A IMPORTÂNCIA DO SINDICATO RURAL NAS NEGOCIAÇÕES SALARIAIS

Documentos relacionados
PROGRAMA DE DISCIPLINA

,UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO P L A N O D E E N S I N O

1. Instituição, funcionamento, prerrogativas e deveres dos sindicatos; 3. Os conflitos coletivos de trabalho e os meios para sua solução;

PROGRAMA DE DISCIPLINA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA CAMPUS GOVERNADOR VALADARES DEPARTAMENTO DE DIREITO PLANO DE CURSO

PROGRAMA DE DISCIPLINA

CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E TECNOLOGIA

FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA PLANO DE ENSINO

FACULDADE DE DIREITO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO. Autarquia Municipal PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU DIREITO E RELAÇÕES DO TRABALHO

DIREITO COLETIVO. *Princípio do direito coletivo Princípio da liberdade sindical art. 8º, CF

FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA PLANO DE ENSINO INFORMAÇÕES GERAIS 2. EMENTA 3. OBJETIVOS GERAIS 4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

REFORMA SINDICAL LEI Nº / 2017 NEGOCIAÇÕES COLETIVAS PÓS REFORMA

FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA PLANO DE ENSINO INFORMAÇÕES GERAIS 2. EMENTA 3. OBJETIVOS GERAIS 4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

DIREITO DO TRABALHO. Direito Coletivo do Trabalho. Prof. Hermes Cramacon

INTRODUÇÃO. Um bom passeio histórico pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

2.1 Denominações relevantes; conceito, caracteres; efeitos;

Ministério da Educação Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Sociais e Humanas Departamento de Direito PLANO DE ENSINO

PLANO DE APRENDIZAGEM

Sindicato e Organização das OCEMG

Este Plano de Curso poderá sofrer alterações a critério do professor e / ou da Coordenação. PLANO DE CURSO 2011

ACORDO COLETIVO. Palavras-chave: Acordo Coletivo- Convenção Coletiva- Celebração de Contrato de Trabalho.

PLANO DE ENSINO. Promover o desenvolvimento das competências e habilidades definidas no perfil do egresso, quais sejam:

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

Organização Sindical BASE LEGAL DO SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO

LEGALE - PÓS GRADUAÇÃO DIREITO DO TRABALHO. Empregador / Grupo de Empresas

Reforma Trabalhista (Lei n /2017): NEGOCIAÇÃO COLETIVA. Gisela R. M. de Araujo e Moraes Desembargadora do Trabalho

GUSTAVO FILIPE BARBOSA GARCIA REFORMA TRABALHISTA. Análise Crítica da Lei / a. revista atualizada ampliada. edição

SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS CONCURSO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

Disciplina: Direito Individual e Coletivo do Trabalho Carga Horária: 72 (horas) 6º Período

1. Dissídio Coletivo: - Acordo coletivo: negociação coletiva pelo sindicato dos empregados de uma determinada categoria, diretamente com uma empresa.

Sindicato dos Médicos Veterinários no Estado do Rio Grande do Sul

ESTATUTO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS TÉCNICOS EM MEIO AMBIENTE DO ESTADO DO PARANÁ SINDITTEMA-PR

Associação ou Sindicatos: Qual a diferença entre estas duas entidades. O que são os SINDICATOS

NIVELAMENTO PARA PÓS GRADUAÇÃO. - Direito Individual do Trabalho - (aula 08/11)

P A R E C E R. XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;

CURSO: CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS

DIREITO CONSTITUCIONAL

A ESTRUTURA SINDICAL BRASILEIRA E A 4a REVOLUÇÃO Maria Lucia Benhame.

2. Transcreve-se a seguir as informações constantes no Despacho: Solicito parecer jurídico em relação ao assunto.

DEFINIÇÃO DE SINDICATO

Ministério da Educação Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Sociais e Humanas Departamento de Direito PLANO DE ENSINO

O fazer de nossas mãos pelo fortalecimento sindical.

