4ªJornadaCientíficaeTecnológicadaFATECdeBotucatu 7 a9deoutubrode2015,botucatu SãoPaulo,Brasil

Documentos relacionados
SIMULAÇÃO DE FLUXO DE PESSOAS E MATERIAIS EM OBRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Utilização da simulação em ARENA 7.0 no auxílio ao balanceamento da célula de montagem de uma fábrica de calçados

USO DA SIMULAÇÃO PARA GARANTIA DE QUALIDADE DO PRODUTO: UM ESTUDO NA INDÚSTRIA DE BENEFICIAMENTO DE CAMARÃO

Programas de simulação

Simulação de Sistemas. Adaptado de material de Júlio Pereira Machado (AULA 17)

OTIMIZAÇÃO NO PROCESSO DE ABASTECIMENTO INTERNO DE PRODUÇÃO UTILIZANDO TÉCNICAS DE MANUFATURA ENXUTA

POTENCIAL DA MODELAGEM E SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL APLICADA A REDE LOGÍSTICA

I - Introdução à Simulação

INE 5101 Simulação Discreta. Simulação Discreta de Sistemas - Prof. Paulo Freitas - UFSC/CTC/INE

Análise dos Resultados da Simulação

A ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO

PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO EM SISTEMAS POR BATELADAS: UM ESTUDO PARA A OTIMIZAÇÃO DO MAKESPAN

3 Método de pesquisa Construção do Modelo

Projetos, operações e melhorias dos sistemas que criam e entregam os produtos (bens ou serviços) primários da empresa.

Clóvis de Araújo Peres Cargo: Professor Titular de Estatística da USP UNIFESP Formação: PhD em Estatística pela Universidade WISCONSIN - USA

SSC546 Avaliação de Sistemas Computacionais Parte 1 -Aula 6 Sarita Mazzini Bruschi

TÍTULO: APLICAÇÃO DA SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL PARA A TOMADA DE DECISÕES EM SISTEMAS DE MANUFATURA: UM ESTUDO DE CASO COM A FERRAMENTA ARENA

SOFTWARE PARA SIMULAÇÃO DE SÉRIES DIÁRIAS DE TEMPERATURA DO AR RESUMO

AVALIAÇÃO NOS JOGOS DE GESTÃO DA PRODUÇÃO

Tipos de estudos e processos de produção de dados (Notas de aula) Idemauro Antonio Rodrigues de Lara

TÍTULO: MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE UM TERMINAL PORTUÁRIO PARA EMBARQUE DE AÇÚCAR PARA EXPORTAÇÃO

CURSO DE BACHARELADO EM EXPRESSÃO GRÁFICA DISCIPLINA: CEG201-INTRODUÇÃO À EXPRESSÃO GRÁFICA. Professora Vaz. 1º semestre 2015

MEDIDOR DE VELOCIDADE E ACELERAÇÃO PARA AUXILIAR NO ENSINO DA DISCIPLINA DE FÍSICA I PARA ENGENHARIA 1

A SIMULAÇÃO COMO FERRAMENTA PARA A ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DO SEQUENCIAMENTO DE LINHA DE PRODUÇÃO NO TEMPO DE FILA

PNV-5005 MODELAGEM E ANÁLISE DE SISTEMAS INTERMODAIS DE TRANSPORTE UTILIZANDO TÉCNICAS DE SIMULAÇÃO

A IMPORTÂNCIA DA PROGRAMAÇÃO DE COMPUTADORES PARA A ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Simulação e Modelagem

APLICABILIDADE DO SOFTWARE ARENA NO SETOR DE MONTAGEM DE MOTORES ELÉTRICOS EM UMA METALÚRGICA NO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO

ESTUDO DE LAYOUT EM UMA EMPRESA DE BENEFICIAMENTO DE CASTANHA DE CAJU COM O USO DE SIMULAÇÃO DE EVENTOS DISCRETOS

ENGENHARIA E TREINAMENTO

O que é Simulação? Capítulo 1. Prof. Afonso C Medina & Prof. Leonardo Chwif. fonte original de consulta.

