1. EMENTA 2. INTRODUÇÃO



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P L A N O M U N I C I P A L D E S A N E A M E N T O B Á S I C O

Transcrição:

A CRISE HÍDRICA

1. EMENTA O Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE), por meio da Portaria DAEE nº 2617, de 17 de agosto de 2015, declarou em situação de criticidade hídrica a região da bacia hidrográfica do Alto Tietê. Assim, o presente trabalho proporciona aos empresários do setor do comércio de bens, serviços e turismo do Estado de São Paulo, bem como a toda a sociedade, uma análise crítica de sete temas relacionados ao aumento de oferta de água e à mitigação da demanda, mostrando medidas que vêm sendo adotadas pelo governo paulista a fim de diminuir os impactos da crise hídrica que assola o Estado de São Paulo e toda a região sudeste, assim como outras medidas municipais, estaduais e federais que poderiam corroborar com os temas. 2. INTRODUÇÃO A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo vem acompanhando de forma atenta todos os impactos e consequências da Crise Hídrica no Estado de São Paulo, por meio do seu Conselho de Sustentabilidade. Não obstante, a Fecomercio SP exerce representação ativa do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê (CBHAT), na Coordenadoria do Grupo Técnico da Gestão da Demanda (GT-GD) do CBHAT, por meio de sua Assessoria Técnica. Também tem representante no Comitê de Crise Hídrica, instituído no âmbito da Região Metropolitana de São Paulo, pelo Decreto nº 61.111 de 3 de fevereiro de 2015. Como forma de incentivar o setor do comércio, serviços e turismo a usar a água de maneira consciente, a fim de que possa diminuir o consumo de água tratada, foi lançada, em 27 de outubro de 2014, a Cartilha: Água - O que o

empresário do setor de Comércio e Serviços precisa saber e fazer para preservar este precioso recurso., disponível no link http://issuu.com/fecomercio/docs/cartilha_agua_grafica_tela_vers o. 3. ANÁLISE Diante de uma crise hídrica sem precedentes no Brasil, particularmente na região sudeste, o Conselho de Sustentabilidade da Fecomercio SP destaca sete temas relacionados ao aumento de oferta de água e mitigação da demanda. São eles: 3.1 Obras para aumentar a oferta de água O Plano Diretor de Aproveitamento de Recursos Hídricos para a Macrometrópole Paulista 1 é fruto do Decreto nº 52.748, de 26 de fevereiro de 2008. O estudo estima a necessidade adicional de 60 m 3 /s para atender a uma demanda por água bruta (para o abastecimento urbano, industrial e da agricultura irrigada), até o horizonte do ano 2035, que chegará a 283 m 3 /s. O estudo recomenda a execução de obras, divididas em 10 arranjos e escalonadas para 2018, 2025 e 2030. Dentre estas, está em andamento a construção do Sistema São Lourenço, que acrescentará mais 4,7 m 3 /s até outubro de 2017 para abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo. Outras em fase de projeto são a Barragem Duas Pontes, em Amparo, e a Barragem Pedreira, nos municípios de Campinas e Pedreira, que ampliarão a oferta hídrica para as Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí em cerca de 7 m 3 /s. Em novembro de 2014, o Governador Geraldo Alckmin se reuniu com a Presidente Dilma Rousseff, a fim de obter recursos para as obras das duas barragens citadas acima e outras que podem ser vistas no ANEXO A. 1 http://www.daee.sp.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1112:plano-diretor-deaproveitamento-dos-recursos-hidricos-para-a-macrometropole-paulista&catid=42:combate-a-enchentes

No ano de 2014, obras emergenciais foram executadas na Região metropolitana de São Paulo a fim de permitir a transferência de 6,3 m³/s para atendimento de áreas anteriormente abastecidas pelo Sistema Cantareira. Tais obras podem ser vistas no ANEXO B. Em 2015, novas obras emergenciais foram cogitadas. O ANEXO C mostra as possibilidades de aportes (transferências e reversões) no Sistema Alto Tietê (com valor estimado de 7,7 a 9 m³/s) e no Sistema Guarapiranga (para acrescentar 4 m³/s na oferta de água), bem como a situação das obras elencadas para serem executadas. 2 Recomenda-se: a) Antecipação mínima de sete anos das obras do Plano Diretor de Aproveitamento de Recursos Hídricos para a Macrometrópole Paulista, previstas inicialmente para 2025 e 2030. Assim, também é necessário acelerar todo o pacote das obras previstas inicialmente para 2018. Para tal, o Governo precisará fazer um planejamento para a captação de recursos e os licenciamentos ambientais necessários. b) Além da incorporação de novos sistemas produtores para aumentar a oferta de água para a macrometrópole paulista, é necessário planejar e executar as obras de interligação das diversas bacias e sistemas produtores, o que permitiria, por exemplo, a transferência de água dos sistemas das represas Billings e Guarapiranga para os que atendem às regiões Norte e Oeste da Capital Paulista, as que mais sofrem com os efeitos da seca prolongada. Essa interligação também seria benéfica em tempos de inundações, pois poderiam servir para equilibrar os volumes dos reservatórios. c) Também, além das obras de captação e reservação de água bruta, são necessárias estações de tratamento de água a fim de 2 Informações detalhadas em http://www.sigrh.sp.gov.br/public/uploads/documents/8975/apresentaca o-obras-bombeamento-rio-grande-represa-taiacupeba-realizada-pela-sabesp-na-reuniao-13-05-2015.pdf

