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Transcrição:

Trabalho apresentado no III ENECULT Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura, realizado entre os dias 23 a 25 de maio de 2007, na Faculdade de Comunicação/UFBa, Salvador-Bahia-Brasil. POLÍTICAS E FORMAS DE FINANCIAMENTO PARA O SETOR MUSEOLÓGICO NACIONAL NO PERÍODO (1999-2005) Archimedes Ribas Amazonas 1 RESUMO: O artigo se propõe a apresentar quais foram as políticas governamentais para o setor museológico nacional no período 1999-2005 e suas diversas formas de financiamento. Como se desenvolveram as recentes ações do Ministério da Cultura (MinC) para os museus nacionais- públicos e privados- e ainda, as perspectivas de efetivação das propostas apresentadas para o setor. PALAVRAS-CHAVE: Financiamento da Cultura, Política Cultural, Política de Museus e Setor Museológico. 1. INTRODUÇÃO O Ministério da Cultura durante a gestão Collor de Mello sofreu um sério revés, sendo então transformado em Secretaria de Cultura, com a implantação de uma política neo-liberal que preconizava um Estado mínimo. Houve a extinção de vários órgãos, o que provocou fortes dificuldades para o setor. Ficou de positivo a Lei Rouanet apesar de muito burocrática à época. O status de ministério só foi readquirido no período Itamar Franco, após forte pressão dos diversos agentes do cenário cultural nacional. Apesar da criação da Lei do Audiovisual com a organização de um sistema de financiamento à cultura o ministério permanecia desarticulado e desprestigiado como demonstra a troca de titulares da pasta foram três em um curto intervalo de governo. No governo Fernando Henrique Cardoso observa-se a decisão de consolidação do Ministério da Cultura, o que seria de certo modo confirmado, pela permanência durante os seus dois mandatos (1995-2002), do ministro Francisco Weffort. Seguindo uma política neo-liberal, o governo FHC depois de alocar um maior volume de recursos 1 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da Faculdade de Comunicação da UFBA. Membro do GEPEC/CULT.

durante o 1º mandato (1995-1998), deixou a pasta da cultura com uma participação orçamentária pífia no quadriênio seguinte (1999-2002). O ministério se restringiu a gerenciar projetos via Lei Rouanet mecenato e FNC (Fundo Nacional de Cultura) onde o mercado acabava por direcionar a política cultural vigente. No governo Lula (2003-2006) se destacam as seguintes ações do Ministério da Cultura: a luta por uma maior participação no Orçamento da União; pela descentralização das ações antes concentradas em Rio de Janeiro e São Paulo; a reestruturação institucional, tentando reduzir áreas de sombreamento; a busca da transversalidade da cultura entre as esferas de governo, nem sempre alcançada e a implantação do Sistema Nacional de Cultura. É a partir deste cenário que vamos apresentar os recursos e formas de financiamento para o setor museológico nacional durante o período1999-2005, que abrange o 2º mandato do governo FHC e os primeiros três anos do governo Lula. Sendo as principais formas de financiamento: a utilização da Lei Rouanet mecenato e FNC (Fundo Nacional de Cultura) e os editais públicos e privados. E ainda a Política Nacional de Museus e o Sistema Brasileiro de Museus enquanto integrantes da política cultural do MinC. 2. LEI ROUANET E GOVERNO FHC A Lei Sarney (1986) foi a pioneira no estabelecimento de relações entre o Estado e a iniciativa privada usando o mecanismo de renúncia fiscal para investimento em cultura. Porém, a lei não exigia a aprovação prévia dos projetos culturais, bastando o simples cadastramento como entidade cultural junto ao Ministério da Cultura, o que gerou distorções nos objetivos da lei. Durante o governo Collor, esta lei foi revogada junto com todas as outras leis de incentivo fiscal vigentes. A Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313/91), conhecida como Lei Rouanet, foi apresentada pelo então Secretário de Cultura do governo Collor, o diplomata Sérgio Paulo Rouanet. Apesar de aprovada em dezembro de 1991, só foi regulamentada em maio de 1995, durante o 1º governo FHC. A realização de toda política de incentivo cultural praticada a partir de então no Brasil é executada através da utilização dessa lei. A Lei Rouanet introduziu maior rigor no controle dos incentivos fiscais. A partir de então, tornou-se necessária a aprovação prévia dos projetos culturais, pela Comissão

Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), formada por representantes do governo e de entidades culturais. No entanto, houve a geração de uma burocracia bem maior, comparativamente com as leis de incentivo anteriores. A captação junto às empresas passou a ser autorizada somente após a divulgação de sua aprovação no Diário Oficial sendo elaborados meios de prestação de contas. A Lei nº 8.313/91, regulamentada pelo Decreto nº 1494/95, instituiu ainda, o Programa Nacional de Incentivo à Cultura(PRONAC), que abarca três mecanismos: o Mecenato, o Fundo Nacional de Cultura (FNC), e o Fundos de Investimento Cultural e Artístico, o (FICART). O Mecenato concede vantagens fiscais para investidores que apoiarem projetos culturais sob forma de doação ou patrocínio. O FNC formado por verbas oriundas da Loteria Federal, de Fundos de Desenvolvimento Regional(p.ex: FINOR, FINAM) e Tesouro Nacional destina recursos a projetos culturais previamente aprovados pelo MinC, através de empréstimos reembolsáveis ou principalmente, cessão a fundo perdido. E o FICART, que possibilitaria a criação de fundos de investimentos culturais e artísticos, essa operação apesar de regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), não foi utilizada pelo mercado financeiro. Ao longo dos anos, o mecanismo de incentivo foi alterado várias vezes por meio de medidas provisórias e decretos para tornar-se mais prático, viável e atraente para os investidores. Os projetos culturais candidatos aos benefícios fiscais através do Mecenato devem pertencer a áreas determinadas, como por exemplo: a) teatro, dança, circo, ópera e outros similares, b) produção de videos, fotografias, etc. c) literatura, d) artes plásticas, e) artesanato, f) patrimônio cultural, museus sendo esta última o objeto de nosso artigo entre outras. O Fundo Nacional de Cultura (FNC) foi criado para viabilizar produções culturais, de acordo com os objetivos do PRONAC, tais como, preservação do patrimônio cultural nacional, a garantia da diversidade cultural e a experimentação. Assim como no Mecenato, existem áreas de produção cultural determinadas artes cênicas, artes plásticas, música, patrimônio cultural e outras. O FNC custeia até 80% do projeto com os proponentes arcando com pelo menos 20% do valor total, podendo esta contrapartida ser em serviços inclusive prestados pelo proponente e/ou bens desde que possam ser avaliados. 3. LEI ROUANET E GOVERNO LULA DA SILVA

No início da gestão do governo Luís Inácio Lula da Silva, o ministro Gilberto Gil restabeleceu o caráter deliberativo da CNIC que havia sido perdido com a Lei nº 9874/99 foi transformada em órgão consultivo para aprovação dos projetos e iniciou um processo de descentralização dos recursos da lei, que já havia atingido um patamar ao redor de 80% no eixo Rio de Janeiro - São Paulo. Após dois anos do governo Lula, o MinC conseguiu ampliar a distribuição de recursos para outras regiões do país e aumentou o limite da isenção fiscal. A concentração de recursos no eixo Rio-SP caiu de 72% para 66%, entre 2002 e 2004, no entanto, sem acarretar perda para a região Sudeste, que também obteve recorde de captação com R$ 360 milhões. A evolução média de captação nacional, comparando-se à média de 2001 e 2002 com a média dos últimos dois anos, obteve um crescimento de mais de 26%. Baseada na mesma comparação, a região Centro-Oeste obteve crescimento de 74%; a região Nordeste, de 35%; a região Norte, de 504%; a região Sudeste, de 21% e a região Sul, de 32%. A participação da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC) assim como a criação da Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura, responsável pela gestão da lei, adotou novos procedimentos na análise dos projetos, contribuindo não somente para o aumento da quantidade dos projetos, mas também com a sua qualidade. A divulgação nacional dos mecanismos da lei e a sensibilização do empresariado nacional possibilitou recordes nacionais como o do número de empresas investidoras, que cresceu, assim como o número de projetos com captação. 4. DADOS E NÚMEROS DA LEI ROUANET (2º GOV/ FHC GOV LULA) Números em Reais da Lei de Incentivo À Cultura -(Tabela 1) ANO VALOR em R$ 1999 R$ 212,1 milhões 2000 R$ 286,9 milhões 2001 R$ 366,7 milhões 2002 R$ 343,0 milhões 2003 R$ 427,3 milhões 2004 R$ 468,3 milhões Tabela 1 - FONTE: MinC-(2006) Em 2005, também cresceu o número de projetos com captação e a quantidade de empresas patrocinadoras. Veja a evolução:

