DESEMPREGO Estudo / Proposta para Redução do Desemprego
1. Introdução A concelhia de Pinhel do CDS-PP, debruçou-se sobre a problemática do desemprego, sobretudo a nível do concelho de Pinhel, para verificar o estado do desemprego e ao mesmo tempo verificar quais as medidas que a entidade Local, Centro de Emprego, tem disponíveis para fazer face à realidade que vivemos. O concelho de Pinhel não foge à regra nacional em relação a este assunto, pois o desemprego continua a aumentar, devido, não só ao encerramento de algumas unidades industriais, mas também devido ao fraco ou mesmo reduzido crescimento de novas unidades no interior do Pais. A objectivo deste estudo é mostrar outra forma de apoiar as entidades empregadoras com incentivos financeiros de modo a que estas tenham a percepção que será mais vantajoso este tipo de medidas do que as actualmente disponíveis e claro também mostrar que para o Centro de emprego é mais viável, devido à redução de encargos. Este estudo tem como base os dados referentes ao Concelho de Pinhel, mas a sua aplicação também pode ser vista numa perspectiva nacional. Com este Estudo / Proposta a Concelhia de Pinhel do CDS-PP, pretende mostrar que é possível reduzir despesa com os desempregados subsidiados, por parte do Estado, e ao mesmo tempo contribuir para a redução de custos na contratação e manutenção de postos de trabalho por parte das empresas, tendo estas oportunidade e apoio para aumentar a sua produtividade e competitividade.
2. Enquadramento Este estudo teve como base os dados disponibilizados pelo Centro de Emprego de Pinhel à data de 31 de Março de 2010, bem com informação financeira prestada pelo Centro de Segurança Social da Guarda e os dados Estatísticos referentes à população disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística Os dados fornecidos, informação relativa à situação dos desempregos nos concelhos integrados no Centro de Emprego de Pinhel (Almeida, Figueira Castelo Rodrigo, Pinhel, Mêda e Trancoso), permitiram identificar entre outros, a Taxa de Desemprego, Variação do Desemprego e percentagem de subsidiados face inscritos no Centro de Emprego. ao numero total de desempregados Os gráficos seguintes mostram a informação quantitativa referente aos itens acima indicados.
Evolução Desemprego 4º Trim09 vs 1º Trim 10 Qt 500 400 300 200 100 0 428 166 195 192 362 235 216 231 101 126 Almeida Fig.C.R Mêda Pinhel Trancoso Concelhos 4º trim 2009 1º trim 2010 Variação 2009/2010 Almeida Fig.C.R Mêda Pinhel Trancoso 17% 22% 25% 18% 7% TX Desemprego Trancoso; 4,5% Almeida; 5,5% Pinhel; 8,6% Fig.C.R; 7,3% Mêda; 4,5% População 25-64 (Activa) Almeida Fig.C.R Mêda Pinhel Trancoso 3573 3204 2774 4999 5178 Fonte: População 2008 - INE
Subsidiados vs Desempregados Total Q T 500 400 300 200 100 0 428 235 251 231 195 107 107 126 126 62 Almeida Fig.C.R Mêda Pinhel Trancoso Concelhos Subsidiados Total Desempregados Tx Desempregados Subsidiados Almeida Fig.C.R Mêda Pinhel Trancoso 55% 46% 49% 59% 55%
3. Medidas Actuais do IEFP Entre outras medidas, para o estudo em questão destacámos as seguintes: Medida Apoio à Contratação sem Termo Descrição Na contratação de jovens, até aos 35 anos, à procura do 1.º emprego ou de desempregados inscritos nos Centros de Emprego há mais de 6 meses: Apoio à Contratação a Termo - Isenção do pagamento das contribuições para a segurança social a cargo da entidade empregadora pelo período de 36 meses ou - Apoio directo à contratação no montante de 2.500 em acumulação com a isenção de contribuições para a segurança social a cargo da entidade empregadora, pelo período de 24 meses Na contratação de beneficiários do Rendimento Social de Inserção, Apoio directo à contratação no montante de 4.000 em acumulação com a isenção de contribuições para a segurança social a cargo da entidade empregadora, pelo período de 36 meses Na contratação de desempregados com mais de 40 anos - Redução de 50% das contribuições para a segurança social a cargo da entidade empregadora, durante o 1.º ano do contrato - Redução de 65% nos dois anos seguintes Na contratação de beneficiários do Rendimento Social de Inserção, ex toxicodependentes e ex-reclusos, desempregados há pelo menos 2 anos e beneficiários de pensão de invalidez - Redução de 65% das contribuições para a segurança social a cargo da entidade empregadora, durante o 1.º ano do contrato - Redução de 80% nos anos seguintes
Apoio à Contratação de Ex-Estagiários Estágios Profissionais para Licenciados - Isenção do pagamento das contribuições para a segurança social a cargo da entidade empregadora, pelo período de 36 meses ou - Apoio directo à contratação no montante de 2.500 em acumulação com a isenção de contribuições para a segurança social a cargo da entidade empregadora, pelo período de 24 meses Os apoios dependem cumulativamente da criação líquida de emprego, por um período de 3 anos, e de manutenção, pelo período de 36 meses, do posto de trabalho criado Estágios de 12 meses, para jovens até aos 35 anos de idade, inclusive, à procura do 1.º ou novo emprego, com formação de nível superior: Comparticipação na bolsa de estágio, de acordo com as seguintes situações: - 60% - para entidades privadas sem fins lucrativos - 55% - para entidades privadas com fins lucrativos com menos de 50 trabalhadores - 50% - para entidades privadas com fins lucrativos com 50 ou mais trabalhadores e menos de 100 trabalhadores - 35% - para entidades privadas com fins lucrativos com 100 ou mais trabalhadores e menos de 250 trabalhadores - 20% - para entidades privadas com fins lucrativos com mais de 250 trabalhadores Comparticipação a 100% do valor das despesas com alimentação e seguro Fonte: http://www.emprego2010.gov.pt/intro_entidades.htm Como podemos verificar, nas medidas destinadas a desempregados, sem formação superior, o incentivo para as entidades empregadoras traduzem-se na isenção do pagamento das contribuições para a segurança social.
