INFLUÊNCIA NA TEXTURA DE PÃES DE FORMA SEM GLÚTEN ADICIONADOS DE FIBRA DE BAMBU

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Transcrição:

INFLUÊNCIA NA TEXTURA DE PÃES DE FORMA SEM GLÚTEN ADICIONADOS DE FIBRA DE BAMBU ZARDO, F. 1 ; TRÊS, M. 2, TELES, C. D. 3 RESUMO Considerando a demanda do mercado por produtos sem glúten, em virtude das desordens a ele relacionadas, o objetivo do estudo foi formular pães de forma isentos de glúten acrescidos de fibra de bambu em quatro diferentes concentrações (0, 2, 4 e 6 %) e avaliar parâmetros de textura em 2 e 24 horas. Com relação à dureza, todas as formulações apresentaram aumento decorridas 24 horas, enquanto os demais parâmetros de elasticidade, coesividade, mastigabilidade e resiliência apresentaram uma redução no mesmo período. O uso de fibra de bambu refletiu positivamente no estudo, porém para as concentrações aplicadas e os parâmetros de textura analisados, não houve diferença estatística significativa a um nível de 5% de confiança. PALAVRAS-CHAVE: novos produtos, desordens relacionadas ao glúten, doença celíaca. 1 INTRODUÇÃO A Doença Celíaca (DC) é uma intolerância ao glúten em indivíduos com disposição genética (SDEPANIAN et al., 1999). Ela é caracterizada por um processo inflamatório na mucosa do intestino delgado, causando má absorção de nutrientes e outras manifestações clínicas (SILVA; FURLANETTO, 2010). No Brasil, Gandolfi et al. (2000) apontaram uma prevalência de 1:681 indivíduos apresentando DC em Brasília. Posteriormente, Alencar (2007), para a região de São Paulo, indicou uma prevalência de 1:286, enquanto Pereira et al. (2006) no Paraná apontaram prevalência de 1:417. Além disso, o trigo pode causar reações alérgicas e a sensibilidade não celíaca, conhecidas como desordens relacionadas ao glúten (SAPONE et al., 2012). De acordo com Martinez et al. (2014), pacientes com DC ingerem baixa quantidade de fibras, visto que os ingredientes empregados nos produtos sem glúten são farinhas e amidos refinados. Sabe-se que as fibras insolúveis reduzem doenças cardíacas e câncer de colo 1 Estudante, Curso Tecnologia em Alimentos, IFRS Campus Bento Gonçalves, Av. Osvaldo Aranha, 540, CEP 95.700-206, Bento Gonçalves, RS. francielezardo@gmail.com 2 Estudante, Curso Tecnologia em Alimentos, IFRS Campus Bento Gonçalves, Av. Osvaldo Aranha, 540, CEP 95.700-206, Bento Gonçalves, RS. tresmaira@gmail.com 3 Prof. Doutor, IFRS Campus Bento Gonçalves, Av. Osvaldo Aranha, 540, CEP 95.700-206, Bento Gonçalves, RS. Fone (54) 3455-3200, camila.teles@bento.ifrs.edu.br

(DAMODARAM et al., 2010). A fibra de bambu apresenta 97 % de fibras insolúveis (ROSSEL et al.,2009). O brasileiro consome anualmente em média 21,5 kg de produtos panificados e 18,1 kg de farinhas e massas alimentícias per capita (IBGE, 2010). A retirada do glúten desses produtos requer o estudo de substitutos, considerando que este desempenha funções tecnológicas importantes. O objetivo do estudo foi formular pães de forma isentos de glúten acrescidos de fibra de bambu em quatro diferentes concentrações e avaliar parâmetros de textura em 2 e 24 horas. 2 MATERIAL E MÉTODOS A farinha de arroz utilizada no experimento foi cedida pela empresa Volkmann Alimentos Ltda. e os demais ingredientes foram adquiridos no comércio local da cidade de Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul. Na formulação, a base farinácea é constituída de 90 % de farinha de arroz integral e 10 % de polvilho doce. Os demais ingredientes e suas respectivas proporções em relação à base farinácea, ou seja, calculados a partir de 100% do mix proposto são: água (90 %), ovos (20 %), açúcar (12 %), óleo vegetal (10 %), fermento biológico seco (2,2 %), sal (2 %), psyllium (1 %) e goma xantana (0,8 %). Foram elaboradas quatro formulações de pão de forma sem glúten, sendo uma sem adição de fibra de bambu (F0) e as demais adicionadas de 2 % (F2), 4% (F4) e 6% (F6) da fibra. As formulações foram realizadas em triplicata nas dependências da Agroindústria do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, campus Bento Gonçalves. O preparo da massa dos pães foi feito pelo método direto, onde todos ingredientes foram misturados em batedeira Braesi durante 5 minutos em velocidade baixa com batedor tipo raquete até formar uma massa homogênea. Porções de 380 g da massa foram dispostas em forma de alumínio e levadas para câmara de fermentação Venâncio modelo Crescepão, em temperatura de 35 ºC durante 20 minutos e assados em Forno Turbo Venâncio modelo Ciclo Digital, em temperatura de 200 ºC durante 40 minutos. Posteriormente, foram resfriados a temperatura ambiente. A textura dos pães (dureza, resiliência, elasticidade, mastigabilidade e coesividade) foi avaliada em 2 e 24 horas após forneamento em Texturômetro Stable Micro Systems TAXT equipado com probe de SMS p/ 36 R. Os parâmetros utilizados foram: velocidade de teste 5

