AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE SULFOCAL (RCNAGRO) NO CONTROLE DAS PODRIDÕES DE MAÇÃS
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1 Folha: 1 de 5 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE SULFOCAL (RCNAGRO) NO CONTROLE DAS PODRIDÕES DE MAÇÃS Rosa Maria Valdebenito Sanhueza 1 Murilo César dos Santos 2 Geraldine de Andrade Meyer 3 INTRODUÇÃO As doenças de verão se destacam no Brasil porque reduzem a produção e são de mais difícil controle. Nestas incluem-se as podridões de frutos causadas pelos patógenos Colletotrichum gloeosporioides e C. acutatum (podridão amarga), Botryosphaeria dothidea (Podridão branca) e Cryptosporiopsis perennans (Olho-de-boi) e a mancha das maçãs conhecidas como Fuligem e Sujeira de mosca. Práticas de manejo da cultura que assegurem a obtenção de vigor adequado e que favoreçam a circulação do ar na copa das macieiras diminuem a severidade deste tipo de moléstias. Estas condições impedem a acumulação de umidade por longos períodos e favorecem a cobertura das macieiras com os fungicidas. Nestas doenças a redução do inoculo inicial é fundamental para a redução do seu progresso e a severidade. Uma das formas usadas pelos produtores para atingir este objetivo é a pulverização do pomar no inverno com fungicidas cúpricos e com calda sulfocálcica. O controle químico durante o período vegetativo é feito com fungicidas de ação sistêmica ou meso sistêmica (benzimidazois, estrobilurinas, anilinopirimidinas) e de contato (ftalimidas, ditiocarbamatos, etc) que atuam na sua maior parte como preventivos e que são aplicados a partir do fim da primavera e até a colheita. As recomendações disponíveis para a cultura estabelecem tratamentos com intervalos máximos de 10 dias e sua repetição quando acumulados 35 mm 1 Engª Agrª Dr. Fitopatologia. rosamaria@proterra.agr.br 2 Engº Agrº Dr. Fitopatologia. murilo@proterra.agr.br
2 Folha: 2 de 5 no intervalo entre as pulverizações. Contudo, os resultados obtidos com o controle químico são ainda insatisfatórios e nem sempre há retorno econômico desta estratégia de controle. OBJETIVO O objetivo deste trabalho foi comparar a eficiência da calda sulfocálcica líquida com diferentes concentrações de calda sulfocálcica em pó e o Bordasul para o controle dos propágulos de C. perennans e outros patógenos como estratégia de controle das podridões de verão das macieiras como referências a testemunha sem tratamento e o tratamento feito no pomar. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado em pomar comercial, no município de Vacaria, RS, na variedade Pink Lady, em uma única aplicação, 14/08/2008, 20 dias antes da quebra da dormência. As pulverizações foram realizadas com pulverizador costal de 20 L, com bico cônico J10, sendo as plantas pulverizadas até o ponto de escorrimento. Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizados com 3 repetições, sendo cada parcela constituída de 5 plantas, onde as 3 plantas centrais foram consideradas área útil. Os dados climáticos são apresentados no item anexo deste documento. Os tratamentos utilizados no experimento são apresentados na Tabela 1. Os frutos foram colhidos em 06/05/2009, sendo coletados 55 frutos por parcela, ao acaso, os quais foram enviados ao laboratório CPPro para avaliação de incidência de podridões e infecção latente de Olho de Boi, Podridão Amarga e demais patógenos como Alternaria spp. e Botryosphaeria spp. A avaliação de incidência consistiu de avaliar a presença e ausência dos frutos coletados na colheita. 3 Engª Agrª MSc Fitossanidade. geraldine@proterra.agr.br
3 Folha: 3 de 5 A avaliação de infecção latente consistiu na hidratação dos frutos e incubação em temperatura de aproximadamente 23ºC por 22 dias. Tabela 1: Tratamentos, princípio ativo e doses utilizados no experimento. Tratamentos Ingrediente Ativo Doses (kg ou L/100 L) 1. Testemunha Sulfocal S (50%) e Ca (5%) 1,0 kg 3. Sulfocal S (50%) e Ca (5%) 1,2 kg 4. Sulfocal S (50%) e Ca (5%) 1,5 kg 5. Sulfocal + Bordasul S (50%) e Ca (5%) + Cu 1 kg + 0,1 kg (23%) e Ca (5%) 6. Bordasul Cu (23%) e Ca (5%) 0,2 kg 7. Calda sulfocálcica Enxofre e cal virgem 3,0 L RESULTADOS Os resultados de avaliação de incidência na colheita e de incidência somando-se os frutos de colheita e infecção latente são apresentados na Tabela 2. Os resultados revelam uma redução na incidência de olho de boi tanto em incidência de frutos de colheita como na incidência do somatório de frutos de colheita e infecção latente pelos tratamentos Sulfocal 1,5 Kg/100 L e da mistura Sulfocal (1,0 kg/ 100 L) + Bordasul (0,1 kg/100 L). O tratamento Bordasul (0,2 kg/100 L) apresentou como melhor tratamento no controle da incidência do somatório de todas as podridões. A época de pulverização (tratamento único) realizado anterior a quebra de dormência mostrou ser muito importante no controle dos agentes patogênicos causadores de podridões carpelares e de verão, onde as infecções dos frutos podem ocorrer no início da formação dos frutos.