Número de Empresas Patrocinadoras (Tabela 2) ANO Nº de Empresas 2002 1288 2003 1350 2004 1761 2005 1829 - parcial Tabela 2 - FONTE: MinC-(2006) A Soma dos 10 Maiores Incentivadores Lei Rouanet (1999-2005) Valores Nominais ( Tabela 3) ANO VALOR em R$ VALOR MÉDIO em R$ (p/ período) 1999 70.563.996,52 2000 114.495.529,30 139.593.103,61 2001 209.206.521,29 2002 164.106.367,31 2003 164.709.765,03 2004 192.349.793,44 217.719.302,52 2005 296.098.349,10 Tabela 3 - FONTE: MinC-(2006) Número de Projetos Com Captação (Tabela 4) ANO Nº de Projetos 2002 1368 2003 1532 2004 2007 2005 2267 parcial Tabela 4 - FONTE: MinC- (2006) Crescimento Regional e Nacional (Tabela 5) Os percentuais de crescimento apresentam uma melhoria relevante na distribuição regional. As regiões com menor captação obtiveram maiores percentuais conforme mostrado abaixo, na comparação entre a média de captação por região dos anos 2000-2001-2002, com a média dos anos 2003-2004-2005. Os valores de 2005 são parciais. Os valores foram corrigidos pelo IPCA/IBGE ( fevereiro de 2006). REGIÃO V.M.2000-2002 V.M.2003-2005 CRESCIMENTO MÉDIO

NORTE R$ 1,20 milhões R$ 7,66 milhões 538,3% NORDESTE R$ 26,7 milhões R$ 38,8 milhões 45% CENTRO- R$ 14,9 milhões R$ 21,4 milhões 43,6% OESTE SUL R$ 47,7 milhões R$ 64,1 milhões 34,4% SUDESTE R$ 408,1 milhões R$ 459,9 12,7% milhões NACIONAL R$ 498,8 milhões R$ 593,6 milhões 20% (parcial) Tabela 5 - FONTE: MinC (2006) - V.M.- valor médio para o período. 5. SISTEMA FEDERAL DE CULTURA O Sistema Federal de Cultura (SFC) foi instituído pelo Decreto nº 5520 de 24 de agosto de 2005 e visa orientar e integrar a ação cultural do governo federal de modo sistêmico e coordenado para que os esforços e investimentos alcancem seus objetivos e ainda, coordenar a implantação do Sistema Nacional de Informações Culturais(SNIC); e estimular a implantação dos Sistemas Estaduais e Municipais de Cultura. O SFC deve ser um sistema de articulação, gestão, informação e promoção de políticas públicas de cultura em âmbito federal, coordenado pelo Ministério da Cultura - MinC, tendo a participação de órgãos federais, do Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC) criado no mesmo decreto e tendo a atribuição de propor e formular políticas públicas e da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC). Os colegiados de políticas setoriais (conselhos de museus, arquivos, as câmaras setoriais, entre outros) são instâncias fundamentais do CNPC e, principalmente, disseminadores de informações e experiências de gestão e promoção cultural para as instituições e comunidades específicas nos Estados e Municípios. A instituição do Sistema Federal de Cultura, juntamente com a emenda constitucional que estabelece o Plano Nacional Cultural foi um passo decisivo para a criação do Sistema Nacional de Cultura, a ser constituído com a participação dos três esferas públicas federal, estadual e municipal e a sociedade civil. 6. POLÍTICA NACIONAL DE MUSEUS

