A UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS EM EXPERIMENTOS PRÁTICOS DE QUÍMICA E SUA RELAÇÃO COM O COTIDIANO.



Documentos relacionados
CONSIDERAÇÕES SOBRE A EXPERIMENTAÇÃO DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO

O olhar do professor das séries iniciais sobre o trabalho com situações problemas em sala de aula

ENSINO DE QUÍMICA: REALIDADE DOCENTE E A IMPORTANCIA DA EXPERIMENTAÇÃO PARA O PROCESSO DE APRENDIZAGEM

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE CAMPUS CAICÓ

A IMPORTÂNCIA DAS DISCIPLINAS DE MATEMÁTICA E FÍSICA NO ENEM: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO PRÉ- UNIVERSITÁRIO DA UFPB LITORAL NORTE

OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS (OBMEP): EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS A PARTIR DO PIBID UEPB MONTEIRO

PESQUISA-AÇÃO DICIONÁRIO

REFORÇO AO ENSINO DE FÍSICA PARA CURSOS TÉCNICOS INTEGRADOS DO INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA

DIFICULDADES DE LEITURA E ESCRITA: REFLEXÕES A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DO PIBID

LURDINALVA PEDROSA MONTEIRO E DRª. KÁTIA APARECIDA DA SILVA AQUINO. Propor uma abordagem transversal para o ensino de Ciências requer um

Instituto Educacional Santa Catarina. Faculdade Jangada. Atenas Cursos

EXPERIMENTAÇÃO EM SALA DE AULA: RESISTORES

ESCOLA ESTADUAL SENADOR FILINTO MÜLLER-EXTENSÃO CLAUDEMIR FORATINI DE OLIVEIRA. INTEGRANDO AS TICs NO ENSINO DE MATEMÁTICA

PROBLEMATIZANDO ATIVIDADES EXPERIMENTAIS NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES/AS

JOGOS ELETRÔNICOS CONTRIBUINDO NO ENSINO APRENDIZAGEM DE CONCEITOS MATEMÁTICOS NAS SÉRIES INICIAIS

O ENSINO DE QUÍMICA PARA DEFICIENTES VISUAIS: ELABORANDO MATERIAIS INCLUSIVOS EM TERMOQUÍMICA

A EXPLORAÇÃO DE SITUAÇÕES -PROBLEMA NA INTRODUÇÃO DO ESTUDO DE FRAÇÕES. GT 01 - Educação Matemática nos Anos Iniciais e Ensino Fundamental

RELATÓRIO PARCIAL REFERENTE À ETAPA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO CURSO...

Projeto em Capacitação ao Atendimento de Educação Especial

SISTEMA DE AVALIAÇÃO DO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM. Coerência do sistema de avaliação

AVALIAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO-CURRICULAR, ORGANIZAÇÃO ESCOLAR E DOS PLANOS DE ENSINO 1

A Experimentação Investigativa no Ensino de Química: Reflexões. partir do PIBID FRANCIELLE DA SILVA BORGES ISIS LIDIANE NORATO DE SOUZA CURITIBA 2013

ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS

PROJETO DE LEITURA E ESCRITA LEITURA NA PONTA DA LÍNGUA E ESCRITA NA PONTA DO LÁPIS

O uso de jogos no ensino da Matemática

Recomendada. A coleção apresenta eficiência e adequação. Ciências adequados a cada faixa etária, além de

Lista de verificação (Check list) para planejamento e execução de Projetos

A PRODUÇÃO DE VÍDEOS COMO RECURSO METODOLÓGICO INTERDISCIPLINAR

III-Compreender e vivenciar o funcionamento e a dinâmica da sala de aula.

OS JOGOS E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE LÌNGUA ESTRANGEIRA

UTILIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARES EDUCACIONAIS PARA PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS.