4 Folha: 4 de 5 Tabela 2. Resultados de avaliação de incidência na colheita e incidência dos frutos de colheita mais os frutos de infecção latente e incidência total de podridões. CPPro, Vacaria/RS. Safra 2008/2009. Incidência Podridão Total de Olho de Boi Amarga Podridões Tratamentos Colheita Colheita Colheita + Colheita + Infecção latente + Infecção latente Infecção latente 1. Testemunha 17,33 a 24,63 a 26,99 a 40,95 a 2. Sulfocal 15,88 b 21,81 b 17,19 b 30,00 c 3. Sulfocal 17,13 b 19,40 b 19,57 b 30,14 c 4. Sulfocal 10,02 c 15,66 c 18,09 b 28,74 c 5. Sulfocal + Bordasul 9,96 c 14,47 c 21,03 b 27,30 d 6. Bordasul 15,15 b 19,39 b 10,21 c 24,37 e 7. Calda sulfocálcica 14,25 b 19,94 b 23,76 a 38,73 b CV (%) 25,92 20,98 32,85 22,00 Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. Podridões encontradas: Podridão carpelar (vários patógenos), Podridão olho de boi (Criptosporiopsis perennas), podridão amarga (Colletotrichum gloeosporioides), Podridão Branca (Botryosphaeria spp.) e Podridão Negra (Alternaria spp.). CONCLUSÕES Os tratamentos Sulfocal na dose de 1,5 kg/100 L apresentou o melhor resultado bem como o tratamento Sulfocal, dose 1,0 kg/100 L em mistura com Bordasul 0,1 kg/100 L. A pulverização realizada vinte dias antes da quebra de dormência foi eficiente para redução da quantidade de agentes causadores de podridões carpelares e de verão.
5 Folha: 5 de 5 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BONETI,J.I.DA S.;RIBEIRO,L.G.;KATSURAYAMA,Y. Manual de identificação de doenças e pragas da macieira.florianopolis.epagri p. GUTHRIE, E.J. The occurrence of Pezicula alba sp. Nov. and P. malicorticis, the perfect stage of Gloeosporium album and G. perennans in England. Transactions of the British Mycological Society, London, v.42,p , JONES, A.L. ; ALDWINCKLE, H.L. (Des). Compendium of apple and pear diseases. St. Paul : Americium Phytopathological Society, p. KIENHOLZ; J.R. Control of bull`s eye rot of apple and pear fruits. Plant Disease Reporter, Beltsville, v.40, p ,1956. VALDEBENITO SANHUEZA,R.M. Podridões de maçãs frigorificadas: guia para diagnóstico.empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria, Centro Nacional de Uva e Vinho, Brasília: EMBRAPA-SPI, p. VALDEBENITO SANHUEZA,R.M. Características e controle de Glomerella cingulata (Colletotrichum gloeosporioides), agente causal da mancha das folhas e frutos da macieira. Bento Gonçalves.Embrapa Uva e Vinho p(Embrapa Uva e Vinho.Circular técnica, 25). VALDEBENITO SANHUEZA, R. M. Características da doença olho de boi e do cancro perene das macieiras causada por C. perennans. In: Enfrute, 4., p WILSON, E.E.; OGAWA, J.M. Fungal, bacterial and certain non parasitic diseases of fruit and nut in California. Berkeley Univ. California, p.18-19, Vacaria, 05 de junho de Dr. Rosa Maria Valdebenito Sanhueza Responsável Técnico Laboratório Proterra Engenharia Agronômica
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