Seminário Mensal do Departamento Pessoal 15 de junho de Fábio Momberg Graziela Garcia Priscila Suzuki

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Transcrição:

Seminário Mensal do Departamento Pessoal Apresentadores: Erica Nakamura Fábio Momberg Graziela Garcia Priscila Suzuki

Verbas rescisórias e aviso prévio Aspectos gerais

O contrato de trabalho pode ser firmado por prazo indeterminado ou determinado (CLT, art. 443). O contrato de trabalho poderá ser rescindido por qualquer uma das partes (empregado e empregador). Existem várias hipóteses de rescisão contratual, e em cada uma delas as verbas rescisórias devidas aos trabalhadores variam conforme o motivo e o tempo de serviço.

Site da CPA Tabelas de Verbas Rescisórias

Hipóteses de rescisão e extinção de contrato - verbas devidas

Rescisão sem justa causa pelo empregador

Na rescisão sem justa causa existe a manifestação de vontade, que neste caso, partiu do empregador. Assim, o mesmo pagará ao empregado as seguintes verbas: a) Empregado com menos de 1 ano de vínculo: - saldo de salários; - aviso prévio; - férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional; - 13º salário proporcional; - depósito ao FGTS relativo ao mês da rescisão e mês anterior; - depósito de importância igual a 40% do montante dos depósitos de FGTS em conta vinculada, acrescidos de juros e atualização monetária.

b) Empregado com mais de 1 ano de vínculo: - saldo de salários; - aviso prévio; - férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional; - férias vencidas acrescidas de 1/3 constitucional (se ainda não as tiver gozado); - 13º salário proporcional; - depósitos do FGTS inclusive o referente à quitação e ao mês anterior; - depósito de importância igual a 40% do montante dos depósitos de FGTS em conta vinculada, acrescidos de juros e atualização monetária.

Pedido de demissão (rescisão pelo empregado)

Nesta situação, a iniciativa de não dar continuidade à prestação de serviço é do empregado. O pedido de demissão garante ao trabalhador: a) Empregado com menos de 1 ano de vínculo: - saldo de salários; - férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional (Súmula TST n 261 e Convenção OIT 132) - 13º salário proporcional; - depósito ao FGTS relativo ao mês da rescisão e mês anterior, se for o caso.

b) Empregado com mais de 1 ano de vínculo: - saldo de salários; - férias vencidas acrescidas de 1/3 constitucional (se ainda não as tiver gozado); - férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional; - 13º salário proporcional; - depósito ao FGTS relativo ao mês da rescisão e mês anterior, se for o caso.

Rescisão por justa causa Durante a vigência do contrato, o empregado deverá cumprir suas atribuições de forma irrepreensível, ou seja, nenhum dos seus atos dentro (e em alguns casos fora) do local de trabalho pode esbarrar naquelas faltas elencadas pelo art. 482 da CLT, sob pena de ter o seu contrato rescindido por justo motivo. Na ocorrência de justa causa, os direitos devidos ao empregado variam em cada situação, e de acordo com o tempo de vínculo empregatício:

a) Promovida pelo empregador a.1) Empregado com menos de 1 ano: - saldo de salários; - depósito do FGTS referente ao mês da quitação e ao mês anterior. - férias proporcionais (*) a.2) Empregado com mais de 1 ano: - saldo de salários; - férias vencidas (caso não tenham sido gozadas); - férias proporcionais (*) - depósito do FGTS referente ao mês da quitação e ao mês anterior.

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) tem entendido que as férias proporcionais devem ser pagas, ainda que a rescisão ocorra por justa causa. Tal entendimento decorre da Convenção n 132 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a qual foi ratificada pelo Brasil e promulgada por meio do Decreto n 3.197/1999. Nos termos do art. 11, combinado com o art. 4, tópico 1, ambos da referida Convenção, depreende-se que o pagamento das férias proporcionais será devido independentemente da causa da ruptura contratual, desde que cumprido um período mínimo de serviço, que, no Brasil, corresponde à fração superior a 14 dias de trabalho. Contudo, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) publicou a Súmula n 171 que preceitua: Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa causa, a extinção do contrato de trabalho sujeita o empregador ao pagamento da remuneração das férias proporcionais, ainda que incompleto o período aquisitivo de 12 meses (art. 147 da CLT). Em função dessa divergência, aconselhamos que a empresa que efetuará o pagamento seja informada dos dois posicionamentos, para que possa decidir qual entendimento será adotado.

Rescisão indireta (justa causa do empregador) É a forma de cessação do contrato de trabalho por decisão judicial em virtude da justa causa praticada pelo empregador. ASSÉDIO MORAL. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO. Comprovada a conduta da supervisora em tratar as empregadas com hostilidade, grosseria e com palavras de baixo calão, e o descumprimento pela reclamada do seu dever de zelar por um ambiente de trabalho sadio e digno, fica caracterizado o assédio moral a ensejar a indenização por danos morais, bem como a justa causa para a rescisão indireta do contrato de trabalho. Intactos, assim, os artigos 186 do CCB, 5º, V e X, da Constituição Federal, 818 da CLT e 333, I, do CPC. Recurso de revista não conhecido. TST - RECURSO DE REVISTA RR 4663520135020332 (TST)

Via de regra, as verbas devidas em uma rescisão indireta são as seguintes: a.1) Empregado com menos de 1 ano: - saldo de salários; - aviso prévio; - férias proporcionais, acrescida de 1/3 constitucional; - 13º salário proporcional; - depósitos do FGTS inclusive o referente à quitação e ao mês anterior; - depósito de importância igual a 40% do montante dos depósitos de FGTS em conta vinculada, acrescidos de juros e atualização monetária;

a.2) Empregado com mais de 1 ano: - saldo de salários; - aviso prévio; - férias vencidas e proporcionais, acrescidas de 1/3 constitucional; - 13º salário proporcional; - depósitos do FGTS inclusive o referente à quitação e ao mês anterior; - depósito de importância igual a 40% do montante dos depósitos de FGTS em conta vinculada, acrescidos de juros e atualização monetária;

Rescisão antecipada de contrato a prazo determinado

Durante a vigência do contrato por prazo determinado poderá ocorrer arrependimento das partes. Nestes casos, os arts. 479 e 480 da CLT dispõem sobre uma indenização que será devida pela parte que tomou a iniciativa em favor da outra. "Art. 479 - Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado, será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato. "Art. 480 - Havendo termo estipulado, o empregado não poderá se desligar do contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe resultarem.

