Sistemas de gestão da qualidade nas empresas construtoras - avaliação e caracterização



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Transcrição:

Sistemas de gestão da qualidade nas empresas construtoras - avaliação e caracterização Ava Brandão Santana (EESC/USP) ava@prod.eesc.usp.br Luiz César Ribeiro Carpinetti (EESC/USP) carpinet@sc.usp.br Resumo: Apesar da gestão da qualidade está cada vez mais presente nas empresas construtoras, as características particulares desse tipo de empresas podem interferir na implementação de sistemas de gestão da qualidade (SGQ). O objetivo deste artigo foi apresentar uma proposta para avaliação da adequação dos SGQ das construtoras aos requisitos SIQ-Construtoras e identificar quais os fatores que interferem na implementação de SGQ nessas empresas. A pesquisa adotou, como método de investigação, o estudos de casos e foi utilizado um roteiro para análise dos SGQ, baseado nos requisitos do SIQ- Construtoras, como instrumento de avaliação e um questionário estruturado como o questionário de caracterização. A partir da aplicação do instrumento de avaliação, os SGQ das empresas construtoras pesquisadas foram classificados em um dos quatro níveis propostos pela pesquisa e comparados com o nível que os sistemas que elas possuem. Com a caracterização, foram identificadas as principais características dos SGQ estudados, além dos fatores que interferem na correta implantação e manutenção dos sistemas. Palavras-chave: Gestão da qualidade; Avaliação, Construtoras. 1. Introdução O perfil dos clientes tem-se modificado consideravelmente nos últimos anos, tornando-os cada vez mais exigentes com os produtos e serviços colocados à sua disposição. Nessa perspectiva, muitas empresas construtoras estão buscando os sistemas de gestão da qualidade com o intuito de superar problemas que surgem nos seus processos produtivos, estando entre eles a baixa produtividade e o elevado desperdício. Além do mais, a satisfação dos clientes com os produtos e serviços oferecidos é outra meta perseguida pelas empresas no processo de implantação dos sistemas de gestão da qualidade. Um outro aspecto a ser observado é a tendência das empresas que normalmente tendem a desenvolver seus sistemas de gestão da qualidade por dois motivos: visando o marketing, o que normalmente acontece nas empresas que constroem obras com capital próprio ou visando a certificação para participar de licitações, no caso de empresas que executam obras públicas. Com a criação em 1991 do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP), o Governo Federal tinha como objetivo levar os conceitos de qualidade, gestão e organização da produção às empresas brasileiras. A instituição, em 1998, do Programa Brasileiro de Qualidade de Produtividade do Habitat (PBQP-H) levou às empresas construtoras a busca de uma maior competitividade através da aproximação dos conceitos do PBQP ao setor da construção civil. Em face das características e das transformações que vêm ocorrendo no setor da construção civil, este artigo apresenta o resultado de uma pesquisa de mestrado que possui, como objetivo, avaliar o grau de adequação do sistema de gestão da qualidade de empresas construtoras em relação ao SIQ Construtoras. Nela, foi também formulado um segundo objetivo para contribuir com o desenvolvimento da pesquisa: discutir, sob o ponto de vista analítico, os fatores que interferem, ou mesmo dificultam, a implementação e a manutenção de um sistema de gestão da qualidade nessas empresas. 1