mm/s, força de contato 20 g e velocidade de retorno 5 mm/s. Foram usadas 4 fatias centrais de cada pão com 20 mm de espessura. Os resultados obtidos foram analisados com auxílio do software SASM- Agri versão 3.2.4 através de Análise de Variância (ANOVA), sendo que a comparação das médias foi realizada pelo Teste de Tukey, com nível de 5 % de significância. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Nenhum dos parâmetros analisados apresentou diferença estatística significativa a 5 %. Os valores de dureza em 2 h após forneamento variam de 31,57 N a 46,27 N e após 24 h os valores apresentaram um aumento, variando de 45,14 N a 52,37 N, conforme Tabela 1. O aumento da dureza pode ser justificado pela retrogradação do amido, desnaturação de proteínas e redução de água na massa após assamento (ESTELLER et al., 2004). Tabela 1 Análises de dureza, resiliência e elasticidade em 2 horas e 24 horas F 2 horas 24 horas Dureza (N) Resiliência Elasticidade Dureza Resiliência Elasticidade 0% 46,27 ± 7,38 0,42 ± 0,07 0,97 ± 0,04 46,51 ± 10,96 0,32 ± 0,01 0,98 ± 0,13 2% 31,57 ± 13,18 0,37 ± 0,01 0,89 ± 0,01 45,14 ± 12,28 0,32 ± 0,03 0,87 ± 0,02 4% 43,64 ± 10,64 0,45 ± 0,08 0,94 ± 0,07 52,08 ± 6,22 0,31 ± 0,00 0,93 ± 0,03 6% 43,29 ± 6,09 0,38 ± 0,00 1,13 ± 0,37 52,37 ± 3,74 0,38 ± 0,08 0,92 ± 0,09 Não houve diferença significativa no teste realizado. A resiliência e a elasticidade são relacionadas ao frescor do produto. A resiliência em 2 h variou de 0,37 a 0,45, sendo mais baixa na F2, e após 24 h nota-se uma redução nos valores, variando de 0,31 a 0,38 (Tabela 1). Com relação à elasticidade, maiores valores são desejados. Em 2 h o maior valor ocorreu na F6 (1,13), já em 24 h, o maior valor foi na F0 (0,98). Com relação à mastigabilidade, em 2 h os valores variam entre 1762,35 a 3049,62 e com o passar do tempo apresentam uma redução, variando de 1545,60 a 2735,75 (Tabela 2). Observa-se na Tabela 2 que a coesividade também mostra uma redução de valores em 24 h (0,52 a 0,55) comparado em 2 h (0,61 a 0,69). Para Coesividade, foram encontrados valores semelhantes aos relatados na literatura por Cornejo e Rosell (2015). Tabela 2 Análises de Mastigabilidade e Coesividade em 2 horas e 24 horas F 2 horas 24 horas Mastigabilidade Coesividade Mastigabilidade Coesividade 0% 3049,62 ± 665,08 0,67 ± 0,07 2041,67 ± 842,70 0,53 ± 0,01 2% 1762,35 ± 784,08 0,61 ± 0,03 1545,60 ± 637,83 0,54 ± 0,04 4% 2900,34 ± 1063,58 0,69 ± 0,04 2735,75 ± 606,02 0,52 ± 0,00 6% 3002,19 ± 549,91 0,63 ± 0,00 2362,59 ± 1329,73 0,55 ± 0,01 Não houve diferença significativa no teste realizado.

4 CONCLUSÕES Não se obteve uma formulação com características de pão de forma convencional. O uso de fibra de bambu refletiu positivamente no estudo, porém para as concentrações aplicadas e os parâmetros de textura analisados, não houve diferença estatística significativa a um nível de 5% de confiança, sendo necessários mais estudos a respeito. 5 AGRADECIMENTOS À FAPERGS pelo bolsa e ao IFRS campus Bento Gonçalves pela infraestrutura. 6 REFERÊNCIAS CORNEJO, F.; ROSELL, C.M. Physicochemical properties of long rice grain varieties in relation to gluten-free bread quality. LWT Food Science and Technology, 62, 2015. DAMODARAM, S., PARKIN, K.L., FENNEMA, O.R., Química de Alimentos de Fennema. 4ª Ed. Porto Alegre: Artmed. 2010. ESTELLER, M.S.; AMARAL, R.L.; LANNES, S.C.S. Effect of sugar and fat replacers and the texture of braked goods. Journal of texture Studies, USA, v. 35, n.4, p.383-393, 2004. GANDOLFI, L.; et al. Prevalence of celiac disease among blood donors in Brazil. The American Journal of Gastroenterology, v.95, p.689 692, 2000. IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009. Aquisição alimentar domiciliar per capita anual, por situação do domicílio e forma de aquisição, segundo os grupos de produtos Brasil - período 2008-2009. 2009. MARTÍNEZ, M.M., DÍAZ, A., GÓMEZ, M. Effect of diferente microstructural features os soluble and insoluble fibres on gluten-free dough rheology and bread-making. Jounal of Food Engineering, 142, 2014. PEREIRA, M.A.G.; et al. Prevalence of celiac disease in an urban area of Brazil with predominantly European ancestry. World Journal of Gastroenterology, v.12, n.40, 2006. ROSELL, C.M., et al. Physico-chemical properties of commercial fibres from different sources: A comparative approach. Food Research International, v.42, p. 176 184, 2009. SAPONE, A.; et al. Spectrum of gluten-related disorders: consensus on new nomenclature and classification. BMC Medicine, 2012.

SDEPANIAN, V.L., MORAIS, M.B., FAGUNDES-NETO, U. Doença celíaca: a evolução dos conhecimentos desde sua centenária descrição original até os dias atuais. Arquivos de Gastroenterologia, v.36, n.4, 1999. SILVA, T.S. da G., FURLANETTO, T.W. Artigo Revisão diagnóstico de doença celíaca em adultos. Revista da Associação Médica Brasileira, v.56, n.1, p. 122 6, 2010.