EFEITO AGUDO DE UMA SESSÃO DE HIDROGINÁSTICA SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL EM MULHERES NORMOTENSAS E HIPERTENSAS

Documentos relacionados
INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO INTERVALADO E CONTÍNUO NA RESPOSTA PRESSÓRICA DE INDIVÍDUOS QUE PRATICAM CORRIDA DE RUA

AVALIAÇÃO SUBAGUDA DA PRESSÃO ARTERIAL EM IDOSAS HIPERTENSAS APÓS UMA AULA DE HIDROGINÁSTICA

EXCESSO DE PESO, OBESIDADE ABDOMINAL E NÍVEIS PRESSÓRICOS EM UNIVERSITÁRIOS

FISIOLOGIA CARDIORESPIRATÓRIA ENVELHECIMENTO

ESTRUTURA FREQUÊNCIA CARDÍACA 09/06/2013. O número de batimentos cardíacos por unidade de tempo, geralmente expresso em batimentos por minuto (bpm).

COMPARAÇÃO DA RESPOSTA HIPOTENSORA PÓS-EXERCÍCIO EM JOVENS SEDENTÁRIAS

Pró-Reitoria de Graduação Curso de Educação Física Trabalho de Conclusão de Curso. Hipotensão no exercício resistido para membros inferiores.

10º Congreso Argentino y 5º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias

Atividade Física e Hipertensão Arterial Sistêmica. Profa. Dra. Bruna Oneda

II Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão da UniEVANGÉLICA Anais do IX Seminário de PBIC Volume Anápolis-Go

RESUMO INTRODUÇÃO: Pessoas com sintomas de ansiedade apresentam maiores níveis de pressão arterial. A presença de ansiedade está associada com as

INVESTIGAÇÃO DE FATORES DE RISCO PARA SÍNDROME METABÓLICA EM UNIVERSITÁRIOS

05/04/2017. Avaliação inicial (screening do estado de saúde) EFB Medidas e Avaliação da Atividade Motora. Objetivos da aula: Por onde começar?

EFEITO DO EXERCÍCIO AERÓBIO SOBRE A HIPOTENSÃO PÓS-EXERCÍCIO

TÍTULO: EFEITOS DE UMA SESSÃO DE ATIVIDADE FÍSICA E CINSEIOTERAPIA PARA PESSOAS COM A DOENÇA DE ALZHEIMER

EFEITOS DE DOIS PROTOCOLOS DE TREINAMENTO FÍSICO SOBRE O PESO CORPORAL E A COMPOSIÇÃO CORPORAL DE MULHERES OBESAS

EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO EM IDOSOS HIPERTENSOS

INFLUÊNCIA DA CAMINHADA ORIENTADA EM PARÂMETROS FISIOLÓGICOS E PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS 1

Como Avaliar o Teste Ergométrico Para a Prática de Exercício. Profa. Dra. Cláudia L. M. Forjaz Escola de Educação Física e Esporte

INFLUÊNCIA DE ATIVIDADE RECREATIVA EM IDOSAS FREQUENTADORAS DE UM GRUPO DE ATIVIDADE FÍSICA DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE PONTA GROSSA

RESPOSTA CARDIOVASCULAR APÓS UM EXERCÍCIO ISOMÉTRICO

Atividade Física e Hipertensão Arterial Sistêmica. Profa. Dra. Bruna Oneda

PROMOÇÃO DA SAÚDE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM FATIMA DO PIAUÍ.

Índice de massa corporal e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis em idosos institucionalizados

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN versão eletrônica

BIO CURSOS FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO JAQUELINE DE SALES ALMEIDA PROTOCOLOS DE TREINAMENTO DE FORÇA APLICADOS EM HIPERTENSOS

IMPACTO DO IMC SOBRE O DESEMPENHO MOTOR EM ATIVIDADES COM PREDOMINÂNCIA AERÓBIA DE MULHERES ACIMA DE 40 ANOS

Atividade Física e Hipertensão Arterial Sistêmica. Profa. Dra. Bruna Oneda

6ª Jornada Científica e Tecnológica e 3º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 04 e 05 de novembro de 2014, Pouso Alegre/MG

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN versão eletrônica

PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E A RELAÇÃO CINTURA/QUADRIL (RCQ ) E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) EM ESTUDANTES

APTIDÃO FÍSICA DE IDOSAS PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA

MCOR - Excelência em Cardiologia MAPA DE 24 HORAS

Adaptações cardiovasculares agudas e crônicas ao exercício

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN versão eletrônica

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN versão eletrônica

Como evitar os riscos e aumentar os benefícios??