Modelagem de um sistema informatizado de calculo de rotas logísticas com algoritmo de busca heurística Elias Vidal Bezerra Junior 1

Projeto de pesquisa realizado no Grupo de Automação Industrial e Controle (GAIC) da UNIJUÍ. 2

SISTEMA DE INFORMAÇÃO (SIN) Profº Adalberto J. Tavares Vieira

Faculdade SENAI Rio. Infraestrutura Graduação Tecnológica em Automação Industrial

APLICAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA DETERMINAÇÃO DO CUSTO OPERACIONAL DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

AVALIAÇÃO DE AMBIENTE EXISTENTE PARA COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODOS DE CÁLCULO DE ILUMINAÇÃO NATURAL

APLICAÇÃO DO PADRÃO DE EXATIDÃO PLANIMÉTRICA PARA PRODUTOS CARTOGRÁFICOS DIGITAIS (PEC-PCD)

Palavras-Chave: Sistemas de Informação; Delphi; Indústria de Transformação.

Autora: Bruna Russo Bahiana Orientador: Prof. Marcos dos Santos, MSc. COPPE/UFRJ

MRP - Material Requirement Planning

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ. SDCD - Sistema Digital de Controle Distribuído

A OTIMIZAÇÃO DA FILA DE UMA AGÊNCIA DO BANCO DO BRASIL UTILIZANDO O SOFTWARE ARENA

MODELAGEM E SIMULAÇÃO

E-LOCUÇÃO REVISTA CIENTÍFICA DA FAEX Edição 06 Ano

Anais do IV Simpósio de Engenharia de Produção - ISSN: ESTUDO DE MODELAGEM E SIMULAÇÃO EM FILAS DE UMA AGÊNCIA DOS CORREIOS

APLICAÇÃO DE SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL PARA AVALIAR O TEMPO DE PROCESSO NA REFORMA DE PNEUS

DESENVOLVIMENTO DE UM ROBÔ AUTÔNOMO PARA PARTICIPAÇÃO EM COMPETIÇÃO DE SUMÔ

APLICAÇÃO DA SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL COMO FERRAMENTA DE APOIO À TOMADA DE DECISÃO: AVALIAÇÃO DO PARQUE DE TANCAGEM DE PRODUTOS QUÍMICOS.

Evento: XXV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

SSC546 Avaliação de Sistemas Computacionais Parte 1 -Aula 4 Sarita Mazzini Bruschi

Unidade I ESTATÍSTICA. Prof. Celso Ribeiro Campos

USO DE SIMULAÇÃO DE EVENTOS DISCRETOS PARA AVALIAÇÃO DE UMA LINHA DE MONTAGEM DE UMA EMPRESA DO RAMO AUTOMOTIVO E OS IMPACTOS DO FATOR HUMANO

EPUSP PCS 3335 Laboratório Digital A. Um Circuito Digital

SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL: ANÁLISE COMPARATIVA DOS SOFTWARES ARENA E PROMODEL COMPUTER SIMULATION: COMPARATIVE ANALYSIS OF SOFTWARES ARENA AND PROMODEL

MODELAGEM E SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL EM UMA AGÊNCIA BANCÁRIA: CONSTRUINDO CENÁRIOS PARA A OTIMIZAÇÃO DO TEMPO DE ATENDIMENTO E REDUÇÃO DE FILAS

Artigos. GPS na Agricultura

PMR3507 Fábrica digital

Ambiente Arena Tutorial. Paulo Cesar F. de Oliveira, BSc, PhD

Estatística: Aplicação ao Sensoriamento Remoto SER ANO Avaliação de Classificação

4ªJornada Científica e Tecnológica da FATEC de Botucatu 7 a 9 de Outubro de 2015, Botucatu SãoPaulo, Brasil

APLICAÇÃO DA ENGENHARIA DE REQUISITOS E ESPECIFICAÇÃO DE REQUISITOS NA IDENTIFICAÇÃO DE ESCOPO DE SISTEMA

PROJETO DE UM MODELO DE UM CONVERSOR ANALÓGICO DIGITAL PARA SOC S

Estatística. Professor Jair Vieira Silva Júnior.

