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Transcrição:

RELATÓRIO RENDA FIXA MARÇO DE 2016 TESOURO DIRETO NOSSA CARTEIRA A principal recomendação para a gestão de renda fixa é manter alguma cautela, dado o momento econômico e político, cercado de incertezas. A alocação em títulos do Tesouro Direto se encaixa bem neste perfil mais conservador, a melhor estratégia de investimento neste início de ano. Acreditamos que este cenário de incertezas ainda deve perdurar no ano, pela desgastante batalha política entre os poderes da República, devido aos desdobramentos da Operação Lava-Jato, o aprofudamento das apurações do TSE, a possibilidade de impeachment da Presidente, o afastamento (ou cassação) do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, além das investigações contra o ex-presidente Lula (MPF) e do presidente do Senado, Renan Calheiros. Sendo assim, sugerimos uma nova composição de carteira para a alocação ótima de títulos do Tesouro Direto neste mês de março, com maior participação dos títulos prefixados (LTN e NTNF), pois as taxas de juros DI diminuíram recentemente com o noticiário de novas investidas da Operação Lava-Jato, enfraquecendo o atual governo e os prêmios dos títulos da renda fixa diminuindo. Por enquanto, os títulos prefixados possuem ótimas taxas, podendo render bom ganho no futuro. Já para os pós-fixados à Selic (Tesouro Selic - LFT) e atrelados à inflação (Tesouro IPCA - NTNB) sugerimos uma participação menor, apesar do cenário ainda de incertezas. Neste caso, o Tesouro Direto está oferecendo deságio de 0,0100% para os títulos pós-fixados. Sobre os títulos indexados à inflação, sugere-se uma alocação um pouco menor, visando apenas manutenção do patrimônio investido. Por fim, sugerimos que esses títulos sejam carregados até ao vencimento, pois oferecem ainda ótimas taxas, além de recomendarmos a alocação dos recursos nos títulos com prazos menores, pois os longos oferecem maior nível de risco, dado o cenário de incertezas na economia e na política. Seguem as nossas sugestões para os títulos disponíveis para compra neste início de março: Indexados ao IPCA Vencimento Tesouro IPCA+ (NTNB Princ) 15/5/2019 Tesouro IPCA+ (NTNB Princ) 15/8/2024 Tesouro IPCA+ JS (NTNB) 15/8/2026 Tesouro IPCA+ (NTNB Princ) 15/5/2035 Tesouro IPCA+ JS (NTNB) 15/5/2035 Tesouro IPCA+ JS (NTNB) 15/8/2050 Prefixados Tesouro Prefixado (LTN) 1/1/2019 Tesouro Prefixado (LTN) 1/1/2023 Tesouro Prefixado + JS (NTNF) 1/1/2027 Indexados à Taxa Selic (pós-fixados) 30% 50% Tesouro Selic (LFT) 7/3/2021 20% JS = juros semestrais www.ondeinvestir.lopesfilho.com.br 07.mar.16 - Pág. 1/5

CENÁRIO ECONÔMICO PERSPECTIVAS Para março a previsão é de mais volatilidade nos mercados. A crise política continua a se impor aos eventos econômicos. Sobre ela, o cerco parece estar se fechando sobre o ex-presidente Lula, intimado a prestar depoimentos sobre a origem de recursos na compra do tríplex e do sítio em Atibaia. Em paralelo, ele se mobiliza junto ao PT para tentar forçar a presidente Dilma a adotar medidas que, teoricamente, possibilitem à economia retomar o crescimento mais rapidamente. Mas como num cenário de forte deterioração das expectativas? Estejamos atentos então a todo este imbróglio político e ao avanço das medidas fiscais no Congresso. Aqui, três são os eventos mais esperados, o início efetivo do debate em torno da Reforma da Previdência, a prorrogação da Desvinculação sobre Receitas da União (DRU) e a CPMF, esta de difícil aprovação no Congresso. Risco País. Em fevereiro, o EMBI Risco País foi a 499 pontos, quase no mesmo patamar de janeiro (510). Cabe salientar que o CDS (Credit Swap Default), neste final de fevereiro era negociado em torno de 455 pontos. Na Rússia, este