ARTETERAPIA EM SAÚDE MENTAL

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Transcrição:

ARTETERAPIA EM SAÚDE MENTAL BORDIN, Vanessa 1 SCHRAN, Letícia da Silva¹ DIAS, Terezinha Alves 2 RESUMO: Acredita-se que a arte não deveria ser definida, visto que definir significa dar fim. A arte se oferece como espelho multifacetado onde o homem pode se perceber e ver suas experiências refletidas. É uma forma de manifestação do humano e desde os primórdios da cultura, este interage com a natureza plasmando a matéria e comunicando sua subjetividade, buscando transmitir através da pintura com as formas e cores, os sentimentos, aflições, medos, sensações e emoções (PHILIPPINI, 2008). Assim a arteterapia é desenvolvida através de trabalhos manuais como pinturas, desenhos, recortes entre outros e tem como finalidade facilitar a comunicação do indivíduo com o mundo externo, permite também a compreensão de suas dificuldades em lidar com as complicações de sua patologia e tratamento desta. VALLADARES (2008) enfatiza que a arteterapia é uma ferramenta que trabalha a arte, o processo criativo e a relação terapêutica do sujeito com a obra criada. Nesse sentido, podemos inferir que o sujeito, com o uso adequado e dirigido de manifestações artísticas, pode revelar sua forma de percepção do mundo à sua volta, além de traços de sua personalidade e problemas emocionais que podem influir nas suas atividades, inclusive em dificuldades relacionadas aos processos de ensino/aprendizagem. PALAVRAS-CHAVE: Arteterapia; Saúde Mental; Enfermagem Psiquiátrica; Diversidade; Arteterapia nos Serviços de Saúde. INTRODUÇÃO A arteterapia é um dispositivo terapêutico que absorve saberes das diversas áreas do conhecimento, constituindo-se como uma prática transdisciplinar, visando a resgatar o homem em sua integralidade através de processos de autoconhecimento e transformação (COQUEIRO N. F. et al, 2010). Segundo PHILIPPINI (2009) o processo arteterapêutico refere-se a metodologias embasadas em fundamentações teóricas, definindo estratégias, explorando materiais artísticos, delimitando a abrangência de atuação, demarcando cronologias, acompanhamento avaliações. VALLADARES (2002) trata da Reforma Psiquiátrica ao falar sobre seu papel que implica transformar saberes e práticas em relação à loucura, e ao se referir a arteterapia, frisa que deve ter a percepção da complexidade do objeto de intervenção, de compreender o 1 2 Discente do curso de Enfermagem- UNIOESTE. vanessa.bordin@hotmail.com Docente do curso de Enfermagem- UNIOESTE 1

sofrimento psíquico e efetivamente destruir manicômios externos e internos que tem permitido a constituição de determinadas formas de pensar e agir, e fundamentalmente, reinventar modos de se lidar com esta realidade. A arteterapia propicia o autoconhecimento do ser humano como parte de uma relação individual e social, um respeito maior por si próprio, uma melhora na autoestima, na saúde, no prazer de se sentir bem e ver as coisas com novas perspectivas. (CARDOSO e MUNHOZ, 2013). OBJETIVOS Compreender a importância da arteterapia na Saúde Mental; Perceber a influência da arteterapia no âmbito da diversidade e integração social; Compreender como a arteterapia auxilia no tratamento de pessoas com sofrimento psíquico. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este estudo constitui- se de uma revisão sistemática/ recreativa, realizada com artigos de 2002 a 2013, na qual realizou- se uma pesquisa por artigos científicos, selecionados através de busca no banco de dados Bireme, a partir das fontes Medline, Lilacs e Scielo, e com alguns livros referentes ao assunto. A pesquisa dos artigos e livros foi realizada entre março e junho de 2014. A busca nos bancos de dados foi realizada utilizando às palavras- chave: Arteterapia; Saúde Mental; Enfermagem Psiquiátrica; Diversidade; Arteterapia nos Serviços de Saúde. Logo em seguida, buscou- se estudar e compreender as temáticas a serem abordadas e interrelacionando- as para a construção do instrumento metodológico. RESULTADOS A arteterapia é um Processo predominantemente não verbal, por meio das artes plásticas e da dramatização, que acolhe o ser humano com toda sua complexidade e dinamicidade. [...] procura aceitar os diversos aspectos dos pacientes, como os afetivos, culturais, motores, sociais entre outros, tão importantes na saúde mental. (VALLADARES et al, 2008). É um dispositivo terapêutico que absorve saberes das diversas áreas do conhecimento, constituindo-se como uma prática transdisciplinar, visando resgatar o homem em sua integralidade através de processos de autoconhecimento e transformação (PHILIPPINI, 2004). A arteterapia não é mero entretenimento, 2