universalizar o acesso à água para todos os paulistas. Poderiam ser usados os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). 3.2 Equipamentos economizadores As indústrias de metais e louças sanitárias possuem, em suas linhas de produção, os equipamentos convencionais e os economizadores. O ANEXO D apresenta uma relação destes equipamentos e a respectiva redução no consumo de água. Como incentivo ao uso dos equipamentos economizadores, isto é, que operam com menor vazão e menor pressão, é recomendável: a) Que os governos concedam, nesta época de crise, a isenção de impostos para os equipamentos economizadores de água. A nível estadual, o imposto sobre circulação de mercadorias (ICMS) e a nível federal, o Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS). O ANEXO E apresenta os códigos da Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCMs) dos equipamentos economizadores. b) Descontinuar a produção de metais e louças sanitárias que não sejam dos tipos que economizam água, isto é, operam com menor vazão e menor pressão. Tal medida deveria ser aplicada de modo gradativo, para que a indústria nacional possa ter tempo de se adaptar. c) Proibir a importação de metais e louças sanitárias que não sejam do tipo economizador. d) Exigir, para o licenciamento ambiental e concessão de alvará de construção, que novos projetos de moradia (incluindo as populares) contemplem uso de louças sanitárias e metais de baixo consumo de água. e) Reformar e adaptar todos os prédios de uso público (ministérios, palácios, congresso, câmara dos deputados, assembleia legislativa, hospitais, escolas, entre outros), com a inserção de louças e metais

sanitários de baixo consumo. Neste sentido: i) O Estado de São Paulo deveria seguir o disposto nos Artigos 8º e 9º do Decreto 45.805, de 15 de maio de 2001 que instituiu o Programa Estadual de Uso Racional da Água Potável: adquirir apenas novos equipamentos e metais hidráulico-sanitários com o melhor desempenho de eficiência na conservação e redução do consumo da água potável, além de constar dos editais para contratações de reformas, construções e/ou instalações de novos equipamentos nos imóveis próprios ou de terceiros, a ser efetuadas pela administração pública, a obrigatoriedade do emprego de tecnologia que possibilite a conservação e o uso racional da água potável. ii) O Projeto de Lei Complementar (PLC) 51/2014 do Senado Federal obriga o uso de torneiras com dispositivo de vedação automática de água em todos os banheiros de uso coletivo. f) Que os municípios possam conceder descontos no IPTU para imóveis que usem equipamentos economizadores de água em suas instalações hidráulicas. g) Que antes de comprar qualquer equipamento, que sejam consultados os relatórios trimestrais dos Programas Setoriais da Qualidade (PSQs), disponíveis em http://pbqph.cidades.gov.br/projetos_simac_psqs.php. Tais relatórios integram o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), instrumento do Governo Federal, por meio do Ministério das Cidades, para cumprimento dos compromissos firmados pelo Brasil quando da assinatura da Carta de Istambul (Conferência do Habitat II 1996). A meta do PBPQ-H é organizar o setor da construção civil em torno de duas questões principais: a melhoria da qualidade do habitat e a modernização produtiva 3. 3 Mais informações em http://pbqp-h.cidades.gov.br/pbqp_apresentacao.php.

3.3 Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água (PNCDA) O Ministério das Cidades possui o Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água (PNCDA). Tal programa permite a criação de um selo para aparelhos economizadores de água, semelhante ao selo de eficiência de energia. O GT-GD do CBHAT levantou informações junto ao Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL), Agência Nacional de Águas (ANA) e Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO). O representante da ANA demonstrou interesse na criação de um programa semelhante ao do Selo Procel. O INMETRO desenvolve o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), responsável pela classificação dos equipamentos segundo sua eficiência/consumo. Os padrões de consumo são estabelecidos por comissão técnica, formada por associações de fabricantes, defesa do consumidor, INMETRO, e qualquer outro ator de interesse. Os padrões podem também levar em conta normas ou legislações já existentes. Dessa forma, a Norma ABNT 5626 da Associação Brasileira de Normas Técnica (ABNT) referente às instalações prediais de água fria, cuja revisão está em fase de finalização, pode ser de grande ajuda. Esta norma apresenta, entre outras recomendações, as vazões máximas nos pontos de utilização em função da peça sanitária para o uso racional da água. Para a criação de um programa de etiquetagem para produtos economizadores de água são necessárias duas etapas: (i) realização de reuniões, com todos os atores envolvidos no assunto, a fim de analisar a real necessidade da criação de uma etiqueta, vantagens e desvantagens, se a etiqueta será voluntária ou compulsória, etc. Caso seja constatada a relevância da criação da etiqueta, ela entra na Agenda Regulatória do INMETRO, para começar a ser desenvolvida; (ii) formação de grupo técnico com todos os atores envolvidos, que defina padrões para os equipamentos economizadores de água. Assim, nos moldes do Procel, um selo para os equipamentos economizadores de água é uma maneira de engajar toda a sociedade com foco no comprometimento com a prática de novos hábitos de consumo de água.

3.4 Saneamento Básico O saneamento básico, definido como o conjunto de serviços de abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; drenagem e manejo de águas pluviais urbanas; tem diretrizes nacionais estabelecidas pela Política Nacional de Saneamento Básico (PNSB) (Lei 11.445, de 5 de janeiro de 2007; regulamentada pelo Decreto Federal nº 7.217, de 21 de junho de 2010). O titular municipal dos serviços de saneamento básico fica obrigado, pela PNSB, a elaborar plano de saneamento básico, sendo este condição necessária para o acesso a recursos orçamentários da União ou a recursos de financiamentos geridos ou administrados por órgão ou entidade da administração pública federal, quando destinados a serviços de saneamento básico. O prazo para cumprimento desta obrigação já foi adiado três vezes. O novo prazo é 31 de dezembro de 2015. No Estado de São Paulo, o papel fundamental de fazer cumprir as diretrizes das legislações federal, estadual e municipal para o saneamento básico e exercer as atribuições legais do poder concedente (municípios), é da Agência Reguladora de Saneamento e Energia (Arsesp). Entidade autárquica, vinculada à secretaria Estadual de Governo, (até 2014 estava vinculada à Secretaria de Saneamento e Energia), criada pela Lei Complementar nº 1.025, de 07 de dezembro de 2007 (regulamentada pelo Decreto nº 52.455, de 07 de dezembro 2007), para regular, controlar e fiscalizar, no âmbito do Estado, os serviços de gás canalizado e, preservadas as competências e prerrogativas municipais, de saneamento básico de titularidade estadual. Em 2012, foi elaborada a Resolução Conjunta SMA/SSRH nº 05, de 21 de dezembro de 2012, com o intuito de promover o intercâmbio de informações, no que diz respeito à limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos, entre o Projeto de Apoio à Gestão Municipal de Resíduos Sólidos, da SMA, e o Programa Estadual de Apoio Técnico à Elaboração de Planos Municipais de Saneamento, da SSRH este criado pelo Decreto no 52.895, de 11 de abril de 2008, que autoriza a SSRH a representar o Estado na celebração de convênios

