Rio de Janeiro, 30 de agosto 2016. CONSELHO DELIBERATIVO COMISSÃO PERMANENTE DE FINANÇAS PARECER Ilmo. Sr. Rodrigo Villaça Dunshee de Abranches Presidente do Conselho Deliberativo Senhor Presidente, Ref.: Execução Orçamentária 1º Semestre de 2016 1 Com relação à Execução Orçamentária do 1º Semestre de 2016, esta Comissão apresenta o presente Parecer. PREMISSAS Esta Comissão baseou sua análise no documento Of. 077/Pres., datado de 8/8/2016 assinado pelo Sr. Presidente do Conselho Diretor Eduardo Bandeira de Mello. Este parecer obedece às modificações estatutárias aprovadas pelo Conselho Deliberativo em 07/04/2015, que acrescentou à competência do Conselho Deliberativo a elaboração, através de sua Comissão de Finanças, de relatório de acompanhamento da execução orçamentária, com a comparação entre as rubricas previstas e realizadas.
I COMPORTAMENTO DAS RECEITAS O total das receitas teve uma variação positiva em relação ao orçamento de 8,22%, ou R$ 16,8 milhões (9,07% ou R$ 17,4 milhões, se considerarmos a Receita Operacional Líquida). Os principais destaques positivos são: - variação positiva de R$ 12 milhões, 150,7%, em relação ao orçamento no grupo Social, Amador e Patrimonial, uma vez que, a rescisão do contrato de arrendamento do Edifício Hilton Santos com a REX gerou um registro como receita de R$ 11,3 milhões, anteriormente contabilizados como adiantamento; - variação positiva de R$ 7 milhões, 140,9%, em relação ao orçamento na rubrica Transferência de Jogador, resultado esse ocasionado pela receita oriunda da venda dos direitos econômicos do jogador Kayke, R$ 7,3 milhões, e Wallace, R$ 3,2 milhões, além de outros valores registrados como empréstimos de atletas e mecanismo de solidariedade; - variação positiva de R$ 3,5 milhões, 22,68%, em relação ao orçamento na rubrica Bilheteria/Estádio, tendo como principais explicações as variações positivas de R$ 2,9 milhões no Campeonato Brasileiro, R$ 1,8 milhões no Campeonato Carioca e R$ 1,7 milhões com a receita não prevista em função da disputa da 1ª liga, sendo parcialmente compensadas pela eliminação precoce na Copa do Brasil, R$ 1,4 milhões, Camarotes e Alimentação, R$ 1 milhão e Jogos Amistosos, R$ 1,3 milhões. 2 O principal destaque negativo foi o comportamento do grupo Patrocínio e Publicidade, R$ 6,4 milhões, 17,7%, abaixo do previsto, em função, substancialmente, de atrasos na entrada de recursos incentivados referentes ao basquete, R$ 4,4 milhões, e Esportes Aquáticos, Ginástica/Judô e Remo, R$ 1,3 milhões. Em relação à composição, 51% do faturamento do clube se refere a Direitos de Transmissão, seguindo por Patrocínio e Publicidade, 13%, Bilheteria/Estádio e Social, Amador e Patrimonial, 9% cada, Programa Nação Rubro-Negra, 6% e Transferência de Jogador, 5%. II COMPORTAMENTO DAS DESPESAS O total das despesas teve uma variação positiva, isto é, valor maior do que o previsto, de R$ 19,9 milhões, 16,9%. As principais razões para essa variação foram:
- variação de 6,5 milhões, 31,5%, na rubrica Amortização, tendo em vista as amortizações causadas pela venda dos atletas Kayke, R$ 2,2 milhões, e Wallace, R$ 2,9 milhões, além de R$ 1,2 milhões de gastos acima do projetado; - variação de R$ 6,1 milhões, provocada pelo lançamento do parcelamento de dívida ativa de IPTU e valores correntes, devido à rescisão do contrato com a REX e perda da isenção do imposto; - variação de R$ 3,7 milhões, 6,4%, em Despesas de Pessoal, ocorrida no futebol profissional. - variação de R$ 1,5 milhão, 18,4%, em Despesas com jogos e competições, em função do próprio aumento na