Fluxo do Processo. Representações do fluxo do processo Mix de produtos, processos e tecnologia. Fluxograma de Fabricação e Montagem (FFM)

DESENVOLVIMENTO DE MÓDULOS ROBÓTICOS DIDÁTICOS COM AUXÍLIO DE UM SISTEMA CAD/CAM 1

5 Exemplos e testes 5.1 Exemplos de uso da Biblioteca Simula ao de um radar rodovi ario de monitoramento de velocidade automotiva

CURSO DE BACHARELADO EM EXPRESSÃO GRÁFICA DISCIPLINA: CEG201-INTRODUÇÃO À EXPRESSÃO GRÁFICA

AVALIAC A O DO SENSOR AM2302 EM AMBIENTE EXTERNO PARA MEDIDAS DE TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA DO AR

Relatório dados estatísticos: apoio gerencial no processo de melhoria contínua do Hospital das Clínicas

ANÁLISE DE RESULTADOS

Ferramenta para simulação dinâmica de sistema de manufatura baseada em modelos de construção flexivel.

MODELAGEM MATEMÁTICA DE UM SISTEMA MASSA-MOLA: PRÁTICAS EXPERIMENTAIS DE APRENDIZAGEM

Estudo sobre o método dos dias sem chuva para o dimensionamento de reservatórios

RELAÇÕES ENTRE PARÂMETROS DE CORTE E ACABAMENTO SUPERFICIAL NA LIGA DE ALUMINIO 7050

AVALIAÇÃO DOS BENEFÍCIOS DA APLICAÇÃO DA SIMULAÇÃO, ATRAVÉS DO SOFTWARE ARENA 10.0, EM UMA EMPRESA DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO

EFEITO DA UMIDADES DE GRÃOS DE SOJA EM SEU ESCOAMENTO NO PROCESSO DE SECAGEM 1 EFFECT OF SOYBEAN MOISTURE ON ITS FLOW IN THE DRYING PROCESS

ANÁLISE DO FLUXO DE PESSOAS NO SISTEMA DE ACESSO EM UMA UNIVERSIDADE - UMA APLICAÇÃO DA TEORIA DAS FILAS UTILIZANDO O PROMODEL

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS IEP0001. Introdução a Engenharia de Produção

1 - A capacidade de fluxo que corresponde a capacidade máxima que pode passar pelo arco.

Sistemas de Informação Campus de Três Lagoas

MODELAGEM E SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL EM UMA EMPRESA DE CONFECÇÃO DE ROUPAS: UM ESTUDO SOBRE O DESEMPENHO DE UM PROCESSO PRODUTIVO

O Caminho da Indústria 4.0 para o Setor Moveleiro. Rafael Almeida de Souza Analista Técnico Instituto SENAI de Tecnologia Madeira e Mobiliário

ESTUDO DE CASO DO ATENDIMENTO DA POPULAÇÃO EM UMA UNIDADE DE DISTRIBUIÇÃO DE REMÉDIOS UTILIZANDO A SIMULAÇÃO EM ARENA

PROPOSTA DE UM PROCESSO GENÉRICO E PRÁTICO PARA SIMULAÇÃO DE SISTEMAS

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO DIVISÃO DE PROCESSAMENTO DE IMAGENS

SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL APLICADA AO CONTROLE DE QUALIDADE EM PILHAS DE HOMOGENEIZAÇÃO

AULA 02 PLANEJAMENTO ESTATÍSTICO

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

SIMULAÇÃO. Professor: Adriano Benigno Moreira

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MINAS GERAIS IFMG

DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA PARA GERAÇÃO DE MAPAS PLUVIOMÉTRICOS