2. O setor da construção civil No Brasil, o setor da construção civil é caracterizado pela presença de micro, pequenas e médias empresas. Segundo Cardoso (2003, p.7), as empresas desse tamanho apresentam uma série de características próprias que, em sua maioria dificultam um processo de melhor organização interna e mudanças na forma de gestão. Outros autores, como Colenci Jr. e Guerrini (1998), ressaltam que as dificuldades para a sobrevivência das pequenas e médias empresas podem estar localizadas tanto na área da produção quanto na gerência administrativa e financeira. Dentre as características desse tipo de empresa, apresentadas por esses dois autores estão: a) a incompatibilidade entre a capacidade da empresa e a quantidade de contratos que ela pode gerir; b) a alta rotatividade de mão-de-obra; c) a falta de uma escala de produção que dificulta a formação de uma base de fornecedores; d) capital de giro insuficiente para suportar períodos de inadimplência do contratante; e) a baixa quantidade de engenheiros e profissionais técnicos. O setor da construção civil ainda convive, no Brasil, com o rótulo de indústria artesanal. Isso é descrito por Vivancos e Cardoso (1999) quando, nas suas investigações, associaram à base técnica do setor da construção civil características artesanais. Segundo Vargas (1983 apud VIVANCOS e CARDOSO, 1999), a base técnica tem caráter de manufatura devido ao fato da construção de edifícios ter incorporado cada vez mais conhecimento técnico e científico, independente do saber do operário. Esse é um dado a mais no diagnóstico das empresas do setor, revelando a necessidade de se implantar sistemas de gestão da qualidade que, entre outras coisas, atualiza os saberes dos executores das obras, em consonância com o desenvolvimento científico e tecnológico. Outra característica do setor, identificada por Vivancos e Cardoso (1999) e que reforça a idéia do parágrafo anterior, é o fato de que o operário detém o domínio da forma como o trabalho deva ser executado, mesmo sem a devida atualização profissional. Aos mestres-deobras e aos encarregados competem apenas a distribuição e a supervisão, enquanto ao engenheiro civil, que via de regra possui uma formação gerencial deficiente, cabe a função de acompanhar o cronograma físico-financeiro da obra. Esse profissional se incumbe, também, de resolver problemas decorrentes da falta de planejamento e controle da produção, relacionados aos suprimentos, aos equipamentos e à mão-de-obra utilizada. As empresas da construção civil também levam consigo a marca do desperdício de material. A esse respeito, Picchi (1993) relata que a construção de edifícios é apontada freqüentemente como grande geradora de desperdícios, sendo que um dos principais indicadores desse desperdício é a quantidade de entulho (resíduos da construção) que sai das obras. A vantagem competitiva, meta perseguida pelas empresas modernas, somente é obtida, segundo Amato Neto (1995), quando elas focalizam seus esforços nas funções principais core business. No setor da construção civil, em especial no subsetor de edificações, as empresas estão reduzindo seus processos internos (PEREIRA e CARDOSO, 2004). Esses autores denominam essa atividade como subempreitada de serviços de execução, entendido como sendo a transferência de atividades técnicas ligadas à execução de diferentes subsistemas de um edifício, ou de suas partes, para pessoas físicas ou jurídicas externas à empresa construtora. Essa transferência de atividades é denominada por Serra (2001) como subempreitada dos serviços de construção civil, classificando-a de duas maneiras: 2

a) Subcontratação: transferência de atividades ligadas à produção para pessoas físicas contratadas para a execução de partes definidas do empreendimento com a anuência e sob a responsabilidade técnica do empreiteiro principal; b) Terceirização: as pessoas físicas ou jurídicas contratadas possuem total autonomia e os riscos e garantias são de responsabilidade do contratado. 3. A qualidade na construção civil A consolidação do conceito da qualidade na indústria da construção civil tem exigido grandes esforços que, somente nos últimos anos, estão surtindo efeitos. Isso decorre do fato da indústria da construção civil ser diferente da indústria de transformação, locus onde se deu o surgimento e onde se desenvolveram os conceitos e metodologias relativas à qualidade (SOUZA, 2004). Em 1997 foi criado o Programa da Qualidade da Construção Habitacional do Estado de São Paulo (QUALIHAB), da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) e a partir dele que se deu a criação