com os municípios paulistas, com vistas à elaboração conjunta dos planos municipais de saneamento (PMS), em conformidade com a PNSB. A SSRH definiu a elaboração dos PMS por Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHIs), a fim de integrá-los posteriormente em planos regionais de saneamento, bases para a elaboração do Plano Estadual de Saneamento. O ANEXO F mostra a quantidade de planos elaborados desde a celebração de convênio entre a SSRH e os municípios do Estado de São Paulo. O PMS é o principal instrumento da política municipal de saneamento que deve definir objetivos, metas e investimentos necessários à universalização do acesso a todos os serviços, promovendo a articulação entre os serviços de abastecimento de água potável (da captação ao hidrômetro); esgotamento sanitário (da coleta até o lançamento final no meio ambiente); limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos (desde a varrição e a coleta à destinação final do lixo, considerando o potencial energético de seu aproveitamento); drenagem e manejo das águas pluviais urbanas; e as demais políticas públicas, como recursos hídricos, saúde pública e desenvolvimento urbano. A Estratégia para o Desenvolvimento Sustentável do Estado de São Paulo 2020 (instituída pelo Decreto Estadual nº 58.107, de 05 de junho de 2012) foi produzida no contexto da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (CNUDS), Rio+20, sob coordenação da Assessoria Especial para Assuntos Internacionais (Casa Civil) e da Secretaria de Meio Ambiente, com a participação de dezesseis Secretarias Estaduais, com consultas a lideranças empresariais e à sociedade civil. Dentre as propostas da Estratégia, destacam-se as metas de universalizar o saneamento básico até 2020, isto é, garantir 100% de abastecimento de água, 100% de coleta de esgotos e 100% de tratamento de esgotos em todos os municípios do Estado.

Os últimos dados disponíveis do Serviço Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) são de 2013 4 e apontam que o estado de São Paulo atende 95,85% da população com abastecimento de água (sendo 98,51% na área urbana), coleta 75,49% dos esgotos domésticos gerados e trata 70,92%. Assim é recomendável que o Estado de São Paulo providencie: a. Coleta e tratamento de todo o esgoto doméstico gerado no Estado de São Paulo, principalmente na região metropolitana, a fim de despoluir os Rios Tietê e Pinheiros. b. Fiscalização e punição dos geradores de esgotos industriais de todo o Estado de São Paulo que lançam seus afluentes nos rios e corpos d água sem tratamento prévio. 3.5 Água de reúso e Aproveitamento de Água de Chuva Já considerando a situação crítica dos recursos hídricos, em decorrência da forte estiagem que atingia a Região Metropolitana de São Paulo, com índices pluviométricos abaixo das médias históricas dos últimos 70 (setenta) anos, em 2003, o Estado de São Paulo, por meio do Decreto Estadual nº 48.138, de 7 de outubro de 2003 instituiu medidas de redução de consumo e racionalização do uso de água, que previam a utilização de água de reúso ou outras fontes (águas de chuva, poços cuja água seja certificada de não contaminação por metais pesados ou agentes bacteriológicos, minas e outros) para lavagem de áreas externas de edificações, ruas, calçadas, praças, pisos frios e áreas de lazer dos órgãos da administração pública direta, das autarquias, das fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público e das empresas em cujo capital o Estado tenha participação majoritária, bem como as demais entidades por ele controladas direta ou indiretamente. Assim, toda a administração pública deveria implantar, promover e articular ações objetivando a redução e a utilização racional e eficiente da água. 4 Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental Serviço Nacional de Informações sobre Saneamento. Diagnóstico dos serviços de água e esgotos 2013: Tabela Resumo de Informações e Indicadores por Estado. Disponível em http://www.snis.gov.br/diag2013/planilhas _AE2013_Resumo_PorEstado.zip. Acesso 20/05/2014.

Em 2013, a Deliberação CRH nº 156, de 11 de dezembro de 2013, estabeleceu diretrizes para o reúso direto de água não potável, proveniente de Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), de sistemas públicos para fins urbanos, no âmbito do Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SIGRH). Há necessidade de consenso entre as Secretarias de Estado da Saúde, de Meio Ambiente e de Saneamento e Recursos Hídricos, para a definição dos padrões de qualidade e monitoramento para uso de água de reúso, em complementação da Deliberação CRH nº 156, para que a água de reúso possa ser usada pelas empresas privadas e públicas, estas em acordo com o já citado Decreto Estadual nº 48.138, de 7 de outubro de 2003. No Estado de São Paulo, há três programas importantes que incentivam a utilização de água de reúso e de águas pluviais, além de outras medidas. O Programa Estadual de Apoio à Recuperação das Águas (Programa Reágua); o Programa de Uso Racional da Água (Pura) e o Programa Estadual de Fomento ao Uso Racional das Águas. Detalhes nos ANEXOs G, H e I. Em 2014, as ETEs Jesus Neto, Parque Novo Mundo e ABC (Projeto Aquapolo), da Sabesp localizadas na RMSP forneceram 13,7 milhões de m³ de água de reúso 5 para uso não potável, como industrial e em serviços como lavagem de ruas e rega de praças e jardins em vários municípios da região. O governo de estado planeja construir duas Estações Produtoras de Água de Reúso (EPARs) que abasteceriam dois sistemas produtores: Guarapiranga e Baixo Cotia. Neste caso, a água de reúso seria tratada em ETAs para atingir os padrões de potabilidade e ser enviada para a população, por meio da rede de distribuição de água potável. Detalhes no ANEXO A. 5 SABESP. Relatório Crise Hídrica, Estratégia e Soluções da Sabesp na RMSP. 30.04.2015. Disponível em http://www.sigrh.sp.gov.br/public/uploads/documents/8934/chess-crise-hidrica-estrategia-e-solucoesda-sabesp-para-a-rmsp.pdf. Acesso em 20 mai 2015.