A Política Nacional de Museus foi lançada pelo MinC em maio de 2003, resultado de uma ação democrática, cuja criação teve a participação de diversas entidades vinculadas à museologia, profissionais da área, área acadêmica e secretarias estaduais e municipais de cultura. A implantação da Política Nacional de Museus (PNM), está a cargo do Departamento de Museus e Centros Culturais criado neste período do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Demu/Iphan). Alguns princípios norteiam as ações da PNM, tais como: a) estabelecimento e consolidação de políticas públicas para os campos do patrimônio cultural e dos museus; b) valorização do patrimônio cultural sob a guarda dos museus; c) desenvolvimento de práticas e políticas educacionais orientadas pela diversidade cultural do povo brasileiro; e) reconhecimento e garantia dos direitos de participação das comunidades, nos processos de registro e de definição do patrimônio a ser musealizado; f) estímulo e apoio à participação de museus de várias tipologias, g) incentivo a programas e ações que dêem sustentabilidade à preservação do patrimônio cultural submetido a processo de musealização e h) respeito ao patrimônio cultural das comunidades indígenas e afro descendentes, de acordo com as suas especificidades. A PNM conta ainda com 7 (sete) eixos programáticos capazes de orientar e estimular a realização de projetos e ações museológicas, são eles: 1) a gestão e configuração do campo museológico, com destaque para a implementação do Sistema Nacional de Museus e incentivo à criação de sistemas estaduais e municipais de museus e outras instituições de memória e a criação do Cadastro Nacional de Museus; 2) a democratização e acesso aos bens culturais; 3) a formação e capacitação de recursos humanos com a criação de um programa de formação e capacitação de recursos humanos em museus e museologia; 4) informatização de museus; 5) a modernização de infra-estruturas museológicas com a realização de obras de manutenção e adaptação de imóveis que guardam acervos museológicos, bem como a execução de projetos de modernização das reservas técnicas e de laboratórios de restauração e conservação; 6) o financiamento e fomento para museus e 7) a aquisição e gerenciamento de acervos culturais. Parte significativa dessas ações da PNM é fortemente dependente de recursos e investimentos, quer públicos renúncia fiscal, investimentos diretos, editais ou privados leis de incentivo, doações e editais. Em 2003 e 2004, houve um incremento dos aportes financeiros aos projetos dos museus com a ampliação dos recursos

orçamentários junto ao Congresso Nacional e também a partir do lançamento de editais específicos articulados com empresas estatais. A principal fonte de recursos para a área museológica no orçamento do Ministério da Cultura é o Programa Museu, Memória e Cidadania, que conta ainda com os recursos do Fundo Nacional da Cultura (FNC), das leis de incentivo fiscal, da parceria com o Programa Monumenta e com os investimentos das empresas estatais sensíveis às questões culturais e finalmente com orçamentos próprios dos órgãos e entidades ligadas diretamente ao setor museológico. Isto tem possibilitado a realização de importantes programas, tais como a aquisição de equipamentos, a reformulação de exposições, a elaboração de projetos museológicos e museográficos e a melhoria de instalações prediais, sendo um instrumento fundamental para a Política Nacional de Museus. 7. DADOS DO SETOR MUSEOLÓGICO Investimento em museus pelo Sistema MinC As tabelas 6 e 7 mostram a evolução dos investimentos realizados pelo Ministério da Cultura no setor museológico. A tabela-6 refere-se aos investimentos realizados nos museus diretamente pelo Ministério da Cultura, ou seja, recursos provenientes do Fundo Nacional de Cultura ou do Tesouro Nacional. A partir desses dados, pode-se observar que em 2003 houve um acréscimo nos investimentos de 53,97% em relação a 2001 e de 21,80% em relação a 2002. Em 2004, o valor investido teve uma redução de 5,32% em relação a 2003, compensada com os investimentos captados por meio da lei de incentivo do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), na categoria mecenato, conforme mostrado na tabela 7. Sobre os investimentos em museus obtidos através do mecenato, cabe destacar o aumento significativo e progressivo dos recursos captados, principalmente nos anos de 2003 e 2004, apontando um acréscimo de mais de 200% em relação aos de 2001 e 2002, o que mostra o aumento dos investimentos feitos pelo setor empresarial na área museológica, decorrentes da Política Nacional de Museus. A tabela 8 totaliza esses aportes de recursos e apresenta o expressivo crescimento dos investimentos do Ministério da Cultura na área dos museus, para o período 2001 2004. Fundo Nacional de Cultura/ Tesouro Nacional

