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Alterações ao Código do Trabalho Medidas Impostas pela Troika Consultoria Financeira Consultor Sénior: José António Adrego j.adrego@amrconsult.com Data: 23 de Novembro de 2011 2
Alterações ao Código do Trabalho Nota Introdutória: O plano de ajuda externa a Portugal, negociado entre o Governo Português e a Troika, prevê o empréstimo de 78 mil milhões de euros durante três anos. Em resposta a este pedido de auxílio, Portugal terá de implementar algumas medidas de austeridade impostas. O presente documento pretende dar a saber algumas medidas a serem implementadas na Lei Laboral ao longo dos próximos anos. 3
Alterações ao Código do Trabalho Objectivos: Rever o sistema de subsídio de desemprego para reduzir o risco de desemprego a longo prazo; Reforma da legislação de protecção do emprego para combater a segmentação do mercado de trabalho; Promover a criação de emprego e facilitar a transição dos trabalhadores em todas as profissões, empresas e sectores; Facilitar acordos quanto a horário de trabalho para conter as flutuações cíclicas do emprego; Promover a evolução dos custos salariais compatível com a criação de emprego e o aumento da competitividade; Assegurar as boas práticas e recursos adequados para as Políticas de Mercado Activo de Trabalho por forma a melhorar a empregabilidade dos jovens e das categorias desfavorecidas e para menorizar inadequações no mercado de trabalho. 4
: O Governo Português deve apresentar uma proposta de acção para reformar o sistema de, tendo como objectivo reduzir o risco de desemprego de longa duração. Medidas a serem implementadas: Redução do período máximo de benefícios de subsidio de desemprego Actualmente Período máximo : 30 meses Memorando da Troika Período máximo: 18 meses (esta alteração não afectará actuais desempregados e não reduzirá direitos adquiridos) 5
: Limitação das prestações de desemprego e introdução de um perfil de diminuição de benefícios ao longo do período de desemprego. Actualmente Limite máximo: 3 IAS Memorando da Troika Limite máximo: 2,5 IAS com penalização de 10% no valor do benefício após os 6 meses. (esta alteração não afectará actuais desempregados) 6
: Redução do período contributivo necessário para aceder ao subsidio de desemprego. Actualmente Período contributivo: 15 meses Memorando da Troika Período Contributivo: 12 meses Alargar a elegibilidade do acesso ao subsidio de desemprego para as categorias de trabalhadores independentes que prestem serviços a uma única empresa numa base regular. 7
Indemnização por : O Governo Português deverá reformar o pagamento de indemnizações para novos contratados. Os pagamentos das indemnizações por cessação de contratos sem termo serão alinhados com as dos contratos a termo. Será ainda criado o Fundo de Compensação do Trabalhador (FCT). Este mecanismo pretende assegurar ao trabalhador o pagamento efectivo de uma parte das compensações a que este tem direito em caso de cessação do seu contrato de trabalho. 8
Contratos a Termo MEDIDAS IMPOSTAS PELA TROIKA Indemnização por : Medidas a serem implementadas: Alteração da indemnização total a ser paga pela cessação dos contratos de trabalho Actualmente Compensação: 2 ou 3 dias de retribuição base para cada mês de duração do contrato, consoante o contrato não exceda ou seja superior a seis meses, respectivamente. Memorando da Troika Compensação: 10 dias por ano de trabalho (com 10 dias adicionais a serem pagos pelo FCT). (Só aplicável a novos contratos.) 9
Contratos sem Termo MEDIDAS IMPOSTAS PELA TROIKA Indemnização por : Medidas a serem implementadas: Alteração da indemnização total a ser paga pela cessação dos contratos de trabalho Actualmente Compensação: 30 dias por ano de antiguidade, com o limite mínimo de indemnização de 3 meses de salário. Memorando da Troika Compensação: 10 dias por ano de antiguidade com um limite máximo de 12 meses. Eliminação do limite mínimo de 3 meses. (Só aplicável só a novos contratados.) 10
Indemnização por : Medidas a serem implementadas: Alinhar as compensações por cessação de contrato de trabalho para os actuais contratos com a alteração para os novos contratos (tendo em consideração a articulação revista entre o direito à compensação, antiguidade e o limite total para as compensações) sem redução dos direitos adquiridos. 11
Revisão da Justa Causa no Despedimento: Despedimento por Justa Causa O Governo português deverá introduzir ajustamentos aos casos de despedimento com justa causa, com vista a combater a segmentação do mercado de trabalho e aumentar a utilização de contratos sem termo. 12
Revisão da Justa Causa no Despedimento: Despedimento por Inadaptação O despedimento individual ligado à inadaptação do trabalhador deve ser possível mesmo sem a introdução de novas tecnologias ou outras alterações ao local de trabalho. Entre outras, um novo motivo pode ser adicionado em relação a situações em que o trabalhador tenha acordado com o empregador atingir objectivos específicos de entrega e não os cumprir, por razões decorrentes exclusivamente da responsabilidade do trabalhador. 13