O uso de Objetos de Aprendizagem como recurso de apoio às dificuldades na alfabetização

XI Encontro de Iniciação à Docência

A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA NA EDUCAÇÃO BIOLÓGICA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

PESQUISA AÇÃO: ACOMPANHANDO OS IMPACTOS DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE

FUNDAÇÃO CARMELITANA MÁRIO PALMÉRIO FACIHUS FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS Educação de qualidade ao seu alcance SUBPROJETO: PEDAGOGIA

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

OS LIMITES DO ENSINO A DISTÂNCIA. Claudson Santana Almeida

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS SÓCIO-ECONÔMICAS E HUMANAS DE ANÁPOLIS

ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS

Colégio João Paulo I Unidade Norte e Higienópolis. Projeto Mostra Científica 2014 Vida eficiente: a ciência e a tecnologia a serviço do planeta

REALIZAÇÃO DE TRABALHOS INTERDISCIPLINARES GRUPOS DE LEITURA SUPERVISIONADA (GRULES)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Orientações para a elaboração do projeto escolar

PROFESSORES DE CIÊNCIAS E SUAS ATUAÇÕES PEDAGÓGICAS

Pedagogia Estácio FAMAP

GUIA DE SUGESTÕES DE AÇÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

Síntese do Projeto Pedagógico do Curso de Sistemas de Informação PUC Minas/São Gabriel

MANUAL DO ALUNO EM DISCIPLINAS NA MODALIDADE A DISTÂNCIA

PROJETO TREZE HORAS: Uma Proposta Para o Ensino Médio Integrado ao Ensino Técnico

A UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS NA CONSTRUÇÃO DE PROJETOS MUSEOGRÁFICOS VOLTADOS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA

JOGO DE BARALHO DOS BIOMAS BRASILEIROS, UMA JOGADA FACILITADORA DA APRENDIZAGEM DOS DISCENTES NA BIOGEOGRAFIA.

Mostra de Projetos Como ensinar os porquês dos conceitos básicos da Matemática, visando a melhora do processo ensino e aprendizado

2- PÚBLICO ALVO. Página 1 de 8 CURSO PRÁTICO FORMAÇÃO DE CONSULTORES EMPRESARIAIS. SESI Serviço Social da Indústria. IEL Instituto Euvaldo Lodi

AS DIFICULDADES DOS ALUNOS DO 8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NA COMPREENSÃO DE EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES

Tópicos Abordados. Pesquisa de Mercado. Aula 1. Contextualização

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE - UNICENTRO CURSO ESPECIALIZAÇÃO DE MÍDIAS NA EDUCAÇÃO VÂNIA RABELO DELGADO ORIENTADOR: PAULO GUILHERMETI

FACULDADES INTEGRADAS SIMONSEN INTERVENÇÃO EDUCATIVA INSTITUCIONAL PROJETO PSICOPEDAGÓGICO

GERENCIANDO UMA MICROEMPRESA COM O AUXÍLIO DA MATEMÁTICA E DO EXCEL: UM CONTEXTO DE MODELAGEM

PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO VOLTADO AO ENSINO DE FÍSICA E A INCLUSÃO NO ENSINO DE FÍSICA

INTEGRAÇÃO DE MÍDIAS E A RECONSTRUÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: UMA PROPOSTA UTILIZANDO TECNOLOGIAS

CASTILHO, Grazielle (Acadêmica); Curso de graduação da Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Goiás (FEF/UFG).

PRÓ-MATATEMÁTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DO CURRICULO ANO 2 - APROFUNDAMENTO

Projeto de Gestão Compartilhada para o Programa TV Escola. Projeto Básico

Plano de Ação da Orientação Educacional. 01- Introdução

História e ensino da tabela periódica através de jogo educativo

Novas Tecnologias no Ensino de Física: discutindo o processo de elaboração de um blog para divulgação científica

em partilhar sentido. [Gutierrez e Prieto, 1994] A EAD pode envolver estudos presenciais, mas para atingir seus objetivos necessita

REGULAMENTO ESTÁGIO SUPERVISIONADO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA FACULDADE DE APUCARANA FAP

PLANO DE ENSINO PROJETO PEDAGÓCIO: Carga Horária Semestral: 80 Semestre do Curso: 6º

DIRETRIZES CURRICULARES PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO DA UTFPR

O ENSINO DE FÍSICA NA VISÃO DOS ALUNOS DE UMA TURMA DE 2º ANO DO ENSINO MÉDIO: ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA DO MUNICÍPIO DE ABAETETUBA PARÁ.

