WEB 2.0 E BIBLIOTECA 2.0: viabilizando o processo da disseminação da informação 1

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1 WEB 2.0 E BIBLIOTECA 2.0: viabilizando o processo da disseminação da informação 1 Marina Teixeira Girard Cristiane * Gadelha Pother Suelem** Resumo Aborda o uso das ferramentas da web 2.0 no processo de disseminação da informação em biblioteca 2.0, para uma melhor comunicação com os seus usuários. O presente trabalho apresenta como objetivo geral analisar a web 2.0 e a biblioteca 2.0 como meios evolutivos da internet para ajudarem nos sistemas disponibilizados. Como objetivos específicos busca mostrar as novas vertentes no trabalho do bibliotecário, demonstrar os novos recursos tecnológicos para um melhor atendimento ao usuário, facilitar o acesso e o compartilhamento das informações. A metodologia utilizada compreende numa revisão de literatura na área da ciência da informação e tecnologia, em consulta através de livros, artigos de periódicos e meios eletrônicos. Como subsídios teóricos são utilizados fundamentos de Brito e Silva (2010), sem dispensar idéias de outros pensadores que apresentam trabalhos nesta área de estudo. Os resultados e conclusões demonstram que a web 2.0 e a biblioteca 2.0 é visto como um novo espaço para criar, organizar tratar e disseminar conteúdos informacionais, disponibilizando serviços e produtos inovadores para corresponder as necessidades de seu público alvo, trazendo novas formas de relação com a sociedade. Palavras-chave: Web 2.0. Biblioteca 2.0. Disseminação da Informação. 1 Comunicação oral apresentado ao GT 5 Memória, Gestão e Tecnologia da Informação e Comunicação. * Universidade Federal do Pará (UFPA). Discente de Biblioteconomia. E-mail: marynangirard@hotmail.com ** Universidade Federal do Pará (UFPA). Discente de Biblioteconomia. E-mail: suelem_pother@hotmail.com

2 1. INTRODUÇÃO A Humanidade sempre sentiu a necessidade de se comunicar e trocar informações. Visando essa necessidade o homem utilizou-se de diversos recursos como: tabletes de argila, pergaminho, papiro, até chegar ao papel e ao eletrônico. Mas somente a partir do século XX, a sociedade percebe a importância do conhecimento e da comunicação tanto que se denomina com o termo de sociedade da informação, que torna a informação como objeto de pesquisa, originando o campo de estudo da Ciência da Informação. Esta ciência que com o decorrer do tempo necessita adaptar-se aos novos caminhos de se dispor e obter informações para atender aos seus clientes, através da organização, recuperação e disseminação. Com o aparecimento da internet evoluem os meios de comunicação e ocasiona uma proliferação da informação, que faz com que diversas ciências tenham que sofrer profundas mudanças. Através da web foi possível surgir novas maneiras de se relacionar e de mostrar serviços e produtos, assim as bibliotecas passam a utilizar o meio eletrônico como forma de mostrar sua importância e suas funcionalidades, permitindo que a informação relevante chegue de forma mais rápida para os clientes. Assim como surgiu a necessidade de se tirar a biblioteca e as informações de um modo restrito, isso faz surgir um novo estilo de cliente que sente vontade de ser mais independente, de poder ter uma interação maior da informação e com isso surge a Web 2.0 ou Web Social contribuindo para o desenvolvimento de uma biblioteca mais dinâmica que ficou denominada de Biblioteca 2.0, fazendo a interação não somente com a informação, mas entre os próprios usuários e os bibliotecários. A biblioteca 2.0 usa vários recursos disponibilizados na web para facilitar o processo de disseminação da informação, dando ênfase as necessidades de seus utilizadores. Utilizando mecanismos como: Wikis, redes sociais, mensagens instantâneas, entre outros, para agilizar esse processo. Ocasionando um vínculo do usuário com a biblioteca, principalmente deste com a informação.