A utilização de água de reúso (proveniente de água servida própria ou adquirida de estações de tratamento de esgoto) e de água de chuva deveriam ser incentivadas pelo governo. Neste sentido: a) Os governos deveriam exigir, para o licenciamento ambiental e concessão de alvará de construção, que novos projetos de moradia (incluindo as populares) contemplem captação, reservação e uso de água de chuva e o reúso da água servida das pias e lavatórios. b) Os governos deveriam reformar e adaptar todos os prédios de uso público (ministérios, palácios, congresso, câmara dos deputados, assembleia legislativa, hospitais, escolas, entre outros), com captação, reservação e uso de água de chuva e o reúso da água servida das pias e lavatórios. c) A nível federal, o Projeto de Lei nº 12 de 2014 do Senado, estabelece incentivos tributários que estimulam a prática de reúso de água em todo o território nacional (redução de 75% do IRPJ e isenção da contribuição de PIS/PASEP e COFINS para empresa que produzir ou distribuir água de reúso). d) Também a nível federal, o Projeto de Lei nº 112 de 2013 do Senado Federal, altera a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei nº 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências, com o objetivo de instituir incentivos e programas para implantação de sistemas de coleta, armazenamento e utilização de águas pluviais em condomínios residenciais e comerciais. e) Os municípios do estado de São Paulo poderiam conceder descontos de IPTU (comumente chamados de IPTU Verde ), para imóveis antigos que fossem reformados ou imóveis novos que fossem construídos com sistema de captação de água de chuva (com armazenamento em reservatórios para uso da água pluvial no próprio imóvel) e sistemas de reúso de água (que utiliza, após o

devido tratamento, águas residuais provenientes do próprio imóvel para atividades que não exijam água potável). Alguns municípios paulistas que já adotam esta prática podem ser vistos no ANEXO J. Na cidade de São Paulo, o Projeto de Lei 386/2014, acrescenta dispositivo à Lei Municipal n 6.989/66, criando incentivos ambientais, com descontos no IPTU: 3% para imóveis com sistema de captação da água da chuva e outros 3% para edificações com sistema de reúso de água. 3.6 Perda de água das empresas distribuidoras As perdas de água, tanto reais (ou físicas), isto é, a água que não chega ao consumidor final, sendo perdida em vazamentos presentes na rede de distribuição; quanto as aparentes, o volume desviado por meio de ligações clandestinas e também pela medição imprecisa dos hidrômetros, devem ser combatidas. Os últimos dados disponíveis do Serviço Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2013 6 mostram que no Estado de São Paulo, o índice médio estimado de perdas por faturamento é de 29,23% 7, o índice médio estimado de perdas na distribuição é de 34,34% 8, o que equivale a 368,95 litros por dia por ligação, mais do que a água necessária para 3 pessoas por dia, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. A Sabesp possui um Programa Corporativo de Redução de Perdas, implantado no início de 2009. Até o final de 2014 foram investidos R$ 2,6 bilhões 9, com recursos da JICA (Japan International Cooperation Agency), Caixa Econômica 6 Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental Serviço Nacional de Informações sobre Saneamento. Diagnóstico dos serviços de água e esgotos 2013: Tabela Resumo de Informações e Indicadores Por Estado. Disponível em http://www.snis.gov.br/diag2013 /Planilhas_AE2013_Resumo_PorEstado.zip. Acesso 20/05/2015. 7 isto é, 29,23% da água produzida não entra no faturamento da empresa (perda econômica) por falhas na medição, ligações clandestinas, atendimento a comunidades precárias, etc. 8 isto é, 34,34% da água produzida é perdida durante a distribuição por meio de vazamentos visíveis e não visíveis. 9 SABESP. Relatório de Sustentabilidade. 2014. Disponível em http://site.sabesp.com.br/uploads/file/ sociedade_meioamb/rs_2014.pdf. Acesso em 20 mai. 2015.

Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de recursos próprios. No mesmo período as perdas de faturamento de água da Sabesp diminuíram de 27,6% 10 para 21,3% 9. As perdas físicas representaram a redução de 402 10 para 319 9 litros por ligação/dia, com volume total economizado de 29,4 milhões de metros cúbicos. A Sabesp estima que atualmente cada 1 ponto percentual de queda no índice de perdas total represente volume necessário para o consumo de 300 mil pessoas. As principais ações de combate a perdas são substituição de redes, ramais e hidrômetros, combate a ligações irregulares (fraudes) e varredura de vazamentos não visíveis. Até o final de 2020, o investimento total no programa deverá atingir R$ 5,1 bilhões 9. Este Programa vem propiciando que as perdas na Grande São Paulo se reduzam à taxa média de 1,2 pontos percentuais ao ano na última década. As principais medidas preveem: Instalação e otimização de Válvulas Redutoras de Pressão (VRPs). Implantação e revisão de setorização e Distritos de Medição e Controle (DMCs). Otimização de boosteres. Pesquisa de vazamentos não visíveis por métodos acústicos. Apontamento de vazamentos pelo Técnico de Atendimento ao Cliente Externo (TACE). Mutirão de caça-vazamentos. Reabilitação e troca de redes de água. Intensificação da troca de ramais de água. Treinamento, qualificação e certificação da mão de obra. Redução dos prazos de atendimento para conserto de vazamentos. 10 SABESP. Relatório de Sustentabilidade. 2013. Disponível em www.sabesp.com.br/rs2013. Acesso em 10 jul. 2014.