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN versão eletrônica

EFEITOS DE TRÊS MODALIDADES DE ATIVIDADE FÍSICA NA PRESSÃO ARTERIAL E NA FREQUÊNCIA CARDÍACA DE IDOSAS HIPERTENSAS 1

EFEITO AGUDO DE UMA AULA DE HIDROGINÁSTICA SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL E FREQUÊNCIA CARDÍACA DE MULHERES HIPERTENSAS CONTROLADAS COM MEDICAÇÃO

ASSOCIAÇÃO ENTRE PRESSÃO ARTERIAL E CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS DE UM CENTRO DE ESPECIALIDADES MÉDICAS DE BELO HORIZONTE-MG

LISTA DE TABELAS. Características antropométricas e cardiovasculares de. repouso dos indivíduos... 32

VARIABILIDADE DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA E RESPOSTA DA PRESSÃO ARTERIAL PÓS-EXERCÍCIO EM ATLETAS E NÃO-ATLETAS

Comparação e Avaliação da Concordância entre Pressão Arterial Periférica (Casual e Ambulatorial) em Idosas Fisicamente Ativas

COMPOSIÇÃO CORPORAL DE JOVENS ESTUDANTES

Avaliação da composição corporal de acadêmicos dos cursos de educação física e nutrição

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM

PERFIL CLÍNICO E BIOQUÍMICO DOS HIPERTENSOS DE MACEIÓ (AL) de Nutrição em Cardiologia (Ufal/Fanut/NUTRICARDIO )

PERFIL DOS HIPERTENSOS IDOSOS DA EQUIPE 1 DA UNIDADE BÁSICA DA SAÚDE DA FAMÍLIA DE CAMPINA GRANDE

19/10/ login: profrocha e senha: profrocha

SOBRECARGA CARDIOVASCULAR EM EXERCÍCIO ISOMÉTRICO EM PESSOAS CONDICIONADAS E NÃO CONDICIONADAS AEROBICAMENTE

Glasiele Stival Costa 1, Jeferson Luiz Carvalho 2, Fabiano Macedo Salgueirosa 3 RESUMO

CORRELAÇÃO ENTRE ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE IDOSOS EM UMA CIDADE DO NORDESTE BRASILEIRO

Os benefícios do exercício aeróbio no controle da hipertensão arterial no idoso, revisão bibliográfica

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE. SUBÁREA: Educação Física INSTITUIÇÃO(ÕES): FACULDADES DE DRACENA

Aula 1 - Fatores de risco Cardiovascular

A APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRA DE PRATICANTES DE AULAS DE JUMP E RITMOS DE UM MUNICÍPIO DO LITORAL DO RS

SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ Exercício físico e hipertensão arterial em idosos

Riscos e Benefícios do Exercício de Força...

RELATOS DE UMA EXPERIÊNCIA

''Análise da frequência cardíaca, variabilidade da frequência cardíaca e pressão arterial de camundongos expostos a partículas finas do diesel ''

RELAÇÃO ENTRE CIRCUNFÊRENCIA DE PESCOÇO E OUTRAS MEDIDAS INDICADORAS DE ADIPOSIDADE CORPORAL EM MULHERES COM SOBREPESO E OBESIDADE.

RESPOSTA CARDIOVASCULAR AO TESTE DE CORRIDA DE 1600M

Repouso Freqüência cardíaca 75 bpm. Exercício intenso Freqüência cardíaca 180 bpm. sístole diástole sístole. 0,3 segundos (1/3) 0,5 segundos (2/3)

AULA 2 Fatores de Risco para Crianças e Adolescentes

ASPECTOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NO SISTEMA CARDIOVASCULAR DE IDOSOS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA: UMA BREVE INTRODUÇÃO

CAPITULO III METODOLOGIA

Alterações Fisiológicas e benefícios do Treinamento Resistido na Hipertensão Arterial

Efeito do consumo de vinhos do Vale do São Francisco na saúde humana

TÍTULO: CONSCIENTIZAÇÃO E EDUCAÇÃO SOBRE HIPERTENSÃO ARTERIAL À POPULAÇÃO FREQUENTADORA DA ASSOCIAÇÃO DA TERCEIRA IDADE DE AVANHANDAVA