3 2. WEB 2.0 Com a necessidade de trocar informações o homem cria no decorrer do tempo mecanismos para obtenção segura e rápida de informações, assim nessa linha de pensamento surge à internet projetada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos para evitar a destruição dos suportes de comunicação pelos soviéticos e para que houvesse trocas seguras de informações. Resultando em novos direcionamentos informacionais para os meios de comunicação como ressalta CASTELL (1999, p. 26) o resultado foi uma arquitetura de rede que, como queriam seus inventores, não pode ser controlada a partir de nenhum centro e é composta por milhares de redes de computadores autônomos com inúmeras maneiras de conexão, contornando barreiras eletrônicas. Que apresentou um crescimento exponecial a partir da década de 90, com o uso do hipertexto e passou a ser inserida em um contexto global. Essa web ficou denominada de web 1.0 era estruturada por sites que possuiam seu conteúdo online, mas não possibilitava a interatividade de seus internautas. É justamente esse requisito que fez surgir a web 2.0, pois ela insere o conceito de interatividade entres os internautas. A web 2.0 ficou popularizada em 2004, por um irlandês nos EUA, Tim O Reilly onde em algumas conferências com o vice-presidente da empresa O Reilly Media, Dale Dougherty atribui o conceito de Web 2.0 (BRITO; SILVA, 2010, p. 150 b). A web 2.0 contém mudanças que revolucionaram a internet, fornecendo mais dinamismo, criatividade e compartilhamento de informações. Podemos perceber esses aspectos pelas suas características abordadas, destaca-se algumas características dos serviços da web 2.0 (COUTINHO e BOTTENTUIT JUNIOR, 2007 apud BRITO e SILVA, 2010, p. 24 a): a) Interfaces ricas e fáceis de usar; b) Sucesso da ferramenta depende do número de usuários, pois os mesmos podem ajudar a tornar o sistema melhor; c) Gratuidade na maioria dos sistemas disponibilizados; d) Maior facilidade de armazenamento de dados e criação de páginas on-line; e) Vários usuários podem ter acesso à mesma página e editar as informações; f) As informações mudam quase que instantaneamente;

4 g) Os sites / software estão associados a outros aplicativos tornando-os mais ricos e produtivos e trabalhando na forma de plataforma (união de vários aplicativos); h) Os aplicativos da web 2.0 geralmente criam comunidades de pessoas interessadas em um determinado assunto; i) A atualização da informação é feita colaborativamente e torna-se mais viável com o número de pessoas que acessam e atualizam. Através dessas características descobrimos o quanto esta nova web está centrada no usuário, reforçando a interação pertinente que está transmite através de suas aplicações como, por exemplo: blogs, redes sociais, sites de compartilhamento de vídeos, áudios e imagens, entre outros, permitindo maior acesso entre o conteúdo e seus interessados. 3. BIBLIOTECA 2.0 Com o surgimento da web aparecem novas vertentes para as pessoas se comunicarem, interagirem e para novos direcionamentos profissionais. A web como um meio poderoso de viabilizar o processo de transmissão das informações e do conhecimento, proporciona mecanismos e caminhos que podem e devem ser usados por bibliotecários em seu ambiente de trabalho. O aparecimento de novas tecnologias da informação permitiu que aumentasse as ferramentas que viabilizam o uso da web. A web 1.0 possibilitou que as informações fossem disponibilizadas através de recursos eletrônicos, de grandes dimensionamentos, porém com características estáticas como Blatman e Silva (2007, p. 199) afirmam que a web 1.0 era estruturada por meio de sites que colocavam todo conteúdo on-line sem oferecer a possibilidade de interação aos internautas. Mostrando a web apenas como uma ponte de conexão de computadores e informações. Na web tradicional ou web 1.0 percebemos que a biblioteca se insere no meio eletrônico, proporcionando a extensão de seu espaço e fazendo com que a informação esteja mais acessível ao público. Entretanto, é uma biblioteca que encaminha os seus respectivos usuários para ferramentas que ainda não permitem uma interação maior entre os clientes, e estes com os bibliotecários e principalmente de todos esses com a informação.

5 A evolução das ferramentas presentes na web origina-se o termo web 2.0, onde presenciamos uma nova perspectiva de interagir com a informação. Com o uso da web, a biblioteca assume esses novos recursos e também continuam os seus serviços e produtos anteriormente existentes. Esse novo tipo de web aumenta sua funcionalidade e abre espaço para mais facetas na disseminação da informação aos seus utilizadores. Propondo mais dinamismo, a internet segundo o conceito 2.0 torna-se um instrumento considerado essencial para viabilizar essa perspectiva. Como afirma Davis, (2005 apud BLATTMANN; SILVA, 2007, p. 196) a web 1.0 direcionava pessoas para a informação, a web 2.0 intenciona levar a informação para as pessoas. Podemos perceber que a web 1.0 permitiu a introdução das pessoas na Rede e trouxe funcionalidades para as bibliotecas (biblioteca 1.0), já a web 2.0 fez com que a biblioteca assuma um novo modo de direcionar a informação para as pessoas. Destacamos as diferenças entre as duas tipologias através do seguinte esquema: Biblioteca 1.0 Biblioteca 2.0 Correio eletrônico e páginas de questões mais frequentes (faq) Serviço de referência via bate-papo (chat) Tutorial baseado em texto Mídia interativa (streaming media) em base de dados Lista de correio eletrônico (webmasters) Blogs, wikis, leitoras de RSS Com base em esquemas controlados