ORIGEM 2001 2002 2003 2004 Fundo Nacinal de Cultura/ MinC 1.914.428,00 5.554.052,00 9.308.548,00 3.950.045,00 Administração direta/ MinC 5.691.485,00 4.081.782,00 1.859.898,00 670.000,00 IPHAN 6.363.108,00 7.050.119,00 9.422.609,00 13.610.721,00 Fundação Nacional de Artes 9.848,00 4.249,00 70.842,00 0,00 Fundação Casa de Rui Barbosa 615.290,00 683.046,00 632.140,00 1.004.339,00 Fundação Cultural Palmares 0,00 0,00 534.290,00 50.000,00 Monumenta 0,00 1.075.888,34 346.376,34 1.709.214,68 TOTAL 14.594.159,00 18.449.136,00 22.174.703,34 20.994.319,68 Tabela 6 FONTE: SIAFI/ Monumenta Mecenato ANO Projetos Projetos c/ Captação autorizada Total captado (R$) Aprovados captação (R$) 2001 87 25 42.441.524,10 5.449.653,57 2002 100 27 41.408.996,48 7.029.603,17 2003 95 37 54.336.411,50 21.561.104,43 2004 116 34 91.039.312,20 22.840.645,13 TOTAL 398 123 229.226.244,28 56.881.006,30 Tabela 7 FONTE: SALIC Recursos Totalizados ANO FNC/ Tesouro/ Monumenta Mecenato TOTAL 2001 14.594.159,00 5.449.653,57 20.043.812,57 2002 18.449.136,34 7.029.603,17 25.478.739,51 2003 22.174.703,34 21.561.104,43 43.735.807,77 2004 20.994.319,68 22.840.645,13 43.834.964,81 Tabela 8 FONTE: SALIC Em 2005, o investimento do MinC no setor de museus bateu novo recorde, atingindo o valor de R$ 95.420.220,50. Significando que os recursos destinados aos museus sofreram um incremento bastante expressivo. O gráfico1 mostra os investimentos efetuados nas unidades especiais do Iphan, incluindo os custos com manutenção, no período de 2001 a 2005. Os dados se referem à aplicação direta de recursos do orçamento do Ministério da Cultura Tesouro e Fundo Nacional de Cultura não se incluindo os investimentos efetuados pela Lei Rouanet, via Mecenato. Segundo o Diretor 2 do Departamento de Museus e Centros Culturais DEMU - IPHAN Essas informações são importantes porque demonstram o resultado dos trabalhos desenvolvidos pelo Departamento de Museus e Centros Culturais junto aos Ministérios da Cultura e do Planejamento, com a finalidade de ampliar, cada vez mais, os investimentos nos museus do Iphan. O ano de 2005, sobretudo, reflete essa trajetória de investimentos, quando se percebe o 2 José do Nascimento Júnior - Diretor do DEMU - IPHAN

aumento dos recursos para a maioria das unidades especiais e um aumento global de mais de 50% no orçamento total. (Nascimento Júnior, 2005) Ele ressalta também que o Programa Museu, Memória e Cidadania está entre os programas do MinC com melhor execução orçamentária, o que acaba contribuindo para que o Ministério do Planejamento priorize os projetos dos museus. Recursos Descentralizados RECURSOS DESCENTRALIZADOS 24.000.000,00 22.682.228,80 22.000.000,00 20.000.000,00 18.000.000,00 16.000.000,00 15.339.357,57 14.000.000,00 12.000.000,00 11.361.126,90 14.658.824,04 10.000.000,00 8.000.000,00 9.277.496,81 2001 2002 2003 2004 2005 Gráfico 1 FONTE: SIAFI DEMU/IPHAN/MinC Editais A opção pelo procedimento de seleção de projetos através de editais está associada à decisão política de democratizar o processo de distribuição de recursos públicos destinados ao financiamento de museus e de proporcionar uma distribuição mais equilibrada dos investimentos por todas as regiões do país. Através do Programa Museu, Memória e Cidadania foi lançado em 2004, o edital Modernização de Museus, no valor de R$ 1 milhão, com a finalidade de apoiar projetos de museus não vinculados ao Ministério da Cultura e democratizar o acesso aos recursos do Programa. Esse foi, na história do MinC e do IPHAN, o primeiro edital específico para a área museológica. Na seqüência, houve o lançamento de editais de bancos e empresas públicas com os apoios do DEMU/IPHAN e MinC. Em agosto de 2004 a Caixa Econômica Federal divulga o seu Programa Caixa de Adoção de Entidades Culturais no valor de R$ 5 milhões, visando à preservação e promoção do patrimônio cultural brasileiro, aberto à