Controles e Sinais Vitais

AUTONOMIA FUNCIONAL: COMPARANDO IDOSOS PRATICANTES DE ATIVIDADES AQUÁTICAS E TERRESTRES

RESPOSTAS PRESSÓRICAS APÓS A REALIZAÇÃO DE EXERCÍCIOS DE FORÇA PARA BRAÇO E PERNA EM JOVENS NORMOTENSOS

FISIOLOGIA CARDIORESPIRATÓRIA. AF Aveiro Formação de Treinadores

GRUPO COPPA: ATIVIDADE INTERDISCIPLINAR NO PATOLOGIAS ASSOCIADAS BRIGITTE OLICHON LUMENA MOTTA REGINA BOSIO

EXCESSO DE PESO E FATORES ASSOCIADOS EM IDOSOS ASSISTIDOS PELO NASF DO MUNICÍPIO DE PATOS-PB

Algoritmos aplicados na Medicina Desportiva

Atividade Física e Cardiopatia

DISCIPLINA: ATIVIDADE MOTORA APLICADA À POPULAÇÕES ESPECIAIS

ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DO GÊNERO E IDADE SOBRE A MANOBRA DE VALSALVA ATRAVÉS DO DUPLO-PRODUTO

EFICÁCIA DO EXERCÍCIO COM INTENSIDADE LEVE PARA PROMOVER HIPOTENSÃO PÓS-EXERCÍCIO

NAYARA TORRE DE ALMEIDA TREINAMENTO RESISTIDO EM IDOSOS HIPERTENSOS

COMPARAÇÃO DE PARÂMETROS CARDIORRESPIRATÓRIOS EM TESTE NA ESTEIRA COM AUXILIO E SEM AUXILIO DA BARRA DE APOIO

CPL Tiago Joaquim Rodrigues Bernardes. Professora Doutora Patrícia Coelho. Mestre Alexandre Pereira

STEP TRAINING: EFEITO DA PAUSA PASSIVA E ATIVA NO COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E NA PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO RESUMO:

FIEP BULLETIN - Volume 82 - Special Edition - ARTICLE I (

Efeitos hipotensores de exercícios aeróbios e resistidos realizados por funcionários da Presidência da República

Introdução: A obesidade é uma doença crônica multifatorial, caracterizada pelo

Universidade do Extremo Sul Catarinense SUMÁRIO

ESTUDO COMPARATIVO DO EFEITO HIPOTENSOR DE DIFERENTES MODALIDADES AERÓBIAS EM MULHERES NORMOTENSAS

Teste Ergométrico. Dados do Avaliado. Idade: 41 Estatura: 172 FC máx: 179 bpm Sexo: Masculino Indivíduo: Sedentário FC submáx: 152 bpm.

09 Jefferson Fernando C R Júnior 1 Alisson Alves Silva 2 Mauro Fernando Lima da Silva 3

EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS SOBRE O COMPORTAMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL DE NORMOTENSOS E HIPERTENSOS APÓS HIDROGINÁSTICA

Adaptações da Pressão Arterial e da Massa Corporal ao Exercício Físico Aeróbio em Homem Obeso e Hipertenso Estudo de Caso

Indicam o estado físico do indivíduo. Ajudam no diagnóstico e tratamento.

EPIDEMIOLOGIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL ESTUDO POPULACIONAL NO MUNICÍPIO DE TRÊS LAGOAS - MS

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DOS COLABORADORES E PROFESSORES DA FACISA/UNIVIÇOSA 1

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA).

Transcrição:

EFEITO AGUDO DE UMA SESSÃO DE HIDROGINÁSTICA SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL EM MULHERES NORMOTENSAS E HIPERTENSAS JANE MARIA SILVA CARVALHO BRUNO ALMEIDA TOCANTINS MAYCOM DO NASCIMENTO MOURA ANTONIO EDUARDO MARTINS AMORIM Faculdade de Saúde Ciências Humanas e Tecnológicas do Piauí - NOVAFAPI Curso de Bacharelado em Educação Física Teresina, Piauí, Brasil jannemcarvalho@hotmail.com INTRODUÇÃO O exercício físico promove adaptações orgânicas para suprir as demandas metabólicas e restabelecer a homeostasia, já que este implica no aumento do consumo energético e conseqüentes alterações fisiológicas (BRUM et al., 2004). Dentre estas alterações, ressalta-se o efeito hipotensor que resulta de mecanismos relacionados a fatores hemodinâmicos, humorais e neurais (AMORIM et al, 2009). Após exercício físico, os níveis de pressão arterial podem chegar a valores abaixo dos constatados em repouso pré-exercício, resultando no que se denomina hipotensão pós-exercício (HPE) (FOSS; KETEYIAN, 2000). A HPE pode ser considerada como uma estratégia importante para o controle da pressão arterial (PA) tanto em indivíduos hipertensos como normotensos, principalmente após exercícios aeróbios (ANUNCIAÇÃO; POLITO, 2011). Este efeito hipotensor tem sido constatado mesmo após uma única sessão de exercício físico, e observado que, sua magnitude e duração dependem do tipo, duração e intensidade do exercício (CUNHA et al., 2006). Um dos tipos de exercícios físicos bastante procurados é a Hidroginástica, que promove alterações fisiológicas distintas em conseqüência da pressão hidrostática (REIS; LIMA, 2009). Esta pressão aumenta de acordo com a profundidade e com a densidade do líquido propiciando, ao praticante de exercícios aquáticos, a diminuição de edemas, da PA e possivelmente da frequência cardíaca (FC) (AEA, 2008). Com isso, os exercícios físicos em meio aquático, especialmente da Hidroginástica, vêm sendo sugeridos como forma de prevenção e tratamento não farmacológico para a hipertensão arterial. (AMORIM et al, 2009). O objetivo desde estudo foi comparar o efeito agudo de uma sessão de Hidroginástica sobre a pressão arterial em mulheres adultas jovens, ativas, normotensas e hipertensas. METODOLOGIA Sujeitos Participaram do estudo 20 mulheres 10 hipertensas e 10 normotensas com idade entre 40 e 60 anos, que praticam Hidroginástica a pelo menos seis meses ininterruptos. Antes da realização dos procedimentos as voluntárias foram informadas sobre os procedimentos e benefícios do estudo, responderam a um questionário (anamnese) e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os procedimentos utilizados no estudo foram previamente aprovados pelo Comitê de Ética e Pesquisa em seres humanos da Faculdade de Saúde, Ciências Humanas e Tecnológicas do Piauí NOVAFAPI, segundo as normas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos, com CAAE nº 0218.0.043.000-10.

Procedimentos Para a caracterização da amostra foi realizada uma avaliação antropométrica: Índice de Massa Corporal, Índice da Relação Abdômen Quadril e Percentual de Gordura (3 dobras), seguindo o protocolo de Pollock. As voluntárias foram dividas em cinco grupos (2 hipertensas e 2 normotensas). Cada grupo foi submetido a uma sessão de Hidroginástica de 50mim com característica aeróbia. A intensidade da aula foi controlada pela FC na água, através do frequencímetro Polar (FS1, Finlândia), calculada através da fórmula de Kruel (1994) considerando a intensidade de 75% da FCmáx. Para a realização da sessão de Hidroginástica e aferição da PA, as participantes foram instruídas a não realizarem nenhum exercício físico 24 horas antes, alimentarem-se pelo menos 2 horas antes da sessão, não ingerirem bebida alcoólica, cafeína e achocolatados. A aferição da PA foi realizada pelo monitor digital (MIcrolife, BP 3BTO-A, Suíça) aos 5min de repouso fora da piscina (5 rep), após a sessão ainda na piscina (pós), e aos 15 (r15), 30 (r30), 45 (r45) e 60min (r60) após a sessão. Análise Estatística Para comparar o comportamento da PA entre hipertensas e normotensas foi utilizado a ANOVA para medidas repetidas, considerando p < 0,05 como nível de significância. Em todas as análises utilizou-se o programa SPSS 15.0 for Windows. RESULTADOS Na caracterização da amostra (tabela 1) encontraram-se diferenças nas características antropométricas das participantes com valores mais acentuados de IMC, IRAQ e %G, além dos valores de PAS e PAD em repouso, para o grupo das hipertensas. Tabela 1. Caracterização da amostra. Normotensas (n=10) Hipertensas (n=10) Min Max Média + DP Min Max Média + DP Idade (anos) 40 52 46,5 4,40 44 60 52,8 5,15 IMC (kg.m2(-1)) 19,68 28 22,92 2,73 21,48 30,63 25,24 3,34 IRAQ (cm) 0,79 0,96 0,88 0,05 0,88 1,01 0,94 0,04 %G 15,81 28,74 21,92 3,85 22,13 33,74 26,29 3,29 PAS rep (mmhg) 104 119 110 5,66 125 164 133 11,8 PAD rep (mmhg) 70 86 72 4,48 70 91 75 6,09 IMC: Índice de massa corporal; IRAQ: Índice de relação abdômen quadril; %G: Percentual de gordura; PAS rep: pressão arterial sistólica de repouso; PAD rep: pressão arterial diastólica de repouso. Constatou-se que houve uma maior elevação da PAS durante a sessão de Hidroginástica no grupo das normotensas, assim como, uma maior HPE nos momentos r15 e r30. Já nos momentos r45 e r60 a HPE ficou mais evidente no grupo das hipertensas (tabela 2). Tabela 2. Delta de variação da pressão arterial sistólica (PAS em mmhg). 5 rep pós r15 r30 r45 r60 NT média 110,4 11,9-0,9-4,4-5,7-7,4 + DP 5,66 5,74 5,80 8,46 7,67 6,54 HT média 133,3 7,3-0,5-4,1-6,1-10,6 + DP 11,89 2,95 7,01 9,26 10,71 10,84 NT: Normotensos; HT: Hipertensos O comportamento da PAD durante e após a sessão de Hidroginástica mostrou-se diferente quando comparado os dois grupo. O normotenso apresentou uma diminuição da PAD durante todos os momentos, enquanto o hipertenso uma elevação até os 15min após a sessão, quando então se constatou o efeito hipotensor. Aos 60min pós-exercício físico o grupo de hipertensas obteve uma maior HPE do que as normotensas (tabela 3). Tabela 3. Delta de variação da pressão arterial diastólica (PAD em mmhg)