Artigo: Identificação de Códigos Maliciosos Metamórficos pela Medição do Nível de Similaridade de Grafos de Dependência

ANÁLISE ESTATÍSTICA E CURVA DE SUPERFÍCIE DOS RENDIMENTOS DA EXTRAÇÃO POR SOLVENTE DO ÓLEO DE PINHÃO MANSO

Tópicos Especiais em CFD - Efeitos Especiais

PREVISÃO DE DEMANDA UTILIZANDO SIMULAÇÃO DE MONTE CARLO: ESTUDO DE CASO NA EMPRESA CRISTÓFOLI BIOSSEGURANÇA

Identificação da Distribuição Teórica de Probabilidades

Plano de Trabalho Docente 2017 Ensino Técnico

NÚCLEO DE PESQUISA E ESTATÍSTICA (NUPE)

Transcrição:

SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL APLICADAAUM SISTEMA MODULAR DE PRODUÇÃO DIDÁTICO Fernando Doriguel 1, Celso Fernandes Joaquim Junior 2, Gilson Eduardo Tarrento 3, Luiz Enéias Zanetti Cardoso 4, Caio Antônio Villas Boas 5 1 Administrador de Empresas, Tecnólogo em Logística, Especialista em Engenharia deprodução, Mestrando Faculdade de Ciências Agronômicas, UNESP, Botucatu, São Paulo, e-mail: fdoriguel@yahoo.com.br 2 3 4 Docente da Faculdade de Tecnologia de Botucatu. 5 Discente da Faculdade de Tecnologia de Botucatu. 1INTRODUÇÃO A simulação computacional tem sido cada vez mais aceita, difundida e empregada como uma técnica que permite aos analistas dos mais diversos seguimentos, administradores, engenheiros, biólogos, técnicos em informática, entre outros, verificarem ou encaminharem soluções, com profundidade desejada, aos problemas com os quais lidam diariamente (FREITAS FILHO, 2008). Bateman et al. (2013) descrevem a simulação como sendo a experimentação de um sistema real através de um modelo. A possibilidade de criar e simular fenômenos desejados permite conferir quão representativas seriam as mudanças, colaborando, dessa forma, com a tomada de decisão. Embora o início do emprego da simulação seja incerto, é evidente sua importância e crescimento. Há no mercado inúmeros softwares de simulação, em particular, o Arena foi desenvolvido para simular sistemas eeventos discretos, tais como processos de manufatura e serviços, utilizando-se a interface gráfica e planilhas auxiliares (CASTRUCCI, 2004). Estudo realizado por Aguilar et al. (2009) com base nas análises e no modelo computacional que o software Arena traz diversos benefícios para a simulação, sendo também uma poderosa ferramenta para auxiliar em escolhas e decisões de caráter estratégico, além de forma rápida, segura, sem custo algum e comportamentos futuros. O presente trabalho teve por objetivo coletar dados amostrais dos tempos de chegada e de processos relativos à montagem seriada de atuadores pneumáticos em um Sistema Modular de Produção (MPS). Os dados coletados permitiram criar e validar o modelo de simulação do sistema no software Arena 14.5, o qual, após validado, permitiu prever dados relativos a tempos e capacidades de produção em um período de