4. Proposta Estudo da Concelhia A medida proposta destina-se à contratação sem termo de desempregados beneficiários de subsídio de desemprego, havendo uma comparticipação do Centro de emprego e da entidade empregadora, relativamente ao salário que o beneficiário vier a usufruir após a sua contratação. Assim, a entidade empregadora que reúna os requisitos da medida, vai comparticipar o salário do desempregado contratado, conforme o quadro seguinte: 1º Ano 50% 2º Ano 75% 3º Ano 100% No caso da entidade empregadora apresentar um Resultado Liquido negativo, após o primeiro ano, então no ano seguinte mantém-se as condições do ano anterior. O Centro de Emprego irá comparticipar o Salário atribuído ao subsidiário pela entidade empregadora, até ao montante máximo de 1.25 salário mínimo nacional (593,75 ), de acordo com a tabela seguinte: 1º Ano 50% 2º Ano 25% 3º Ano 0% A entidade empregadora beneficiará de isenção do pagamento das contribuições para a segurança social durante os 36 meses.
1) Descrição da Proposta O quê: Apoio financeiro e isenção do pagamento das contribuições para a segurança social a cargo da entidade empregadora, na contratação de desempregados subsidiados. Para quem: Entidades empregadoras de direito privado, contribuintes do regime geral de segurança social dos trabalhadores por conta de outrem Requisitos: Situação contributiva regularizada na segurança social e a de impostos na administração fiscal Não se encontrar em situação de atraso no pagamento dos salários Encontrar-se regularmente constituída e devidamente registada, caso seja pessoa colectiva O nível de emprego no mês anterior ao da contratação ser igual ou superior ao verificado a 31 de Dezembro do ano transacto
2) Análise do Impacto: Empregador e Centro de Emprego Para iniciarmos este estudo tivemos como ponto de partido os seguintes pressupostos: Informação Base do Estudo Universo Desempregados Subsidiados 251 Taxa Social única Empregador 23,75 % Salário Mínimo Nacional 475,00 mês Subsidio de Refeição 4,50 dia Seguro Funcionário 150,00 Ano Formação HST 90,00 Ano Tendo como ponto de partida os elementos apresentados, podemos apurar qual o custo para o centro de emprego em assegurar um desempregado subsidiado e ao mesmo tempo apurar quanto representa um novo funcionário para uma empresa, assim: Centro de Emprego Considerando que o Centro de Emprego atribuiu um subsídio de desemprego de acordo com a seguinte formula: SB x 14 (ou 12) = R R / 360 = MD 65% de MD x 30 = SD Onde SB: Salário base R: Remuneração de referência MD: Montante diário SD: Subsídio de desemprego temos que mensalmente cada desempregado subsidiado, que beneficiou de salário mínimo irá receber 360,21 Centro de Emprego 360,21
De acordo com as regras actuais, o número de dias a que tem direito a Subsídio de Desemprego e Subsídio Social de Desemprego varia em função da idade e do número de meses com registo de remunerações no período anterior à data do desemprego. Entidade Empregadora Já em relação à entidade empregadora, vamos partir do cenário que ela não recebe qualquer apoio na contratação ou manutenção de um novo posto de trabalho, assim mensalmente temos: Salário 475,00 Sub Alimentação 99,00 Seguro 12,50 Formação e HST 7,50 Seg Social 112,81 Total Mensal 705,63 No entanto, caso a entidade empregadora aderisse a um programa em que obtinha isenção do pagamento das contribuições para a segurança social, durante 36 meses, a entidade teria mensalmente o seguinte encargo: Total Mensal Sem Seg Social 594,00
Vamos agora ver qual o impacto desta medida num período de 3 anos para ambas as entidades, Centro de Emprego e Entidade Empregadora, começando por recordar o quadro de comparticipações: Comparticipação Empregador IEFP 1º ano 50% 50% 2º ano 75% 25% 3º ano 100% 0% Como sabemos, nem todos os desempregados subsidiados irão beneficiar do subsidio de desemprego ao longo dos 3 anos, pois o tempo de subsidio varia de acordo com os anos de trabalho e idade. Assim no nosso estudo considerámos que a evolução do número de beneficiários de subsídio de Desemprego sofre a seguinte evolução: Desempregados SUB 251 126 63 a que corresponde a uma redução de 50% dos beneficiários no segundo ano e de 75% no terceiro. Com a implementação desta medida, podemos ver no quadro seguinte, os respectivos encargos que ambas as entidades irão suportar ao longo do programa: Encargos Mensais Por Desempregado Encargos Empregador 356,50 475,25 594,00 Centro de Emprego 237,50 118,75 0,00 Agora que se apresentaram os encargos, vamos apresentar o valor que ambas as entidades beneficiam, por desempregado mensalmente, com esta medida: Poupança do Empregador 350,31 231,56 112,81 Redução de Encargos do C. de Emprego 122,71 241,46 360,21
