PIBID História: a ausência da história medieval no CBC mineiro, uma questão a ser discutida

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Transcrição:

PIBID História: a ausência da história medieval no CBC mineiro, uma questão a ser discutida [...] assim, seja ele ou não herdeiro da escola dos Annales, o historiador atual tende cada vez mais a fornecer uma explicação completa da sociedade, a fazer aquilo que os adeptos dos Annales chamam de História global, História total. (LE GOFF, 1990, p.65) Resumo: Este trabalho foi elaborado através de uma experiência do PIBID, programa de Institucional de Iniciação á Docência, UNIFAL-MG, no qual estamos buscando discutir a falta de certos conteúdos históricos tanto no Conteúdo Básico Comum (CBC), quanto nos livros didáticos. Para isso fizemos a proposta de elaboração de uma matéria, no qual serão trabalhados temas como a Idade Media na Península Ibérica e a Reconquista 1. O objetivo deste material é para poder entender melhor a nossa sociedade brasileira hoje, e assim podendo explorar melhor os conteúdos abordados no CBC. Palavras Chaves: Idade Media na Península Ibérica, Reconquista, Livro Didático, CBC. 1 Reconquista Nome dado ao processo pelo qual, a partir do século XI, as comunidades cristãs da Espanha reconquistaram os territórios perdidos para os muçulmanos nas décadas imediatamente seguintes a 711. As principais datas decisivas são: a recuperação de Toledo em 1085; a formação do reino de Portugal e a conquista de Lisboa (1148); a batalha de Navas de Tolosa (1212) e a subseqüente extensão da autoridade cristã a Sevilha e Córdova. No final do século XIII, somente o reino de Granada ainda estava em mãos muçulmanas, assim permanecendo até 1492. As fontes literárias tendem a romancear e simplificar excessivamente a Reconquista em sua interpretação da história hispânica, vendo-a como uma longa Cruzada desde o reinado de Carlos Magno até o final da Idade Média. A realidade, porém, era muito diferente, e a Reconquista deve ser interpretada no contexto de uma interação complexa de povos cristãos, muçulmanos e judeus que fez da Espanha uma das mais importantes fontes de vida intelectual e cultural na Idade Média central. LOYN, Henry R. Dicionário da Idade Média p. 732-334.

Depois de um semestre trabalhando nas escolas pelo PIBID da UNIFAL-MG, chegamos à conclusão, que o currículo pedido pelo Conteúdo Básico Comum (CBC) de Minas Gerais é em muitos casos distinto do que é trabalhado nos livros didáticos. Diante dessa situação criamos uma proposta de trabalho que surgiu a partir de reflexões sobre o CBC. Levando em consideração que o CBC foi elaborado de acordo com a realidade e as diversidades das Escolas públicas e teve como colaboradores pesquisadores da área da educação e historiadores preocupados com o ensino de história. Nele, está presente o que foi considerado relevante ao ensino de história, tendo como destaque a história do Brasil e a construção da cidadania dos alunos. No entanto, tendo como preocupações o estudo das transformações e das influências das sociedades nas mais diferentes épocas, verificamos a ausência de conteúdos de história antiga e medieval no CBC de Minas Gerais. Embora, o foco do CBC seja voltado para o ensino do passado, principalmente no qual diz respeito à colonização brasileira, pouco ou nada faz referência a Idade Média num sentido geral e, de maneira específica da História Ibérica medieval. Nisso percebemos uma falha do CBC, pois, para compreendermos a sociedade colonial brasileira é fundamental conhecermos os valores que regeram a sociedade medieval, berço cultural dos nossos colonizadores. A história do Brasil e dos países da América latina pode ser melhor entendida quando partimos de um pressuposto, no qual os alunos conheçam mais sobre as especificidades da cultura do homem medieval ibérico. A ausência dos conteúdos da história medieval é vista como falha, visto que muitas das estruturas medievais permaneceram vivas na Península Ibérica ainda no século XVI e, em certos aspectos, até mesmo ao longo do século XVII. Por exemplo, o historiador Eduardo Natalino do Santos, em sua obra os Deuses do México Indígena afirma que a colonização Espanhola é uma mera continuação da Reconquista, pois os guerreiros que participaram deste confronto queriam novas terras, e para isso a colônia foi fundamenta para esta sociedade de surgiu após a Reconquista. Neste caso para poder entender as colônias devemos entender o que foi a Idade Media para a Península Ibérica O ensino de história medieval é fundamental para preservar a herança histórica do povo brasileiro. As discussões realizadas em sala de aula sobre a Idade Média

