BOLETIM CUSTO E PREÇO Balanço Janeiro 2011

Documentos relacionados
Série histórica dos estoques mundiais Arroz 2005/ / / / / /2011

BOLETIM CUSTOS E PREÇOS Julho de 2013

REGIÕES DE MAIOR CONCENTRAÇÃO NA PRODUÇÃO DE SOJA NO BRASIL

Balanço 2016 Perspectivas Pecuária de Leite

AGROMENSAL CEPEA/ESALQ Informações de Mercado

1 Lavouras. Cereais, leguminosas e oleaginosas. Área e Produção - Brasil 1980 a 2008

AGROMENSAL CEPEA/ESALQ Informações de Mercado

Associação Brasileira dos Produtores de Soja

CONJUNTURAL AGROPECUÁRIO SOJA - CHICAGO

Preço médio da Soja em Mato Grosso do Sul Período de 10/06 á 14/06 - Em R$ por saca de 60 kg.

Balanço 2016 Perspectivas 2017

Associação Brasileira dos Produtores de Soja

CONJUNTURAL AGROPECUÁRIO NOTÍCIAS AGRÍCOLAS

AGRICULTURA. Janeiro de 2018 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Figura 1 Principais índices de inflação, em variação % abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13 set/13 out/13 nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14

BOI GORDO (Arroba) BOI GORDO (Arroba)

AGRICULTURA. Novembro de 2017 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Associação Brasileira dos Produtores de Soja. Boletim n 06/2019 ACOMPANHAMENTO DA SAFRA DE SOJA

No mês de janeiro houve queda no preço médio em quase todos os estados, com exceção de Goiás.

O Mercado de grãos. Em meio à alta do dólar e incertezas econômicas e clima. Rafael Ribeiro Zootecnista, mestrando em Administração

CONJUNTURAL AGROPECUÁRIO

mostra a Tabela 1. O estado do Rio Grande do Sul não acompanhou o cenário de queda

Nos últimos 20 anos, a produção brasileira dos principais grãos de

Preço médio da Soja em Mato Grosso do Sul Período: 01/10 á 09/10 de Em R$ por saca de 60 kg.

CONJUNTURAL AGROPECUÁRIO

Preço médio da Soja em Mato Grosso do Sul Período: 02/09 á 06/09 de Em R$ por saca de 60 kg.

Milho: safra maior e entrada da primeira safra trazem queda nos preços Aumento na safra norte-americana em 2007/08

Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação - UNIJUÍ

informe Mercado do Leite Mercado da Carne Comentários Dicas Técnicas Eventos Edição 001 Julho 2016 Em Junho o preço do leite subiu em todos os estados

BOVINOCULTURA DE CORTE Mercado Interno

O panorama nacional do mercado de lácteos 2017 & Valter Bertini Galan MilkPoint Inteligência

BOLETIM CUSTOS E PREÇOS Agosto de 2012

No dia , o USDA divulgou seu relatório de oferta e demanda dos principais produtos agropecuários da safra 2010/11:

Relatório Semanal Unibarter

mês passado (Tabela 1). O estado do Rio Grande do Sul apresentou a maior cotação

CONJUNTURAL AGROPECUÁRIO NOTÍCIAS AGRÍCOLAS

O MERCADO DE SOJA 1. INTRODUÇÃO

BOLETIM DO MILHO Nº 13

TRIGO Período de 27 a 30/07/2015

Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação - UNIJUÍ

CONJUNTURAL AGROPECUÁRIO NOTÍCIAS AGRÍCOLAS

AGRICULTURA. Abril de 2018 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

mês de -3,58%, com preço de R$62,60/sc. Goiás apresentou a maior queda de março a

Os preços médios da soja pago aos produtores familiares pelas cooperativas

Balanço de Oferta e Demanda (em mi/ton)

No mês de novembro a soja teve uma oscilação positiva na média nacional de

BOLETIM CUSTOS E PREÇOS Fevereiro de 2014

Os preços médios da soja em junho apresentaram queda em relação ao mês

Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação - UNIJUÍ

CONJUNTURAL AGROPECUÁRIO NOTÍCIAS AGRÍCOLAS

ANÁLISE CONJUNTURAL ANÁLISE CEPEA

Conjuntura Econômica. Figura 1 Aumento dos preços no acumulado de 12 meses em Campo Grande - MS (%) 7,82 7,09 6,27 5,69 6,83 6,1 4,38 4,16 3,6 3,34