mas, sim, uma forma de linguagem que permite à pessoa comunicar-se com os outros. (VALLADARES e CARVALHO, 2006). PHILIPPINI (2009) fala sobre o processo arteterapêutico referindo-se a metodologias embasadas em fundamentações teóricas, definindo estratégias, explorando materiais artísticos, delimitando a abrangência de atuação, demarcando cronologias, acompanhamento e avaliações. A arteterapia recebeu influência de áreas do conhecimento como a Psicanálise Freudiana, que, no início do século XX, interessou-se pela arte como meio de manifestação do inconsciente através de imagens. Sigmund Freud observou que o artista pode simbolizar concretamente o inconsciente em sua produção, retratando conteúdos do psiquismo. (COQUEIRO N. F.; VIEIRA, F. R. R.; FREITAS, M. M. C et al, 2010). A arteterapia é dessa forma uma estratégia terapêutica capaz de fornecer suportes materiais adequados para que os indivíduos projetem símbolos em criações da mente. Estas criações simbólicas feitas pelos pacientes que sofrem de algum transtorno mental podem retratar múltiplos estágios da psique, ativando e realizando a comunicação entre inconsciente e consciente, no qual segundo PHILIPPINI (2008), colabora para a compreensão e resolução de estados afetivos em constante conflito, favorecendo a estruturação e expansão da personalidade através do processo criativo. Como a própria PHILIPPINI (2008) frisa: Delicados e tênues traçados de mapas psíquicos, revelando territórios antes ocultos, desvelando paisagens férteis ou desérticas [...] ; tratando do trabalho de arteterapia ao explorar as capacidades mentais de pacientes em tratamento, a arte terapeuta tem a responsabilidade de facilitar estas descobertas aos pacientes, proporcionando mudanças. Segundo URRUTIGARAY (2008), o fazer Arte implica diretamente nestas mudanças, transformações, pois, estimulam as ordenações de ideias surgidas pela elaboração mental, como ação interativa entre fato e ideia implícita nele, produzindo o pensamento, ou seja, aquele que tem acesso à arte ou ao fazer artístico, está tendo oportunidade de desenvolver e configurar habilidades, as quais são por sua vez, reveladoras da estrutura intelectiva ou cognitiva de quem as realiza, reflete a maneira pessoal de cada um relacionar-se, posicionarse, de ver o mundo e a maneira como está nele. 3

CONCLUSÕES A arteterapia é uma modalidade de tratamento terapêutico que atua como veículo facilitador da expressão humana, onde o fazer possibilita a expressão do não verbalizável, através dela o indivíduo tem a possibilidade de criar, produzir e lançar um olhar sobre esta produção auxiliando na reestruturação da sua subjetividade, possibilitado aos usuários a vivência de suas dificuldades, conflitos, medos e angústias de um modo menos sofrido. Configura-se como um eficaz meio para canalizar, de maneira positiva, as variáveis do adoecimento mental em si, assim como os conflitos pessoais e com familiares. Na realização da arteterapia há uma minimização dos fatores negativos de ordem afetiva e emocional que naturalmente surgem com a doença, tais como: angústia, estresse, medo, agressividade, isolamento social, apatia, entre outros. O enfermeiro pode agir como um agente terapêutico, possibilitando através da implantação da arteterapia um relacionamento com o paciente, para poder compreender melhor suas ações e seu comportamento. A enfermagem psiquiátrica te como objetivo melhorar a qualidade de vida cotidiana do sujeito em sofrimento psíquico, possibilitando novas estratégias para que esse indivíduo interaja com o mundo externo. O papel do enfermeiro hoje é o de agente terapêutico, entretanto a base dessa terapia é o relacionamento com o paciente e a compreensão do seu comportamento. O objetivo da Enfermagem psiquiátrica não é o diagnóstico clínico ou intervenção medicamentosa, mas sim o compromisso com a qualidade de vida cotidiana do indivíduo em sofrimento psíquico. REFERÊNCIAS VALLADARES; A. C. A.; CARVALHO, A. M. A arterapia e o desenvolvimento do comportamento no contexto da hospitalização. Rev Esc Enferm USP 2006; 40(3): 350-5. Disponível em: <http://www.ee.usp.br/reeusp/upload/pdf/261.pdf>. Acesso em 12 de maio de 2014, às 15hr02min. VALLADARES, A. C. A.; COELHO, L. F. A.; COSTA E SILVA, C.; SALES, D. E.; CRUZ, M. F. R.; LIMA, C. R. O. Arteterapia em saúde mental. In: Jornada Goiana de Arteterapia, 2, 2002, Goiânia. Anais. Goiânia: FEN/UFG/ABC; 2008. cap. 13. p. 114-22. VALLADARES, A. C. A.; COELHO, L. F. A.; COSTA E SILVA, C.; SALES, D. E.; CRUZ, M. F. R.; LIMA, C. R. O. Arteterapia em saúde mental. In: Jornada Goiana de Arteterapia, 2, 2008, Goiânia. Anais. Goiânia: FEN/UFG/ABC; 2008. cap.13. p.114-22. 4

PHILIPPINI, A. A. Transdisciplinaridade e arteterapia. In: Ornazzano G, organizadora. Questões de arteterapia. Passo Fundo: UPF; 2004: 11-7. PHILIPPINI, A. Linguagens e Materiais Expressivos em Arteterapia: Uso, Indicações e Propriedades. Rio de Janeiro: Ed. Wak, 2009. PHILIPPINI, A. ArteTerapia: Métodos, Projetos e Processos. Rio de Janeiro: Ed. Wak, 2009. PHILIPPINI, A. Cartografias da Coragem. Rio de Janeiro: Ed. Wak. 2008. URRUTIGARAY, M. C. Arteterapia A transformação pessoal pelas imagens. Rio de Janeiro: Ed. Wak. 2008. COQUEIRO, N. F.; VIEIRA, F. R. R.; FREITAS, M. M. C. Arteterapia como dispositivo terapêutico em saúde mental. Acta paul. enferm. vol.23 no.6 São Paulo 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext &pid=s0103-21002010000600022>. Acesso em 15 de maio de 2014, às 16hr52min. VALLADARES, A. C. A. A arteterapia humanizando os espaços de saúde. São Paulo 2008, 1ª edição. Ed. Casa do Psicólogo. CARDOSO, A. M.; MUNHOZ, M. L. P. Grupo de espera na clínica-escola: intervenção em arteterapia. Rev. SPAGESP [online]. 2013, vol.14, n.1 [citado 2014-06-17], pp. 43-54.Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=s1677-29702013000100 006&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 1677-2970. Acesso em 18 de maio de 2014, às 09hr12min. 5