digital de n bits, chamado nesse caso de registrador de aproximações sucessivas. O processo de contagem é decrescente, iniciando pelo bit mais significativo (MSB) até o menos significativo (LSB). A cada contagem/comparação, o bit correspondente permanece ativado em, caso o valor de i seja superior à tensão gerada pelo D/A, caso contrário, o bit retorna para 0. A contagem se repete n vezes, até que o LSB seja comparado, quando então o valor do contador, que representa o resultado da conversão A/D, é transferido para um registrador. Uma vez que o valor digital foi lido, a contagem é reiniciada no contador ( reset ) e o processo se repete. Circuito típico: 0

Análise gráfica: O tempo de conversão é definido pela frequência de clock do contador, o número de bits n e pelo tempo de transferência do valor final para o contador. Normalmente o treg corresponde a dois ciclos do sinal de clock. T c= n f clk +t reg Características principais: circuito simples baixo custo; tempo de conversão fixo e inferior ao contador de rampa digital; usado em médias e altas resoluções (8 6 bits); é o tipo mais comum encontrado em microcontroladores

Conversor A/D tipo pipeline O conversor A/D do tipo pipeline (também chamado de quantizador de sub-intervalos) utiliza duas ou mais etapas de conversão em cascata. Primeiro, é feita uma conversão dos bits mais significativos. Em uma segunda etapa, é efetuada uma diferença analógica entre o sinal de entrada e a saída da primeira etapa passada por um conversor D/A. Esta diferença é então amplificada e novamente digitalizada, gerando um conjunto de bits menos significativos, num processo semelhante ao conversor A/D de aproximações sucessivas. Este processo pode ser repetido N vezes, até que seja obtida a resolução desejada. O resultado de todas as etapas são combinados gerando o resultado final. Ao combinar os méritos da aproximação sucessiva e dos conversores A/D tipo flash, o A/D pipeline é rápido, tem uma alta resolução, e requer um menor tamanho e menor custo de fabricação. A resolução de cada estágio varia de tipicamente de a 3 bits. Na prática este tipo de conversor está limitado a uma resolução de 4 bits, possuindo taxa de amostragem máxima podendo chegar a 00 MHz. Este tipo de AD é principalmente utilizado em câmeras fotográficas e de video, conversor da frequência intermediária de sistemas de comunicação (receptores de rádio, celulares, T, etc).

Considerações Gerais Sobre Conversores A/D Relação entre a tensão de entrada i e o valor digital de saída: i = FSn 0 bit 0 + bit +... + ( n ) bit ( n ) ± ( nfs+) FS: tensão de fundo de escala (normalmente FS=ref); n: número de bits do conversor; q: intervalo de quantização = FS n Erro de quantização (Eq): intrínseco ao processo de conversão A/D pela discretização dos níveis de tensão de entrada na etapa de comparação: alor de pico do Eq: Eq=± (n+fs) alor RMS do Eq: [ ] q q Eq RMS = x dx= RMS ] = n FS [ q q 3 3 Erro Eq Eq FS i min n bits max Rampa Obs.: note-se que a saída 0 indica que i está entre FS e FS. 4 3

Relação sinal ruído (SNR) da conversão A/D: SNR= vi RMS E RMS Em db: SNR db=0 log 0 vi RMS E RMS Considerando um sinal senoidal com ipp=fs: vi RMS = FS SNR devida unicamente ao ruído de quantização: vi FS n+ 3 n 3 SNR= = = Eq RMS FS RMS n SNRdB=0 log 0 +0log 0,5=6,0 n+,76 Figura de Mérito de um conversor A/D A resolução e a frequência de amostragem são utilizadas para avaliar a figura de mérito (ITC) de um conversor A/D, pela seguinte expressão: ITC=fS.n Simbologia padrão IEEE Conversor D/A: In ADC out In DAC out 4