do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PQBP-H), em 1998, que, atualmente, está vinculado ao Ministério das Cidades. Dentre outros pressupostos, esse programa visa a instalação de um ambiente propício ao desenvolvimento das empresas da construção civil na busca da qualidade e, conseqüentemente, de maior produtividade. No ano de 1999, o PBQP-H estruturou o Sistema de Qualificação de empresas de Serviços e Obras (SIQ-Construtoras). Desde então, este sistema passou a se constituir num programa nacional de sistema da qualidade adaptado para o setor da construção civil. Os objetivos específicos do PBQP-H são os seguintes, de acordo com a listagem apresentada por Souza (2004): a) estimular o inter-relacionamento entre os agente do setor; b) coletar e disponibilizar informações do setor e do PBQP-H; c) fomentar a garantia da qualidade de materiais, componentes e sistemas construtivos; d) incentivar o desenvolvimento e a implantação de instrumentos e mecanismos de garantia da qualidade de projetos e obras; e) estruturar e animar a criação de programas específicos, visando a formação e a requalificação de mão-de-obra em todos os níveis; f) promover o aperfeiçoamento da estrutura de elaboração e difusão de normas técnicas, códigos de práticas e códigos de edificações; g) combater a não-conformidade intencional de materiais, componentes e sistemas construtivos; h) apoiar a introdução de inovações tecnológicas; i) promover a melhoria da qualidade de gestão nas diversas formas de projetos e obras habitacionais; j) promover a articulação internacional com ênfase no Cone Sul. Em março de 2005, o SIQ-Construtoras passou a se chamar Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC) e possui como principais mudanças a exigência de um referencial normativo para cada nível evolutivo, o aumento do nível de exigência dos requisitos no nível C, a ampliação dos escopos, incluindo os subsetores de saneamento, obras viárias, e obras de artes especiais, além de edificações e a existência de uma lista específica de serviços controlados para cada subsetor (CTE, 2005). Além de melhorar o desempenho das empresas, reduzindo custos, aumentando a satisfação dos clientes com os produtos e serviços e cuidando da preservação do meio 3

ambiente, a gestão da qualidade se incorpora nas organizações como uma ação estratégica, modernizando-as para superar os desafios de um mercado cada dia mais competitivo. 4. Proposta para avaliação da adequação dos SGQ aos requisitos do SIQ-Construtoras e caracterização dos SGQ A proposta foi elaborada tomando por base o texto defendido por Sordan (2005), onde esse autor elabora e aplica um processo de avaliação baseado na norma ISO 9001:2000. A sua estrutura foi construída a partir de dois referenciais teóricos. Um deles foi a ISO 19011 Diretrizes para auditorias do sistema de gestão da qualidade e/ou ambiental (ABNT, 2002), que ajudou na análise de um processo sistemático para a obtenção e avaliação de evidências objetivas contra critérios estabelecidos. O outro referencial foi a edição Os primeiros passos para a excelência da Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade (FUNDAÇÃO..., 2002), que serviu como modelo para a elaboração do instrumento simplificado para a avaliação dos SGQ. Além da proposta de avaliação está sendo apresentado, também, um questionário de caracterização que permite analisar as características dos SGQ das empresas do setor da construção civil, subsetor edificações, nas quais esses sistemas já foram implementados. Fez parte, também, do escopo da proposta a compreensão de que a sua aplicação poderá ser feita em qualquer empresa construtora que possua um SGQ já implementado ou que esteja em fase de implantação, não exigindo, assim, a necessidade de possuir uma certificação. Todo o processo da investigação pode ser resumido em cinco passos, assim identificados: a) elaboração do instrumento de avaliação e do questionário de caracterização; b) planejamento da avaliação e da caracterização; c) execução da avaliação e da caracterização; d) pontuação dos requisitos da