O preço médio da soja pago aos produtores familiares pelas cooperativas

Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação - UNIJUÍ

120,00 100,00. Valor Médio (R$) 80,00 60,00 40,00 20,00

ANÁLISE TÉCNICA E CICLOS FINANCEIRIZAÇÃO DO MERCADO ANÁLISE FUNDAMENTAL (OFERTA E DEMANDA)

ACOMPANHAMENTO DE SAFRA SOJA /2015

Arroz. Sérgio Roberto Gomes dos Santos Júnior COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO CONAB

Parceiros Comerciais do RS no período de

CONJUNTURAL AGROPECUÁRIO

Balanço 2016 Perspectivas Pecuária de Corte

CONJUNTURAL AGROPECUÁRIO

Informativo USDA: BRASIL TEM QUEDA DE 12% NA PRODUÇÃO. 04/junho/2018. Informativo Semanal sobre Tendências de Mercado N o 728

PREÇOS CORRENTES 17/06/2013

Boletim Informativo Diário

Boletim do Complexo soja

Balanço 2016 Perspectivas Café

Fechamento dos Mercados Segunda-feira 07/11/16 granoeste.com.br (45) Atual Ant. Dif.

Associação Brasileira dos Produtores de Soja. Boletim n 04/2019 ACOMPANHAMENTO DA SAFRA DE SOJA

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum 1 Jaciele Moreira 2

Realização: Apresentação. Seja parceiro:

Boletim n 02 Acompanhamento da safra de soja. Associação Brasileira dos Produtores de Soja

Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação - UNIJUÍ

Mundo: Oferta e demanda global de grãos selecionado Em Milhões de toneladas. Estoques finais Produção Consumo

Realização: Apresentação. Seja parceiro: Nesta edição: Caroço de algodão pg.2 Milho pg.4 Amendoim e óleo pg.3 Soja pg.5. Ano II N 1 Abril de 2018

Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação - UNIJUÍ

os preços médios estaduais da soja apresentaram variações positivas, com exceção do

AGROSAFRA SETEMBRO DE 2015

CONJUNTURAL AGROPECUÁRIO

Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação - UNIJUÍ

PELA PRIMEIRA VEZ, ARROBA SOBE MAIS QUE CUSTO NO 1º SEMESTRE

AGRONEGÓCIO Realidade e Perspectivas com foco no ARROZ BRANDALIZZE Agosto de 2011 Vlamir Brandalizze

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum 1 Jaciele Moreira 2

DPE / COAGRO Levantamento Sistemático da Produção Agrícola - LSPA Diretoria de Pesquisas Coordenação de Agropecuária Gerência de Agricultura LSPA

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum 1 Jaciele Moreira 2

1- CENÁRIOS DO MERCADO E PREÇOS PARA SOJA, MILHO E TRIGO SAFRA 2014/15.

CONJUNTURAL AGROPECUÁRIO SOJA- CHICAGO

Queda no preço do bezerro limita alta do COT em 2016

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum 1 Jaciele Moreira 2

Figura 1 Principais índices de inflação, em variação % jun/13 jul/13 ago/13 set/13 out/13 nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum 1 Jaciele Moreira 2

w w w. i m e a. c o m. b r

Realização: Apresentação. Seja parceiro: Nesta edição: Caroço de algodão Girassol e óleo Amendoim e óleo. Ano II N 2 maio de 2018.

VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA DEVE AUMENTAR 2,99% EM 2018

Parceiros Comerciais do RS no período de

BOI GORDO (Arroba) Praça BARREIRAS 102,00 102,00 102,00 102,00 102,00 SANTO ANTONIO DE JESUS 104,00 104,00 104,00 104,00 104,00

PAM 2016: valor da produção agrícola nacional foi 20% maior do que em 2015

Edição 37 (Março2014)

Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação - UNIJUÍ

Abril de USDA PREVÊ AUMENTO DE 2,3% DA PRODUÇÃO DE LEITE BRASILEIRA EM 2012

Transcrição:

BOLETIM CUSTO E PREÇO Balanço Janeiro 2011 ARROZ: Os preços de arroz em casca, cotados na terceira semana de janeiro de 2011, vem apresentando uma notável estabilidade, variando positivamente em 0,3% em relação aos preços da semana anterior. Em Uruguaiana/RS, o preço do cereal atingiu R$ 23,50 por saca de 50 kg, enquanto que em Camaquã/RS, chegou a atingir R$ 23,13. No mercado brasileiro o preço do arroz vem apresentando queda expressiva desde dezembro de 2010. A manutenção da moeda nacional valorizada, associada a boas safras apresentadas pela Indonésia e pelo Mercosul, dificultam a exportação de arroz, o que gera um excesso de oferta no mercado interno e pressiona os preços para baixo. Por outro lado, os leilões de escoamento do produto PEP, também contribuem para a tendência de queda dos preços. O relatório de demanda e oferta do USDA, divulgado em janeiro, prevê que o consumo de arroz, referente a safra de 2010/11 irá superar a produção do cereal em, aproximadamente, 400 mil toneladas, provocando uma redução insignificante no volume de estoques, que deve chegar, no seu valor final, a 94,37 milhões de toneladas. FEIJÃO: No mercado nacional, o preço do feijão carioca manteve-se inalterado nas três primeiras semanas do mês de janeiro, cotado a R$ 65,00 por saca de 60 Kg, tendo como referencia o mercado de Unaí/MG. Já o feijão preto, produzido em Prudentópolis/PR, sofreu uma queda de 7,1% em relação ao preço apresentado na semana passada, atingindo o valor de R$ 69,15 por saca. O momento atual do mercado brasileiro é conhecidamente de oferta abundante, com preços mais baixos. Entretanto, o efeito sazonal sobre preços vem sendo agravado por uma oferta de baixa qualidade do produto, onde o excesso de chuvas em algumas regiões vem produzindo feijão com alto teor de umidade e grãos manchados, o que influencia negativamente os preços da leguminosa. O excesso de oferta vem sendo pressionado, também, pelas

intensivas importações de feijão procedentes da China, que vem entrando no país desde o final de 2010. Só em dezembro foram compradas 31 mil toneladas do produto, sendo pouco mais de 90% representados por produtos chineses. MILHO: As cotações de milho no mês de janeiro seguiram em alta, tanto no mercado interno quanto no externo. No mercado interno a restrição de oferta tem mantido os preços em níveis elevados. Já no mercado internacional os preços estão influenciados pela safra da Argentina, atingida pela falta de chuva no inicio de 2011. Na primeira quinzena de janeiro os preços se estabilizaram em R$ 17/sc 60kg em Sorriso - MT e R$ 23/sc 60kg em Campo Mourão - PR. Entre 17 e 24 de janeiro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas-SP) subiu 3,74%, fechando a R$ 31,38/sc de 60 kg. No mês, o índice acumula alta de 11%. Neste momento, os produtores voltam a atenção para a definição da safrinha. A tendência é de um recorde de área para a segunda safra de milho motivada pelo cenário de preços atrativos e concorrência com o algodão na região centro-oeste. Devido ao atraso das chuvas na safra de verão e conseqüente redução na janela de plantio, os riscos climáticos da safrinha deverão ser monitorados de perto pelos produtores.

LEITE: Em dezembro o preço médio do leite pago ao produtor foi de R$0,7207/litro. O valor pago foi o segundo maior para o período desde 1994, ficando abaixo apenas do registrado em 2007. A região sul apresentou as maiores altas, Santa Catarina registrou um aumento de 4,22% frente a novembro, Rio Grande do Sul e Paraná, 3% e 1,3% respectivamente. O maior preço médio continuou sendo verificado em São Paulo, de R$ 0,7586/litro, semelhante ao praticado em novembro. Em Minas Gerais, os preços também se mantiveram estáveis, com leve recuo de 0,3%, R$ 0,7235/litro. Na Bahia, a queda foi de 2,4%, com média a R$ 0,6538/litro. O clima (seca), os elevados custos com alimentação e o consumo aquecido no segundo semestre de 2010 sustentaram os preços mesmo em um período atípico. Considerando-se a média dos 12 meses de 2010, houve um aumento de 0,59% em relação a 2009 já descontada a inflação. Em termos nominais o acréscimo foi de 5,5%. O mercado spot e o leite UHT seguiram estáveis entre novembro e dezembro, o que pode sinalizar que os preços a serem pagos aos produtores em janeiro também permaneçam nos mesmos níveis do mês anterior.