estava em torno de 312 pontos e na África do Sul em 345 pontos. Ou seja, continuamos na lanteria entre os BRICS. Contribuiu para esta elevação no Brasil a piora da qualidade de crédito soberano do País, depois dos últimos rebaixamentos das agências de rating. Para as próximas semanas esta (entre 500 e 550 pontos) deve ser a trajetória prevista para o EMBI, mesmo patamar do CDS. T-Bonds T Bonds. Espectativa maior neste momento é saber qual o timing para o Fed Funds voltar a ser alterado. Diante do PIB crescendo mais, do CFE a 1,7% e do desemprego avançando, muitos já começam a achar haver espaço para mais um ajuste, a partir do segundo semestre. Tudo dependerá do comportamento dos indicadores (data depends). O Fed deve manter a atual estratégia gradualista. Inflação Juros futuros. No mercado futuro, as taxas de juros curtas devem se manter entre estáveis ou recuando, e as longas, em tendência de elevação. As taxas curtas em queda se justificariam pela postura mais parcimoniosa do BACEN na perseguição do centro da meta de inflação, ainda mais depois da virada de postura na decisão do Copom em janeiro. Observa-se agora uma visão mais preocupada com a desaceleração da economia e menos com o controle da inflação. Sobre as taxas longas, as incertezas causadas pela dificuldade de aprovação das medidas fiscais e o impasse político permanente entre governo e Congresso, devem nortear estas taxas ao longo deste mês de março. Taxa de Câmbio Inflação. Depois de se elevar a 1,5% na média em fevereiro, parece que os índices de preço devem ceder em março, diante da diluição de vários impactos transitórios, como do grupo Educação, do reajuste de tarifas de transportes, e dos contratos e taxas anuais (IPTU, IPVA, aluguéis, etc). Chama atenção também a recessão da economia contribuindo para a desinflação prevista. O BACEN projeta um recuo de dois pontos percentuais a partir do segundo semestre e um efeito deflacionário causado pelo cenário externo. Taxa de Câmbio. O câmbio continua oscilando ao sabor dos acontecimentos domésticos (crise política) e externos (rumos da economia global, desaceleração da China e barril de petróleo). Chegou em alguns momentos acima R$ 4,00, mas ao fim de fevereiro, recuou a R$ 3,979. Contribuiu para isto a elevada liquidez global e os avanços da crise política no cenário doméstico. Ao fim deste ano estamos prevendo o dólar entre R$ 4,20 e R$ 4,30. www.ondeinvestir.lopesfilho.com.br 07.mar.16 - Pág. 2/5

RENTABILIDADE DOS TÍTULOS DISPONÍVEIS PARA COMPRA EM FEVEREIRO Indexados ao IPCA Vencimento Últ. 30 dias Mês Anterior No ano 12 Meses Tesouro IPCA+ JS (NTNB) 15/5/2019 1,19% 4,37% 5,75% 16,74% Tesouro IPCA+ (NTNB Princ) 15/8/2024 3,18% 0,52% 4,21% 9,10% Tesouro IPCA+ JS (NTNB) 15/8/2026 3,24% - - - Tesouro IPCA+ (NTNB Princ) 15/5/2035 3,20% -4,23% 0,26% -5,67% Tesouro IPCA+ JS (NTNB) 15/5/2035 2,46% -0,34% 2,94% 5,74% Tesouro IPCA+ JS (NTNB) 15/8/2050 1,36% -1,53% 1,02% 2,80% Prefixados Tesouro Prefixado (LTN) 1/1/2019 1,69% - - - Tesouro Prefixado (LTN) 1/1/2023 1,06% - - - Tesouro Prefixado + JS (NTNF) 1/1/2027 1,35% - - - Indexados à Taxa Selic (pós-fixados) Tesouro Selic (LFT) 1/3/2021 0,80% 0,80% 1,81% - Posição em 29/02/2016 Nesse início de ano não tivemos ainda os esperados avanços no processo de ajuste fiscal, o governo segue tateando na articulação destas medidas, em meio ao fogo cruazado da crise política que vem minando a economia e o pior, sem previsão de reversão desse quadro no curto prazo. Com isso, mais volatilidade no mercado e os investidores em fevereiro continuaram exigindo prêmios maiores na alocação de recursos em renda fixa, em particular, nos títulos do Tesouro Direto. Cabe destacar que a queda das commodities internacionais tem afetado o