Cláusula assecuratória de direito recíproco de rescisão antecipada (aviso prévio) "Art. 481 - Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão, antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado."

Assim, nos casos de rescisão antecipada de contrato determinado serão devidas ao empregado as seguintes verbas: a) Por iniciativa do empregador: a.1) Empregado com menos de 1 ano de vínculo: - saldo de salário; - indenização do art. 479 da CLT; - férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional; - 13º salário proporcional; - depósito do FGTS referente ao mês da quitação e ao mês anterior; - depósito de importância igual a 40% do montante dos depósitos de FGTS em conta vinculada, acrescidos de juros e atualização monetária.

a.2) Empregado com mais de 1 ano de vínculo: - saldo de salário; - indenização do art. 479 da CLT; - férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional; - férias vencidas acrescidas de 1/3 constitucional (se ainda não as tiver gozado); - 13º salário proporcional; - depósito do FGTS referente ao mês da quitação e ao mês anterior; - depósito de importância igual a 40% do montante dos depósitos de FGTS em conta vinculada, acrescidos de juros e atualização monetária.

a.3) Empregado com menos de 1 ano de vínculo (regido pelo art. 481 da CLT): - saldo de salário; - aviso prévio; - férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional; - 13º salário proporcional; - depósito do FGTS referente ao mês da quitação e ao mês anterior; - depósito de importância igual a 40% do montante dos depósitos de FGTS em conta vinculada, acrescidos de juros e atualização monetária.

a.4) Empregado com mais de 1 ano de vínculo (regido pelo art. 481 da CLT): - saldo de salário; - aviso prévio; - férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional; - férias vencidas acrescidas de 1/3 constitucional (se ainda não as tiver gozado) - 13º salário proporcional; - depósito do FGTS referente ao mês da quitação e ao mês anterior; - depósito de importância igual a 40% do montante dos depósitos de FGTS em conta vinculada, acrescidos de juros e atualização monetária.

b) Por iniciativa do empregado: b.1) Empregado com menos de 1 ano de vínculo: - saldo de salário; - férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional. - 13º salário proporcional; - depósito do FGTS referente ao mês da quitação e ao mês anterior. O empregado fica obrigado a indenizar o empregador dos efetivos prejuízos ocasionados pela rescisão antecipada do contrato. Esta indenização não poderá ultrapassar o equivalente a 50% da remuneração correspondente aos dias faltantes para o término do contrato. Referida indenização só deverá ser exigida se o empregador possuir provas dos prejuízos causados pelo empregado. (CLT, art. 480)

b.2) Empregado com mais de 1 ano de vínculo: - saldo de salário - férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional; - férias vencidas acrescidas de 1/3 constitucional (se ainda não as tiver gozado); - 13º salário proporcional; - depósito do FGTS referente ao mês da quitação e ao mês anterior. No mesmo sentido, o trabalhador deverá indenizar o empregador dos prejuízos causados pela rescisão antecipada do contrato. Tal indenização não poderá ultrapassar 50% da remuneração referente aos dias restantes para o término do contrato. Entretanto, esta só deverá ser exigida se o empregador possuir provas dos prejuízos causados pelo empregado, conforme art. 480 da CLT.

b.3) Empregado com menos de 1 ano (regido pelo art. 481 da CLT): - saldo de salário; - férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional; - 13º salário proporcional; - depósito do FGTS referente ao mês da quitação e ao mês anterior. Neste caso, o empregado estará obrigado a indenizar o empregador no montante correspondente a 30 dias do seu salário (aviso prévio).

b.4) Empregado com mais de 1 ano(regido pelo art. 481 da CLT): - saldo de salário - férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional; - férias vencidas acrescidas de 1/3 constitucional (se ainda não as tiver gozado); - 13º salário proporcional; - depósito do FGTS referente ao mês da quitação e ao mês anterior. O trabalhador também estará obrigado a indenizar o empregador no montante correspondente a 30 dias do seu salário (aviso prévio).

Término do contrato por prazo determinado

Vale lembrar que, caso o último dia do contrato por prazo determinado recaia em um domingo e não tenha expediente na empresa no sábado anterior, nem tampouco no domingo, o empregador deverá comunicar a extinção automática do referido contrato na sexta-feira, na medida em que esta era a última oportunidade para se efetuar a referida comunicação, expondo ao empregado que a partir do domingo não haverá interesse por parte da empresa em dar continuidade ao contrato. Neste caso, a data da baixa será o próprio domingo e o motivo da rescisão é término ou extinção automática do contrato a termo. Seminário Mensal do Departamento Pessoal Haverá extinção automática do contrato de trabalho por prazo determinado quando qualquer uma das partes (empregador ou empregado) manifestar tal interesse no último dia de vigência do contrato. Assim, independentemente da parte que manifestar o interesse pela não continuidade do contrato na data final, prevalecerá a extinção automática, procedendo-se a rescisão como término do contrato.

Extinção do contrato por prazo determinado - Verbas devidas Na rescisão do contrato por prazo determinado, em virtude de ter sido atingido o seu término, conforme predeterminado, e de inexistir vontade de alguma das partes em continuar com a relação de emprego, o empregado fará jus a: 1 - Empregado com menos de 1 ano de vínculo empregatício: - saldo de salários; - férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional; - 13º salário proporcional; - depósito do FGTS referente ao mês da quitação e ao mês anterior.