CAFÉ: Os preços da saca de café em janeiro, na maioria das regiões analisadas, registraram um leve aumento. A maior alta foi registrada no sul de Minas Gerais, 8,5%. A exceção foi Luís Eduardo Magalhães/BA com uma queda de 1,4%. O ano de 2010 foi marcante para a cafeicultura nacional.o setor arrecadou em 2010 US$ 5,7 bilhões, um acréscimo de 35% frente a 2009, estabelecendo um recorde de faturamento do setor. A produção e as exportações, da mesma maneira, atingiram níveis máximos de 54 milhões de sacas e 33,2 milhões de sacas, respectivamente. O ano de 2011 é marcado pela queda na produção. Com a menor oferta a expectativa é de melhores preços para os produtores. Os agentes já trabalham com um comprometimento de 75% da safra 2010/2011. Muitos produtores já se orientam a escalonar as vendas para obter uma melhor rentabilidade em 2011.

BOI: O ano de 2010, para a pecuária de corte, registrou preços recordes na cotação do boi gordo. Em dezembro passado, a média nacional foi de R$ 92,16 por arroba, representando um aumento significativo de 34% em relação à média de dezembro de 2009, quando a arroba custava R$ 69,10. Dado o desempenho do setor em 2010, cujo forte crescimento veio alavancado pela demanda interna do produto, espera-se que no ano corrente novos investimentos sejam feitos de forma a manter a tendência crescente do setor. Sabe-se, no entanto, que a demanda interna pode não se apresentar crescimento compatível com o do setor, podendo levar a excessos de oferta, que pressionarão os preços da arroba em 2011 para baixo. Para evitar esse cenário o setor deve se preocupar em escoar a produção para mercados internacionais, estratégia de difícil execução dado o elevado nível de preços e a manutenção de uma moeda nacional valorizada, que reduzem a competitividade externa ao encarecer o produto. Mesmo assim, a situação dos nossos vizinhos Uruguaios, Argentinos e Paraguaios, pode favorecer nossas exportações ao eliminar a concorrência externa, o que já pode ser sentido na retomada de vendas de carne industrializada para os Estados Unidos. SOJA: Mesmo com início da colheita e baixa disponibilidade do grão os preços de soja na segunda semana de janeiro não apresentaram grandes mudanças. No PR, o aumento foi de 2%, com a saca de 60kg passando de R$49 para R$50, no MT alta de 4,65%, de R$43 para R$45. Já no RS os preços caíram 1%, atingindo R$50.O Indicador ESALQ/BM&FBovespa para o produto transferido no porto de Paranaguá teve baixa de 0,96% em sete dias, finalizando a R$ 51,50/sc de 60 kg. As cotações internacionais de soja em janeiro apresentaram alta superior a 6%, ultrapassando a barreira dos US$14/bushel, maior valor desde julho de 2008. As causas desse aumento foram a robustez da demanda global, as perdas na Argentina, uma previsão de menor área plantada nos EUA em 2011 e a firmeza do mercado financeiro. Para o Brasil as condições gerais da safra são muito satisfatórias, com exceção do RS. Os produtores estão atentos ao desenvolvimento das lavouras e à

colheita em algumas regiões, aguardando o avanço dos trabalhos e já planejando a safrinha com milho ou algodão. ALGODÃO: O preço do algodão vem superando as expectativas dos agentes de mercado desde agosto de 2010. O Indicador CEPEA/ESALQ com pagamento em 8 dias atingiu R$ 3,4862/lp, recorde da série do Cepea, iniciada em 1996 valores deflacionados pelo IGP-DI de dez/10. No mês de janeiro o Indicador já subiu quase 20%. Na Bahia a variação semanal foi de 2,85%, de R$ 105,14/@ para R$ 108,14/@. Já no Mato Grosso o preço passou de R$ 106,81/@ para R$ 109,13/@. A principal causa desse expressivo aumento vem de estoques mundiais mínimos, resultando na menor relação estoque/consumo dos últimos 15 anos. Em relação a safra 2010/2011 a perspectiva é de também um recorde de área plantada. A produção deve chegar a 1,8 milhão de toneladas, segundo dados da Conab, aumento de 53,7%, também recorde. Em termos mundiais, a produção deve crescer 13,7%. O expectativa é de manutenção de preços atrativos, pois mesmo com o aumento da oferta, a relação estoque/consumo permanecerá apertada.