mercado doméstico, piorando após as decisões da S&P (17/fev) e Moody s (24/fev) ao rebaixar o rating brasileiro e, também, de algumas empresas. Soma-se a isto, a divulgação do PIB de 2015, com retração de 3,8%, podendo se estender em 2016. Diante desse cenário, observamos que a rentabilidade dos títulos de médio prazo (acima de 5 anos) são atraentes, dada a maior pressão inflacionária no período, mantendo a taxa básica de juros (Selic) no patamar de 14,25%, com expectativa até de redução até o fim deste ano. O Tesouro Direto divulgou nove suspensões momentâneas de negociações dos títulos ao longo de fevereiro (entre os dias 01 a 25), devido à maior volatilidade nas taxas de juros, acima das seis suspensões de janeiro. Com isso, o mercado continuou exigindo prêmios elevados, em média, para os títulos do Tesouro IPCA (NTN-B) em 7,0% a.a., do Tesouro Prefixado (LTN e NTN-F) em 15,4% a.a. e do Tesouro Selic (LFT), que seguiu negociado ao par, ou seja, sem ágio ou deságio. www.ondeinvestir.lopesfilho.com.br 07.mar.16 - Pág. 3/5

TABELA DE INDICADORES DO MERCADO Rentabilidade Indicadores de mercado Data Mês Ano 12 Meses CDI Fev/16 1,00% 2,07% 13,59% Selic Over Fev/16 1,00% 2,07% 13,61% CDB Fev/16 1,06% 2,12% 12,71% Poupança Fev/16 0,60% 1,23% 8,21% TJLP Fev/16 0,60% 1,21% 6,58% Ouro (BM&F) Fev/16 11,48% 16,83% 42,36% Dólar (Ptax) Fev/16-1,56% 1,92% 38,27% IMA-B (IPCA) Fev/16 2,26% 4,22% 9,45% IRF-M (Prefixado) Fev/16 1,54% 4,38% 9,53% IMA-S (Pós-fixado) Fev/16 0,98% 2,04% 13,58% BALANÇO MENSAL MARÇO O cerco já começa a se fechar sobre o governo. Em fevereiro, mais uma vez, a agenda política acabou se impondo à econômica, com uma série de eventos ligados as operações Lava Jato e Zelotes. Conforme as investigações foram avançando, se aproximando do Planalto, o mercado ingressou em alguns momentos num rally político de alta, por acreditar que a melhor solução talvez seja a mudança do poder. Na economia, a inflação deu uma repicada em fevereiro, indo a 1,5% na média, mas devendo ceder em março. A taxa Selic deve se manter estável até o final do ano, em 14,25% e o dólar cedendo, diante do avanço das investigações da justiça contra o governo. Fevereiro foi marcado pelo retorno dos poderes Legislativos e Judiciário aos trabalhos, transferindo mais uma vez o foco das atenções para a crise política e as apurações das operações Lava-Jato e Zelottes. Novos eventos acabaram surgindo o que tumultuou mais ainda os mercados de ativos e a economia real. Pelo lado das investigações, Delcídio Amaral foi solto, mas mediante acordo na justiça com uma delação premiada que acabou como uma bomba nos mercados. Acabou vazando a talvez antecipando a confusão que estamos observando neste início de março. Sim. Não tem jeito. A agenda do País está totalmente focada no imbróglio político. Dilma segue tentando dificultar as investigações da Operação Lava-Jato, tendo substituído o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, sob pressão do presidente Lula, este cada vez mais enrolado, por ter negado ser dono de fato de propriedades em Guarujá e Atibaia. Soma-se a isto, a prisão do marqueteiro de campanha João Santana, aumentando as desconfianças sobre os recursos usados na campanha de 2014 terem origem em propinas de empreiteiras. Neste clima de beligerância política, poucos avanços ocorreram nas discussões de medidas econômicas que possam reverter a onda de desconfiança reinante. Não acreditamos, no entanto, depois dos últimos movimentos da presidente Dilma e da atual equipe econômica, que haja espaço de manobra suficiente para esta virada. O governo carece de credibilidade, dadas as medidas desastradas no primeiro mandato e a desgastante gestão neste primeiro ano do segundo, na qual Joaquim Levy, da