2 - Empregado com mais de 1 até 2 anos de vínculo empregatício: - saldo de salários; - férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional; - férias vencidas acrescidas de 1/3 constitucional (se ainda não as tiver gozado); - 13º salário proporcional; - depósito do FGTS referente ao mês da quitação e ao mês anterior.

Rescisão por morte do empregado Para que um contrato de trabalho possa ser celebrado, é necessária a existência de duas partes: empregador e empregado. Com a morte de um dos contratantes, o contrato se encerra, ou seja, a morte do empregado extingue automaticamente o contrato de trabalho. Quando o empregador é comunicado da ocorrência da morte do empregado, deverá proceder a anotação da data da baixa (extinção contratual) em sua CTPS, bem como no Livro de Registro de Empregados, observando a data do falecimento, constante no atestado de óbito, e apurar os direitos trabalhistas devidos, pagando-os aos dependentes ou sucessores.

Para a apuração das verbas trabalhistas, a morte se equipara a um pedido de demissão. Portanto, não há que se falar em pagamento de aviso prévio, nem da multa de 50% do FGTS. O pagamento das verbas deverá ser feito até o 10º dia contado da data do óbito aos dependentes habilitados à pensão por morte, perante a Previdência Social, ou, na sua falta, aos sucessores previstos na Lei civil, indicados em alvará judicial, independentemente de inventário ou arrolamento. (Art. 14 da IN SRT 15/2010)

Verbas devidas a) Empregado com menos de 1 ano de vínculo: - saldo de salários; - férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional; (Convenção OIT 132) - 13º salário proporcional; - depósito ao FGTS relativo ao mês da rescisão e mês anterior, se for o caso. b) Empregado com mais de 1 ano de vínculo: - saldo de salários; - férias vencidas acrescidas de 1/3 constitucional (se ainda não as tiver gozado); - férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional; - 13º salário proporcional; - depósito ao FGTS relativo ao mês da rescisão e mês anterior, se for o caso.

Aviso-Prévio Regras Gerais

Finalidades do aviso prévio O aviso-prévio tem duas finalidades essenciais: -possibilitar que o empregado encontre outro emprego quando for dispensado e; -possibilitar que a empresa encontre um substituto quando o empregado pede demissão.

Formas de aviso prévio a) Concedido pelo empregador: a.1) trabalhado a.2) indenizado b) Concedido pelo empregado: b.1) trabalhado b.2) não cumprido

Aviso prévio cumprido em casa Quanto a esta modalidade de aviso-prévio, o chamado aviso-prévio cumprido em casa, não há previsão legal, pois o aviso-prévio ou é cumprido pelo empregado (trabalhando normalmente) ou é indenizado, seja este último devido pelo empregador ou pelo empregado. Contudo, a jurisprudência trabalhista, diante da realidade dessa forma de aviso, tem se manifestado, em sua maioria, não só pela impossibilidade do aviso-prévio cumprido em casa, como tem determinado que o pagamento das verbas rescisórias, nessa forma de aviso seja efetuado no prazo de 10 dias contado da data em que houve a concessão do aviso prévio e não no 1º dia útil imediatamente posterior ao término do aviso.

Duração do aviso prévio Em se tratando de contrato por prazo indeterminado, a parte que, sem motivo justo, quiser rescindir o contrato de trabalho deverá avisar a outra com no mínimo 30 dias (CLT, art. 487) de antecedência. Com a publicação da Lei n 12.506/2011, foi regulamenta o aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo que será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem com até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa. Deverão ser acrescidos 03 dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 dias, perfazendo um total de até 90 dias.

Contagem do aviso prévio Da contagem dos prazos do aviso prévio IN SRT n 15/2010 Art. 20. O prazo de trinta dias correspondente ao aviso prévio conta-se a partir do dia seguinte ao da comunicação, que deverá ser formalizada por escrito.

Aviso prévio Recusa pelo empregado Ocorrendo a hipótese de o empregado não assinar o aviso prévio, tendo em vista a inexistência de dispositivo expresso disciplinando a questão, recomenda-se que a empresa solicite a assinatura de duas testemunhas, com a finalidade de atestar a veracidade da comunicação feita. Aconselha-se, também, a confirmação da comunicação por telegrama. Após esse procedimento, a empresa deve dar andamento às formalidades exigidas para a rescisão contratual, marcando nos órgãos competentes (sindicato ou Superintendência Regional do Trabalho), se for o caso, a respectiva homologação, dando ciência formal ao empregado da data agendada.

Aviso prévio trabalhado Redução da jornada De acordo com o art. 488 da CLT, durante o período do aviso-prévio, o empregado poderá trabalhar 2 horas a menos, independentemente da jornada. Assim, se a jornada for de 8 horas, durante o aviso trabalhará 6 horas. Se a jornada for de 6 horas, durante o aviso ele trabalhará apenas 4 horas, e assim sucessivamente. A não redução da jornada ou a não conversão em 7 dias corridos descaracteriza o aviso-prévio, ainda que o empregador pague as horas não reduzidas, como horas extras, conforme estabelece a Súmula TST n 230.

Redução da jornada Pedido de demissão Na hipótese de pedido de demissão, o empregado não faz jus à redução de sua jornada de trabalho em 2 horas por dia ou de faltar por 7 dias de forma justificada. (Art. 488, caput, da CLT)

Pedido de demissão Desconto do aviso prévio Pode ocorrer de o empregado pedir demissão, e, por já ter um novo emprego com admissão imediata, não cumprir o aviso prévio. Neste caso, de acordo com o 2, do art. 487 da CLT, este afastamento repentino do empregado dá ao empregador o direito de descontar o aviso prévio correspondente ao seu salário.

Aviso prévio Novo emprego Pode ocorrer que durante o cumprimento do aviso prévio, o empregado queira se desligar do emprego por ter conseguido nova colocação. Neste caso, existem dois tratamentos diferentes, dependendo de quem concedeu o aviso: 1) Sendo o aviso-prévio dado pelo empregado (pedido de demissão), o empregador deverá liberar o empregado, podendo descontar os dias restantes.