Entusiasmo diante da vida Uma história de fé e dedicação aos jovens

NÚCLEO DE APOIO DIDÁTICO E METODOLÓGICO (NADIME)

Métodos de ensino-aprendizagem aplicados às aulas de ciências: Um olhar sobre a didática.

Projeto Pedagógico Institucional PPI FESPSP FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL PPI

Colégio Cenecista Dr. José Ferreira

Larissa Vilela de Rezende Lucas Fré Campos

Secretaria Municipal da Educação e Cultura - SMEC SALVADOR MAIO/2003

QUESTIONÁRIO DE SONDAGEM DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE BACABAL FEBAC Credenciamento MEC/Portaria: 472/07 Resolução 80/07

OBJETIVO Reestruturação de dois laboratórios interdisciplinares de formação de educadores

APRESENTAÇÃO DE AÇÃO DE FORMAÇÃO NAS MODALIDADES DE ESTÁGIO, PROJETO, OFICINA DE FORMAÇÃO E CÍRCULO DE ESTUDOS

Como Elaborar Um Projeto de Pesquisa

Resolução de Exercícios Orientações aos alunos

A TEORIA E A PRÁTICA NO CURSO DE PEDAGOGIA: O LIMITE DO POSSÍVEL

Programa de Desenvolvimento Local PRODEL. Programa de Extensão Institucional

CURSINHO POPULAR OPORTUNIDADES E DESAFIOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DOCENTE

AS CONTRIBUIÇÕES DAS VÍDEO AULAS NA FORMAÇÃO DO EDUCANDO.

O ENSINO DAS FUNÇÕES ATRAVÉS DO JOGO BINGO DE FUNÇÕES

ANALISE AS RESPOSTAS DA PESQUISA COMPARTILHE OS RESULTADOS COM OS SÓCIOS DO SEU CLUBE E OUTROS COMPANHEIROS LEÕES

O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO MEDIADOR DE NOVOS CONHECIMENTOS 1

Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática

PLANO DE ENSINO PROJETO PEDAGÓGICO: Carga Horária Semestral: 80 horas Semestre do Curso: 8º

CURSO: LICENCIATURA DA MATEMÁTICA DISCIPLINA: PRÁTICA DE ENSINO 4

QUANTO VALE O MEU DINHEIRO? EDUCAÇÃO MATEMÁTICA PARA O CONSUMO.

PROJETO DE RECUPERAÇÃO EM MATEMÁTICA Manual do Professor Módulo 2 Números Racionais, Operações e Resolução de Problemas

EDUCAÇÃO E CIDADANIA: OFICINAS DE DIREITOS HUMANOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA ESCOLA

Transcrição:

A UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS EM EXPERIMENTOS PRÁTICOS DE QUÍMICA E SUA RELAÇÃO COM O COTIDIANO. Alessandra Ramos Barbosa Joseane Ataíde de Jesus RESUMO Reconstruir o aprender requer mudanças de atitudes, ver o educando como um ser integral, em seu âmbito cognitivo, afetivo e social. Isso implica na doação de uma nova concepção no fazer, uma nova postura diante do conhecimento em busca da unidade de pensamento. Um dos grandes desafios no ensino de Química é buscar diferentes métodos para que os educandos adquiram as competências e habilidades necessárias à sua formação, num contexto social e tecnológico. Nesse aspecto, realizar experimentos de química envolvendo reagentes catalisadores e outros materiais de baixo custo, facilmente disponíveis é um desafio enfrentado por muitos professores, especialmente por aqueles que trabalham em instituições de ensino com recursos financeiros insuficientes ou então, localizadas em cidades onde não há comércio especializado em produtos químicos. Desta forma, este projeto tem por finalidade oferecer sugestões metodológicas de aulas práticas de química, úteis às necessidades de melhoria do processo ensino-aprendizagem, com objetivos claros, voltados para uma perspectiva social do aluno, envolvendo e evidenciando os problemas do seu cotidiano. Sendo que, estas aulas práticas possam ser desenvolvidas facilmente em qualquer instituição de ensino, mesmo naquelas desprovidas de laboratório, equipamentos, vidrarias e reagentes convencionalmente utilizados. O grande objetivo é contribuir para que estudantes, principalmente, do ensino médio descubram o gosto por estudar a Química e passem a conhecer melhor a natureza por meio dela, com o auxílio de aulas práticas que utilizem materiais alternativos de baixo custo e de fácil aquisição. Palavras Chaves:

JUSTIFICATIVA: Um dos grandes desafios no ensino de ciências é buscar diferentes métodos para que os educandos adquiram as competências e habilidades necessárias para a sua formação, num contexto social e tecnológico. Nesse aspecto, as atividades experimentais podem ser úteis às necessidades de melhoria do processo ensino aprendizagem, quando bem elaboradas e bem utilizadas com objetivos claros, voltados para uma perspectiva social do aluno envolvendo e evidenciando os problemas do seu cotidiano. Desta forma, a metodologia de experimentação passa a contribuir significativamente para o ensino das ciências. Contudo, ainda encontra-se muitas dificuldades de implementação dessas atividades práticas nas escolas. Um dos motivos agravantes para a não realização das atividades experimentais de ciências nas instituições educacionais é o alto custo dos materiais, instrumentos laboratoriais e também o fato de alguns educadores se utilizarem destas atividades de forma equivocada, não levando em consideração os importantes indicadores relacionados ao aluno, como o seu conhecimento pessoal dentro da sua perspectiva social e cultural. E por fim, terminam não contribuindo para uma aprendizagem significativa, mas sim, para uma mera transmissão de conteúdos. Do ponto de vista do Professor Vasco Moreto, 2007 (Mestre em didática das ciências naturais): os professores que trabalham com as Ciências Naturais, mostram-se pouco satisfeitos com as péssimas condições de infra-estrutura, principalmente nas instituições públicas. E usam deste motivo para justificar o não desenvolvimento das atividades experimentais. O ensino experimental é fundamental para promover a aprendizagem de ciências dos educandos. Assim, propõe-se enfatizar de maneira contextual, vários assuntos na área das Ciências, considerando aulas experimentais que utilizem materiais alternativos de baixo custo e de fácil aquisição, para serem realizadas nas próprias salas de aulas, ou mesmo em laboratórios, promovendo a superação das dificuldades infra-estruturais presentes na maioria das escolas (principalmente públicas). Além de poder proporcionar aos alunos, novos conhecimentos com bases consolidadas em atividades que permitam aos mesmos, desenvolverem habilidades autônomas em relação às tarefas de investigação e experimentação, bem como, análise crítica e avaliação de dados a cerca do tema em estudo, que visem uma

