Doenças em Tomateiro Cultivado Sob Ambiente Protegido.

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Transcrição:

Doenças em Tomateiro Cultivado Sob Ambiente Protegido. Felipe A.S. Graichen 1 ; Leonita B. Girardi 2 ; Elena Blume 2 ; Marlove F. B. Muniz 2 ; Magnólia Aparecida Silva da Silva 3. 1 UFRGS - Depto de Fitossanidade, f_graichen@yahoo.com.br; 2 UFSM - Depto de Defesa Fitossanitária; 3 EMBRAPA Roraima, Boa Vista-RO. RESUMO Em Santa Maria, RS, o cultivo em ambiente protegido viabiliza a produção de tomates nos meses mais frios, mas pode também favorecer a ocorrência de doenças. Para avaliar a produtividade e a incidência de doenças em tomateiro, no verão e no inverno de 2002, as cultivares Empire, Ágora, Atlas, Fanny e Monte Carlo foram implantadas em uma estufa plástica no campus da UFSM. As doenças foram identificadas, monitoradas e quantificadas pela área sob a curva de progresso da doença (AUDPC). No verão predominaram Oídio (Oidium sp.), com maior intensidade nas cultivares Monte Carlo e Ágora (AUDPC = 0,16) e Podridão Mole (Erwinia sp.), quando a temperatura e umidade relativa média foram de 30ºC e 70%, respectivamente. A temperatura média de 20,5ºC e umidade relativa média de 80%, no inverno, favoreceram a ocorrência de Cladosporiose (Cladosporium sp.), requeima (Phythophthora infestans) e Mofo Branco (Sclerotinia sclerotiorum), predominantemente na cultivar Lenor. A produtividade de algumas cultivares foi mais afetada pelo ataque de doenças e pelas condições meteorológicas do que outras. Palavras chave: Lycopersicum esculentum, moléstias, estufas, fungos, cultivares. ABSTRACT Diseases of greenhouse grown tomatoes. In Santa Maria, RS, the cultivation in greenhouses allows for the production of tomatoes during the cold months, but may also stimulate the occurrence of diseases. To evaluate the production and incidence of diseases in tomato, during the summer and winter of 2002, the cultivars Empire, Ágora, Atlas, Fanny, and Monte Carlo were planted in a greenhouse at the UFSM campus. The diseases were identified, monitored, and quantified by the area under the disease progress curve (AUDPC). In the summer, the main diseases were powdery mildew (Oidium sp.), with higher severity on the cultivars Monte Carlo and Ágora (AUDPC = 0,16), and soft rot (Erwinia sp.) when the mean temperature and relative moisture were 30ºC e 70%, respectively. The mean temperature of 20,5ºC and the mean relative moisture of 80%, in the winter, favored the occurrence of leaf mold (Cladosporium sp.), late blight (Phythophthora infestans), and white mold (Sclerotinia sclerotiorum), predominantly on the