Revisão da Justa Causa no Despedimento: Despedimento por Extinção de Postos de Trabalho No caso dos despedimentos individuais ligados à extinção de postos de trabalho, deixa ser necessário seguir uma ordem de antiguidade pré-definidas, quando houver mais de um trabalhador designado para desempenhar funções idênticas. A ordem de antiguidade predefinida não é necessária, desde que o empregador estabeleça um critério relevante e não discriminatório em alternativa. 14
Revisão da Justa Causa no Despedimento: Princípios Comuns Nos casos dos Despedimentos individuais por Inadaptação e por Extinção de posto de trabalho, deixam de estar sujeitos à obrigação de tentar uma transferência para uma eventual posição adequada. Porém como regra, sempre que houver postos de trabalho disponíveis que correspondem às qualificações do trabalhador, as demissões devem ser evitadas. 15
Regimes dos : Regime do Banco de Horas Actualmente Só pode ser instituído se previsto em instrumento de regulamentação colectiva. Memorando da Troika Permitir a adopção do Regime do Banco de Horas, por acordo entre empregadores e trabalhadores negociado ao nível da empresa. 16
Regimes dos : Situações de crise empresarial Actualmente Regime de Redução temporária do período normal de trabalho ou suspensão do contrato de trabalho em situação de crise empresarial Lay-off. Memorando da Troika Facilitar o cumprimento de requisitos por parte dos empregadores para a introdução e renovação destas medidas. Diminuir as exigências que os empregadores têm de cumprir para apresentar e renovar essas medidas. 17
Regimes dos : Retribuição do Trabalho Suplementar Actualmente Acréscimo de 50% na 1ª hora e 75% nas subsequentes em dia útil, e de 100% no caso de dia de descanso ou feriado. Memorando da Troika Remunerar o trabalho suplementar com um acréscimo máximo de 50%. Eliminação do descanso compensatório correspondente a 25% do trabalho suplementar prestado. (Estas normas podem ser revistas, por contrato colectivo de trabalho, podendo haver uniformização pela EU, nomeadamente haver apenas ou remuneração suplementar ou só descanso compensatório ou férias.) 18
Fixação de Salários e : Salário Mínimo A evolução salarial terá que ser compatível com os objectivos de fomentar a criação de emprego e melhoria da competitividade das empresas, com vista a corrigir os desequilíbrios macroeconómicos. Durante a duração do programa de estabilização financeira, qualquer aumento do salário mínimo só terá lugar se justificado pela evolução económica e do mercado de trabalho, e após acordo no quadro da revisão do programa. 19
Fixação de Salários e : Convenções Colectivas de Trabalho Definir novas normas para a evolução salarial global, que tenha em conta a evolução da posição competitiva da economia e um sistema para monitorizar o cumprimento das normas em questão. Necessidade de reduzir a sobrevigência de contratos que estão vencidos, mas não renovados 20
Fixação de Salários e : Comissões de Trabalhadores Possibilitar às comissão de trabalhadores negociarem as condições de mobilidade funcional e geográfica e os regimes dos tempos de trabalho. Promover a inclusão nos contratos colectivos sectoriais de disposições, ao abrigo das quais as comissões de trabalhadores podem celebrar acordos ao nível da empresa sem a delegação sindical. Diminuição do limite da dimensão da empresa acima do qual as comissões de trabalhadores podem incluir acordos ao nível da empresa para 250 trabalhadores (limite actual: 500). 21
Programa do Governo Medidas Adicionais: Admissão de Trabalhadores Assimilar na legislação laboral a realidade especifica das empresas designadamente nos aspectos relacionados com as formalidades inerentes à admissão de trabalhadores, criando um regime legal mais ajustado à realidade destas últimas e retirando burocracias e excessos de procedimentos. Oposição à reintegração Alargamento às pequenas e médias empresas da possibilidade de indemnização em substituição de reintegração a pedido do empregador (actualmente só possível nas Microempresas). 22
Programa do Governo Medidas Adicionais: Feriados Regulamentação do Código do Trabalho para garantir a possibilidade de alteração das datas de alguns feriados, de modo a diminuir as pontes demasiado longas e aumentar a produtividade. Fim dos contratos a termo Nos contratos a celebrar no futuro haverá uma ponderação da passagem para a exigência legal de um só tipo de contrato de forma a tendencialmente acabar com os contratos a termo, enquanto se flexibiliza o período experimental no recrutamento inicial ou introduzindo algumas simplificações no processo de cessação dos contratos. 23