instituições ou entidades culturais de direito público ou privado, sem fins lucrativos. Em outubro do mesmo ano foi realizado convênio entre o MinC e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o Programa de Apoio a Projetos de Preservação de Acervos. O DEMU prestou apoio técnico na elaboração do edital, na seleção e na execução dos projetos, somaram R$ 5 milhões os projetos de preservação de acervos museológicos, bibliográficos, arquivísticos e documentais, nas categorias seguintes: gerenciamento ambiental, reserva técnica, mobiliário e segurança. Dando continuidade à política adotada, em 11 de novembro de 2004 a Petrobrás lança a segunda edição do Programa Petrobrás Cultural. Este edital surge com importantes inovações para os museus, como a inclusão da preservação e à difusão de acervos de museus. Foi resultante da parceria entre o MinC e a estatal, sendo integrante das ações da Política Nacional de Museus. Assim como os editais supracitados, este também destinou o valor de R$ 5 milhões em sua totalidade. É importante ressaltar que todos os editais tiveram limitações de valor por projeto apresentado. Análise comparativa dos editais A tabela 9 apresenta o total de alguns editais IPHAN/MinC, CEF e BNDES e mostra o total de projetos aprovados e os investimentos recebidos por cada estado e região. Nota-se que foram aprovados 112 projetos, distribuídos entre 17 estados, contemplando-se assim, todas as regiões do país. A região Sudeste aprovou o maior número de projetos (48%); seguida das regiões Nordeste e Sul, respectivamente com 24% e 19% dos projetos aprovados. Já as regiões Norte e Centro-Oeste tiveram aprovadas, cada uma, 5% dos projetos. Editais de Apoio a Museus (IPHAN/MinC, CEF e BNDES) REGIÃO ESTADO VR APROVADO- Nº DE % R$ PROJETOS NORTE AP 40.000,00 1 1 PA 456.330,00 4 4 TOTAL NORTE 496.330,00 5 4% RS 715.386,38 11 10 SUL SC 389607,71 6 5 PR 495.859,87 5 4 TOTAL SUL 1.600.853,96 22 20% CENTRO- GO 36.812,00 2 2 OESTE MT 247.555,00 3 3

TOTAL CENTRO-OESTE 284.367,00 5 4% SP 2.153.986,66 14 13 SUDESTE RJ 2.937.008,48 24 21 MG 1.269.052,33 15 13 ES 54.850,00 1 1 TOTAL SUDESTE 6.414.897,47 54 48% BA 851.574,37 8 7 SE 20.000,00 1 1 NORDESTE PE 421.571,76 9 8 PB 31.999,00 1 1 CE 397.760,91 4 4 PI 468.953,78 3 3 TOTAL NORDESTE 2.191.859,82 26 23% TOTAL GERAL 10.988.308,25 112 100% Tabela 9 FONTE: Departamento de Museus e Centros Culturais do IPHAN, 2004. O gráfico 2, a seguir,compara o total de valores aprovados por região nos três editais analisados. A região Sudeste foi contemplada com a maior parte dos recursos (57%). Também foram expressivos os valores recebidos pelas regiões Nordeste (20%) e Sul (15%). Já as regiões Norte e Centro-Oeste obtiveram 5% e 3%, respectivamente. Valores Aprovados por Região NORDESTE 20% SUDESTE CENTRO-OESTE 3% 57% SUL 15% NORTE 5% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% Gráfico 2 - FONTE: Departamento de Museus e Centros Culturais do IPHAN, 2004. E uma última análise por esfera administrativa sobre os projetos aprovados. O gráfico 3 demonstra que as esferas federal e estadual ficaram com a maior parte dos recursos, 31% e 29%, respectivamente. Os museus privados ficaram com 25% e os municipais, com 15%. Projetos Aprovados por Esfera Administrativa