possibilitariam a melhor compreensão, por parte dos alunos, de aspectos do nosso passado que forjaram nossos costumes e valores que permaneceram, mesmo que sejam em resquícios, até os dias de hoje. Percebemos que para termos a compreensão da sociedade brasileira é fundamental o conhecimento referente a história da Idade Média, de maneira específica da ibérica. O conhecimento da Idade Media nos possibilita entender, entre outros, temas tais como o processo de adaptação dos valores religiosos introduzidos pelos colonizadores nos povos nativos da América; no nosso caso específico a forte religiosidade do povo mineiro e a simbologia expressa na arte sacra. Trabalhamos com a perspectiva que a história não deve ser fragmentada, e neste ponto não se deve selecionar conteúdos, pois não podemos falar o que é mais importante e o que deve ser ou não trabalhado. Portanto nossa proposta é elaborar um material didático, no qual será trabalhado a Idade Média e suas várias diversidades, para isso estaremos usando além de mapas, fontes escritas e iconográficas elaboradas durante a Idade Média. Teremos como espaço geográfico a ser estudado: a Europa, a África e o Oriente Médio. Depois de matérias pedagógicas como politica educacional, ou laboratório de ensino de história, no qual foi trabalhado o CBC mineiro e depois da leitura desta obra ficou claro que não são trabalhados certos conteúdos fundamentais para poder entender certos conceitos que temos na nossa sociedade de hoje. Neste caso fizemos um levantamento de livros didáticos para verificar se estas temáticas também não são trabalhas nas escolas, referente ao sétimo ano do ensino fundamental, esta analise foi somente embasada em obras trabalhados nas escolas publicas, no qual verificamos um total de nove livros para poder efetuar este trabalho. Em Tudo é História escrito por Oldimar Cardoso no ano de 2010, que apresenta o conteúdo de história medieval em uma discussão de um capitulo de dez paginas, no qual é apresentada a formação dos Estados de Portugal e Espanha, mostrando o contexto histórico no qual estamos trabalhando. O material possui matas e exercícios desta temática.

Já no Projeto Araribá organizado por Maria Raquel Apolinário no ano de 2007, o livro apresenta um capitulo referente as cruzadas, que apresenta um sub tópico a respeito da Reconquista da Península Ibérica, e depois é trabalhado a formação dos Estados Modernos com Espanha e Portugal, o material possui obras de artes e mapas, mais são poucos os usos de fontes históricas. No livro Brasil Encontro com a História vol.2 escrito por Vanise Ribeiro e Carla Anastasia, obra que segue fielmente o CBC e trabalha com todas as temáticas propostas por ele. So é trabalhado a história do Brasil, não faz relação como outros países o conteúdo é trabalho isoladamente, o material apresenta obras de arte, mapas fragmentos de fontes alguns exercícios que não trabalha com as fontes. Neste material não faz nenhuma referencia a Idade Media. A obra História em Documento (Imagem e Textos) escrito por Joelza Ester Domingues em 2009 apresenta nove capítulos referentes à Idade Media em um total de cento e vinte quatro paginas. Nestes capítulos a autora passa por temáticas como o mundo além da Europa, Oriente, Ásia e África. Não apresenta nada referente a Reconquista, o livro possui mapas obras de artes e fontes que também não são trabalhados nos exercícios propostos pela autora. No livro História e Vida escrita pelos autores Nelson Piletti e Claudino Piletti no ano de 1997, o material só apresenta temáticas ligadas ao Brasil ele se inicia com a Colonização Portuguesa e se encerra com a Independência, neste caso a obra segue o que é proposto pelo CBC. Trabalham com algumas obras de artes, os textos aqui contidos são somente didáticos o livro possui muitas ilustrações e não faz referencia alguma a Idade media muito menos referente a Reconquista. Temos também o trabalho de Ricardo Dreguer e Eliete Toledo intitulado de História Cotidiano e Mentalidades contatos entre civilizações do século V ao XVI de 1996, no qual os autores trabalhão a Idade Media em cinco capítulos em um total de sessenta paginas. Não é trabalhado nada de Cruzadas e também não se refere as questões com Reconquista, ou algum tema referente ao território Ibérico, esta obra possui um grande numero de exercício e ilustrações não é usado fontes.