um ano. 2MATERIALEMÉTODOS 2.1 Material O Sistema Modular de Produção objeto deste estudo é utilizado para fins didáticos em instituição de ensino superior tecnológico na cidade de Botucatu, estado de São Paulo. Trata-se de Sistema da marca Festo, modelo S-MPS, integrada com 9 estações de trabalho, das quais 6 delas foram utilizadas neste processo de simulação. O sistema possui duas linhas de produção, derivadas de um mesmo sistema de alimentação de matérias-primas, permitindo a montagem de atuadores pneumáticos e/ou de medidores. Neste trabalho, optou-se por estudar apenas o processo decorrente da montagem de atuadores, utilizando apenas uma das opções de processo do sistema. Também foram utilizados uma câmera digital do celular marca Motorola, modelo Moto X para registro das imagens do processo e o software de planilha eletrônica Excel para registro dos tempos de processo. 2.2 Métodos O estudo foi compreendido por etapas: na primeira etapa definiu-se a quantidade de 16 atuadores pneumáticos, cuja quantidade dessa amostragem foi considerada devido à pequena diferença entre o real e o simulado. Foi estabelecido, ainda, para efeito de amostragem, que os módulos estivessem todos em regime de funcionamento, ou seja, a linha em questão já se estava mantida em operação. A cronometragem da primeira entidade entrando no sistema teve o seu inicio na estação de Distribuição, sendo cronometrados os tempos conforme a seguinte sequência de operações: seleção das entidades, na qual começa o processo de montagem, estação de processamento, estação de manipulação do robô, montagem do atuador pneumático e, finalmente, o atuador é encaminhado à estação de armazenamento. O período de coleta de amostras foi correspondente a 24,96 minutos. A sequência de operações pode ser visualizada, esquematicamente, através da Figura 1, na qual o MPS foi dividido em diversos módulos, descritos de acordo com Festo (2009). Os tempos de entrada e saída de cada atuador pneumático em cada uma das

estações ou módulos de produção foram cronometrados e tabulados, através das imagens filmadas do processo. Figura 1. Módulos para montagem dos atuadores pneumáticos Fonte: Festo, 2009. Onde, D-Estação de Distribuição; SL-Estação de Seleção; P-Estação de Processamento; R-Estação de Manipulação com Robô; A-Estação de montagem; e, ST- Estação de Armazenagem. Os dados coletados no levantamento amostral do processo de montagem dos 16 atuadores foram tabulados em intervalos entre chegadas e tempos de operações (ou tempos de processos) e, através do módulo Input Analyzer do software Arena, foram levantadas as funções estatísticas que representam os comportamentos de intervalos entre chegadas e tempos de processos (FREITAS FILHO, 2008). Estas funções são apresentadas no tópico Resultados e foram utilizadas no modelo de simulação para previsão de comportamentos. 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram avaliados os resultados de amostras dos atuadores pneumáticos no sistema modular de produção durante o processo. As coletas foram efetuadas em três dias diferentes no mês de março de 2015. Os levantamentos foram realizados no laboratório da Faculdade de Tecnologia de Botucatu. Desse modo, a Tabela 1 apresenta os dados coletados no Sistema Modular de Produção quanto aos intervalos entre chegadas dos atuadores ou entidades. Tabela 1. Intervalos entre as Chegadas das entidades Entidade Intervalos Entidade Intervalos Entidade Intervalos Entidade Intervalos 1 0 5 15 9 78 13 163 2 14 6 52 10 54 14 80 3 16 7 73 11 20 15 80 4 142 8 84 12 79 16 82 A Figura 1 apresenta a função estatística obtida no Input Analyzer referente aos intervalos entre chegadas e que foi utilizada para retratar o seu comportamento no modelo de simulação.

Figura 1. Função estatística dos intervalos entre chegadas A Tabela 2 apresenta os dados coletados referentes aos tempos de processo na estação de distribuição (D). Tabela 2. Tempo de processo na estação D 1 8 5 43 9 47 13 71 2 8 6 65 10 13 14 72 3 120 7 76 11 72 15 73 4 8 8 71 12 156 16 7 A Figura 2 apresenta a função estatística obtida no Input Analyzer referente aos tempos de processo na estação de distribuição (D) e que foi utilizada para retratar o seu comportamento no modelo de simulação. Figura 2. Função estatística do tempo processo da estação D Os dados coletados nas estações de seleções e processamento (SL e P) referente aos tempos de processos são apresentados na Tabela 3. Tabela 3. Tempo de processo nas estações SL e P 1 217 5 304 9 334 13 308 2 277 6 310 10 396 14 311 3 231 7 312 11 397 15 310 4 281 8 314 12 312 16 375 A Figura 3 apresenta o comportamento dos tempos de processo na estação de Seleção e Processamento (SL e P), obtidos através do Input Analyzer, bem como a sua correspondente função estatística. Figura 3. Função estatística do tempo processo da estação SL e P