avaliação; e) apresentação dos resultados da avaliação e da caracterização. O passo número um consistiu na elaboração dos instrumentos de avaliação, a partir dos requisitos do SIQ-Construtoras, e do questionário de caracterização do SGQ das empresas. O segundo passo, planejamento da avaliação e da caracterização, esteve concentrado na busca e no contato com as empresas que passariam pelo estudo. Essa etapa incorporou, também, o planejamento das atividades posteriores. No passo seguinte, que se ocupou da execução da avaliação e da caracterização, o SGQ das empresas selecionadas foram avaliados com o instrumento que foi desenvolvido na segunda etapa e teve suas características identificadas com o questionário de caracterização. Concluído o processo de aplicação do instrumento, procedeu-se a pontuação dos itens avaliados, constituindo o passo número quatro. O quinto e último passo refere-se à apresentação dos resultados obtidos. A Figura 1, vista abaixo, ilustra essas etapas e a seqüência em que elas ocorreram. FIGURA 1 Os cinco passos do processo de avaliação e análise 4

4.1. O instrumento de avaliação O SIQ-Construtoras constituiu-se no material básico que foi utilizado para a elaboração da ferramenta de avaliação, sendo considerado como a principal referência no processo de avaliação. Na elaboração dessa ferramenta, os itens e os requisitos desse referencial teórico foram transformados em características que passaram a ser observadas nos SGQ das empresas construtoras submetidas à avaliação, sendo atribuída uma nota. Na ficha de avaliação reservou-se um espaço para que fossem apresentadas as evidências da pontuação fornecida, apresentados os pontos fortes e as oportunidades de melhoria para o aspecto avaliado, além de outras observações adicionais julgadas pertinentes. O parâmetro classificatório das empresas avaliadas foi o SIQ-Construtoras e os níveis nele identificados pelas letras D, C, B e A. O quadro 1, visto a seguir, mostra os requisitos, os itens e as pontuações máximas estabelecidas para cada um deles. REQUISITO ITENS PONTUAÇÃO MÁXIMA 1 Sistema de gestão da Requisitos gerais 100 qualidade Requisitos de documentação 100 Total máximo de pontos do requisito 200 2 Responsabilidade da alta direção da empresa Comprometimento da alta direção da empresa, foco no cliente, política da qualidade e planejamento Responsabilidade e autoridade, representante da direção, comunicação interna e análise crítica pela direção Total máximo de pontos do requisito 200 3 Gestão de recursos Provisão de recursos, infra-estrutura e ambiente de trabalho 100 Recursos humanos 100 Total máximo de pontos do requisito 200 4 Execução da obra Planejamento da obra e processos relacionados ao cliente 40 Projeto 40 Aquisição 40 Operações de produção e fornecimento de serviço 40 Controle de dispositivos de medição e monitoramento 40 Total máximo de pontos do requisito 200 5 Medição, análise e melhoria Medição e monitoramento e controle de materiais e de serviços de execução controlados e da obra não-conformes Análise de dados e melhoria 100 Total máximo de pontos do requisito 200 QUADRO 1 Requisitos, itens e pontuação atribuída na avaliação Para a elaboração da sistemática de pontuação, os cinco requisitos do SIQ- Construtoras foram subdivididos em 13 itens de avaliação, contendo os 72 aspectos que se pretendeu avaliar. Para a distribuição da pontuação máxima atribuída para a avaliação, que foi de 1000 pontos, cada requisito recebeu 200 pontos como pontuação máxima, obedecendo ao grau isonômico da importância de cada um deles para a eficácia do SGQ das empresas 100 100 100 5