FEDERAL 31% ESTADUAL 29% MUNICIPAL 15% PRIVADA 25% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% Gráfico 3 - FONTE: Departamento de Museus e Centros Culturais do IPHAN, 2004. 8. SISTEMA BRASILEIRO DE MUSEUS A Política Nacional de Museus preparou o lançamento do Sistema Brasileiro de Museus, uma grande rede de articulação e desenvolvimento dos museus brasileiros, que visa incorporar os museus estaduais e municipais. Era uma antiga reivindicação da área museológica, sendo instituído em 5 de novembro de 2004, com a publicação do Decreto no 5.264. Sua coordenação fica a cargo de um Comitê Gestor, cuja finalidade é propor diretrizes políticas e ações concretas, além de apoiar e acompanhar o desenvolvimento do setor museológico brasileiro. A principal característica do Sistema Brasileiro de Museus é o seu papel de articulador dos museus brasileiros, sejam eles federais, estaduais, municipais ou privados; de qualquer porte e tipologia. Esse papel de articulação exige que o Sistema Brasileiro de Museus desenvolva um trabalho em rede de intensa capilaridade e de valorização de intercâmbios e parcerias horizontais entre o poder público e a sociedade civil. 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS É necessário destacar a dificuldade de obtenção de dados confiáveis para o setor cultural e mais especificamente para a área museológica, principalmente para o período anterior a 2001. Em dezembro de 2005, o Ministério da Cultura e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) assinaram acordo de cooperação técnica entre as duas instituições, objetivando a elaboração de um sistema nacional de informações e indicadores culturais.

Levando-se em conta as ações e os números apresentados acima observamos que no período 1999-2001, as iniciativas do MinC direcionadas aos museus praticamente inexistiram. Elas se resumiram na utilização da renúncia fiscal através das leis de incentivo, o que foi a característica deste período para o setor cultural como um todo. No intervalo 2003-2005, houve da parte do MinC um reconhecimento da importância do setor museológico e da sua relevância na elaboração de políticas públicas para a cultura. O ministério continuou e até mesmo intensificou a captação de recursos tabelas 1, 2,3 e 4 utilizando os mecanismos da Lei Rouanet; porém através de um conjunto de ações e instrumentos institucionais, implantou uma política para o setor museológico nacional, que esperamos, se configure em uma política de Estado. Da gestão do ministro Gilberto Passos Gil Moreira, ainda à frente da pasta da Cultura, se destacam para o setor cultural em geral, com importantes reflexos para os museus: a maior participação orçamentária,o aumento do montante captado via leis de incentivo e do Fundo Nacional de Cultura (FNC) e a descentralização dos recursos tabela 5, 9 e gráfico 2 com uma maior democratização dos mesmos. E para o setor museal: a implantação da Política Nacional de Museus, o lançamento de editais específicos tabela 9 que possibilitaram o acesso de museus de menor porte à fontes de recursos até então inexistentes e a capacitação de recursos humanos. No entanto a falta de envolvimento e a capacidade das esferas estaduais e municipais podem comprometer a adesão das instituições aos projetos e programas, como por exemplo, ao Sistema Brasileiro de Museus, dificultando sua consolidação. A manutenção e ampliação dos recursos orçamentários devem ser buscadas para que não se repita o que ocorreu, principalmente na década de 90, quando houve um esvaziamento intenso, tanto político quanto financeiro, do Ministério da Cultura. Apesar dos avanços ocorridos, principalmente para os museus, a limitação crônica de recursos financeiros acaba por restringir a implantação de programas e projetos que atendam a demanda do setor cultural; resultando em uma grande dificuldade para a implantação de uma política cultural efetiva e permanente para o país, qualquer que seja o gestor. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: BRANT, Leonardo. Mercado Cultural:panorama crítico e guia prático para gestão e captação de recursos. 4ª ed. rev. e atual. São Paulo: Escrituras Editora: Instituto Pensarte, 2004.. Política Culturais, vol.i, Barueri,SP: Manole, 2003.

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