A Sabesp dispõe de cerca de 1.500 11 VRPs em operação na RMSP, representando cobertura de cerca de 46% da rede de distribuição. A SABESP e outras operadoras como, por exemplo, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Guarulhos e o Semae de Mogi das Cruzes estão diminuindo a pressão noturna de operação do sistema de distribuição, o que vem reduzindo as perdas e por consequência, podendo deixar clientes sem abastecimento de água, situação que se agrava quando o cliente não tem caixa de água para reservação. Destaca-se que a redução de pressão tem se mostrado a ação mais eficiente no enfrentamento da crise hídrica, sendo responsável pela diminuição de 7,3 m³/s (março/15) 12, apenas no Sistema Cantareira, o equivalente a 41% 12 de toda economia obtida nesse Sistema. Mesmo com a significativa melhora nas perdas, estas ainda são altas e as distribuidoras devem priorizar a resolução destes problemas. Neste sentido, o governo do estado e a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) deveriam fixar metas de redução de perdas e fiscalizar as ações das distribuidoras. 3.7 Proteção dos Mananciais A proteção de mananciais é outro desafio que necessita de eficaz fiscalização contra a ocupação irregular dos arredores de represas que abastecem as regiões metropolitanas, como as represas Billings e Guarapiranga no extremo sul da Cidade de São Paulo. Também é necessário preservar as matas nativas e ciliares no entorno das represas, nascentes e córregos. O ANEXO K mostra um novo programa do estado de São Paulo que tem o objetivo de contribuir com a proteção dos mananciais. 11 SABESP. Relatório Crise Hídrica, Estratégia e Soluções da Sabesp na RMSP. 30.04.2015. Disponível em http://www.sigrh.sp.gov.br/public/uploads/documents/8934/chess-crise-hidrica-estrategia-e-solucoesda-sabesp-para-a-rmsp.pdf. Acesso em 20 mai 2015. 12 SABESP. Relatório Crise Hídrica, Estratégia e Soluções da Sabesp na RMSP. 30.04.2015. Disponível em http://www.sigrh.sp.gov.br/public/uploads/documents/8934/chess-crise-hidrica-estrategia-e-solucoesda-sabesp-para-a-rmsp.pdf. Acesso em 20 mai 2015.

O Estado de São Paulo exige que usos, obras ou atividades, que não são passíveis de licença ambiental, como residências unifamiliares, estabelecimentos comerciais, de serviços e institucionais; escolas, clubes, estão sujeitos ao licenciamento para obtenção do Alvará de Licença Metropolitana quando localizadas nas Áreas de Proteção dos Mananciais (APMs), ou na Área de Interesse Especial da Serra do Itapeti, da Região Metropolitana de São Paulo. Excluem-se da obtenção do referido Alvará: calçadas públicas, cercas para delimitação de lotes ou glebas; instalação de medidor de energia elétrica; poste de energia elétrica em calçada pública; aceiro. A política de mananciais, Lei Estadual nº 9866 de 28 de novembro de 1997 considerou uma ou mais sub-bacia hidrográficas dos mananciais como uma Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais (APRM). Assim, cada APRM é criada por uma Lei Específica com regramento próprio e de interesse regional. Desta forma, para solicitar o licenciamento em APM ou APRM, é necessário identificar a bacia hidrográfica onde está localizado o empreendimento, obra ou atividade. Atualmente a RMSP possui três Leis Específicas para os Reservatórios Guarapiranga, Billings e do Alto Juquery (Represas Paiva Castro e Águas Claras). Os demais seguem as leis gerais (vide ANEXO L). O Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CRH) aprovou em 22 de abril de 2015, por meio da Deliberação CRH nº 172, a proposta de Anteprojeto de Lei Específica da Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais do Alto Tietê Cabeceiras (APRM-ATC). A matéria foi analisada e aprovada pelo governador Geraldo Alckmin, que encaminhou o projeto de lei para o aval final da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).

4. CONCLUSÃO É inadmissível que municípios paulistas ainda não tenham seus planos municipais de saneamento (PMS), o alicerce para a sustentabilidade da administração pública, que deve ser feita com planejamento consciente que respeite as necessidades locais e os recursos públicos, de forma a garantir a universalização da água e da coleta e tratamento de esgoto, garantindo o bem estar e a saúde da população. Igualmente inaceitável é o descaso com os mananciais e a implantação de uma política pública de uso racional da água. Desta forma, o Conselho de Sustentabilidade da Fecomercio SP assume que a participação de toda a sociedade, na qual se inclui o setor do comércio de bens, serviços e turismo, é fundamental para a diminuição da demanda por água tratada e o consequente desenvolvimento sustentável do Estado de São Paulo. Assim, o Conselho está à disposição para dialogar sobre as questões aqui levantadas e contribuir na busca de soluções para a manutenção da qualidade de vida da população paulista, no presente e para as gerações futuras.

ANEXO A. Obras anunciadas pelo Governo Estado de São Paulo item OBRA JUSTIFICATIVA VALOR PRAZO Interligação do reservatório Aumentar a oferta no Sistema Cantareira, o R$ 830 14 1 Jaguari (Bacia do Paraíba do Sul) mais afetado pela estiagem, captando água do milhões meses ao Atibainha (Sistema Cantareira) Rio Paraíba do Sul. Barragens Pedreira (divisa Construção de duas novas represas deve municípios Campinas / Pedreira, beneficiar mais de 5 milhões de habitantes na R$ 760 30 2 rio Jaguari) e Duas Pontes região das bacias dos Rios Piracicaba, Capivari milhões meses (município de Amparo, rio e Jundiaí. Camanducaia) 3 4 5 6 7 8 Sistema Adutor Regional de água bruta para as bacias do Rio Piracicaba, Capivari e Jundiaí Interligação do Rio Pequeno com o Reservatório Rio Grande, na represa Billings Estação Produtora de Água de Reúso (EPAR) para reforço do Sistema Produtor Guarapiranga Estação Produtora de Água de Reúso (EPAR) para reforço do Sistema Baixo Cotia Adutora Emergencial Jaguari- Atibaia para reforço da captação de Campinas Levar a água dos reservatórios das barragens Pedreira e Duas Pontes para outros 14 municípios, atendendo cerca de 3 milhões. Aumentar a oferta de água no Sistema Rio Grande, que abastece a região do ABC, e reduzir área atendida pelo Cantareira. Aumentar a disponibilidade hídrica em 14% no Sistema Guarapiranga, mediante tratamento de esgoto captado na altura da Ponte Transamérica, no Rio Pinheiros, em São Paulo. Aumentar a disponibilidade hídrica em 100% do Sistema Baixo Cotia também com água de esgoto tratado. Aumentar a oferta de água no ponto de captação de Campinas no Rio Atibaia, em períodos de baixa vazão. Reforçar o abastecimento em cidades da bacia Perfuração de poços em área de Piracicaba, Capivari e Jundiaí com a perfuração afloramento do Aquífero Guarani de 24 poços profundos em áreas de e adução para bacias PCJ afloramento do Aquífero Guarani, um dos maiores mananciais de água doce do mundo. R$ 397 milhões R$ 500 milhões R$ 250 milhões R$ 275 milhões 18 meses 24 meses 12 meses 18 meses R$ 150 milhões 9 meses R$ 350 milhões 24 meses Fonte: G1 (2014) 13 13 http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/11/alckmin-diz-que-sp-precisa-de-r-35-bi-paraenfrentar-crise-da-agua.html