construtoras. Foi adotado o mesmo critério de distribuição de pontos com relação aos itens e aos 72 aspectos a serem avaliados. Para atribuir a pontuação a cada aspecto da avaliação foram considerados: 1) o atendimento nulo com relação ao conteúdo da característica avaliada, 2) o atendimento parcial e 3) o completo atendimento do conteúdo. A tabela 1, vista a seguir, apresenta a faixa de pontuação e a classificação dos níveis para a avaliação de cada requisito, individualmente, de acordo com as exigências do SIQ- Construtoras. TABELA 1- Requisitos do SGQ e pontuação máxima estabelecida REQUISITOS DO SGQ E PONTUAÇÃO MÁXIMA NÍVEL 1 2 3 4 5 pontuação máxima por nível D 151 93 42 0 0 286 C 185 110 125 42 17 479 B 200 127 125 134 59 645 A 200 200 200 200 200 1000 A partir dessa tabela, pode ser observado que no primeiro requisito, sistema de gestão da qualidade, a pontuação máxima de 200 pontos é alcançada ainda no nível B. Isso significa que todas as exigências do requisito já foram atendidas antes do nível A. Outra situação curiosa com a qual se convive na implementação dos SGQ é aquela relacionada ao terceiro requisito, gestão de recursos. Nesse caso, a passagem de uma empresa do nível C para o nível B não implica em alteração dos valores, significando que dela não foram exigidas novas práticas relacionadas à qualidade, na sua migração de um nível para outro. 4.2 Questionário de caracterização Para complementar o instrumento de avaliação da pesquisa, de modo a fornecer subsídios para uma análise qualitativa dos dados obtidos relacionados com o SGQ da empresa avaliada, foi elaborado um segundo instrumento, denominado questionário de caracterização. Esse questionário é composto basicamente por questões mais abrangentes sobre os SGQ analisados e tem como objetivo identificar as características dos sistemas das empresas da construção civil que participaram da pesquisa. a) identificação, histórico e estrutura organizacional da empresa; b) se o SGQ existe e há quanto tempo ele estava implementado; c) os motivos que levaram a empresa a implementar o seu SGQ; d) as dificuldades encontradas durante o processo de implementação e manutenção do SGQ; e) os benefícios e dos problemas que o SGQ trouxe para a organização; f) a forma como a empresa age em relação à minimização e à solução das dificuldades/problemas surgidos no SGQ; g) a forma como a empresa garante que os serviços executados por subempreiteiros tenham a sua qualidade assegurada. 6

Com base no conjunto de informações obtidas, tanto com o questionário de caracterização quanto com o instrumento de avaliação, foi possível fazer a discussão acerca dos fatores que interferem na implementação e na manutenção dos SGQ pelas empresas da construção civil. Essa discussão, de cunho analítico, fornece elementos para uma melhor compreensão do fenômeno observado e, ao mesmo tempo, sugere mecanismos que sensibilizem os quadros diretivos das empresas, alertando-os para a importância da implementação e da manutenção dos sistemas de gestão da qualidade nas suas empresas, melhorando o seu desempenho. 5. Pesquisa de campo 5.1 Procedimento de pesquisa e empresas estudadas A pesquisa adotou, como método de investigação, o estudo de casos e os resultados que foram alcançados, através da pesquisa que está sendo relatada aqui, reafirmam a sua importância prática na medida em que ela fez uma abordagem da problemática vivenciada tanto nos canteiros de obras quanto nos escritórios das organizações ligadas à construção civil no subsetor de edificações. Em síntese, foram contatadas 21 empresas, sendo dezessete empresas na cidade de São Carlos-SP, uma empresa na cidade de Araraquara-SP e três empresas na cidade de Salvador- BA. O contato inicial foi feito através de telefone e em seguida foi encaminhado a cada uma delas um documento que apresentou a pesquisa, os seus objetivos e como ela seria executada. Desse total, apenas seis empresas concordaram em participar, três delas em São Carlos, a empresa sediada em Araraquara e uma empresa sediada em Salvador. Dentre as empresas sãocarlenses que aceitaram participar da pesquisa, uma delas foi desclassificada pelo fato de ainda não ter um sistema de gestão da qualidade implementado, fugindo, assim, ao critério estabelecido para a seleção das empresas. Uma outra cancelou a visita à empresa na véspera da data que estava agendada, alegando o fato da empresa estar promovendo mudanças no seu SGQ, o que poderia acarretar uma leitura errônea da realidade da empresa. A empresa X está