6 Esquema de classificação controlada Catálogo impresso Catálogo com agregados blogs, wikis e páginas web. Quadro 1: Evolução da Biblioteca 1.0 para Biblioteca 2.0 Fonte: BLATTAM; SILVA, 2007 O termo web 2.0 ou Web social inserida no contexto biblioteconômico, fez surgir a expressão Biblioteca 2.0 idealizado por profissionais da biblioteconomia, para sintetizar a introdução da biblioteca nessa nova tipologia de ciberespaço. Trazendo à tona discussões sobre as mudanças advindas da evolução da web 1.0 para web 2.0. Segundo Habib (2006 apud BRITO; SILVA, p. 152, 2010b) descreve que a biblioteca 2.0 é um subconjunto da biblioteca tradicional com serviços concebidos pela web 2.0 para satisfazer às necessidades informacionais dos utilizadores, aproveitando também a inteligência coletiva e os efeitos da rede para fornecer serviços bibliotecários. Este novo modelo de biblioteca passou a ser aderido ao termo web 2.0, que é caracterizada por ser dinâmica, interativa e que permite um maior compartilhamento de informações. Essa versão de web está permitindo o aparecimento de novos serviços disponibilizados pela internet, assim a biblioteca sendo uma instituição de cunho social, necessita acompanhar as mudanças tecnológicas e conceituais que a sociedade adere, passando a perceber e absorver a utilização das ferramentas da web 2.0 para permitir a disseminação, organização e recuperação da informação. Um dos mais importantes conceitos do termo biblioteca 2.0, foi idealizado pelo norteamericano Michael Casey em 2005, em seu blog Library Crunch. De acordo com BRITO; SILVA, posteriormente abordado por bibliotecários blogueiros em suas comunidades, que começam a discutir o sentido de suas bibliotecas e como o profissional deve agir diante das mudanças advindas do uso da internet, sendo incentivados a seguir a trajetória da web 2.0. (p. 152, 2010b). Segundo Casey, 2005 apud Brito e Silva (2010, p. 152-153b), algumas

7 bibliotecas começam a personalizar o conteúdo de seus websistes, a agregar conteúdos através de Really Syndication (RSS), e criar pontos de acesso ao usuário, como cliente, tais como e- mail, mensagens instantâneas, blogs, chats, wikis, etc. A biblioteca 2.0 pode ser percebida por apresentar uma nova vertente para o trabalho dos bibliotecários que se vêem mais presentes na construção do conhecimento e que permitem que os usuários estejam também mais inseridos nesse processo. A Biblioteca 2.0 aplica as ferramentas da web 2.0 tanto no seu ambiente físico como o virtual de suas bibliotecas. Este modelo permite que a biblioteca faça que hajam respostas rápidas as necessidades informacionais, fazendo com que o usuário assuma o papel de destaque nessa nova vertente. Pois permite que o mesmo possa inserir e modificar as informações. Como confirma Brito e Silva a Biblioteca 2.0 passa a ser prestigiado a partir do surgimento da web 2.0, que vem selecionando mecanismos e ferramentas interativas para transformar a biblioteca em um espaço mais atrativo para o usuário. (2010, p. 23, a). Utiliza aplicativos para fazer a biblioteca um meio atrativo para as pessoas, que está interligado com a web. A biblioteca tem por fim a satisfação do usuário se direciona para o compartilhamento de informações por parte do usuário (da internet e da biblioteca) e não para o acesso. Passa a ter uma dicotomia por esta centrada em duas vertentes: a centralização na tecnologia embutida dentro das bibliotecas e por outro lado no usuário, este agrega mais valor a finalidade das bibliotecas. Assim observamos que as bibliotecas 2.0 permitem a aplicação da interação, colaboração e o uso de tecnologias por meio da web para dispor seus serviços e coleções também através da web. Por isso Maness (2007, p.44-45) afirma que a biblioteca 2.0 deve ter quatro elementos essenciais, que são: Ser centrada no usuário: usuários participam na criação de conteúdos e serviços que eles vêem na presença da biblioteca na web [...]. O consumo e a criação do conteúdo é dinâmica, e por isso as funções do bibliotecário e do usuário nem sempre são claras. Oferece uma experiência multimídia: ambos, coleções e serviços da biblioteca 2.0 contêm componentes de áudio e vídeo. [..] É socialmente rica: a presença da biblioteca na web inclui a presença dos usuários. Há tanto formas síncronas (ex: MI [mensagem instantânea]) e assíncrona (ex: wikis) para os usuários se comunicarem entre si e com os bibliotecários.