ANEXO B. Obras emergenciais realizadas em 2014 item Descrição Aumento (m³/s) Ampliação da Estação de Tratamento de Água (ETA) Rodolfo José da Costa 1,0 1 e Silva: para aumento da capacidade de tratamento com a utilização de membranas de ultrafiltração* 2 Ampliação da ETA Rio Grande: aumento de capacidade de tratamento, por meio da implantação de sistema de membranas de ultrafiltração* 3 Implantação da adutora Bela Vista/Conceição, em Osasco, 1.300 metros extensão e diâmetro de 700 mm 4 Intervenções elétricas no Booster Ermelino Matarazzo, do Sistema Alto Tietê, possibilitando transferência para o Cantareira 0,5 Não declarado 0,3 5 Readequação hidráulica no Booster Cidade Líder, permitindo transferência 0,5 para o Cantareira 6 Adequações elétricas nas Estações Elevatórias da ETA Taiaçupeba, 2,0 aumentando a capacidade de produção atual de 13 m³/s 7 Adequação dos painéis elétricos da EEAB Biritiba, ampliando recalque do 2,0 Rio Tietê para o dique da represa Biritiba-Mirim 8 Adequação hidráulica na EEAT Vila Guarani, transferindo para o Cantareira 0,2 9 Intervenções na EEAT Theodoro Ramos e adequações operacionais na adutora Vila Olímpia, para avanço do Sistema Guarapiranga 0,5 10 Operacionalização da Adutora Jabaquara-Sacomã, do Sistema Guarapiranga, ampliando transferência 11 Nova regra operacional na EEAT ABV/Jabaquara e no Booster Cadiriri, possibilitando transferência para o Cantareira 12 Alteração da regra operacional da EEAT França Pinto, possibilitando transferência para o Cantareira 13 Instalação da Adutora Haras/Vila Vitória, do Sistema Rio Grande, permitindo a transferência para o município de Santo André Conclusão das obras da Adutora Jardim Nações/Parque Real em Diadema, 14 permitindo a transferência do Sistema Rio Grande para Guarapiranga e Cantareira 0,2 0,7 0,25 0,5 Não declarado 15 Adequações para aumento de vazão da EEAB Guaratuba 0,5 * Vantagens da ultrafiltração por membranas: funcionamento automatizado e redução do tempo do tratamento (de 2 horas para 30 minutos), da quantidade de produtos químicos usada e do espaço físico ocupado 14. Fonte: SABESP (2015) 15 ANEXO C. Obras emergenciais previstas para 2015 14 SABESP. Obras Emergenciais. Disponível em http://site.sabesp.com.br/site/interna/default.aspx? secaoid=339. Acesso em 7 set 2015. 15 SABESP. Relatório Crise Hídrica, Estratégia e Soluções da Sabesp na RMSP. 30.04.2015. Disponível em <http://www.sigrh.sp.gov.br/public/uploads/documents/8934/chess-crise-hidrica-estrategia-esolucoes-da-sabesp-para-a-rmsp.pdf>. Acesso em 20 mai 2015.

C.1.Reforços para o Sistema Alto Tietê item Descrição 1 Transferência do Córrego Guaratuba para o Rio Claro que deságua na Represa Ponte Nova do Sistema Alto Tietê 2 Transferência do Rio Grande (Billings) para a ETA Taiaçupeba (Alto Tietê) Aumento (m³/s) Status 0,5 Concluída 4,0 Entrará em operação assistida em setembro/2015 * Entregue em Junho de 2015 * 3 Transferência do Rio Guaió ao Ribeirão dos Moraes, próximo Até 1 ao rio Taiaçupeba; para tratamento na ETA Taiaçupeba 4 Reversões dos rios Itatinga e Itapanhaú para a represa Jundiaí 2,4 a 3,7 Em estudo Fonte: BRAGA (2015) 16 *atualizada por SABESP (2015) 17 C.2 Reforços para o Sistema Guarapiranga item 1 2 3 4* 5* Descrição Ampliação da transferência Taquacetuba / Guarapiranga para 5 m 3 /s Reversão do Alto Juquiá para Ribeirão Santa Rita (Guarapiranga) Reversão do rio Alto São Lourenço para Ribeirão Lavras (Guarapiranga) Construção de nova adutora para transferência do Sistema Rio Grande para a zona sul da capital paulista - cerca de 250 mil pessoas deixaram de ser atendidas pelo Guarapiranga, gerando sobra transferida para bairros atendidos pelo Cantareira Ampliação da ETA do Alto da Boa Vista (que trata a água proveniente da represa Guarapiranga) para 15 m 3 /s de água por meio da instalação de membranas (permite avanço do Guarapiranga para região da Avenida Paulista) Fonte: BRAGA (2015) 16 *atualizada por SABESP (2015) 17 Aumento (m³/s) Status a 1,0 Em execução 1,0 Em estudo 2,0 Em estudo Sem informação 2 (Desde 2014) Operação iniciada em abril de 2015 16 BRAGA, B. Apresentação do Secretário de Recursos Hídricos: Benedito Braga. Tema: Segurança Hídrica para São Paulo. Plenária CBH-AT. São Paulo. 12 de março de 2015. Disponível em http://www.sigrh.sp.gov.br/public/uploads/documents/8547/apresentacao_secretario-ssrh_cbh-at_12-03-2015.pdf. Acesso em 21 mai 2015. 17 SABESP. Obras Emergenciais. Disponível em http://site.sabesp.com.br/site/interna/default.aspx? secaoid=339. Acesso em 7 set 2015.