2) Sendo o aviso-prévio dado pelo empregador a liberação também é obrigatória. Para tanto, o empregado deve apresentar para o empregador um comprovante que já conseguiu nova colocação, em papel timbrado da empresa interessada, ficando a empresa dispensada de indenizar o período restante, conforme dispõe a Súmula do TST nº 276: Súmula n 276 Aviso Prévio. Renúncia pelo empregado O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego.

Verbas rescisórias Prazo para pagamento O pagamento das parcelas constantes de rescisão ou recibo de quitação de quitação deverá ser efetuado nos seguintes prazos, a depender do aviso prévio: - até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato; - até o décimo dia, contado da data da notificação da demissão, quando da ausência do aviso-prévio, indenização do mesmo ou dispensa do seu cumprimento. (Art. 477, 6 da CLT)

Aviso prévio Doméstico LC n 150/2015 Art. 23. Não havendo prazo estipulado no contrato, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindi-lo deverá avisar a outra de sua intenção. 1 o O aviso prévio será concedido na proporção de 30 (trinta) dias ao empregado que conte com até 1 (um) ano de serviço para o mesmo empregador. 2 o Ao aviso prévio previsto neste artigo, devido ao empregado, serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado para o mesmo empregador, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. 3 o A falta de aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período ao seu tempo de serviço. 4 o A falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo. 5 o O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso prévio indenizado.

Aviso prévio indenizado anotação na CTPS IN SRT n 15/2010 Art. 17. Quando o aviso prévio for indenizado, a data da saída a ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS deve ser: I - na página relativa ao Contrato de Trabalho, a do último dia da data projetada para o aviso prévio indenizado; e II - na página relativa às Anotações Gerais, a data do último dia efetivamente trabalhado. Parágrafo único. No TRCT, a data de afastamento a ser consignada será a do último dia efetivamente trabalhado.

Exemplo prático - rescisão contratual Empregado admitido em 14/01/2016 e dispensado sem justa causa em 07/05/2016 (aviso prévio indenizado). Início da contagem do aviso prévio e anotação na CTPS? Prazo de pagamento das verbas? Como apurar as férias e 13º salário que deverão ser pagos na rescisão do contrato de trabalho?

Dispensa em 07/05/2016 Início da contagem do aviso prévio indenizado em 08/05/2016 Anotação da CTPS: Quando o aviso prévio for indenizado, a data da saída a ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS deve ser: I - na página relativa ao Contrato de Trabalho, a do último dia da data projetada para o aviso prévio indenizado = 06/06/2016 II - na página relativa às Anotações Gerais, a data do último dia efetivamente trabalhado = 07/05/2016 Prazo de pagamento = 16/05/2016

Férias proporcionais Admissão em 14/01/2016 Dispensado em 07/05/2016 Projeção do aviso prévio de 30 dias 06/06/2016 14/01/2016 13/02/2016 1/12 14/02/2016 13/03/2016 2/12 14/03/2016 13/04/2016 3/12 14/04/2016 13/05/2016 4/12 14/05/2016 06/06/2016 5/12

13 proporcional Admissão em 14/01/2016 Dispensado em 07/05/2016 Projeção do aviso prévio de 30 dias 06/06/2016 Janeiro/2016 1/12 Fevereiro/2016 2/12 Março/2016 3/12 Abril/2016 4/12 Maio/2016 5/12

Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço Lei nº 12.506/2011 Aspectos gerais

Constituição Federal/1988 Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:... XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;

Lei n.º 12.506, de 11 de outubro de 2011 (D.O.U. de 13.10.2011) Dispõe sobre o aviso prévio e dá outras providências. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa.

Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Aplicação retroativa da Lei n 12.506/2011 Impossibilidade Princípio da Segurança Jurídica SÚMULA N 441 TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) AVISO PRÉVIO. PROPORCIONALIDADE O direito ao aviso prévio proporcional ao tempo de serviço somente é assegurado nas rescisões de contrato de trabalho ocorridas a partir da publicação da Lei nº 12.506, em 13 de outubro de 2011.

Discussão: Apuração dos dias adicionais - Apuração com o acréscimo de 3 dias a partir do segundo ano completo de trabalho na empresa ou - Apuração com o acréscimo já a partir do primeiro ano completo de trabalho

Posicionamento do Ministério do Trabalho - NOTA TÉCNICA Nº 184/2012/CGRT/SRT/TEM (ato interno) O aviso prévio proporcional terá uma variação de 30 a 90 dias, conforme o tempo de serviço na empresa. Dessa forma, todos os empregados terão no mínimo 30 dias durante o primeiro ano de trabalho, somando a cada ano mais três dias, devendo ser considerada a projeção do aviso prévio para todos os efeitos. Assim, o acréscimo de que trata o parágrafo único da lei, somente será computado a partir do momento em que se configure uma relação contratual que supere um ano na mesma empresa.

Dias adicionais da Lei n 12.506/2011 Cumprimento ou indenização? O aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço poderá ser concedido de forma trabalhada ou indenizada, por opção do empregador. A empresa deverá consultar o documento coletivo da categoria, para verificar se não há qualquer disposição com relação a tal questão.