Na tabela 4 são apresentados os tempos de processo referentes à estação de Manipulação com o Robô e a Montagem dos atuadores pneumáticos. Tabela 4. Tempo de processo nas estações R e A 1 72 5 79 9 80 13 76 2 97 6 85 10 80 14 79 3 77 7 79 11 77 15 81 4 78 8 73 12 77 16 375 A Figura 4 apresenta o comportamento estatístico do tempo em processo da estação de Manipulação do Robô e Processamento. Figura 4. Função estatística do tempo processo da estação R e A Os tempos de armazenamento referentes à estação de Armazenagem são apresentados por meio da Tabela 5. Tabela 5. Tempo de processo na estação ST 1 8 5 6 9 9 13 8 2 9 6 6 10 5 14 6 3 7 7 5 11 6 15 6 4 5 8 5 12 6 16 5 O comportamento estatístico dos tempos em processo da estação de Armazenagem é visualizado na Figura 5. Figura 5. Função estatística do tempo processo da estação ST

O fluxograma do modelo de simulação executado no software Arena é transcrito na Figura 6. Figura 6. Fluxograma processo software Arena Após a simulação do modelo por um período de 24,96 minutos, os dados obtidos na simulação foram comparados aos dados reais do sistema, apresentados na Tabela 6. Tabela 6. Comparação dos dadosreais e simulados Serviços Real Simulado Diferença (%) Entidades (Atuadores) processados 16 17 6,25 Tempo total em processo (minutos) 24,96 24,96 - A pequena diferença entre os dados reais e simulados, considerando-se o pequeno tamanho da amostra, permite considerar que o modelo de simulação proposto é válido e representa bem o fenômeno real estudado. Após validação das informações, através do comparativo apresentado na Tabela 6, o modelo de validação foi considerado como base para a projeção de produção anual, a fim de estimar-se a capacidade produtiva, considerando a jornada de trabalho mensal de 220 horas, totalizando assim 2.640 horas de trabalho/ano. A partir do modelo final, após simulação do período anual, obteve-se uma produção média de 118 770 entidades/ano. 4 CONCLUSÕES Com base neste estudo realizado e nos resultados obtidos, conclui-se, que, através de dados amostrais, que é possível a utilização de uma planta piloto para estimar capacidades produtivas e tempos de processos em plantas reais, através da simulação computacional com uso do software Arena 14.5, desde que devidamente validado o modelo computacional elaborado. 5 REFERÊNCIAS AGUILAR, S. M. S.; GUIMARÃES, I. F. G.; SCHUCHTER, D. C.; MENDES, L. G. Avaliação dos benefícios da aplicação da simulação, através do software Arena 10.0 em uma empresa de transporte ferroviário. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 2009, Salvador. Anais... Salvador, BA: ENEGEP, 2009. p. 1-13.

BATEMAN, R. E.; BOWDEN, R. O.; GOGG, T. J.; HARRELL, C. R.; MOTT, J. R. A.; MONTEVECHI, J. A. B. Simulação de sistemas: aprimorando processos de logística, serviços e manufatura. Rio de Janeiro, ed. Elsevier, 2013, 200p. CASTRUCCI, P. L. Modelos computacionais para gestão: princípios e aplicações. Barueri, São Paulo, ed. Manole, 2004, 390p. FESTO. Festo Didatic: Sistemas Modulares de Produção MPS 200. Workshop: Ceetec, 2009. FREITAS FILHO, P. J. Introdução à modelagem e simulação de sistemas com aplicação em Arena. 2 ed, Florianópolis. ed. Visual Books, 2008, 384p.