ANEXO D. Comparação da quantidade de água consumida entre equipamentos convencionais e economizadores Equipamento convencional Consumo Equipamento economizador Consumo Economia Bacia com caixa acoplada Bacia com válvula bem regulada Ducha (água quente/fria) até 6 m.c.a. Ducha (água quente/fria) de 15 a 20 m.c.a. Ducha (água quente/fria) de 15 a 20 m.c.a. Torneira de pia até 6 m.c.a. Torneira de pia 15 a 20 m.c.a. Torneira uso geral/tanque até 6 m.c.a. Torneira uso geral/tanque 15 a 20 m.c.a. Torneira uso geral/tanque até 6 m.c.a. Torneira uso geral/tanque 15 a 20 m.c.a. Torneira de jardim 40 a 50 m.c.a. 12 litros/descarga 50% Bacia com Válvula de 6 litros/descarga descarga reduzida (VDR) 10 litros/descarga 40% 0,19 litros/s 32% Restritor de vazão 8 0,13 litros/s litros/min 0,34 litros/s 62% 0,34 litros/s Restritor de vazão 12 litros/min 0,20 litros/s 41% 0,23 litros/s 57% Arejador vazão 0,10 litros/s constante 6 litros/min 0,42 litros/s 76% 0,26 litros/s 0,13 litros/s 50% Regulador de vazão 0,42 litros/s 0,21 litros/s 50% 0,26 litros/s 62% Restritor de vazão 0,10 litros/s 0,42 litros/s 76% 0,66 litros/s Regulador de vazão 0,33 litros/s 50% Mictório 2 litros/uso Válvula automática 1 litro/uso 50% Fonte: Sabesp (2014) 18 18 SABESP - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. Equipamentos Economizadores. 2014. Disponível em <http://www.sabesp.com.br/calandraweb/calandraredirect/?temp=2&temp2= 3&proj=sabesp&pub=T&nome=Uso_Racional_Agua_Generico&db=&docid=58704763E5380E548325711 B0050C88B>. Acesso em 28 out 2014

ANEXO E. Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) dos produtos economizadores Código NCM do Produto Economizador Código NCM do Grupo do Produto 74182000 (artefatos de higiene ou de toucador, 7418 (artefatos de uso doméstico, de higiene ou de e suas partes) toucador, e suas partes, de cobre; esponjas, esfregões, luvas e artefatos semelhantes, para limpeza, polimento ou usos semelhantes, de cobre) 84818019 (Outros) 8481 (torneiras, válvulas (incluindo as redutoras de pressão e as termostáticas) e dispositivos semelhantes, para canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas e outros recipientes) 39229000 (outros) 3922 (banheiras, boxes para chuveiros, pias, lavatórios, bidês, sanitários e seus assentos e tampas, caixas de descarga e artigos semelhantes para usos sanitários ou higiênicos, de plásticos) 69109000 (outros) 6910 (pias, lavatórios, colunas para lavatórios, banheiras, bidês, sanitários, caixas de descarga, mictórios e aparelhos fixos semelhantes para usos sanitários, de cerâmica)

ANEXO F. Panorama dos planos de saneamento no Estado de São Paulo desde a celebração de convênio entre SSRH e municípios do Estado de São Paulo Planos Regionais Planos Municipais de Integrados de Status Saneamento Saneamento Básico (PMS) (PRISB) Elaborados e entregues 105 06 Em elaboração 73 02 Processo de licitação para contratação de empresa/consórcio para apoio à elaboração 130 06 dos planos Fonte: SSRH 19 19 Informações disponíveis em http://www.saneamento.sp.gov.br/pms/pms1310.html. Acesso em 07 set 2015.

ANEXO G. Programa Estadual de Apoio à Recuperação das Águas (Programa Reágua) 20 O Programa Estadual de Apoio à Recuperação das Águas (Programa Reágua) foi criado com o objetivo de apoiar ações de saneamento básico que contribuam para ampliação da disponibilidade hídrica nas unidades de gerenciamento de recurso hídricos (UGRHIs) do Estado de São Paulo com maior escassez hídrica, que são Alto Tietê, Sapucaí/Grande, Piracicaba/Capivari/Jundiaí, Mogi Guaçu e Tietê/Sorocaba. O Reágua foi concebido como um estímulo financeiro à recuperação da qualidade e à conservação de recursos hídricos baseado em resultados, com desembolsos efetuados mediante a verificação do cumprimento de metas previstas de ações de saneamento para implantação ou melhorias de: controle e redução de perdas; uso racional da água; reúso de efluentes tratados e sistemas de esgotos sanitários. Os recursos para o Reágua (US$ 107,5 milhões com prazo até 30/11/2015) são provenientes de acordo de empréstimo entre o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) - US$ 64,5 milhões e o Governo do Estado de São Paulo - US$ 43 milhões. 20 Mais informações em http://www.programareagua.com.br/

ANEXO H. Programa de Uso Racional da Água (Pura) 21 O Programa de Uso Racional da Água (Pura), criado em 1996 pela Sabesp, visa reduzir o consumo de água em prédios públicos (estaduais ou municipais), com correção de vazamentos na instalação hidráulica, implantação de equipamentos de baixo consumo e medidas para o reaproveitamento da água, além do incentivo a práticas contra o desperdício. Já chegou a 8.160 imóveis em todo o Estado. Até o final de 2015, o Pura será implantado em mais 240 escolas estaduais da Grande São Paulo, por meio de parceria com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Ao aderir ao Pura, as entidades podem pagar uma tarifa 25% inferior àquela aplicável a entidades públicas que não tenham aderido ao programa, se conseguirem reduzir o consumo de água em pelo menos 10%. Até 2015, a perspectiva é uma economia anual de R$ 13,9 milhões e de, no mínimo, 216 milhões de litros de água. A estimativa é que a implantação do Pura nesses imóveis propiciará uma conservação mensal de água tratada na rede pública suficiente para abastecer uma cidade com 36 mil habitantes. 21 SABESP. Relatório de Sustentabilidade. 2014. Disponível em http://site.sabesp.com.br/uploads/file/ sociedade_meioamb/rs_2014.pdf. Acesso em 20 mai. 2015.