localizada em Salvador - BA e foi fundada em 1989. O principal escopo da empresa é a construção civil de obras de edificações, urbanização e incorporações imobiliárias de empreendimentos residenciais e comerciais. O seu sistema de gestão da qualidade é certificado ISO 9001:2000 e Qualiop nível B. A empresa Y está localizada na cidade de São Carlos - SP e foi fundada em 1984. Ela atua exclusivamente na execução de obras do subsetor de edificações. Esta empresa possui o certificado PBQP-H nível A. A empresa Z localiza-se em Araraquara - SP e foi fundada em 1968. Sua atuação se dá em empreendimentos, estudos, projetos, gerenciamento, execução de construções em geral, obras comerciais, industriais, públicas e particulares. Ela possui um SGQ não certificado baseado na versão 1994 do SIQ-Construtoras. 5.2 Avaliação dos SGQ das empresas estudadas Empresa X A aplicação do instrumento de avaliação na empresa X ocorreu em julho de 2005 e durou, aproximadamente, seis horas. Inicialmente foram analisados os documentos da qualidade. Esta etapa contou com a colaboração da engenheira civil responsável pelo SGQ na empresa. 7

Empresa Y A aplicação do instrumento de avaliação na empresa Y se deu em setembro de 2005 e teve a duração de, aproximadamente, cinco horas. De forma semelhante ao procedimento adotado com a empresa X, foram analisados os documentos da qualidade, que contou, também, com a ajuda do engenheiro civil responsável pelo SGQ na empresa. Empresa Z A aplicação da ferramenta de avaliação na empresa Z foi feita em novembro de 2005. O tempo utilizado para a execução dessa avaliação foi de aproximadamente 6 horas. Nesta etapa, foram analisados os documentos da qualidade, que também contou com a ajuda do engenheiro civil responsável pelo SGQ na empresa. A partir da pontuação dada para cada requisito e a sua relação com a tabela de pontuação apresentada anteriormente neste artigo, os níveis encontrados nas empresas X, Y e Z são aqueles mostrados no quadro 2, a seguir, quando comparados com os itens e requisitos do SIQ-Construtoras: REQUISITOS DO SGQ Responsabilidade da alta Execução Sistema de Gestão Medição, gestão da de análise e direção da da obra qualidade recursos melhoria empresa Pontuação X 180 200 200 187 191,5 NÍVEL ALCANÇADO X C A A A A Pontuação Y 200 200 200 200 200 NÍVEL ALCANÇADO Y A A A A A Pontuação Z 190 191,5 187,5 192,5 175 NÍVEL ALCANÇADO Z A A A A A QUADRO 2 Pontuação por requisito e classificação do nível do SGQ das empresas X, Y e Z Nível global do SGQ da empresa A A A A fase de avaliação dos SGQ das empresas construtoras investigadas pode ser resumida pelo quadro 3 abaixo. Ele mostra o nível que o SGQ da empresa possui atualmente e o nível que ela possuía quando foi avaliada. Empresa Nível atual Nível avaliado X Nível B Qualiop (versão 2000) e ISO A 9001:2000 Y Nível A PBQP-H (versão 2000) A Z Nível A PBQP-H (versão 1994) A QUADRO 3 Relação entre o nível atual e o nível avaliado dos SGQ das empresas construtoras A partir dos resultados apontados no quadro acima, verifica-se que o instrumento de avaliação foi validado porque ele permitiu identificar nas empresas um nível de gestão da qualidade semelhante ao que elas têm implantado. 8

5.3 Caracterização dos SGQ das empresas estudadas Como um dos resultados da pesquisa, pode ser apresentado o fato de que todas as empresas entrevistadas iniciaram a implantação dos seus SGQ entre os anos de 1999 e 2001. Convém notar que esse período foi marcado, no Brasil, pela estruturação do SIQ-Construtoras pelo PBQP-H, já em 1999. As motivações para a implementação dos SGQ das empresas construtoras pesquisadas oscilaram entre a estratégia organizacional para vencer barreiras em seus processos, como foi o caso das empresas X e Y, e a necessidade de possuir um certificado para atender às exigências dos órgãos públicos na contratação e na execução de obras públicas, como foi o caso da empresa Z. Na fase de implementação do SGQ, a dificuldade comum às três empresas foi a resistência, encontrada por parte dos recursos humanos, para com as mudanças culturais