APONTAMENTOS SOBRE A DISCIPLINA DE PERCEPÇÃO MUSICAL NO ENSINO SUPERIOR DE MÚSICA



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Transcrição:

APONTAMENTOS SOBRE A DISCIPLINA DE PERCEPÇÃO MUSICAL NO ENSINO SUPERIOR DE MÚSICA Luiz Rafael Moretto Giorgetti Universidade do Sagrado Coração, Bauru/SP (Ex-aluno) e-mail: rafael_giorgetti@hotmail.com Comunicação Oral Pesquisa Concluída RESUMO EXPANDIDO 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho visa promover uma reflexão sobre a Percepção Musical no Ensino Superior. Para o estudante de música, esta disciplina é de extrema importância, pois é fundamental para o desenvolvimento e compreensão da linguagem musical, priorizando a criação, execução e interpretação musical. Porém, nos últimos tempos está sendo notável a falta de importância dada a esta disciplina. Muitas universidades e mesmo cursos técnicos não estão desenvolvendo esta disciplina coerentemente, principalmente por utilizarem ferramentas e métodos já ultrapassados, e assim o aluno aprende de forma defasada, fragmentada e mecânica, não sendo capacitado o suficiente para atuar no mercado de trabalho. Focando este assunto, o presente trabalho delineia sobre a Percepção Musical num todo, englobando tópicos que são considerados de grande relevância para o desenvolvimento da matéria e do aluno, bem como a efetivação da aprendizagem e a sua formação como músico. Portanto, o trabalho abordará sobre o ensino da disciplina Percepção Musical e os desafios enfrentados por professores e educandos acerca desta disciplina, além de proporcionar possíveis soluções. 1

2. METODOLOGIA A pesquisa foi realizada a partir de uma revisão de literatura sobre percepção musical, focada no âmbito do ensino superior das universidades brasileiras, baseada na abordagem de quatro autores citados nas referências. Portanto, aplicou-se o método exploratório de pesquisa e a técnica de observação e comparação dos fatos. 3. DISCUSSÃO E RESULTADOS A audição é uma atividade de rotina na vida do músico, ela pode ser considerada a matéria prima para a composição, e uma ferramenta que possibilita a criação, sem necessariamente, o suporte de um instrumento. O músico precisa desenvolver a sua imaginação auditiva, onde constrói o seu ouvido para a formação de um trabalho mais confiável e de qualidade. (SILVA; GOLDEMBERG, 2013. p. 39-40). Panaro (2010) retrata em seu trabalho a ideia de Otutumi (2011, p. 13-15) sobre a audição, a qual é considerada como o principal veículo para interagir e compreender o ambiente sonoro. Portanto, a Percepção musical está diretamente interligada a audição. E para os professores da disciplina, é considerada fundamental na formação do músico. O músico somente se torna técnico e prático através do desenvolvimento da imaginação auditiva. (PANARO, 2010, p. 361). A imaginação auditiva, nada mais é do que a Percepção Musical, que está presente nos currículos dos cursos de graduação, independentemente se forem de licenciatura ou bacharelado. É uma disciplina obrigatória e estruturada em algumas outras disciplinas como, Harmonia, Análise, Linguagem e Estruturação Musical, Contraponto, etc. E o seu eixo central é o treinamento auditivo (exercícios de ditado e solfejo, os quais podem ser considerados imprescindíveis no ensino da Percepção Musical). (PANARO, 2010, p. 362). Mediante estas circunstâncias, o ensino da disciplina Percepção Musical foi modificado e reestruturado nos últimos anos. Muitas universidades deixaram de dar determinada importância a este ensino, não percebendo a importância desta disciplina para o estudante de música, pois está se resumindo a realização mecanicista de ditados musicais, solfejos fragmentados e descontextualização musical dos conteúdos, gerando, muitas vezes, certa resistência a esta disciplina. 2