Jurisprudência EMENTA: AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL - LIMITAÇÃO DO PERÍODO TRABALHO - IMPOSSIBILIDADE. A Lei nº 12.506/2011 regulamentou o aviso prévio proporcional e não faz qualquer distinção quando for trabalhado ou indenizado. Assim, não existe fundamento legal para limitar (inciso II artigo 5º da Constituição Federal) a prestação de serviços a trinta dias e obrigar a indenização do período restante. (0012072-78.2013.5.03.0026 (RO) TRT-3-MG)

PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. AVISO-PRÉVIO. PROPORCIONALIDADE PREVISTA NA LEI Nº 12.506/2011. BENEFÍCIO INSTITUÍDO EXCLUSIVAMENTE EM FAVOR DO EMPREGADO. Do teor dos artigos 7º, caput, da Constituição Federal e 1º, caput, da Lei nº 12.506/2011, extrai-se que o aviso-prévio será concedido "aos empregados", na proporção a que fizerem jus, conforme a duração do respectivo vínculo laboral. Registra-se que nenhum desses dispositivos faz referência aos empregadores, pelo que se conclui que o legislador, ao editar as normas em análise, determinou que o benefício da proporcionalidade será concedido apenas aos trabalhadores, mostrando-se incabível ao empregador exigir o cumprimento, pelo empregado, da proporcionalidade do aviso-prévio. Inexistindo, na Constituição Federal e na Lei nº 12.506/2011, previsão de obrigação extensiva ao empregado em cumprir o aviso-prévio de forma proporcional, deve ser mantido, nesse caso, o prazo fixado no artigo 487 da CLT, de trinta dias. Precedentes do TST. Recurso de revista conhecido e provido. (RR - 229-55.2014.5.17.0006, Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, Data de Julgamento: 25/11/2015, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 04/12/2015)

Pedido de demissão Aplicação da lei Discussão Art. 487, 2º da CLT A falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo.

No tocante ao pedido de demissão do empregado e o desconto do aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, previsto na Lei n 12.506/2011, há divergência de entendimento sobre esta questão. Há uma primeira corrente de entendimento que defende que não é possível o referido desconto, à medida que o art. 7, XXI, da CF, o qual foi regulamentado pela Lei n 12.506/2011 dispõe sobre um direito do empregado e não uma obrigação para ser cumprida. Este é o entendimento adotado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, conforme Nota Técnica n 184/2012.

Já para uma segunda corrente de entendimento, na hipótese de pedido de demissão, os empregados deverão cumprir ou indenizar o aviso-prévio proporcionalmente ao seu tempo de trabalho na empresa. Portanto, se o empregado pedir demissão e não cumprir o aviso-prévio, o empregador poderá descontar os dias de aviso prévio que o empregado teria direito se fosse dispensado pela empresa, conforme preceitua o art. 487, parágrafo 2, da CLT.

Redução da jornada em duas horas ou 7 dias de faltas justificadas Aplicação Não há previsão legal para concessão proporcional da redução, quando o aviso-prévio trabalhado for superior a 30 dias. Portanto, ainda que se conceda um período maior de aviso-prévio em função da vigência da Lei n 12.506/2011, o empregado poderá optar por trabalhar com a redução das 2 horas diárias durante todo o período. Caso não opte pela referida redução, ficará legalmente autorizado a faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por 7 dias corridos, mesmo que o seu aviso prévio seja superior a 30 dias.

Projeção do aviso prévio proporcional ao tempo de serviço O art. 487, 1º da CLT e o art. 16 da Instrução Normativa SRT nº 15/2010, garante a integração do aviso prévio no tempo de serviço do empregado para todos os efeitos legais.

15 de Junho de 2016 Em função destes dispositivos legais, o período do aviso prévio integra o tempo de serviço do empregado, ou seja, projeta-se para todos os efeitos legais, sendo devido inclusive o 13º salário e férias proporcionais relativas a este período. Apesar de ser mais discutível, há quem entenda que tal projeção, também contará para fins de concessão dos dias adicionais do próprio aviso prévio.

Projeção do aviso prévio proporcional e o disposto no art. 9 da Lei n 7.238/1984 Os dias do aviso prévio proporcional ao tempo de serviço deverão ser levados em consideração para verificar se o empregado tem direito a indenização adicional da dispensa 30 dias que antecede a sua data base, conforme art. 9º da Lei nº 7.238/1984.

Afastamentos Contagem do tempo de serviço para fins da aplicação da lei No tocante ao aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, entende-se que deverão ser considerados como tempo de serviço para fins de aplicação da Lei 12.506/2011, todos os períodos de interrupção do contrato de trabalho, quais sejam: situações em que o empregado não sofra perda de sua remuneração em função das ausências legais previstas no art. 473 da CLT e em outras situações em que lhe seja garantida a remuneração, como por exemplo, o art. 4, único da CLT (afastamentos em decorrência de acidente de trabalho, licença-maternidade, férias).

Já nas hipóteses de suspensão contratual, como nos casos de afastamento decorrente de doença, a partir do 16 dia do afastamento, prisão, entre outros, o entendimento é no sentido de que tal período não deverá ser computado na contagem do aviso prévio proporcional. Entretanto, como a Lei é omissa quanto a contagem destes períodos, pode haver discussão quanto ao assunto.

15 de Junho de 2016 Jurisprudência Aviso prévio proporcional. Período de afastamento previdenciário. Indevido. Em relação aos oito meses em que ficou o reclamante afastado, não há que se falar em proporcionalidade, eis que a Lei 12.506/11 somente prevê tal benesse para o tempo de serviço efetivamente prestado e não para o período em que houve afastamento, sem trabalho. Recurso do autor a que se nega provimento. (TRT-2-RO- 00000301620135020255SP)

Aplicação aos empregados domésticos Lei Complementar n 150/2015 Art. 23, 2 :... 2º Ao aviso prévio previsto neste artigo, devido ao empregado, serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado para o mesmo empregador, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.

Aviso prévio Anotação em CTPS De acordo com o art. 17 da IN SRT/MTE 15/2010, quando o aviso prévio for indenizado, a data da saída a ser anotada na CTPS deve ser: a) na página relativa ao Contrato de Trabalho, a do último dia da data projetada para o aviso prévio indenizado; e b) na página relativa às Anotações Gerais, a data do último dia efetivamente trabalhado. No TRCT, a data de afastamento a ser consignada será a do último dia efetivamente trabalhado.

Normas para homologação - Aspectos gerais

Instrução Normativa SRT/MTE nº 15/2010 Estabelece procedimentos para assistência e homologação na rescisão de contrato de trabalho

(Art. 4º) Seminário Mensal do Departamento Pessoal Assistência na rescisão - Quando é devida a) nos contratos de trabalho firmados há mais de 1 ano; b) quando o cômputo do aviso prévio indenizado resultar em mais de 1 ano de serviço; e c) na hipótese de aposentadoria em que ocorra rescisão de contrato de trabalho com mais de 1 ano de vigência considerado o aviso prévio indenizado, se for o caso. O prazo de 1 ano e 1 dia de trabalho é contado pelo calendário comum, incluindo-se o dia em que se iniciou a prestação do trabalho.