que foram trazidas pelo sistema. Ainda, para as empresas X e Z, foi apontado como uma das dificuldades o fato delas terem sido pioneiras na implementação de SGQ nas regiões em que se localizam. Na fase de manutenção do SGQ, a empresa X apontou, como a maior dificuldade, a alta rotatividade da mão-de-obra. Ainda nessa fase, a empresa Y não identificou nenhuma dificuldade e ela se previne para o aparecimento das mesmas com o treinamento dos novos funcionários por ocasião da contratação. Já na empresa Z, a pesquisa identificou dois problemas na fase de manutenção do sistema que são: o alto custo de manutenção do SGQ e o relaxamento de todos os envolvidos, que invariavelmente ocorre após a certificação da empresa. Para tentar corrigir e prevenir a ocorrência desses problemas na fase de manutenção, a empresa X, juntamente com o Serviço Social da Indústria (Sesi), vem incentivando o crescimento intelectual dos funcionários. Ela passou a exigir uma escolaridade mínima para cada função dentro da empresa e formou parcerias com os subempreiteiros validados pelo SGQ, incluindo cláusulas contratuais que reduzam a rotatividade de funcionários. As empresas Y e Z, por sua vez, apostam no treinamento contínuo e eficaz como forma de solucionar seus problemas relacionados à implementação e à manutenção dos seus SGQ. O treinamento dos trabalhadores foi identificado, também, como a principal ferramenta utilizada pelas três empresas para vencer as barreiras que impedem o correto andamento do SGQ. A empresa Z apontou, ainda nessa especificidade, o apoio da diretoria como outro aspecto importante. Quanto à atuação dos subempreiteiros, as empresas foram unânimes em utilizar o treinamento de pessoal e a inspeção dos serviços contratados com eles, para garantir que a execução esteja de acordo com o previsto pelo SGQ. Ainda como resultados obtidos com o instrumento de análise dos SGQ das empresas que foram selecionadas nessa pesquisa, tem-se a identificação de alguns benefícios trazidos pela qualidade. No caso da empresa X, foram citados o registro e a disseminação do conhecimento, a melhoria contínua e o melhor aproveitamento dos recursos. Na empresa Y, o aspecto operacional foi o mais citado, na medida em que foi adotado o controle de materiais, equipamentos e documentos, além da padronização da execução dos serviços. Já para a empresa Z, o benefício principal foi a redução dos custos como uma decorrência do menor índice de retrabalho durante a execução dos serviços. 9

Para todas as empresas, indistintamente, o SGQ não trouxe problemas. Apenas a empresa Z citou o alto custo de manutenção como um aspecto negativo do sistema de gestão da qualidade. 6. Considerações finais Inicialmente, pode-se considerar que os objetivos propostos foram alcançados na medida em que instalou-se o processo de avaliação do grau de adequação do sistema de gestão da qualidade nas empresas construtoras em relação ao SIQ-Construtoras e que esse processo apresentou como resultado níveis de qualificação avaliados semelhantes aos que as empresas possuíam implementados. Além disso, foram identificadas as características dos SGQ de gestão da qualidade das empresas analisadas, possibilitando chegar ao entendimento do porquê e como ocorrem as implantações de SGQ nesse tipo de empresa. As contribuições que esta pesquisa apresenta possuem alcance variado, merecendo ser destacada a possibilidade de aproximação institucional entre as empresas construtoras e a universidade. Dessa possibilidade concreta de aproximação advém a constatação de uma barreira a ser superada, que é o fechamento do subsetor de edificações no que diz respeito à participação em pesquisas. É importante ressaltar que o questionário de caracterização teve como função complementar a avaliação dos SGQ, que é baseado apenas na análise documental da documentação da qualidade, o que não possibilitaria a identificação das características dos SGQ levantas com tal questionário. Algumas limitações do trabalho de investigação que está sendo relatado são apresentadas aqui com o propósito de