Em História Passado e Presente Afirmação do Capitalismo e a formação da América escrito por Sonia Irene e Eliane Couto de 2001, apresenta três capítulos em um total de vinte e uma paginas referentes a Idade Media não apresenta nada referente ao mudo Ibérico, só um tem pequeno texto referente a Cruzadas o livro apresenta algumas fontes, fotos, obras de artes, mapas e exercícios que não explora as fontes. Já em História Temática diversidade culturais, e conflitos dos autores Montellato, Cabrini e Catelli de 2000, no qual temos o trabalho da obra em temas específicos da história sem seguir uma sequencia didática. O livro trata o mesmo assunto ao longo do tempo não apresenta nada a respeito da península Ibérica, apresenta somente uma pagina referente às Cruzadas, a texto apresenta obras de artes, mapas e alguns exercícios referentes aos textos didáticos. E por ultimo analisamos a obra Viver a História, escrito por Claudio Vicentino de 2002, no livro são apresentada noventa e nove paginas trabalhando a Idade Media, neste caso sendo a primeira unidade do material que se divide em quatro capítulos, passando pelas invasões barbaras até o declínio do feudalismo. O texto apresenta apenas quatro paginas que trabalha a temática Cruzadas, no qual uma delas apresenta o tema Reconquista, só apresenta o que é este conceito sem se aprofundar no tema, o texto trabalha com obras de arte, fragmentos de fintes, mapas e textos didáticos e alguns exercícios referentes aos textos pedagógicos. Com este levantamento bibliográfico, fica claro que os textos presentes nos materiais didáticos são completamente distintos do CBC, que teoricamente é seguido nas escolas. O que geralmente acontece nas escolas são professores que adotam o CDB, ou então se segue somente o material didático, ou então faz a combina de usar parte do CBC e parte dos livros adotados pelos professores. Mais o que sempre falta nestes casos são as matérias referentes ao mundo Ibérico, com isso após a leitura da historiografia clássica brasileira como Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre entre outro outros, podemos encontra que nas obras destes autores uma preocupação em entender o colonizador antes de entrar na própria história do Brasil. Para Freyre em sua obra Casa- Grande e Senzala ele retrata a colonização, segundo a autor. Os portugueses que aqui, um tanto á maneira dos Templários em Portugal, tornaram-se grandes

latifundistas, por um lado seguiram o exemplo dos cruzados, principalmente o dos freires - capitalistas e proprietários de latifúndios, não raras vezes os bens, os gados e homens das terras reavidas aos infiéis ou tomadas aos moçárades constituindo seu único capital de instalação-; por outro lado, repetiram a técnica dos invasores africanos, sugestões indígenas no tocante á utilização industrial dos produtos. De modo que a sombra do mouro, sua grande figura de criador e não apenas explorador de valores, projetou-se beneficamente, sobre os começos da economia agraria brasileira. O sistema econômico adotado no Brasil foi o mesmo inaugurado pelos aventureiros nórdicos em Portugal após a reconquista cristã, com a diferença do prestigio eclesiástico não ter aqui absorvido o do particular, o da família, o do senhor feudal. Mas a técnica industrial foi a dos mouros. O engenho de roda se agua, principalmente. (FREYRE, 2004, p.290) Após analisar este fragmento da obra de Gilberto Freyre, podemos entender que é fundamental analisar a Idade Media Ibérica, para poder justificar as relações apresentadas no Brasil e Portugal. E assim buscar uma melhor justificativa para entender a sociedade do nosso pais nos dias de hoje, para isso Com esse trabalho visamos à elaboração de um novo material didático que poderá ser usado nas instituições de ensino, como sendo um complemento necessário para o ensino de história do Brasil, para isso usaremos fontes, mapas, obras de arte entre outros para tornar-se mais interessante o estudo de história. Bibliografia: ANASTASIA Carla e RICEIRO Vanise, Brasil Encontro com a História volume dois. Editora Brasil 1999. APOLINÁRIO, M. Raquel (ed responsável) Projeto Araribá História. Editora Moderna, São Paulo 2007. CABRINI, Conceição. História Temática Diversidades Culturais e Conflitos. Editora Scipione São Paulo primeira edição 2000. CARDOSO, Odimar. Tudo é História. Editora Ática São Paulo primeira Edição 2010. CBC/SEE-MG. Conteúdos básicos comuns; História, ensinos fundamental e médio. Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. Acessado em 21 de março de 2011.

Disponível em http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/banco_objetos_crv/%7b80a9f6a7-110d-42c2-acb1-a52372d19cb6%7d_livro%20de%20historia.pdf COUTO, Eliane. & CARMO, S. Irene. História Passado e Presente A formação do Capitalismo e a Formação da América volume 2 Editora Atual Belo Horizonte 2001. DOMINGUES, J. Ester. História em Documentos Imagem e Textos. Editora FTD primeira edição São Paulo 2009. FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala. Editora Global. 49 Edição São Paulo 2004. LE GOFF J. O Imaginário Medieval Signum revista da Abrem numero 10 2008. MACEDO, J. Rivair, História Medieval Repensando a Idade Media no ensino de História (at) KARNAL, Leandro (org.) História na Sala de Aula conceitos, praticas e propostas SP Editora Contexto 2007. PILETTI, Claudino. & PILETTI, Nelson. História e Vida. Editora Ática SP 1997. SANTOS, E. Natalino. Deuses do México Indígena. Editora Palas Athena São Paulo 2002. TOLEDO, Eliete & DREGUER, Ricardo. História Cotidiano e Mentalidades contatos entre Civilizaçoes do século V ao século XVI. Editora Atual Belo Horizonte Volume dois 1996. VICENTINO, Claudio. Viver a História. Editora Scipione, Belo Horizonte primeira edição 2002.