8 É comunitariamente inovadora: este é tal vez o aspecto mais importante e singular da Biblioteca 2.0. Baseia-se no fundamento das bibliotecas como serviço comunitário, mas entendem que as comunidades mudam, e as bibliotecas não devem apenas mudar com elas, elas devem permitir que os usuários mudem a biblioteca. Ela busca continuamente mudar seus serviços, achar novas formas de permitir que as comunidades, não somente indivíduos, busquem, achem e utilizem a informação. A Biblioteca 2.0 está baseada na interação e na participação entre usuários e bibliotecários com a incorporação (técnica e social) da contribuição dos recursos da web 2.0 nos serviços oferecidos pelas bibliotecas. Algo que reflita e contribua para a comunidade trazendo a satisfação das necessidades informacionais presentes na sociedade. 4 USO DE ALGUMAS FERRAMENTAS DA WEB 2.0 NAS IBLIOTECAS Como já exposto a Web 2.0 oferece uma experiência com ferramentas inovadoras, fazendo da biblioteca um meio interativo e dinâmico atraindo os usuários. Mas para que esse processo seja eficaz, é necessário que os profissionais bibliotecários tenham um conhecimento básico dessas ferramentas para melhor executar os trabalhos presentes na biblioteca. Um profissional que se adéqua a essa nova realidade de biblioteca, se faz permitir dominar e adaptar diversas áreas e serviços para que possa obter um melhor desempenho de suas atividades para fomentar o conhecimento. Vamos explanar algumas ferramentas que estão presentes nos serviços de bibliotecas, auxiliando o trabalho deste profissional. 4.1 WIKIS Esta ferramenta permite com que os usuários possam criar, editar, apagar e modificar; gerenciando seus próprios conteúdos e de outros através de um navegador da internet. Desenvolvendo um ambiente adequado para a colaboração e compartilhamento das informações devido inserção de conteúdos de vários autores do conteúdo. A vantagem desse recurso está em ser agregador de notícias, na indexação da recuperação interna (buscas nas páginas) e externas de conteúdos, inserindo outras mídias e formatos (filmes, entrevistas, entre outros) trazendo uma boa troca de informações.

9 4.2 REDES SOCIAIS São espaços definidos na internet onde os indivíduos criam perfis públicos e semipúblicos utiliza-se para disponibilizar informações e demais recursos (vídeos, fotos, etc) fazendo que as pessoas possam estar conectadas em uma determinada organização social presente nos sites. Estas possibilitam compartilhamento de informações entre os bibliotecários e usuários fazendo com que os membros dos grupos de um desses sites possam conhecer os serviços e produtos ofertados pelas bibliotecas. Como aborda RECUERO (2009) uma das funções que está cada vez mais aparente na apropriação dos sites de redes sociais é seu uso como filtro de informações. As redes sociais conectadas através da Internet começam, cada vez mais a funcionar como uma rede de informações, qualificada, que filtra, recomenda, discute e qualifica a informação que circula no ciberespaço. 4.3 RSS Leitão (2007) afirma que: Os canais de RSS ( Really Simple Sindication ou Rich Site Summary ou ainda RDF Site Summary) são, actualmente, umas das formas mais caracteríticas de distribuição da informação no contexto da Web. Um formato e tecnologia de simples implementação permitem entregar automaticamente qualquer conteúdo a um utilizador de um sítio Web. Possibilita recursos para disponibilizar informações para qualquer pessoa, que constitui diversas vertentes para as bibliotecas, pois estas podem explorar seus serviços em sítios já existentes na Web, e até mesmo originando outros tipos de serviços e produtos buscando a disseminação da informação. As bibliotecas pode através desta ferramenta serem capazes fazer aquisições por meio da subscrição de canais de editoras, participando do processamento bibliográfico, fazendo a subscrição de catálogos de referência, promovendo outros serviços da biblioteca como um distribuidor de notícias para os clientes fazendo que estes fiquem atualizados quando surgirem novas publicações e o utilizador pode ler o conteúdo em qualquer tipo contexto, este pode também da sua contribuição na descrição de informações.