Poder Judiciário Tribunal Regional do Trabalho da 15 a Região. Vara do Trabalho de Bragança Paulista. Processo nº

CURSO DE DIREITO Autorizado pela Portaria nº 378 de 27/05/15-DOU de 28/05/15 PLANO DE CURSO

A REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO E SEUS REFLEXOS

CUSTEIO SINDICAL: ENTENDA SOBRE SUAS POSSÍVEIS FONTES

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE CIÊNCIAS SOCIAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

Hierarquia das Normas Trabalhistas/ Relação de Trabalho e Emprego/ Empregado e Empregador

DIREITO CONSTITUCIONAL

Este Plano de Curso poderá sofrer alterações a critério do professor e/ou da Coordenação.

O SISTEMA SINDICAL BRASILEIRO EM NÚMEROS

REFORMA TRABALHISTA LEI Nº , DE 13 DE JULHO DE 2017

DIREITO COLETIVO (conceito) DIREITO DO TRABALHO II

CARGA HORÁRIA SEMANAL: 2 CRÉDITO: 4 CARGA HORÁRIA SEMESTRAL: 45 NOME DA DISCIPLINA: DIREITO DO TRABALHO II NOME DO CURSO: DIREITO

ARBITRAGEM COMO MEIO DE SOLUÇÃO DOS COFLITOS INDIVIDUAIS DE TRABALHO. AUTOR: José Roberto Fernandes Loureiro Júnior: advogado

Características; Classificação; Sujeito do contrato de trabalho Empregado e empregador; Relação do emprego; Soli

Setor de Tributário. Direito Tributário I

TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Sindical A AUTONOMIA PRIVADA COLETIVA NA JUSTIÇA DO TRABALHO. Guilherme Brandão Advogado

Textos, filmes e outros materiais. Conteúdos/ Matéria. Categorias/ Questões. Habilidades e Competências. Semana. Tipo de aula

1. IDENTIFICAÇÃO CÓDIGO DA DISCIPLINA: D - 25 PERÍODO: 6 CRÉDITO: 04 NOME DA DISCIPLINA: DIREITO DO TRABALHO II NOME DO CURSO: DIREITO

Relações de Trabalho (Marlene Melo, Antônio Carvalho Neto e José Francisco Siqueira Neto)

ClaytonVabo Engenheiro Eletricista Diretor de Apoio ao Profissional

DIREITO DO TRABALHO II

EMENTÁRIO Curso: Direito Disciplina: DIREITO DO TRABALHO II Período: 8 Período. Carga Horária: 72H/a: EMENTA

FINANCIAMENTO DO SISTEMA SINDICAL: UMA INTRODUÇÃO NECESSÁRIA FLAVIA MOREIRA GUIMARÃES PESSOA

PLANO DE ENSINO. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ Credenciada pelo Decreto Estadual nº 9.538, de 05/12/

FONTES DO DIREITO DO TRABALHO

Este Plano de Curso poderá sofrer alterações a critério do professor e/ou da Coordenação.

PLANO DE ENSINO. 5. RELAÇÕES INTERDISCIPLINARES Direito Processual Civil, Direito Processual Trabalhista, Direito do Trabalho I.

Incorporação de Cláusulas Convencionadas nos Contratos Individuais de Trabalho

DIREITO DO TRABALHO. Direito Coletivo do Trabalho. Entidades sindicais: organização. Parte I. Prof. Cláudio Freitas

liberada por se tratar de um documento não aprovado pela PUC Goiás.

Ministério da Educação Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Sociais e Humanas Departamento de Direito PLANO DE ENSINO

Aula 12 Constituição Formal de Empresa

DIREITOS SINDICAIS DOS SERVIDORES PÚBLICOS. Direitos Sociais Constitucionais art. 39, 3º CF.

PARECER CONSULENTE: Federação dos Municipários do Estado do Rio Grande do Sul - FEMERGS

O QUE É UM SINDICATO? SINDICALIZAÇÃO POR QUE ASSOCIAR-SE AO SINDICATO?