contribuir com a sua superação. Isso responde às exigências do trabalho científico na óptica do seu aprimoramento. As limitações se agrupam na forma que segue: a) limitações do instrumento de avaliação; b) limitações do questionário de caracterização; c) limitações do tamanho da amostra; d) limitação das características da amostra Com relação às limitações do instrumento de avaliação, não foram levadas em consideração a atualização e a pertinência das versões dos mesmos com a realidade da empresa avaliada. Além do mais, não se verificou, in loco, a veracidade das informações coletadas, fato que permitiria um conhecimento mais próximo da realidade investigada. A principal limitação levantada no questionário de caracterização foi a possível ausência de informações relevantes para a pesquisa, nas respostas fornecidas pelo responsável pelo SGQ da empresa investigada. No que diz respeito à amostra, a análise dos SGQ em apenas três empresas não permite fazer uma extrapolação das características desse tipo de empresa, com o embasamento científico necessário. Os resultados obtidos podem servir, sim, como ponto de apoio para novas investigações. O fato de restringir a participação na pesquisa apenas por empresas construtoras que possuíssem um SGQ implantado ou em fase de implantação também pode ser visto uma limitação da pesquisa pelo fato disso possibilitar uma indução ao resultado obtido. Apesar das limitações, esses resultados podem servir de feedback com vistas à 10

melhoria do desempenho das empresas de construção civil, sub-setor edificações, na medida em que a organização esteja em sintonia e em concordância com o conhecimento produzido na universidade. 7. Referências Bibliográficas AMATO NETO, J. Reestruturação industrial, terceirização e redes de subcontratação. Revista de administração de empresas. São Paulo, v.35, n.2, p.33-42, mar./abr, 1995. CARDOSO, F.F. Certificações setoriais da qualidade e microempresas. O caso das empresas especializadas em construção civil. 229p. Tese (Livre docência) Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003. CTE - CENTRO DE TECNOLOGIA DE EDIFICAÇÕES. Alterações no regimento do PBQP-H, 2005. Disponível em: http://cte.com.br/noticias/noticia.asp?id=120. Acesso em 14 mar. 2005. COLENCI JR., A.; GUERRINI, F.M. Gestão da produtividade e competitividade. In: ESCRIVÂO FILHO, E. Gerenciamento na construção civil, São Carlos: EESC/USP, Cap.5, p.159-207, 1998. PEREIRA, S.R.; CARDOSO, F.F. Recomendações de boas práticas na subempreitada de serviços de execução em obras civis. Universidade de São Paulo, BT/PCC/356, São Paulo, 2004. Disponível em: <http://publicacoes.pcc.usp.br/pdf2003&2004_1/bt%20-%20356.pdf>. Acesso em 20 ago. 2005. PICCHI, F.A. Sistema da Qualidade: uso em empresas de construção de edifícios. 2v. Tese (Doutorado) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, 1993. SERRA, S.M.B. Diretrizes para a gestão dos subempreiteiros. 360p. Tese (Doutorado) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, 2001 SORDAN, J.E. Proposição e aplicação de um processo de avaliação de sistemas de gestão da qualidade ISO 9001:2000. 105p. Dissertação (Mestrado) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2005. SOUZA, R. Qualidade no setor da construção. In: OLIVEIRA, O.J. Gestão da qualidade, Tópicos avançados, Pioneira Thomson Learning. Cap.14, p.199-210, 2004. VARGAS, N. Racionalidade e não-racionalização: o caso da construção habitacional. In: FLEURY, A.C.C.; VARGAS, N. Organização do trabalho: uma abordagem interdisciplinar, Sete casos brasileiros para estudo. São Paulo: Ed. Atlas, p.195-219, 1983. VIVANCOS, A.G.; CARDOSO, F.F. A implantação de sistemas de gestão da qualidade e a descentralização do poder em empresas construtoras. In: INTERNATIONAL CONGRESSnternational congress of industrial engineering, 5., e Encontro nacional de engenheiros de produção, 19., 1999, Rio de Janeiro. Anais eletrônicos... Rio de Janeiro. UFRJ, 1999. Disponível em: < http://docentes.pcc.usp.br/fcardoso/artigoenegep1999avivancosfcardoso.pdf>. Acesso em 27 jun. 2004. 11