cultivar Lenor. The productivity of some cultivars was more affected by the diseases and the meteorological conditions than others. Keywords Lycopersicum esculentum, controlled environment, fungi, cultivars. Várias doenças já foram relatadas atacando o tomateiro, provocando diferentes níveis de redução de produtividade ou qualidade da produção. No entanto, essas informações, na maioria, foram obtidas em cultivos a céu aberto. Em função das exigências térmicas o cultivo do tomateiro a céu aberto, no Rio Grande do Sul, somente é possível nos meses mais quentes do ano. Em Santa Maria, há a ocorrência de temperaturas médias do ar igual ou inferiores a 13 C, prejudicando o desenvolvimento do grão de pólen do tomateiro, de abril a outubro (ESTEFANEL et al., 1988). Entretanto, em ambiente protegido, seu cultivo é possível nos meses mais frios do ano com um aumento considerável na produtividade, podendo ser quatro vezes superior à produção a céu aberto (STRECK et al., 1996). Nesse ambiente, no entanto, as condições de umidade relativa e temperatura são favoráveis à proliferação de bactérias e fungos que podem causar prejuízo às culturas. O trabalho foi desenvolvido com o objetivo de realizar o levantamento de doenças fúngicas e bacterianas em tomateiro cultivado sob ambiente protegido em dois períodos de cultivo (verão e primavera). MATERIAL E MÉTODOS Os experimentos foram conduzidos em estufa plástica modelo arcopampeano com 200 m 2, localizadas no campus da UFSM (Santa Maria RS). Foram utilizadas seis cultivares de tomateiro: Empire, Ágora, Atlas, Fanny e Monte Carlo. A semeadura foi realizada nos dias 25 de outubro e 4 de abril e o transplante das mudas nos dias 22 de novembro e 10 de maio, para os cultivos de verão e inverno, respectivamente. As doenças que ocorreram durante o período de cultivo do tomateiro foram identificadas e monitoradas. Avaliou-se a severidade das doenças policíclicas e a incidência das doenças monocíclicas. Adicionalmente, foi calculada a área normalizada sob a curva de progresso de doença (AUDPC) com a equação proposta por FRY (1978): AUDPC = { [(y i + y i+1 ) /2]. (t i+1 - t i ) /n}; onde y = severidade da doença, t = tempo em DAT em que foi realizada a observação e n = tempo de monitoramento. RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante o período de instalação do experimento de verão observou-se que a temperatura média foi de 30 C e umidade relativa de 70%. Durante o cultivo de inverno a

temperatura foi um pouco menor, com média de 20,5 C, e a umidade relativa apresentou média de 80%. Estas condições propiciaram a ocorrência de patógenos como Fusarium spp., Erwinia spp. e Alternaria spp. no verão e Cladosporium fulvum, Phytophthora sp. e Sclerotinia sclerotiorum no inverno. Aos 64 dias após o transplante (DAT) do cultivo de verão identificou-se uma pequena severidade de Oídio causado por Oidium sp. Após realizaram-se avaliações periódicas de severidade, calculou-se a AUDPC (Tabela 1), obtendo-se os maiores valores para as cultivares Monte Carlo e Ágora. Após a formação do fruto foi identificada a presença de podridão aquosa identificada como Podridão Mole causada por espécies do gênero Erwinia. Os primeiros frutos afetados foram encontrados por ocasião da primeira colheita aos 69 DAT, havendo aumento progressivo da incidência dessa doença nos frutos (Tabela 1). A cultivar que apresentou um número maior de frutos com os sintomas dessa doença foi Lenor, não diferindo das demais. Essa doença progrediu para outras partes da planta onde foram observados caules, pedúnculos ou folíolos com coloração escura e aspecto úmido. A cultivar Empire apresentou 23 % das plantas com sintomas da doença. Tabela 1 Severidade e AUDPC de Oídio, incidência de Podridão Mole e Mancha de Alternaria em seis cultivares de tomateiro cultivado durante o verão sob ambiente protegido. UFSM Santa Maria RS. 2003. Oídio Podridão Mole Alternária Cultivares Sever.(%) AUDPC 1 (%) 4 (%) 4 Monte Carlo 29 0,16 a 2 10,00 3 3,00 3 Ágora 26 0,16 a 15,00 0,00 Lenor 26 0,14 b 17,00 4,00 Fanny 21 0,11 d 13,00 3,00 Empire 15 0,08 d 10,00 2,00 Atlas 13 0,08 d 11,00 3,00 CV -- 10,09 4,74 3,00 1 AUDPC quando n= 28 dias; 2 Médias seguidas por mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey 5%; 3 Diferença não significativa; 4 Incidência da doença. Aos 57 DAT, durante o cultivo de inverno, foi diagnosticada a ocorrência de Cladosporiose (Cladosporium fulvum). A cultivar Atlas apresentou lesões com contornos bem definidos, manchas regulares e amarelas, enquanto as demais apresentaram lesões sem contornos definidos e coalescidos. A maior severidade final da doença foi apresentada