FACULDADE SUMARÉ PLANO DE ENSINO

FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA PLANO DE ENSINO INFORMAÇÕES GERAIS 2. EMENTA 3. OBJETIVOS GERAIS 4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

DIREITO DO TRABALHO. Direito do Trabalho. Princípios do Direito do Trabalho. Parte II. Prof. Cláudio Freitas

DIREITO DO TRABALHO PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

DIREITO MATERIAL DO TRABALHO SUJEITOS DO CONTRATO DE TRABALHO: EMPREGADOR

DIREITO DO TRABALHO I

DIREITO DO TRABALHO. Direito Coletivo do Trabalho. Princípios de Direito Coletivo. Prof. Cláudio Freitas

PARECER DAS NORMAS COLETIVAS E DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO ESCOLA DE DIREITO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (4.ª Turma) GMMAC/r4/rjr/r/h/j

Programa Analítico de Disciplina DIR370 Direito do Trabalho I

MINISTÉRIO PUBLICO DO TRABALHO

Programa Analítico de Disciplina DIR371 Direito do Trabalho II

LEGALE CURSO DE EXECUÇÃO TRABALHISTA. Sujeito Passivo / Grupo de Empresas / Sucessão

DIREITO DO TRABALHO E DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA

12 A interpretação da assessoria de imprensa como atividade jornalística também foi

1. IDENTIFICAÇÃO 2. EMENTA

Aplicação dos Preceitos da Lei n /2017 e da MP 808/2017

NEGOCIAÇÃO COLETIVA DE TRABALHO COMO FUNDAMENTO DA LIBERDADE SINDICAL x PODER NORMATIVO DA JUSTIÇA DO TRABALHO: O MODELO BRASILEIRO

Um olhar sobre os contratos de trabalho após a Reforma Trabalhista. Prof. Maria Cláudia Felten

3. Vale dizer que só e somente sindicatos poderão firmar convenções - de um lado um sindicato patronal e de outro um sindicato operário.

Transcrição:

A IMPORTÂNCIA DO SINDICATO RURAL NAS NEGOCIAÇÕES SALARIAIS Ezael Albanez de Lemos 1 Prof. Érica Molina 2 Sindicato consiste em associação coletiva, com natureza privada, voltada para defender e incrementar os interesses coletivos profissionais e materiais de trabalhadores, sejam subordinados ou autônomos, e de empregadores. Dessa forma, o sindicato é fundamental para defender os direitos dos trabalhadores rurais, e como força para buscar melhores salários, melhores condições de trabalho. O sindicato tem a função de representação, de representar a categoria ou seus membros em juízo ou extrajudicialmente. Exerce a função de regulamentação, do estabelecimento das normas coletivas, como nas convenções e acordos coletivos. A definição de sindicato varia, de acordo com o tempo e as condições políticas, razão pela qual, para alguns estudiosos, o sindicato é a coalizão permanente para a luta de classe e, para outros, é o órgão destinado a solucionar o problema social (VIANA, 1995, p.1062). Octávio Bueno Magano define sindicato como a associação de pessoas físicas ou jurídicas, que exerce atividade profissional ou econômica, para a defesa dos respectivos interesses (MAGANO, 1993, p.96). Por sua vez, José Augusto Rodrigues Pinto após constatar que as definições, raramente, fazem alusão ao ponto que distingue as entidades sindicais das coalizões, isto é, o caráter permanente, define sindicato como: Uma associação constituída, em caráter permanente, por pessoas físicas ou jurídicas para estudo e defesa de seus interesses afins e prestação assistencial a todo o grupo, além de outras atividades complementares que o favoreçam". Assim, pode ser o sindicato definido como "entidade formada, em caráter permanente, por trabalhadores, que exerçam suas atividades a empregadores do mesmo ramo de negócio, ou empresas, que explorem o mesmo ramo econômico, cujos objetos são o estudo e a defesa dos interesses daqueles que a compõem. (PINTO, 1998, p.119) Assim, a palavra sindicato compreende não só a organização de trabalhadores, como a de empregadores. Em Portugal, usa-se o nome sindicato apenas para as agremiações de trabalhadores, pois as de empregadores são denominadas associações patronais (Decreto-lei nº 215-B/75 e Decreto nº 215-C/75). 1 Concluinte do Curso de Direito Faculdade Aldete Maria Alves - FAMA. 2 Professora Coordenadora da FAMA