Otutumi (2013) ainda diz que, o fato de o piano ser utilizado como instrumento referencial na disciplina de Percepção Musical, o mesmo pode causar um enfraquecimento do trabalho, pois o aluno acaba não desenvolvendo o ouvido para diferentes timbres, nem para diferentes estilos de música. (BHERING, 2003 apud OTUTUMI, 2013. p. 180). Um dos maiores desafios para o professor refere-se ao seu embasamento teórico construído durante a sua formação e a heterogeneidade do mesmo. A maioria dos educadores relata, a seguir, as principais dificuldades: nível heterogêneo dos alunos, excesso de alunos por sala de aula e a falta de interesse e estudo dos estudantes. Por outro lado, o aluno encontra dificuldades porque não teve uma boa formação anterior ao ingresso na universidade. Otutumi (2013) confirma através de estudos em diversos artigos que retratam sobre a Percepção Musical no ensino brasileiro, que muitos utilizam o método tradicional de ensino. A autora também enumera cinco tópicos que refletem o tradicionalismo na Percepção Musical, como por exemplo, o repertório e material musical utilizado; concepção pedagógica; ferramentas de trabalho; objetivo da disciplina e atuação do professor. E especificando melhor os itens citados acima, pode-se considerar: [...] 1) o uso predominante de repertório da música erudita ocidental ou europeia e desta forma pouco uso da música popular brasileira; 2) o ensino fragmentado da música; 3) o uso de ferramentas tradicionais de sala de aula como os ditados e solfejos; 4) a Percepção Musical para o treinamento e a correção das avaliações por meio de gabaritos. (OTUTUMI, 2013. p. 171). Referenciando a avaliação neste sentido e analisando os métodos avaliativos dentro da Percepção Musical, verifica-se que o mesmo ocorre em diferentes âmbitos, focando inúmeros sistemas de avaliação, por meio individual ou grupal. Dependendo do tipo e do modo da atividade desenvolvida. Ou seja, existem vários formatos de avaliação. De acordo com um professor, em sua pesquisa, no primeiro semestre geralmente são realizadas provas em grupo, onde resolvem exercícios que contenham uma leitura rítmica e uma melódica. Ao decorrer do ano, avaliações individuais, avaliações teóricas, avaliações práticas também são realizadas. A participação nas aulas, a periodicidade, a experiência, a realização dos exercícios, o 3

seu desenvolvimento e outras, são consideradas todas como formas de avaliação. (OTUTUMI, 2013. p. 186). Na leitura à primeira vista problemas são comuns, devido à má dedução da dimensão de intervalos melódicos e harmônicos, a precisão rítmica, a execução de articulação e dinâmica, entre outros. E para isso normalizar, a autora afirma que é necessária a apreciação musical, a qual proporciona modelos estilísticos e idiomáticos, nos quais a partitura deve ser comparada. Para isso, são necessárias algumas ações gerais amparadas por algumas diretrizes, como: a) ter consciência de forma, estilo e memorização da partitura e improvisação; b) associar a nota e a escrita ao movimento que a mão realiza no instrumento; c) ler a partir do todo, ou seja, em grupos ou padrões de notas ao invés da leitura nota a nota ; d) desenvolver a sensibilidade antes do treino da leitura musical; e) criação de situações apropriadas por parte do professor oportunizando a satisfação de aspirações musicais e sociais. A autora ainda sugere questões específicas como, notar compositor, obra, (estilo e período), indicação do tempo, tonalidade, compasso, dinâmica, expressão, fórmula de compasso, ritmo, problemas de entonação, entre outros. (OTUTUMI, 2011. p. 9-10). Portanto, conteúdos e avaliações pautadas nessas questões resultarão em uma aprendizagem mais significativa e atual para o educando. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Contudo, fica evidente a necessidade em se considerar mudanças para o desenvolvimento da Percepção Musical, já que é de grande valia para a concretização e formação do músico no geral, independentemente de especialidade. Pois, enquanto não houver mudanças, as dificuldades apresentadas no artigo continuarão a serem empecilhos para o desenvolvimento da Percepção Musical. Algumas possíveis soluções estão codificadas aos professores, os quais são de extrema importância para a formação do indivíduo, como contextualizar a música em relação ao estilo, gênero, compositores, técnicas de composição e assim por diante, entre outras. E pode-se citar também a importância em relação à apreciação musical, pois sem a mesma não podem desenvolver técnicas e conteúdos, efetivando a aprendizagem consistente. 4

Palavras-chave: Percepção Musical. Ensino Superior. Aprendizagem 5. REFERÊNCIAS OTUTUMI, Cristiane Hatsue Vital. Considerações iniciais sobre leitura à primeira vista, memorização e a disciplina Percepção Musical. 2011. Disponível em: http://www.embap.pr.gov.br/arquivos/file/simposio/violao2011/artigos/consideracoesi niciaissobre.pdf. Acesso em: 02 maio. 2014.. O ensino tradicional na disciplina Percepção Musical: principais aspectos em destaque por autores da área nos últimos anos. 2013. Disponível em: http://www.revistavortex.com/otutumi2.pdf. Acesso em: 02 maio. 2014. PANARO, Pablo. Percepção Musical: principais críticas e propostas metodológicas. 2010. Disponível em: http://www4.unirio.br/simpom/textos/simpom- Anais-2010-PabloPanaro.pdf. Acesso em: 02 maio. 2014. SILVA, Ronaldo da; GOLDEMBERG, Ricardo. Análise sobre os Aspectos Psicológicos Presentes no Processo de Audição em Músicos Profissionais. Revista Ensaio (Conservatório de Tatuí), vol. 78, Jan/Fev. 2013, p. 35-40. 5