Fazenda, acabou se afastando por discordar com os rumos que o ajuste fiscal estava tomando. Assumindo Nelson Barbosa, optou-se pelo gradualismo, achando que medidas de estímulo ao consumo e os investimentos impulsionariam a economia, depois gerando recuperação da arrecadação, estabelecendo aos poucos a melhora das contas públicas. Tese esta furada, pois sem confiança nada acontece em termos de retomada da produção, investimento e consumo. Falando dos fundamentos econômicos, a inflação, depois de forte repique no primeiro bimestre, na média de fevereiro tendo chegado a 1,5%, deve começar a ceder em março, superado os fatores transitórios, como reajustes de contratos anuais, mensalidades escolares e choques agrícolas por fatores climáticos. Em paralelo, o BACEN optou por manter o juro em 14,25% por confiar nesta desinflação nos próximos meses. Outro fator favorável parece ser a taxa www.ondeinvestir.lopesfilho.com.br 07.mar.16 - Pág. 4/5

de câmbio, derretendo diante deste rally do impeachment, já negociado em torno de R$ 3,75 (dia 4/3). Em complemento, apesar da atividade econômica continuar perdendo força, tivemos até uma melhoria das contas públicas em janeiro (superávit de R$ 27,9 bi), mais em função de fatores pontuais, como as receitas extraordinárias da União e os leilões das concessões de hidrelétricas. Não achamos, no entanto, que este bom desempenho se repita nos próximos meses, até porque a arrecadação segue despencando. No mercado de trabalho, os dados divulgados mostraram uma piora com a taxa de janeiro indo a 7,6% da PEA e a geração de empregos formais continuando em queda. Por fim, nos mercados de ativos permaneceu a volatilidade até meados de fevereiro, quando uma virada aconteceu, dada a percepção de possibilidade de desfecho da crise atual, a bolsa de valores acabou fechando em alta de 5,9%, e o dólar recuando 1,6%. Este Relatório de Análise foi preparado pela Lopes Filho & Associados, Consultores de Investimentos Ltda. para uso exclusivo do destinatário, não podendo ser reproduzido ou distribuído por este para qualquer pessoa sem expressa autorização da Lopes Filho. Este Relatório de Análise é distribuído somente com o objetivo de prover informações e não representa, em nenhuma hipótese, uma oferta de compra e venda ou solicitação de compra e venda de qualquer valor mobiliário ou instrumento financeiro. As informações contidas neste Relatório de Análise são consideradas confiáveis na data de sua publicação. Entretanto, a Lopes Filho não pode garantir a exatidão e a qualidade das mesmas. As opiniões contidas neste Relatório de Análise são baseadas em julgamentos e estimativas, estando, portanto, sujeitas a mudanças. Sem prejuízo do disposto acima e em conformidade com as disposições da Instrução CVM nº 483/10, o(s) analista(s) de valores mobiliários responsável(eis) pela elaboração deste Relatório de Análise declara(m) que: (I) é (são) certificado(s) e credenciado(s) pela APIMEC. (II) as análises e recomendações refletem única e exclusivamente suas opiniões pessoais, às quais foram realizadas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Lopes Filho. (III) sua(s) remuneração(ões) é (são) fixa(s). Informações adicionais sobre quaisquer emissores objeto dos Relatórios de Análise podem ser obtidas diretamente, por telefone, com o(s) analista(s) responsável(eis). Os Relatórios de Análise podem ser consultados no website http://www.lopesfilho.com.br, cujo acesso é restrito aos assinantes e usuários do serviço de Assessoria em Mercado de Capitais da Lopes Filho. Informações sobre emissores que não são objeto dos Relatórios de Análise podem ser obtidas através de solicitação ao Departamento Comercial. www.ondeinvestir.lopesfilho.com.br 07.mar.16 - Pág. 5/5