Ultra-Estrutura do Tecido Muscular

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Transcrição:

Ultra-Estrutura do Tecido Muscular Teoria do Filamento Deslizante? Wang 1979. Proc Natl Acad Sci 76: 3698-702

Terceiro Filamento- Titina Comportamento Elástico e Rígido da Titina Filamento protetor Wang 1996. Adv Biophys 33: 123 34 Rubini e Gomes.2004; Rev Bras Fisiol Exer 3 (1):20-25. Titina Durante o alongamento a estrutura mais afetada é a titina. Edman 1996. J Physiol 490: 191 205 Funções Desenvolver Tensão Passiva Trombitás 1993. Adv Exp Med Biol 332: 71 9. Posicionamento do filamento de miosina no centro do sarcômero Horowits 1986. Nature 323: 160 4.

O que Regula a Elasticidade do Músculo? Elasticidade do Músculo A existência de isoformas de titina com pesos moleculares diferentes influencia a elasticidade muscular Grupamentos musculares diferentes expressam variação nos tipos de isoforma de titina. Granzier 2006. Exerc. Sport Sci. Rev 34(2): 50-53.

Componente Elástico Titina PEVK Tensão Passiva Relação Comprimento SarcomeroTensão Passiva Granzier 2006. Exerc. Sport Sci Rev 34(2): 50-53.

Pode o treinamento influenciar as isoformas de titina?

Viscoelasticidade Comportamento Viscoelástico do tecido muscular submetido a força de alongamento Estresse de Relaxamento Creep- Deformação Magnusson 1998. Scond J Med Sci Sports 8: 65-77 Estresse Relaxamento Músculo alongado Comprimento Constante Redução na tensão passiva Creep/ Deformação Aumento no Comprimento Sarcômero Magnusson 1998. Scond J Med Sci Sports 8: 65-77

Viscoelasticidade Alongamento Modificações Elásticas Dependente da carga aplicada Modificações Viscosidade- Dependentes da velocidade aplicada Gajdosik 2001. Clinical Biom. 16:87-101. Viscoelasticidade Alongamento Relação Velocidade Dependente Tensão Passiva Gajdosik 2005. Eur J Appl Physiol 95: 131 139

Tensão Passiva Componentes Passivos do Tecido Muscular Guissard 2006. Exerc Sport Sci Rev 34(4): 154-158 Tensão Passiva Componentes Passivos do Tecido Muscular Ligações cruzadas entre filam. actina e miosina (Tensão Ligamentar) Proteínas não contrateis do citoesqueleto (endosarcômero e exosarcômero) Tecidos conectivos endomísio, perimísio, epimísio. Componentes elásticos paralelos Gajdosik 2001. Clinical Biom 16:87-101.

Mecanismos Agudos e Crônicos dos Exercícios de Alongamento Mecanismos Fisiológicos Adaptações Neurais Alongamento Excitabilidade MN

Mecanismos Fisiológicos Mecanismo Pré Sinápticos e Pós Sinápticos Guissard 2001. Exp Brain Res 137:163 169 Mecanismo pré-sinápticos 1 Diminuição do fluxo dos aferentes Ia 1.1 Diminuição na sensibilidade do fuso neuromuscular 2 Alteração na capacidade de transmissão sináptica- depressão sináptica Avela J. J. Appl. Physiol. 1999; 86(4): 1283 1291 Guissard 2001. Exp Brain Res 137:163 169

Mecanismo pós-sinápticos 1 Inibição Autogênica- induzida pelos aferentes OTG 2 Inibição das células 3 Inibição pós-sinápticas receptores articulares (III e IV) e cutâneos Guissard 2001. Exp Brain Res 137:163 169 Excitabilidade MN e Magnitude do Alongamento

Reflexo H Reflexo E Guissard 2001. Exp Brain Res 137:163 169 Excitabilidade MN e Magnitude do Alongamento Guissar d 1988. Eur J Appl Physiol 58:47-52

Declínio da Excitabilidade do MN Pequena AM- Componentes Pré-Sinápticos Grande AM- Componentes Pós- Sinápticos Maior declínio da excitabilidade do MN tem sido encontrado nos alongamentos envolvendo grande AM Guissard 2001. Exp Brain Res 137:163 169 Mecanismos Fisiológicos Adaptaçõe Viscoelásticas Viscosidade UMT Complacência Muscular Tensão Passiva Estresse de relaxamento Redução tensão passiva UMT Deformação Plástica- Creep - Reorientação do suporte conectivo- arranjo paralelo Purslow 1989. J Biomech 22: 21 31

Agudo Efeito Gastrocnêmico Medial Efeito Agudo- Creep Melhor organização paralela do tecido Alongamentos estáticos realizados durante 10 min diminuíram a viscosidade das estruturas tendinosas KUBO 2001. J Appl Physiol 90: 520 527 Gastrocnêmico Medial Treinamento AE- 3 Semanas O treinamento diminui a viscosidade das estruturas tendinosas KUBO 2002. J Appl Physiol 92: 595 601

Treinamento AE- 3 Semanas Grupo Treinamento Controle KUBO 2002. J Appl Physiol 92: 595 601 Mecanismos Fisiológicos Aumento na Tolerância ao alongamento (Efeito agudo) AE- 10 min Ísquios Tibiais 8,9% AM Tensão Passiva Halbertsma 1996. Arch Phys Med Rehabil 77:688-92. Angulação

Treinamento AE- 3 Semanas Ísquios Tibiais Grupo Along Grupo Along Grupo Controle AM GrupoControle Aumento AM Tolerância ao Alongamento Magnusson Journal of Physiology (1996); 497: 291-298 Ausência de modificações nas Propriedades Teciduais Mecanismos Fisiológicos Adaptações Celulares Aumento permanente da AM Miofibrilogênese Adição de novos sarcômeros em série Evidências em modelos animais De Deyne 2001. Phys Ther.81:819 827.

Mecanismos Subjacentes aos Efeitos Agudos dos Exercícios de Alongamento Efeitos Agudos -Temporários - 90-120 min Efeito Residual 1 creep - Adaptações temporárias na unidade musculotendínea 2 Estresse de Relaxamento- Diminuição da tensão passiva 3 Mecanismos Neurofisiológicos-Diminuição da tensão passiva 4 Aumento da tolerância ao alongamento Gajdosik. Clinical Biom. 2001; 16:87-101. Mecanismos Subjacentes aos Efeitos Crônicos dos Exercícios de Alongamento 1 Adaptações estruturais nas propriedades viscoelásticas 2 Aumento da tolerância ao alongamento 3 Miofibrilogênese (modelos animais) Gajdosik 2001. Clinical Biom 16:87-101.

BOA TARDE!! Mo_opuszcka@yahoo.com.br