Programa do Governo Medidas Adicionais: Renovação excepcional dos contratos a termo Devido à actual situação de emergência social, deve ser admitida a renovação por mais um período, dos contratos a termo que caduquem nos próximos 12 meses. Trabalho Suplementar Fim da dupla compensação: concessão de tempo equivalente de descanso ou férias ou remuneração suplementar. 24
Programa do Governo Medidas Adicionais: Trabalho Temporário Admissibilidade do recurso a trabalho temporário sempre que houver uma verdadeira necessidade transitória de trabalho. Permitir a possibilidade de prescindir da justificação, desde que respeitados certos limites percentuais desde tipo de contratação, face ao total de trabalhadores da empresa. Mobilidade do trabalho Proporcionar mecanismos de cedência temporária de trabalhadores por período de tempo limitado, entre empresas, dependendo de acordo expresso do trabalhador. 25
Programa do Governo Medidas Adicionais: Código Contributivo Revisão do Código Contributivo com o objectivo de diminuir os custos de trabalho para as empresas e promover o emprego, tendo em particular atenção ao regime dos trabalhadores independentes (taxas e subsídio de desemprego). Legislação Laboral Permitir a simplificação da legislação laboral, diminuição da burocracia, simplificação das regras com as formalidades na admissão dos trabalhadores e ainda supressão de alguns procedimentos nos contratos e nas cessações. 26
Programa do Governo Medidas Adicionais: Políticas activas de emprego Identificar as profissões em que a oferta de postos de trabalho não encontra satisfação do lado da procura de emprego. Publicar a lista de profissões em que é previsível virem a verificar-se maiores necessidades de mão-de-obra. Lançar um programa destinado à requalificação profissional de desempregados e direccionado para as profissões em que exista maior inadequação entre a oferta e procura. 27
Programa do Governo Medidas Adicionais: Políticas activas de emprego Desenvolver o recurso ao cheque-formação, facilitando o acesso individual dos trabalhadores à formação. Garantir em alternativa à entrega por uma só vez do remanescente do subsídio de desemprego a quem crie o seu próprio emprego, a sua suspensão e eventual retoma em caso de insucesso. 28
1- Subsídio de Desemprego 2-3- Causas de 4- Regimes de Tempo de Trabalho 5- Fixação de Salários e Legislação Laboral já : Lei 49/2011 de 7 de Setembro Sobretaxa extraordinária sobre os rendimentos do IRS auferidos no ano 2011 Lei 53/2011 de 14 de Outubro Novo sistema de compensação em diversas modalidades de cessação do contrato de trabalho, aplicável apenas aos novos contratos de trabalho. 7- Legislação Laboral já 29
1- Subsídio de Desemprego 2-3- Causas de 4- Regimes de Tempo de Trabalho 5- Fixação de Salários e Legislação Laboral já : Lei 49/2011 de 7 de Setembro - Sobretaxa extraordinária Os sujeitos passivos que aufiram rendimentos da categoria A (Trabalho Dependente) e de categoria H (Pensões) serão sujeitos a retenção na fonte à taxa de 50% que incidirá sobre parte do Subsídio de Natal que, depois de deduzidas as retenções normais de IRS e as contribuições para regimes de Protecção Social, exceda o valor do salário mínimo mensal (485 ). 7- Legislação Laboral já 30
1- Subsídio de Desemprego 2-3- Causas de 4- Regimes de Tempo de Trabalho 5- Fixação de Salários e Legislação Laboral já : Lei 53/2011 de 14 de Outubro Novo sistema de compensação em diversas modalidades de cessação do contrato de trabalho A nova Lei prevê a vinculação do empregador a um fundo de compensação do trabalho, que o próprio financiará (em moldes ainda por definir); Redução do valor das compensações para 20 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade (ou fracção de ano), a pagar pelo empregador e pelo fundo, nos termos a definir em legislação própria; 7- Legislação Laboral já 31
1- Subsídio de Desemprego 2-3- Causas de 4- Regimes de Tempo de Trabalho 5- Fixação de Salários e Legislação Laboral já : Lei 53/2011 de 14 de Outubro Novo sistema de compensação em diversas modalidades de cessação do contrato de trabalho Limitação da compensação a 12 vezes a retribuição base mensal e diuturnidades auferidas pelo trabalhador, com um limite máximo equivalente a 240 vezes o valor da retribuição mínima mensal garantida; Eliminação da garantia de compensação mínima igual a três meses de retribuição de base e diuturnidades. 7- Legislação Laboral já 32
1- Subsídio de Desemprego 2-3- Causas de 4- Regimes de Tempo de Trabalho 5- Fixação de Salários e 7- Legislação Laboral já Legislação Laboral já : Lei 53/2011 de 14 de Outubro Novo sistema de compensação em diversas modalidades de cessação do contrato de trabalho Ter ainda em conta que: As novas regras aplicar-se-ão apenas aos contratos de trabalho celebrados após o dia 1 de Novembro; Enquanto não estiver constituído o fundo de compensação do trabalho, ou o empregador a ele não estiver vinculado, nos termos a regular por legislação própria, compete-lhe exclusivamente o pagamento integral da compensação. 33
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