5 rep NT média 72,4 + DP 4,88 HT média 75 + DP 6,09 NT: Normotensos; HT: Hiperten Quanto aos valores da PAM constata-se uma maior HPE aos 60min pós-exercício físico nas participantes hipertensas, embora este efeito seja percebido apenas após 30min de repouso. É percebida também uma menor elevação da PAM durante a sessão de Hidroginástica nas participantes normotensas (tabela 4). Tabela 4. Delta de variação da pressão arterial média (PAM em mmhg) 5 rep NT média 85,07 + DP 4,67 HT média 94,43 + DP 6,59 NT: Normotensos; HT: Hiperten nsos nsos pós r15 r30 r45 r60 0-2,5-2,5-2,7-3,1 2,26 3,31 4,81 4,32 3,48 3,8 0,7-0,9-1,9-3,5 5,47 2,67 3,90 2,92 3,57 pós r15 r30 r45 r60 3,97-1,97-3,13-3,7-4,53 2,85 3,62 4,69 4,57 3,26 5,0 0,3-1,97-3,3-5,87 4,35 3,86 5,24 4,95 5,35 O efeito hipotensor da Hidroginástica pode ser percebido na figura 1, onde se pode constatar uma diminuição da PAS, PAD e PAM em relação aos valores de repouso, principalmente, nas participantes hipertensas. Figura 1. Resposta da PAS, PAD e PAM em repouso, imediatamentee após sessão (pós) e na recuperação pós-sessão (15, 30, 45, 60min). 100 Normotensos Hipertensos PAM (mmhg) 90 80 70 60 Rep Pós r15 r30 r45 r60 *p< 0,05 em relação ao repouso DISCUSSÃO Pode-se identificar uma diminuição da pressão arterial como respostas a uma sessão de hidroginástica em mulheres normotensas e hipertensas, fisicamentee ativas, o que corrobora com os estudos de Amorim et al (2009) que observaram a redução nos níveis pressóricos com significativa reprodutibilidadee e uma pequena variabilidade quando em sessões de hidroginástica a 60-80% da freqüência cardíaca. Segundo Foss e Keteyian (2000), durante o exercício, a pressão sistólica aumenta em decorrência da elevação do débito cardíaco e da resistência vascular nos tecidos. Já a pressão arterial média sofre um aumento apenas moderado, enquanto a pressão diastólica tem uma pequena ou nula modificação. Os resultados do presente estudo estão de acordo com a literatura, mostrando uma elevação da PAS média em 10,67mmHg imediatamente após o fim