Constatada a presença do requisito temporal, ou seja, contrato de trabalho com mais de 1 ano, a assistência é devida, de um modo geral, a todas as hipóteses de rescisão contratual, a saber: - dispensa sem justa causa; - dispensa com justa causa; - pedido de demissão; - encerramento das atividades do empregador; - morte do empregado; - término normal de contrato de trabalho por prazo determinado; - rescisão antecipada de contrato por prazo determinado.

Assistência na rescisão - Competência São competentes para prestar a assistência na rescisão do contrato de trabalho: a) o sindicato profissional da categoria do local onde o empregado laborou ou a federação que represente categoria inorganizada; b) o servidor público em exercício no órgão local do MTE, capacitado e cadastrado como assistente no Homolognet; e c) na ausência dos órgãos citados acima na localidade, o Representante do Ministério Público ou o Defensor Público e, na falta ou impedimentos destes, o Juiz de Paz. (Art. 6º)

Portaria SRT nº 4/2014 Aprova, revisa e revoga enunciados da Secretaria de Relações do Trabalho. ENUNCIADO Nº 32 - COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA - CCP E NÚCLEO INTERSINDICAL DE CONCILIAÇÃO TRABALHISTA - NINTER. ASSISTÊNCIA AO EMPREGADO NA RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. I - A Comissão de Conciliação Prévia - CCP e o Núcleo Intersindical de Conciliação Trabalhista - NINTER não têm competência para a assistência e homologação de rescisão de contrato de trabalho de empregado com mais de um ano de serviço....

Assistência na rescisão - Prazos a) até o 1º dia útil imediato ao término do contrato; ou b) até o 10º dia, contado da data da notificação da demissão, no caso de ausência de aviso prévio, indenização deste ou dispensa do seu cumprimento (justa causa, morte do empregado, etc.) (art. 477, 6º da CLT)

Na hipótese do item "b", se o dia do vencimento recair em sábado, domingo ou feriado, o termo final será antecipado para o dia útil imediatamente anterior. Se houver previsão mais favorável/benéfica em convenção ou acordo coletivo de trabalho da respectiva categoria profissional ou sentença normativa no que tange à data de homologação, esta deverá ser observada.

Gratuidade da assistência CLT Art. 477... 7º O ato da assistência na rescisão contratual ( 1º e 2º) será sem ônus para o trabalhador e empregador. Assim, a assistência e a homologação da rescisão contratual são atos gratuitos, ou seja, não podem acarretar ônus para as partes, sendo vedada a cobrança de qualquer taxa ou encargo.

IN SRT 15/2010 Prazo para pagamento das verbas - Orientações Subseção I Da contagem dos prazos do aviso prévio Art. 20. O prazo de trinta dias correspondente ao aviso prévio conta-se a partir do dia seguinte ao da comunicação, que deverá ser formalizada por escrito. Parágrafo único. No aviso prévio indenizado, quando o prazo previsto no art. 477, 6º, alínea "b" da CLT recair em dia não útil, o pagamento poderá ser feito no próximo dia útil. Art. 21. Quando o aviso prévio for cumprido parcialmente, o prazo para pagamento das verbas rescisórias ao empregado será de dez dias contados a partir da dispensa de cumprimento do aviso prévio, salvo se o termo final do aviso ocorrer primeiramente.

Prazo para pagamento das verbas - Entendimento TST Orientação Jurisprudencial nº 162 da Seção de Dissídios Individuais I (SDI - I) do TST 162. MULTA. ART. 477 DA CLT. CONTAGEM DO PRAZO. APLICÁVEL O ART. 132 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002 (atualizada a legislação e inserido dispositivo) - DJ 20.04.2005 A contagem do prazo para quitação das verbas decorrentes da rescisão contratual prevista no artigo 477 da CLT exclui necessariamente o dia da notificação da demissão e inclui o dia do vencimento, em obediência ao disposto no artigo 132 do Código Civil de 2002 (artigo 125 do Código Civil de 1916).

Prazo para pagamento das verbas - Entendimento MTE Portaria da Secretaria de Relações do Trabalho (SRT) nº 04/2014 EMENTA Nº 22 - HOMOLOGAÇÃO. AVISO PRÉVIO INDENIZADO. PRAZO PARA PAGAMENTO. No aviso prévio indenizado, o prazo para pagamento das verbas rescisórias deve ser contado excluindo-se o dia da notificação e incluindo-se o do vencimento. Ref.: Art. 477, 6º, "b" da CLT; Art. 132 do CC; e Orientação Jurisprudencial nº 162 da SBDI-1/TST.

- Ressalva causa desconforto ao empregador, mas não significa que a rescisão esteja errada (reclamatória para discussão e pagamento diferenças, se for o caso). Seminário Mensal do Departamento Pessoal Observações importantes - Via de regra, a contagem do prazo para pagamento das verbas inicia-se no dia da comunicação. - A Justiça pactuou entendimento do início do prazo no 1º dia seguinte à comunicação (prerrogativa para contar a partir do dia seguinte). - Objetivo é dar uma alternativa ao empregador (elastecer o prazo para que tenha tempo hábil para tanto). - O Homolognet entende esta contagem. - Adotando esta contagem, porém se o 10º dia recair em dia não útil, conforme IN SRT 15, poderia se prorrogar o prazo para o 1º dia útil, entretanto, preventivamente, melhor antecipar para sexta-feira, para não elastecer mais ainda tal prazo, e para não haver mais discussões sobre o assunto.