Circuito de Amostragem e Retenção (sample and hold): A conversão A/D de sinais variáveis no tempo pode gerar problemas de interpretação em conversores rápidos do tipo pipeline ou aproximações sucessivas, já que durante o tempo de conversão o sinal de entrada pode estar variando. O circuito de amostragem e retenção elimina este problema pois durante o tempo de conversão o conversor A/D lê o sinal de entrada como se o mesmo fosse uma tensão DC. Tomando o circuito da figura abaixo, a amostragem do sinal é feita durante um certo tempo com a chave SW fechada (conduzindo), carregando o capacitor com a tensão in. Em seguida a chave é aberta e as cargas no capacitor são mantidas, fornecendo uma tensão DC de saída o igual à tensão do sinal de entrada no instante de tempo imediatamente anterior à abertura de SW. A tensão o é aplicada à entrada do conversor A/D que inicia então o processo de conversão. Durante o tempo de conversão a chave SW permanece aberta, mantendo constante a tensão na entrada do A/D (o). A maioria dos conversores A/D atualmente já vêm com um circuito de amostragem e retenção acoplado ao conversor. Jitter de abertura (aperture jitter) O jitter de abertura está associado à variação temporal (devido ao ruído de fase no sinal de clock) do instante de abertura da chave do circuito do sample and hold. Esse erro é zero para DC, pequeno em baixas frequências, mas significativo em altas frequências e amplitudes elevadas. Este erro pode ser ignorado se for muito inferior ao erro de quantização. Para que o erro devido ao jitter seja igual ou inferior a um LSB, considerando-se um sinal de entrada senoidal, deve-se respeitar: Δ t RMS FS n i RMS. π f onde: FS: faixa dinâmica do A/D irms: tensão RMS do sinal de entrada n: número de bits do conversor f: frequência do sinal de entrada Erro devido ao jitter: ipp = FS Ej RMS= π f i RMS Δ t RMS SNR devida unicamente ao jitter: SNR= π f Δ t RMS SNR db = 0 log 0 ( π f Δ t RMS ) 5

Principais ruídos (erros) presentes numa conversão AD: ruído de quantização (EqRMS) ruído do jitter de abertura (EjRMS) ruído analógico (EaRMS) Contribuição do ruído total: E RMS = EqRMS + Ej RMS + Ea RMS Sub-Amostragem ou Aliasing Critério de Nyquist: a frequência de amostragem fs de um sinal alternado com frequência máxima fmax deve ser: fs fmax Quando a frequência de amostragem do conversor A/D não respeita o critério de Nyquist (fs < fmax), ocorre uma espécie de batimento entre as duas frequências, fenômeno conhecido como aliasing. Considerando um sinal de entrada senoidal, o resultado da conversão não corresponde ao original e possui uma frequência f igual a: f ' = f i. f s sendo f a freqüência do sinal original; i inteiro Aliasing f fs f ' f = f i. f s i= i= i=3 i=4... fs/ fs3fs/ 5fs/ 7fs/ 9fs/... f Este fenômeno leva a erros na análise do sinal amostrado e deve ser evitado, utilizandose na prática uma frequência de amostragem fs >4 fmax. A frequência máxima que pode ser amostrada também é denominada frequência de Nyquist. 6

Exercício.5: a) Um conversor D/A baseado no PWM de um microcontrolador possui resolução de 0 bits e frequência de clock de 0 MHz. Projete um filtro passa-baixas para o PWM de modo que o ripple seja menor que LSB e a frequência de corte seja igual ou superior a 60 Hz (determine a frequência de corte e o número de polos necessários; considere o fator de qualidade igual a 0,707). b) Calcule o tempo de conversão de um conversor A/D de rampa dupla de 4 bits, com frequência de clock de MHz, para as seguintes condições da tensão de entrada (considere o tempo de reset T0= ms): i) i= ref ii) i=ref/ Exercício.6: a) Para um conversor A/D de 0 bits, com jitter de abertura de ns, determine a máxima frequência do sinal de entrada para que o erro seja inferior a / LSB. Considere ipp=fs. b) Considerando apenas o ruído de quantização de um conversor A/D, determine o número de bits necessário para se obter uma relação sinal-ruído > 70 db, para as seguintes condições da tensão de entrada: i)ipp= FS ii)ipp= FS/ 7