ANEXO I. Programa Estadual de Fomento ao Uso Racional das Águas 22 O Programa Estadual de Fomento ao Uso Racional das Águas, criado pelo governo do Estado de São Paulo, pelo Decreto nº 61.180 de 20 de março de 2015, tem a finalidade de destinar recursos, mediante a concessão de financiamento não reembolsável por meio de convênios com as prefeituras de municípios com até 50 mil habitantes, prioritariamente localizados nas Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos dos sistemas Alto Tietê; Piracicaba, Capivari e Jundiaí; e Paraíba do Sul, pois são as mais atingidas pela forte estiagem que atingiu o estado de São Paulo e concentram mais de 30 milhões de habitantes. Os recursos iniciais são de R$ 8,7 milhões do Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição (Fecop). Os projetos que podem receber financiamento são relacionados à implantação de sistemas de coleta, armazenamento, tratamento e utilização de águas pluviais, e de reutilização de águas servidas, para uso restrito e não potável e devem ser instalados em equipamentos públicos como creches e escolas municipais; hospitais, postos e unidades de saúde municipais; órgãos e entidades da administração pública direta e indireta municipal, e empreendimentos habitacionais de interesse social destinados a famílias com renda igual ou inferior a seis salários mínimos. 22 http://www.ambiente.sp.gov.br/usoracionaldasaguas/. Acesso em 21 mai 2015.

ANEXO J. Exemplos de municípios com incentivo no IPTU Município Lei Desconto no IPTU para edificações com sistema de: Captação de água de chuva Reúso de água Guarulhos 1 6.793 de 28/12/2010 3% 3% Complementar 236 de Jaguariúna 1% 1% 16/10/2013 Lei complementar nº 634 São Vicente 0,3% de 05/11/2010 1 Benefício concedido por período de cinco anos consecutivos, desde que o imóvel adote ao menos duas das práticas sustentáveis da lista do Art. 61.

ANEXO K. Programa Nascentes 23 O Programa Nascentes é uma ação de governo do Estado de São Paulo, criado pelo Decreto nº 61.137 de 26 de Fevereiro de 2015. Era anteriormente conhecido como Programa Mata Ciliar, instituído pelo Decreto nº 60.521 de 05 de Junho de 2014. Tem os seguintes objetivos: ampliar a proteção e conservação dos recursos hídricos e da biodiversidade, por meio da otimização e direcionamento de investimentos públicos e privados para, entre outros, proteger e recuperar matas ciliares, nascentes e olhos d água; proteger áreas de recarga de aquífero; ampliar a cobertura de vegetação nativa em mananciais, especialmente a montante de pontos de captação para abastecimento público; estimular o plantio de árvores nativas, além da melhoria do manejo de sistemas produtivos em bacias formadoras de mananciais de água. contribuir para a conservação dos recursos hídricos em áreas rurais e urbanas visando à segurança pública, bem como, o uso múltiplo das águas, priorizandose o abastecimento público. A meta inicial é recuperar 4.464 hectares de matas ciliares, utilizando 6,3 milhões de mudas de espécies nativas. Inicialmente, o programa está sendo desenvolvido nas bacias hidrográficas do Alto Tietê, Paraíba do Sul e Piracicaba-Capivari-Jundiaí, regiões que concentram mais de 30 milhões de habitantes. O objetivo final do programa é promover a restauração de cerca de 20 mil hectares de matas ciliares e proteger 6 mil quilômetros de cursos d água. Foi criado um Comitê Gestor do Programa Nascentes, composto pelo secretário de Governo (coordenador do comitê), secretário-chefe da Casa Civil e os secretários do Meio Ambiente; de Saneamento e Recursos Hídricos; da Agricultura e Abastecimento; de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação; da Segurança Pública; de Planejamento e Gestão; da Administração Penitenciária; e também, como suplentes, os respectivos secretáriosadjuntos. O Comitê pode, ainda, convidar para participar de suas sessões representantes de municípios e de entidades, assim como especialistas do assunto. A Secretaria Executiva está a cargo da Secretaria do Meio Ambiente. 23 http://www.ambiente.sp.gov.br/programanascentes/. Acesso em 21 mai 2015

As regras gerais para submissão de projetos e outras informações importantes estão na Cartilha do Projeto Nascente, disponível para download em http://www.ambiente.sp.gov.br/wp-content/uploads/2015/03/programa_nascentes_ 19marco2015.pdf.

ANEXO L. Leis Específicas para APRMs Áreas APRM-G: Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais do Reservatório Guarapiranga APRM-B: Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais do Reservatório Billings APRM-AJ: Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais do Alto Juquery APRM-ATC: Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais do Alto Tietê- Cabeceiras Demais APMs Região do Alto Jaguari Região Alto Juquiá Região Tanque Grande Região do Cabuçu de Cima Região Capivari- Monos Municípios totalmente protegidos Embu-Guaçu e Itapecerica da Serra Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra Não há Não há Sem informação Municípios parcialmente protegidos Cotia (Guarapiranga), Embu, São Paulo (Guarapiranga), Juquitiba e São Lourenço da Serra Diadema, Santo André, São Bernardo do Campo e São Paulo Caieiras, Franco da Rocha, Mairiporã, Nazaré Paulista e São Paulo Biritiba Mirim, Mogi das Cruzes, Paraibuna, Ribeirão Pires, Salesópolis e Suzano Guarulhos, Arujá e Santa Isabel São Lourenço e Juquitiba Guarulhos Guarulhos São Paulo (extremo Sul) Leis e Decretos Lei nº 12.233, de 16/01/2006 Lei nº 375 de 13/07/2009 e Decreto nº 55342 de 01/2010 Lei nº 15.790, de 16/04/2015 Anteprojeto de Lei Específica aprovado pela Deliberação CRH nº 172 de 22/04/2015, convertido no Projeto de lei PL 980/2015 Lei nº 898 de 18/12/1975 (com o artigo 5º modificado pela Lei nº 3.746 de 9/07/1983) Lei nº 1.172 de 17/11/1976