10 O formato designado como feed ou canal, contém vários itens de conteúdo, com diversos níveis de extensão possível, que podem ter origem num blogue, num sítio Web comum ou noutro lugar qualquer tipo de informação disponibilizado na w.w.w. (LEITÃO, 2007,p. 01-02). O uso dos feeds permitem a importação de informações em serviços de agregação, o que favorece o campo de distribuição de conteúdos. O RSS permite que as bibliotecas desempenhem o papel de agregar informações disponíveis na web, distribuindo desde programas de atividades simples contendo os horários ou serviços da biblioteca até os mais rebuscados como a criação de canais que avisam e compartilham novidades bibliográficas. A identificação das abordagens a serem utilizadas vai depender da visão estratégica da biblioteca. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o surgimento da web, principalmente da Web 2.0 traz um novo espaço para criar, organizar, tratar e disseminar as informações. Que apresentam ferramentas que precisam ser exploradas para viabilizar o acesso e ampliar o uso da informação. Então junto com esta nova interface surge a necessidade das bibliotecas se adaptarem a esse novo espaço de comunicação. Onde se apresentam diversas tecnologias que podem auxiliar técnicas de trabalho fazendo a criações de novos modos de disponibilizar os serviços e produtos inovadores potencializados por esses mecanismos para corresponderem as necessidades específicas de seus usuários, trazendo novas formas de relação com a sociedade. Nesse novo estilo de biblioteca o usuário representa um papel de destaque na produção e no compartilhamento das informações, participando ativamente das atividades ofertadas pelas bibliotecas. Isso só será possível se as bibliotecas atentem para essa nova perspectiva de trabalho e utilizem-se dos recursos da web 2.0 se quiserem comprovar sua relevância diante da sociedade para o fornecimento de informações, permitindo o auxílio dos conhecimentos de seus usuários para ampliar e melhorar seus serviços ofertados. Por isso é tão importante que o profissional tome a atitude de se familiarizar com essas novas ferramentas da Web 2.0 para gerir serviços que realmente correspondam às

11 necessidades informacionais das pessoas, permitindo a contribuição do público nesse processo para figurar a biblioteca como ponto de referência em todos os sentidos e fazer com que esta se torne preparada para as grandes mudanças que ainda poderá surgir permitindo sua adequação não perdendo o enfoque de disseminar a informação de forma adequada. REFERÊNCIAS BLATTMANN, Úrsula; SILVA, Fabiano Couto Corrêa da. Colaboração e interação na web 2.0 e biblioteca 2.0. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. 12, n. 2, p. 191-215, jul./dez., 2007. BRITO, Jorgivania Lopes; SILVA, Patrícia Maria da. Ferramentas da web 2.0 em bibliotecas universitárias: um estudo de caso. Biblionline, João Pessoa, n. esp., p. 23-33, 2010a.. A biblioteca 2.0 e suas ferramentas de colaboração e interação: como aplicá-las no fazer bibliotecário? Biblionline, João Pessoa, v. 6, n. 1, p. 149-159, 2010b. CASTELL, Manuel. A sociedade em rede. 6. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999. v.1. CONTI, Daiana Lindaura; PINTO, Maria Carolina Carlos. Ferramentas Colaborativas para bibliotecas. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. 15, n. 1, p. 07-21, jan./jun., 2010. LEITÃO, Paulo Jorge O. A revolução RSS e as Bibliotecas. Disponível em: <http://eprints.rclis.org/bitstream/10760/16270/1/rss_bibliotecas_pjl_congbad_.pdf>. Acesso em: 30 nov. 2011. MANESS, Jack M. Teoria da biblioteca 2.0: web 2.0 e suas implicações para as bibliotecas. Inf. & Soc.: Est, João Pessoa, v. 17, n. 1, p. 43-51, jan./abr., 2007. RECUEIRO, Raquel. Redes sociais atuam como filtro de informações. Disponível em: <http://www.jornalistasdaweb.com.br/index.php?pag=displayconteudo&idconteudo=3838>. Acesso em: 30 nov. 2011.