Na CLt, sindicato é a denominação usada para as associações de primeiro grau (art. 561). A CLT não define o que vem a ser sindicato, apenas esclarece que é lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais, de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais, exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas (art. 511). Sindicato é, assim, a associação de pessoas físicas ou jurídicas que têm atividades econômicas ou profissionais, visando à defesa dos interesses coletivos e individuais de seus membros ou da categoria. Que não se trata de agrupamento, mas de associação, pois o primeiro está inserido no âmbito de categoria sociológica e não jurídica (MAGANO, 1993). A função de representação é assegurada na alínea a do art. 513 da CLT, onde se verifica a prerrogativa do sindicato de representação da categoria perante as autoridades administrativas e jurídicas, fazendo o sindicato parte nos processos judiciais de dissídios coletivos, participam também nos dissídios individuais de pessoas que fazem parte da categoria e filiados ao sindicato e a representação processual, no qual agirá em nome do representado e na defesa do interesse deste. Ao que se refere a ajustar negociações coletivas de trabalho, que serão aplicáveis nos contratos de trabalho dos empregados pertencentes à esfera de representação do sindicato atuante. A alínea a do art. 513 da CLT declara que é prerrogativa do sindicato celebrar convenções coletivas de trabalho, o que se nota também no art. 611. Os acordos coletivos são celebrados pelo sindicato profissional com uma ou mais empresas ( 1º do art. 611 da CLT). Não possui essa função nos sindicatos brasileiros, pois nesse caso os sindicatos são sócios das empresas empregadoras. Segundo Martins, Nos Estados Unidos, por exemplo, o sindicato pode exercer atividade econômica, tanto que os grandes sindicatos são acionistas de empresas, financiam campanhas presidenciais etc. A DGB, central sindical da Alemanha, possui o controle de importante banco daquele país. (MARTINS, 2006, p.723) Segundo artigo 521 da CLT, é proibido no Brasil fazer política partidária e influenciála, pois o sindicato deve apenas estudar, defender e coordenar os seus interesses econômicos ou profissionais de seus filiados (CLT, art. 511).