Homologação - Objetivo e obrigatoriedade Homologar a rescisão nada mais é do que efetuar o pagamento das verbas rescisórias a que o empregado fizer jus, nas entidades competentes, que orientarão e esclarecerão as partes sobre o correto cumprimento da Lei. A homologação será obrigatória sempre que se tratar de rescisão de contrato firmado por mais de 1 ano, observando-se que o Termo de Rescisão deverá especificar a natureza de cada parcela paga e o seu respectivo valor, sendo válida a quitação, apenas, relativamente às mesmas parcelas. (art. 477, 2º da CLT)

Documentos necessários Para a assistência, é obrigatória a apresentação dos seguintes documentos: I - Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho (TRCT), em 4 vias; II - Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), com as anotações atualizadas; III - Livro ou Ficha de Registro de Empregados; IV - Notificação de demissão, comprovante de aviso prévio ou pedido de demissão;

V - Extrato para fins rescisórios da conta vinculada do empregado no FGTS, devidamente atualizado, e guias de recolhimento das competências indicadas como não localizadas na conta vinculada; VI - Guia de recolhimento rescisório do FGTS e da Contribuição Social, nas hipóteses do art. 18 da Lei nº 8.036/1990 e do art. 1º da Lei Complementar nº 110/2001; VII - Comunicação da Dispensa (CD) e Requerimento do Seguro Desemprego, nas rescisões sem justa causa; VIII - Atestado de Saúde Ocupacional Demissional ou Periódico, durante o prazo de validade, atendidas as formalidades especificadas na Norma Regulamentadora (NR 7), aprovada pela Portaria nº 3.214/1978 e alterações posteriores;

IX - Documento que comprove a legitimidade do representante da empresa; X - Carta de preposto e instrumentos de mandato que, nos casos previstos nos 2º e 3º do art. 13 e no art. 14 da IN 15/2010 serão arquivados no órgão local do MTE que efetuou a assistência juntamente com cópia do Termo de Homologação; XI - Prova bancária de quitação quando o pagamento for efetuado antes da assistência; XII - O nº de registro ou cópia do instrumento coletivo de trabalho aplicável; e XIII - Outros documentos necessários para dirimir dúvidas referentes à rescisão ou ao contrato de trabalho.

Empregado ausente - Representação por procurador O ato de assistência à rescisão contratual somente será praticado na presença do empregado e do empregador. Tratando-se de empregado adolescente, será obrigatória a presença e a assinatura de seu representante legal, que comprovará esta qualidade, exceto para os adolescentes comprovadamente emancipados nos termos da Lei Civil. Excepcionalmente, o empregado poderá ser representado, em procuração, por procurador legalmente constituído com poderes expressos para receber e dar quitação à rescisão e com firma reconhecida em cartório. No caso de empregado não alfabetizado a procuração será pública. (IN SRT 15/2010, art. 13)

IN SRT 15/2010... Falecimento de empregado Art. 14. No caso de morte do empregado, a assistência na rescisão contratual será prestada aos beneficiários habilitados perante o órgão previdenciário, reconhecidos judicialmente ou previstos em escritura pública lavrada nos termos do art. 982 do Código de Processo Civil, desde que dela constem os dados necessários à identificação do beneficiário e à comprovação do direito, conforme o art. 21 da Resolução nº 35, de 24 de abril de 2007, do Conselho Nacional de Justiça, e o art. 2º do Decreto nº 85.845, de 26 de março de 1981.

Falecimento de empregado - Dependentes (Certidão de dependentes habilitados à pensão por morte fornecida pelo INSS): cônjuge, companheira (o), filhos menores de 21 anos, pais ou irmãos, nesta ordem - Sucessores: filhos maiores de 21 anos ou outrem, através de Alvará judicial, autorizando os mesmos a receber e dar quitação às verbas O pagamento das verbas rescisórias deverá ser feito em cotas (parcelas) iguais aos seus dependentes habilitados ou sucessores.

- gravidez, desde a sua confirmação até 5 meses após o parto; (ADCT, art. 10, inciso II, alínea "b ) - membro da CIPA, desde o registro da candidatura e, se eleito, ainda que suplente, até 1 ano após o final do mandato; (ADCT, art. 10, inciso II, alínea "a ) - dirigente sindical, desde o registro da candidatura e, se eleito, ainda que suplente, até 1 ano após o final do mandato (CLT, art. 543, 3º); - representantes dos empregados, titulares ou suplentes, em Comissão de Conciliação Prévia (CCP), instituída no âmbito da empresa, até 1 ano após o final do mandato; (CLT, art. 625-B, 1º) - acidente de trabalho (Lei nº 8.213/1991, art. 118); - estabilidade prevista em convenção coletiva da categoria (retorno de férias, auxíliodoença, etc.). Seminário Mensal do Departamento Pessoal Circunstâncias impeditivas de rescisão e homologação De acordo com o art. 12 da IN SRT 15/2010, são consideradas circunstâncias impeditivas da dispensa arbitrária ou sem justa causa as seguintes situações: I - Estabilidades de emprego

II - Suspensão contratual É vedada a rescisão do contrato de trabalho que se encontre suspenso, como nas seguintes situações, dentre outras: - licença não remunerada, concedida por ajuste bilateral entre as partes; - licenças previdenciárias; - suspensão disciplinar e aposentadoria por invalidez (CLT, art. 475); - afastamento do dirigente sindical para desempenho das funções de representação; - greve (em conformidade com a Lei nº 7.783/1989).

São consideradas também circunstâncias impeditivas de rescisão contratual: III - irregularidade da representação das partes; IV - insuficiência de documentos ou incorreção não sanável; V - falta de comprovação do pagamento das verbas devidas; VI - atestado de saúde ocupacional (ASO) com declaração de inaptidão; e VII - a constatação de fraude, especialmente a rescisão que vise somente ao saque de FGTS e à habilitação ao seguro-desemprego.

Formas de pagamento O pagamento das verbas rescisórias constantes do TRCT será efetuado em dinheiro ou em cheque administrativo, no ato da assistência. O pagamento poderá ser feito, dentro dos prazos estabelecidos no 6º do art. 477 da CLT, por meio de ordem bancária de pagamento, ordem bancária de crédito, transferência eletrônica ou depósito bancário em conta corrente ou poupança do empregado, facultada a utilização da conta não movimentável (conta salário), prevista na Resolução do Banco Central do Brasil nº 3.402/2006.