do exercício, quando comparada com seus níveis em repouso. As variações da PAM e PAD para esse mesmo período foram de 3,95 e 0,6mmHg, respectivamente, corroborando os dados encontrados na literatura. Após a atividade física, os níveis pressóricos tendem a retornar aos valores préexercício dentro de poucos minutos, como se pode observar neste estudo nos 15 minutos após exercício (118,7 + 14,49). Todavia, em algumas situações, as pressões podem inclusive atingir taxas inferiores às constatadas antes do exercício que neste estudo percebe-se a partir dos 30 minutos pós-exercício, fato denominado hipotensão pós-exercício (FOSS; KETEYIAN, 2000). Ao estudar os efeitos da hidroginástica sobre a pressão arterial sistêmica em mulheres saudáveis, com sobrepeso ou obesidade, Borges (2007) verificou uma redução da PAS e da PAM no grupo experimental. A diminuição da PAS e PAM também pode ser observada neste estudo, embora a amostra seja composta de mulheres com IMC e %G dentro da normalidade e a presença de hipertensas no grupo. CONCLUSÃO Os resultados obtidos neste estudo permitiram a constatação da elevação nos valores das pressões arteriais sistólica, diastólica e média durante o exercício. Observou-se ainda uma redução nos níveis tensionais (PAS, PAD e PAM) quando comparados os valores antes e alguns minutos após a aula de hidroginástica, e que tais valores continuaram a decrescer no decorrer do período de 60 minutos após a atividade. Através desta pesquisa confirmou-se, portanto, a importância da prática orientada, sistemática e contínua de uma atividade física, principalmente em meio aquático, tanto por indivíduos normotensos quanto hipertensos, haja vista os benefícios obtidos com relação à diminuição dos níveis pressóricos. Por outro lado, sugerimos maiores investigações acerca das muitas variáveis intervenientes no desempenho da atividade física como idade, gênero, intensidade e duração das aulas, para melhor direcionamento dos exercícios físicos, incluindo a hidroginástica. PALAVRAS-CHAVES: Pressão Arterial, Hipertensão, Atividade Aquática REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AEA, Manual do profissional de Fitness Aquático. 5.ed. Rio de Janeiro: Shape, 2008. ANUNCIAÇÃO, Paulo Gomes; POLITO, Marcos Doederlein. Uma revisão sobre hipotensão pós-exercício em indivíduos hipertensos. Arq. Bras. Cardiol. v. 96, n. 5, p. 425-426, 2011. AMORIM, Paulo Roberto; MOURA, Bruno Pereira; MOREIRA, Osvaldo Costa; MARINS, João Carlos Bouzas. Efeito hipotensor de uma sessão de exercícios aquáticos: variabilidade e reprodutibilidade. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. v. 17, n 2, 2009. BORGES, Arituza Tosta. Efeitos da hidroginástica na pressão arterial, em variáveis metabólicas e na composição corporal em mulheres saudáveis com sobrepeso ou obesidade. [Dissertação] Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, 2007. BRUM, Patricia Chaku; FORJAZ, Cláudia Lúcia de Moraes; TINUCCI, Taís; NEGRÃO, Carlos Eduardo. Adaptações agudas e crônicas do exercício físico no sistema cardiovascular. Revista Paulista Educação Física, São Paulo, v 18, p. 21 31. Agosto, 2004. CUNHA, Gisela Arsa da; RIOS, Aline Cristina santos; MORENO, Juliano Rodrigues; BRAGA, Pedro Luiz; CAMPBELL, Carmen Silvia Grubert; SIMÕES, Herbert Gustavo; DENADAI, Maria Lucy Dompietro. Hipotensão pós-exercício em hipertensos submetidos ao exercício aeróbio de intensidades variadas e exercício de intensidade constante. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. V. 12, n. 6. Nov/Dez, 2006. FOSS, Merle L.; KETEYIAN, Steven J. Bases Fisiológicas do Exercício e do Esporte. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. REIS, Aloísio da Silva; LIMA, Jorge Roberto Perrout de. Efeito agudo de uma aula de hidroginástica sobre a pressão arterial e freqüência cardíaca de mulheres hipertensas

controladas com medicação. Revista Mineira de Educação Física de Viçosa, v. 17, n.2, p.88-98, 2009 Jane Maria Silva Carvalho R. Padre Cirilo Chaves, 1877, Ed. Vinícius de Moraes, aptº 801 Noivos Teresina Piauí CEP: 64. 045-902 Fone: (86) 32313529 / (86) 88415688 E-mail: jannemcarvalho@hotmail.com