O sindicato presta serviços aos seus associados, como assistência jurídica, médica, serviços odontológicos, lazer, educação, promoção de cursos de aperfeiçoamento creches para os filhos dos filiados (NASCIMENTO, 2004; p.1043). A alínea b do art. 514 da CLT prescreve que é obrigação do sindicato prestar assistência judiciária aos associados, independentemente do salário que percebam. O sindicato também tem função social, de integração social do trabalhador na sociedade. Alguns sindicatos têm programas de recolocação profissional do trabalhador dispensado. Fazem também programas sociais (MARTINS, 2006). Tendo ficado patente a proletarização da massa trabalhadora rural, com o descumprimento da legislação trabalhista, não se pode dizer que esta mesma massa, através de seus órgãos representativos formais ou informais, seja omissa em protestar e clamar por melhores condições de vida. Ela reivindica sim, dividindo-se seus pleitos em duas vertentes: uma pelo acesso à propriedade da terra e outra por melhores salários. Só que a grande maioria de seus atos postulatórios é concentrada na primeira vertente, ficando a preocupação com melhores salários em último plano, com movimentos esporádicos de algumas categorias nas regiões mais desenvolvidas. Se considerar o conjunto de tensões que se desenvolvem no campo brasileiro, tanto hoje como em décadas passadas, percebe-se que a luta pela terra é a mais importante delas (BASTOS, 1985, p.125). Silva demonstra a mesma opinião quando afirma: Acreditamos que a reivindicação mais geral ainda hoje dos pequenos proprietários, parceiros, posseiros e pequenos arrendatários, que constituem a grande maioria dos trabalhadores rurais brasileiros [...] Ela é a reivindicação maior de todos aqueles que poderiam ser chamados de operários-camponeses, os quais, por terem terra insuficiente e/ou condições precárias de acesso à mesma, são obrigados a se assalariar temporariamente para garantir a sua sobrevivência. Mas não são apenas os operárioscamponeses que a reivindicam: também os assalariados têm na reforma agrária sua bandeira de luta política (SILVA, 1981, p.92) Podem ser vistas diariamente, através de meios de comunicação convencionais, as notícias de toda esta movimentação dos rurícolas visando ter acesso à terra, ao passo que raros são os informes acerca de greves de trabalhadores rurais que postulam melhores salários. Os sindicatos de trabalhadores rurais existem vários pelo país, mas têm as suas contradições estruturais que tolhem a sua liberdade de reivindicar. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O homem é um ser social. É com base nesta tendência natural que as pessoas se organizam para a defesa grupal de interesses comuns. No meio rural, há as organizações informais e formais. As informais são aquelas que nascem com primor de espontaneidade, sem nenhuma influência do Estado e, geralmente, sem consequências obrigacionais. Assim, esse trabalho aborda a importância do sindicato rural nas negociações salariais. Os empregadores rurais estão acostumados a impor suas vontades ou, pelo menos, a não ser molestados no ato de contratar os trabalhadores. Acredita-se que a reivindicação mais geral ainda hoje dos pequenos proprietários, parceiros, posseiros e pequenos arrendatários, que constituem a grande maioria dos trabalhadores rurais brasileiros. Com o alerta dos trabalhadores considerados individual e coletivamente, eles e os sindicatos promoverão uma inarredável valorização do mercado de trabalho, seja na negociação individual, seja nas lides coletivas. Na negociação coletiva, inclusive fazendo uso de greve, ou no dissídio coletivo perante a Justiça do Trabalho, os sindicatos poderão obter melhores salários para seus representados, a exemplo do que ocorre com determinadas categorias urbanas. Urge que os rurícolas, fazendo uso da grande malha sindical que já detêm, passe também a lutar por benesses semelhantes a estas. Com o cumprimento da lei trabalhista, não se ficaria só na possibilidade de melhores salários mensais. Há outras vantagens que propiciam condições de vida mais higiênicas ao trabalhador. REFERÊNCIAS BASTOS, Elidi Rugai. Sindicalismo no campo no Brasil: direitos trabalhistas e conflitos de terra. In. Processo e relações do trabalho no Brasil. Maria Tereza Leme Fleury e Rosa Maria Fischer (org.). São Paulo: Atlas, 1985. CESARINO JUNIOR., A. F. Direito Social. São Paulo: LTr, 1980. DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 5.ed. São Paulo: LTr, 2006. LAMARCA, Antônio. Curso Expositivo de Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 1991. MAGANO, Octavio Bueno. Manual de Direito do Trabalho Direito Coletivo do Trabalho. v. III, 3.ed., São Paulo: LTr, 1993.

MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 22.ed. São Paulo: Atlas, 2006. NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao direito do trabalho. 31.ed. São Paulo: LTr, 2005.. Curso de direito do Trabalho. 19.ed. São Paulo: Saraiva, 2004. PINTO, José Augusto Rodrigues. Direito Sindical e Coletivo do Trabalho. São Paulo: LT r, 1998. RUSSOMANO, Mozart Victor. Princípios gerais de direito sindical. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense, 1995. SANTOS, Saulo Emídio dos. Trabalhador Rural: relações de emprego. Goiânia: AB Editora, 1993. SILVA, José Graziano da. O que é questão agrária. 3.ed. São Paulo: Ed. Brasiliense. 1981. VALERIANO. Sebastião Saulo. Obrigações Trabalhistas Rurais. Leme/SP: RCN Editora, 2003. SUSSEKIND, Arnaldo. Direito Constitucional do Trabalho. Rio de Janeiro, Renovar, 1999.