Para fins deste disposto: I - o estabelecimento bancário deverá se situar na mesma cidade do local de trabalho; e II - o empregador deve comprovar que nos prazos legais ou previstos em convenção ou acordo coletivo de trabalho o empregado foi informado e teve acesso aos valores devidos. O pagamento das verbas rescisórias será efetuado somente em dinheiro na assistência à rescisão contratual de empregado não alfabetizado, ou na realizada pelos Grupos Especiais de Fiscalização Móvel, instituídos pela Portaria MTE nº 265/2002 (combate ao trabalho escravo, forçado e infantil). (Art. 23 da IN SRT 15/2010)

Comunicação ao empregado da disponibilidade dos valores O empregador deve comprovar que nos prazos legais ou previstos em convenção ou acordo coletivo de trabalho o empregado foi informado e teve acesso aos valores devidos. Esta comunicação ao trabalhador que os valores foram pagos ou que já estão disponíveis, em sua conta, etc., pode ser feita mediante telegrama, carta com AR, entre outras.

Multas por desrespeito aos prazos legais A não observância dos prazos mencionados, salvo quando comprovadamente, o trabalhador tiver dado causa à mora, sujeitará o empregador a duas multas: 1ª - 160 UFIR por empregado, em favor da União (R$ 170,25); 2ª - 1 salário do empregado, em favor do trabalhador, salvo disposição mais benéfica prevista em documento coletivo.

Demais disposições A assistência prestada nas homologações de rescisões de contrato seguirá a todo o disposto na IN SRT 15/2010, devendo ser observado o seguinte: I - o servidor público em exercício no órgão local do MTE, mediante ato próprio do Superintendente Regional do Trabalho e Emprego, ficará autorizado a prestar assistência na rescisão do contrato de trabalho; II - em caso de incorreção de parcelas ou valores lançados no TRCT, o assistente deverá consignar as devidas ressalvas no verso; III - é obrigatória a apresentação do demonstrativo de parcelas variáveis consideradas para fins de cálculo dos valores devidos na rescisão contratual e de cópia do instrumento coletivo aplicável; IV - o assistente deverá conferir manualmente os valores das verbas rescisórias. (Art. 26 IN SRT 15/2010)

Anotações Administrativas No ato da assistência, o agente homologador deve proceder às anotações que entender necessárias com o objetivo de assegurar direitos ou prevenir responsabilidades sobre qualquer divergência entre as partes ou entre as partes e o assistente, tais como: - discordância do empregado em formalizar a homologação por qualquer motivo, como, por exemplo, por não concordar com a alegação do empregador de que houve pedido de demissão ou justa causa; - parcelas ou complementos não-constantes no TRCT e quitados no ato da assistência, com os respectivos valores, observadas as formas de pagamento constantes do art. 23 da IN 15; - irregularidades não solucionadas, desde que não impeditivas da homologação e a expressa concordância do empregado em formalizar a homologação, mesmo tendo sido esclarecido sobre as irregularidades ou divergências.

Verificação de irregularidades e saneamento Durante o procedimento de assistência e homologação, se constatada qualquer irregularidade, o assistente deve tentar solucioná-la e orientar as partes. Após o saneamento da irregularidade, a assistência é concluída, com a homologação dos pagamentos.

Finalização do Procedimento de Homologação Antes que se finalize o procedimento assistencial, as partes devem ser questionadas sobre a necessidade de esclarecimentos ou a existência de dúvidas, devendo-se destacar que: - em face da Súmula nº 330 do TST, a quitação se dá em relação às parcelas expressamente consignadas no TRCT, salvo se houver ressalva expressa em relação a valores ou parcelas impugnadas; - constatada a falta de recolhimento da multa rescisória do FGTS, o empregador incorre nas penalidades previstas na Lei nº 8.036/1990, caso não regularize o depósito; - na dispensa por justa causa, o ato de homologação da rescisão não implica a concordância do empregado com os motivos que ensejaram a dispensa.

Súmula nº 330 do TST QUITAÇÃO. VALIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A quitação passada pelo empregado, com assistência de entidade sindical de sua categoria, ao empregador, com observância dos requisitos exigidos nos parágrafos do art. 477 da CLT, tem eficácia liberatória em relação às parcelas expressamente consignadas no recibo, salvo se oposta ressalva expressa e especificada ao valor dado à parcela ou parcelas impugnadas. I - A quitação não abrange parcelas não consignadas no recibo de quitação e, conseqüentemente, seus reflexos em outras parcelas, ainda que estas constem desse recibo. II - Quanto a direitos que deveriam ter sido satisfeitos durante a vigência do contrato de trabalho, a quitação é válida em relação ao período expressamente consignado no recibo de quitação.

Feita a quitação dos valores constantes do TRCT, estando a rescisão contratual regular ou regularizada de acordo com as diretrizes fixadas pela IN 15, o procedimento termina com a assinatura do empregador e do empregado no documento de quitação, bem como com o carimbo e assinatura do assistente público. No caso de empregado adolescente, o TRCT deverá conter a assinatura de seu responsável legal, à exceção, como já visto, do empregado adolescente emancipado.

Instruções para preenchimento dos Termos de Rescisão de Contrato de Trabalho e quantidade de vias A Portaria MTE 1.057/2012 trouxe, ainda, instruções gerais para preenchimento e impressão dos referidos Termos de Rescisão. A quantidade de vias necessárias para a rescisão do contrato de trabalho, quando é devida a assistência e homologação é a seguinte:

Rescisões de contrato de trabalho em que é devida a assistência e homologação (mais de 1 ano): - Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT), previsto no Anexo I da Portaria 1.057/2012, impresso em 4 vias; - Termo de Homologação de Rescisão do Contrato de Trabalho (THRCT), previsto no anexo VII da Portaria 1.057/2012, impresso em 4 vias.