Direito Empresarial Aula 03 Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho
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AULA 3 OBJETIVO Transmitir ao aluno conceitos importantes sobre a capacidade da pessoa física, diferenciando o indivíduo absolutamente incapaz, o relativamente incapaz e o que possui capacidade plena para prática dos atos da vida civil. CAPACIDADE DA PESSOA NATURAL OU FÍSICA Capacidade A capacidade de direito ou capacidade jurídica é a aptidão que a pessoa física possui de exercer direitos e contrair obrigações. O ser humano possui capacidade de direito a partir do nascimento com vida, quando, então, adquire a personalidade civil. Assim sendo, podemos afirmar que todas as pessoas possuem capacidade de direito, pouco importando a idade, o estado de saúde, o sexo ou nacionalidade. Todos a possuem. O louco, por exemplo, possui capacidade jurídica ou de direito, porém, como não possui discernimento, não pode praticar pessoalmente atos jurídicos, pois lhe falta a capacidade de exercício. A capacidade de exercício, também é chamada de capacidade de agir ou capacidade de fato, é a aptidão para exercer, pessoalmente, os atos da vida civil. Nem todos possuem essa capacidade.
Fonte: <http://ensaiosantropologicos.blogspot.com/2010/08/aonde-ajudaautoajuda.html>. Os incapazes Deixando de lado a questão da idade, o incapaz é aquela pessoa que, por ser portadora de alguma deficiência natural, está impedida de praticar, por si própria, os atos da vida civil. Há dois tipos de incapazes: os absolutamente incapazes e os relativamente incapazes. a. Os absolutamente incapazes O absolutamente incapaz não pratica nenhum ato da vida civil. Eles são representados pelos pais ou responsáveis. Aquele que é absolutamente incapaz não pode comparecer pessoalmente para praticar atos da vida civil. Se o fizer, tal ato será nulo 1. 1 Saiba Mais: Ato nulo não produz efeito jurídico. É como se não existisse.
São considerados absolutamente incapazes 2 : Os menores de 16 anos. Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos. Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Exemplo: Caso do surdo-mudo, que não consegue exteriorizar a sua vontade. b. Os relativamente incapazes O relativamente incapaz pode praticar, pessoalmente, negócio ou ato jurídico, porém, sempre assistido por seus pais ou representantes legais. Se não houver assistência dos pais ou representantes legais, o ato praticado será anulável 3. São considerados relativamente incapazes 4 : Os maiores de dezesseis e menores de 18 anos 5. Os ébrios habituais, viciados em tóxico, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido. Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo. Os pródigos (indivíduo que gasta desordenadamente seu patrimônio). 2 Saiba Mais: As pessoas absolutamente incapazes são representadas pelos pais, tutores ou curadores na prática dos atos da vida civil. 3 Saiba Mais: Ato anulável é aquele válido no momento da prática, mas pode vir a ser anulado por meio de uma ação judicial. 4 Saiba Mais: As pessoas relativamente incapazes só podem exercer pessoalmente os atos da vida civil com assistência de seus pais, tutores ou curadores. 5 Saiba Mais: Se o incapaz for órfão, será representado ou assistido da seguinte forma: por tutor (se for menor de idade) ou por curador (se for maior de idade).
O processo de interdição É importante ressaltar que ninguém poderá ser considerado incapaz sem que tenha sido previamente interditado. Para a caracterização de uma pessoa portadora de doença mental ou acometida de algum vício (embriaguez habitual, jogos, tóxicos etc.), é preciso a declaração judicial de sua incapacidade, por meio da propositura da ação de interdição. O processo se inicia por intermédio de um requerimento dirigido ao juiz, feito pelo pai, mãe, cônjuge ou outro parente próximo e interessado. O interditado será citado para comparecer em juízo e, na oportunidade, será interrogado minuciosamente pelo juiz acerca de sua vida, negócios, bens e tudo o mais que lhe pareça necessário para avaliação de seu estado mental e emocional. Após a realização deste interrogatório, o juiz nomeará um perito médico (geralmente um psiquiatra) para proceder ao exame clinico. Apresentado o laudo médico, o juiz decidirá ou não pela interdição. Fonte: <http://www.marcosproenca.blogspot.com/>. Se a sentença do juiz decidir pela interdição da pessoa física, ser-lhe-á nomeado um curador ou tutor, que, então, será seu representante legal.
Analisemos agora o exemplo a seguir: Alguém compra uma casa de um doente mental interditado. Mesmo ele comparecendo pessoalmente e assinando a escritura pública, o ato praticado será nulo. No momento em que alguém levar esse fato ao conhecimento do juiz, este declarará a nulidade da venda. Entretanto, se o doente mental não tiver sido interditado previamente, o ato será válido. Cessação da incapacidade A incapacidade cessa: pela maioridade e pela emancipação. a) Pela maioridade Fonte: <http://www.sccs.swarthmore.edu/users/01/nik/victory.jpg>. A maioridade para o exercício da vida civil começa quando a pessoa completa 18 (dezoito) anos de idade. A partir de então, ela adquire capacidade plena para exercer qualquer ato da vida civil. b) Emancipação É a aquisição da capacidade de exercício antes de se completar a maioridade. A emancipação é irrevogável.
Casos de emancipação a) Por concessão dos pais Fonte: <http://www.senado.gov.br/sf/senado/portaldoservidor/jornal/jornal104/imagens/cont rato.jpg>. Para a emancipação do menor por vontade do pai ou da mãe é necessário que ele possua, no mínimo, 16 (dezesseis) anos de idade. Neste caso, os pais comparecem em um cartório de notas e solicitam a lavratura de uma Escritura Pública de Emancipação. b) Pelo casamento Fonte: <http://www.revolucaodigital.net/wp-content/uploads/2008/04/noivostecnologicos.jpg>.
O casamento automaticamente antecipa os cônjuges de maneira irreversível. Caso tenha havido união sexual e a mulher menor de 16 anos tenha engravidado, o juiz poderá autorizar o casamento. Neste caso, a mulher com menos de 16 anos passará a ser capaz e emancipada. c) Por exercício de emprego público Fonte: <http://jornale.com.br/mirian/wp-content/uploads/2009/09/estudando-praconcurso.jpg>. Todo menor que passa a exercer emprego público efetivo obtém emancipação. d) Colação de grau em curso de nível superior Fonte: <http://redefpg.ning.com/profiles/blog/list?tag=diploma>.
A colação de grau em nível superior dificilmente ocorrerá atualmente, pois uma pessoa conclui curso superior, geralmente, após os 18 anos de idade. Entretanto, se tal fato ocorrer antes da maioridade, o menor estará automaticamente emancipado. e) Por estabelecimento civil ou comercial, desde que, em função deles, tenha economia própria Fonte: <http://www.casadospescadores.com.br/parana/index.php?id=info&info_id=5>. O menor de 16 anos não pode ser empresário. Entretanto, diz a lei que, estabelecendo-se com economia própria (por exemplo, montando uma loja), o menor com 16 ou 17 anos se emancipará automaticamente, ou seja, passa a ser empresário individual. REFERÊNCIAS CAMPOS, Nelson Renato Palaia Ribeiro de. Noções essenciais de direito. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. COELHO, Fabio Ulhoa. Manual de direito comercial: direito de empresa. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
FUHRER, Maximilianus Cláudio Américo. Resumo de direito comercial (Direito empresarial). São Paulo: Malheiros, 2007.