Com base nas comparticipações, na evolução estimada dos desempregados subsidiados e no universo do Concelho de Pinhel, a tabela seguinte quantifica o retorno desta medida para o Centro de Emprego, assim temos: Redução de Encargos do C. de Emprego 122,71 241,46 360,21 Redução de Encargos do C. de Emprego Mensal 30.799,79 30.303,02 22.603,07 Redução de Encargos do C. de Emprego Anual 369.597,50 363.636,25 271.236,88
3) Análise do Impacto: Empregador, Centro de Emprego e Município Como sabemos, são competências dos órgãos municipais no domínio do apoio ao desenvolvimento local colaborar no apoio a iniciativas locais de emprego e participar em programas de incentivo à fixação de empresas. Neste sentido o nosso estudo também submeteu a presença e contribuição do (s) Município (s) à medida aqui exposta. Assim, numa primeira aproximação de contribuição do (s) Município (s) nesta medida, é o Município comparticipar a parte que cabe à entidade empregadora, assim vamos simular que o município contribuiu 15% do salário suportado pela entidade empregadora, até um salário base máximo de 1.25 salário mínimo nacional (593,75 ): Do Salário Base oferecido Empresa o Município Comparticipa Participação do (s) Município (s) 15% Entidade Empregadora 85% Esta comparticipação traduz-se, conforme quadro seguinte, nos seguintes valores por desempregado e mensalmente Encargos Mensais Por Desempregado Encargos Empregador 320,88 421,81 522,75 Município 35,63 53,44 71,25 Tendo com base as comparticipações e o universo de desempregados subsidiados do Concelho de Pinhel, a tabela seguinte quantifica o investimento nesta medida por parte do (s) Município (s), assim temos: Investimento Município Anual Município Anual 107.302,50 160.953,75 214.605,00
Com esta comparticipação do (s) Município (s) a entidade Empregadora vai beneficiar da seguinte redução de encargos: Poupança Empresa Por Desempregado Redução Custos Empresa 385,94 285,00 184,06
5. Conclusões No seguimento do estudo realizado chegamos à conclusão que esta medida é bastante positiva para ambas as partes, pois todas conseguem redução de encargos substanciais. Na perspectiva do Centro de Emprego, e no universo de desempregados subsidiados do Concelho de Pinhel, esta instituição consegue ao longo dos três anos da medida uma redução de 1 milhão de euros, tendo como base os dados acima indicados. Já do ponto de vista da entidade empregadora observamos que a redução de encargos com contratação e manutenção de postos de trabalho ao abrigo desta medida, obtém uma redução de 33% no período de 3 anos, como podemos ver no quadro seguinte: Impacto Redução de Encargos Empresa Encargos Empregador - Adesão à Medida 356,50 475,25 594,00 Encargos Empregador - Sem Medida 706,81 706,81 706,81 Impacto Anual 50% 33% 16% Impacto Triénio 33% Com a intervenção do (s) Município (s), no caso de Pinhel esta comparticipação representa cerca de 1% do total da Receita de Capital do Orçamento de 2010 (10.000.000 ) Com esta comparticipação do Município, o impacto para a entidade empregadora é significativo, 40%. Impacto Redução de Encargos Empresa ( Com Município) Encargos Empregador - Adesão à Medida 320,88 421,81 522,75 Encargos Empregador - Sem Medida 706,81 706,81 706,81 Impacto Anual 55% 40% 26% Impacto Triénio 40%
Impacto Redução de Encargos Empresa Encargos Empregador - Adesão à Medida 344,63 457,44 570,25 Encargos Empregador - Sem Medida 706,81 706,81 706,81 Impacto Anual 51% 35% 19% Impacto Triénio 35% Concluímos que esta medida, com os pressupostos apresentados se torna numa medida útil e vantajosa para todas as partes. Acrescentamos que com a redução de encargos por parte do Centro de emprego, esse montante poderia ser aplicado a um programa semelhante mas para desempregados sem subsídio.