pela cultivar Lenor com 80% (Tabela 2). O hábito de crescimento determinado pode justificar a maior severidade da doença. A alta umidade relativa e temperaturas mais amenas durante o cultivo de inverno propiciaram o desenvolvimento de Requeima (Phytophthora infestans). No entanto, também foram observados períodos com temperaturas altas, acima de 30 C, sob as quais o patógeno paralisa seu desenvolvimento, podendo manter-se vivo (JONES, 1993). As cultivares mostraram severidades da doença muito próximas, sendo que a cultivar Atlas apresentou maior severidade média (17%) e maior AUDPC (Tabela 2). A ocorrência de temperaturas muito baixas pode ter propiciado a incidência de mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum). A cultivar com maior incidência foi Lenor com 80,65% (Tabela 2). Tabela 2 Severidade e AUDPC de Cladosporiose e Requeima e incidência de Mofo Branco em seis cultivares de tomateiro cultivado durante o inverno sob ambiente protegido. UFSM Santa Maria RS. 2003. Cladosporiose Requeima Mofo Branco Cultivares SF (%) AUDPC 1 SF (%) AUDPC* 1 (%) 4 Lenor 80 0,58 a 2 17 0,03 3 80,65 Monte Carlo 70 0,49 b 17 0,09 59,52 Fanny 70 0,48 b 16 0,08 51,19 Atlas 68 0,46 b c 17 0,10 27,08 Agora 64 0,43 c 13 0,06 33,33 Empire 57 0,37 d 14 0,06 38,69 Cv -- 4,61 1 AUDPC quando n= 89 e67 dias para cladosporiose e requeima, respectivamente; 2 Médias seguidas por mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey 5%; 3 Diferença não significativa; 4 Incidência da doença. A produtividade das cultivares foi influenciada pelas doenças que ocorreram durante o período de cultivo. Constatou-se que houve interação entre as cultivares e os períodos de cultivo. Durante o cultivo de verão a cultivar Fanny foi a mais produtiva, não diferindo de Empire, e durante o inverno a cultivar mais produtiva foi Ágora. (Tabela 3). Tabela 3 Produtividade de seis cultivares de tomateiro cultivados sob ambiente protegido. UFSM. Santa Maria RS, 2003. Cultivares Cultivo de Verão (t/ha) Cultivo de Inverno (t/ha)

Fanny 17,88 a 7,80 b Empire 13,89 ab 10,98 b Monte Carlo 12,12 bc 9,61 b Atlas 10,16 bc 8,44 b Ágora 7,95 cd 17,40 a Lenor 5,73 d 7,64 b CV Época 21,19 % CV Cultivar 16,02 % As diferentes condições meteorológicas nos dois períodos de cultivo influenciaram a incidência de doenças: alta temperatura média (30 C) e baixa umidade relativa (70%) propiciou a incidência de Oídio, Murcha de Fusário, Podridão Mole e Mancha de Alternaria, temperatura média menor (20,5 C) favoreceu a incidência de Cladosporiose, Requeima e Mofo Branco. LITERATURA CITADA ESTEFANEL, V.; MANFRON, P.A.; SACCOL, A.V.; BURRIOL, G.A.; SCHNEIDER, F.M.; HEIDWEIN, A.B. Análise de temperaturas mínimas ocorridas em Santa Maria II. Probabilidade de ocorrência de temperaturas mínimas do ar compreendidas entre 1 e 9 C. Revista do Centro de Ciências Rurais, Santa Maria, v.19, n. 1, p. 1 14. 1988. FRY W.E. Quantification of general resistance of potato cultivars and fungicide effects for integrated control of potato late blight. Phytopathology, St. Paul, v. 68, p. 1650 1655. 1978. JONES, J.B.; STALL, R.E.; ZITTER, T.A. Compendium of tomato diseases. St. Paul. The American Phytopathological Society. 1993. 73 p. STREK, N.A.; BURROL, G.A.; SCHNEIDER, F.M. Efeito da densidade de plantas na produtividade de tomateiro cultivado em estufa de plástico. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 31, n. 2, p. 105 112. 1996.