reflexão sobre a elucidação de situações-problemas voltados para o cotidiano dos mesmos. É também de total importância a adequação e colocação das experimentações em um contexto social, visando transcender a simples realização de observações e técnicas, características do ensino das ciências e dos métodos científicos. Dessa forma, é de grande valia e de total necessidade promover maior interação dos alunos com a Ciência, contribuindo para que os mesmos enriqueçam seus conhecimentos sobre o tema estudado, mas de maneira dinâmica e atrativa, favorecendo maior interesse e eficácia de um aprendizado significativo. Além da relação didático-pedagógico das aulas experimentais, busca-se desenvolver um caminho de incentivo e motivação dos professores, em atuar mais na área experimental do ensino de ciências, através de experimentos que busquem facilidades de elaboração e utilização de materiais do dia-a-dia. Contudo, em critérios estruturais e didáticos, foram escolhidos experimentos, que permitam uma relação imediata com o cotidiano dos alunos, sem desprezar os aspectos do conteúdo disciplinar. A escolha dos experimentos abordados dentro do conteúdo de Ciências demonstra que é possível propor aulas experimentais substituindo os materiais originais por outros considerados alternativos e, também possibilitar um dueto didático-pedagógico entre as aulas práticas realizadas em sala de aula, com a contextualização sugerida pelos novos parâmetros curriculares. Os experimentos escolhidos foram organizados para atingir os objetivos do trabalho, sendo que os materiais foram modificados a fim de tornarem-se mais acessíveis e dinâmicos aos alunos e professores. Esses experimentos abordam conceitos da área de química e os educadores têm a função de transformá-los em objetos de pesquisa pedagógica, para que através desta prática possa acontecer a construção significativa dos conceitos de ciências, visando a compreensão do mundo e seus fenômenos.

OBJETIVO GERAL: Capacitar o aluno do ensino fundamental à percepção dos fenômenos científicos tal como sua relação com fatos do cotidiano. OBJETIVO ESPECÍFICO: Desenvolver experimentos utilizando material alternativo e de baixo custo, motivando alunos e professores a prática de experimentos criativos e acessíveis que privilegiem atividades nos quais, relacionem a construção do conhecimento de ciências com o conteúdo das demais áreas.

METODOLOGIA O trabalho foi desenvolvido numa escola de educação básica da rede pública Estadual de Ensino do Pará, onde em parceria com os professores de Ciências da Escola foram desenvolvidas atividades práticas com o planejamento e execução de experimentos utilizando materiais alternativos de baixo custo pertencentes ao cotidiano do corpo discente. O presente trabalho desenvolveu-se nas seguintes etapas: 1. Elaboração de experimentos que utilizem para seu desenvolvimento materiais alternativos e de baixo custo; 2. Execução dos experimentos com a participação direta dos alunos envolvidos no projeto; 3. Avaliação do projeto através do envolvimento dos alunos e do grau de interesse despertado nos discentes buscando entender e explicar os fenômenos observados nos experimentos; 4. Debates sobre os experimentos em sala de aula. O professor poderá dividir a turma em pequenos grupos de três alunos, e cada equipe realizará todos os itens do procedimento. Ao final, todas as equipes poderão expor os resultados obtidos e discutidos em conjunto, com a participação do professor. O questionário poderá ser respondido individualmente, como atividade extra classe. - Materiais Utilizados: Copos e pratos descartáveis; Cotonetes; Madeira (caixa de fósforos); Leite tipo C (caixa); Corante de várias cores; Sabão líquido; Açúcar; Água. - Procedimentos: Procedimento 1:

Adicionou-se em um prato descartável, uma determinada quantidade de leite. Depois pingou-se algumas gotas de corante, em seguida com o auxílio de um cotonete adicionou-se gotas de sabão líquido sobre o leite. A partir daí, observou-se as mudanças corridas. Procedimento 2: Em um prato descartável foi adicionado água juntamente com pequenos pedaços de madeira advinda da caixa de fósforos. Em seguida, com um cotonete envolvido por sacarose (açúcar), adicionou-se à água contida no prato e observouse a ocorrência das mudanças. RESULTADOS E DISCUSSÕES Ao longo do trabalho foram executadas três práticas experimentais, nas quais se abordou de forma multidisciplinar, a relação da química com o cotidiano do aluno. Os experimentos desenvolvidos consistiam em: 1. Estudo da polaridade das moléculas; realizado utilizando prato descartável; cotonete; leite longa vida; corantes de cores diversas; sabão líquido. O experimento consiste em adicionar em um prato descartável uma determinada quantidade de leite, adicionando-se posteriormente gostas de corante e em seguida com o auxílio de um cotonete adicionar gosta de sabão líquido sobre o leite e observar as mudanças ocorridas. Nesse experimento espera-se que o aluno observe a diferença de afinidade química entre as moléculas dos materiais envolvidos. 2. Estudo da estrutura das moléculas; realizado utilizando copos e pratos descartáveis; cotonetes; caixa de fósforos; leite longa vida; corantes de cores diversas; açúcar e água. Nesse experimento adiciona-se água no prato descartável e pequenos pedaços de madeira da caixa de fósforos e em seguida adiciona-se um cotonete impregnado com sacarose à água contida no prato. Esse experimento tem por objetivo que o aluno observe a atração da madeira pela sacarose contida no cotonete e relacione com as propriedades físicas das moléculas.