arrecadação com bilheteria. Em relação à composição, 46% das despesas do clube se referem a Despesas com Pessoal, seguindo por Serviços de Terceiros, 17%, e Amortizações, 13%. III RESULTADOS 3 O fato de registrar receitas operacionais líquidas, R$ 210 milhões, superiores as despesas totais, R$ 138 milhões, fizeram com que o clube registrasse resultado operacional positivo de R$ 71,1 milhões. Como em valores absolutos, a variação em relação ao orçamento das despesas totais, R$ 19,9 milhões, foi superior a variação obtida nas Receitas Operacionais Líquidas, R$ 17,4 milhões, o Resultado Operacional esteve 3,47%, R$ 2,6 milhões, abaixo do previsto. O EBITDA, que desconsidera as despesas com amortizações e depreciações, acumulado até junho foi de R$ 98,5 milhões, ficando 4,24% (R$ 4 milhões), acima do previsto, que era de R$ 94,5 milhões. Tendo em vista que as despesas financeiras líquidas ficaram menores do que as orçadas em R$ 1,4 milhão, 5,58%, o Resultado do Exercício, que foi de R$ 47,5 milhões, ficou 2,4% abaixou do previsto, R$ 1,2 milhão.
IV EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DE CAIXA O resultado de caixa ficou em R$ 32,2 milhões, R$ 1,2 milhão, 3,56% abaixo do orçado. O clube registrou total de entradas de R$ 282 milhões, variação de 1,29%, R$ 3,6 milhões, acima do previsto, tendo como principais fatos positivos: - Transferência de Jogador, R$ 5,3 milhões, 105,41% acima do projetado, ocasionado pelas vendas dos atletas Kayke e Wallace, além de empréstimos e mecanismo de solidariedade; - Bilheteria/Estádio, R$ 3,9 milhões, 25,12% acima do previsto, e; - Outras Receitas, R$ 2,4 milhões, 20,95% acima do projetado, ocasionado pela entrada de R$ 1,6 milhão de receitas financeiras e R$ 500 mil em royalties do contrato da Adidas. Como fatos negativos, podemos destacar: Patrocínio Incentivados, R$ 3,9 milhões, 84,49%, Direitos de Transmissão, R$ 2 milhões, 1,15%, e Novos Empréstimos, R$ 2,8 milhões, 18,8% abaixo do previsto. Em relação aos desembolsos de caixa, foram registrados R$ 277,2 milhões, variação de R$ 13,3 milhões, 5,1% acima do orçado. 4 V ENDIVIDAMENTO LÍQUIDO O clube registou, ao final de junho/2016, um endividamento líquido de 410 milhões, tendo uma redução de R$ 71 milhões no semestre. Do total do passivo do clube, R$ 668 milhões, R$ 228 milhões, 43,8%, é fiscal, R$ 118 milhões, 17,4%, se referem a empréstimos, e, R$ 144 milhões, 14,9% são Receitas Diferidas e se tratam de luvas recebidas pela assinatura de contratos de longo prazo, especialmente TV. Tendo em vista a expressiva redução no semestre, a meta orçada para 2016, R$ 400 milhões, deverá ser cumprida. VI CONCLUSÕES Apesar dos resultados, contábil e de caixa, pouco abaixo da meta prevista, o Flamengo obteve expressivos resultados, principalmente se considerarmos que 2016 foi um ano de crise para quase todos os setores da economia, assim como quando comparado a outros clubes que divulgaram balancetes semestrais.
O clube seguiu a trajetória de redução do endividamento líquido, projetando ter, ao final de 2016, relação dívida / faturamento inferior a 1, fato que sinaliza melhoria na situação financeira a partir de 2017. É importante salientar que a gestão financeira do clube respeitou os princípios contidos nas novas disposições estatutárias, atuando com responsabilidade e gastando menos do que arrecada daí o superávit alcançado. É o nosso parecer. Saul Valdemar Blank Presidente Benny Kessel Relator Francisco Gonzalez Vidal Mário Barboza da Cruz Ricardo Lomba Villela Bastos Walter de Oliveira Monteiro 5 Jaime Correia da Silva