CONCLUSÃO No entendimento de Vygostky (1993), o pensamento é gerado pela motivação, ou seja, pelos nossos desejos, necessidades, interesse e emoções. Então, cabe ao educador assumir uma postura centrada no processo de aprendizagem como uma dimensão que ultrapassa os limites pedagógicos e didáticos, mas que também encontra amparo na realidade concreta do educando. Quando nós professores começarmos a colocar o aluno no centro de nosso ensino, considerando suas iniciativas, conhecimentos, habilidades, estratégias e estilos de aprendizagem, poderemos nos dar conta que a hora, é de repensar o nosso estilo de ensinar, para que todos tenham a oportunidade de optar pelo seu estilo preferido de aprender. Quando propomos para nossos alunos uma metodologia, onde oportunizamos a realização de práticas experimentais, despertamos em cada aluno a curiosidade pelo novo, expectativa por resolver ou encontrar os resultados do que lhe for proposto, ou seja, despertamos em cada um, uma autonomia tanto no seu âmbito cognitivo, como também social. Percebeu-se então que ao final da execução do que foi proposto, nossos alunos conseguiram encontrar e identificar as habilidades necessárias para a concretização de um aprendizado significativo, como também relacionaram as experimentações com os conteúdos conceituais. Percebeu-se o meio e principalmente, incluindo-se como parte do mesmo. Segundo Vasco Moreto (2007), mestre em didática das ciências, em seu modelo pedagógico: fala que nós professores temos que ter cuidado com a questão da construção das habilidades de nossos alunos: Consideramos habilidades o saber fazer. Um cuidado: apenas saber fazer não constitui competência. Esta vai além: é preciso saber fazer e principalmente saber o que está fazendo. Assim, não basta o aluno decorar uma série de conceitos e reproduzi-los. Como também não basta verificar se o aluno sabe fazer (repetir mecanicamente). É preciso que o professor proponha situações novas e diferentes, mas que verifiquem se o aluno tem recursos para resolvê-las eficazmente. Dessa forma, vimos que nossos alunos conseguiram mostrar e utilizar estes recursos diante de uma situação complexa que lhes foram propostas, então percebemos que eles, enfim desenvolveram as competências necessárias a soluções ou elucidação do problema proposto e que realmente aconteceu um aprendizado significativo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS RUSSEL, John Blair. Química Geral; tradução e revisão técnica Márcia Guekezian... [et. al.] 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1994. Volume 1. Orientações para Elaboração de Projetos. Disponível em: http://www.fundacaocultural.ba. gov.br /editais/pdf/4_manual_projetos.pdf. Acessado em 20 de outubro de 2008. Polaridade Molecular. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/polaridade_molecular. Acessado em 18 de outubro de 2008. Pequeno Manual para Elaboração de Projetos. Disponível em: http://www. rma.org.br/v3/template/downloads/captacao/material_apoio_captacao_recurso.pdf. Acessado em 20 de outubro de 2008. HESS, Sonia. Experiências de Química com Materiais Domésticos. São Paulo: Moderna, 1997.