PROJETO QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE COM PROFESSORES E GESTORES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE ARARAS Psicólogas Maria Edna Mota Simeão CRP 06/128605 Adriana Garcia Fiorini CRP 06/75247 Araras, julho de 2016
Definição de Saúde Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde envolve o bem-estar físico psicológico e social, e não considera saúde apenas como a ausência de doenças. Desta forma entende-se que bem-estar na vida é um conceito que abrange diversas áreas como:emocional, física, espiritual, sócio familiar e profissional. Todos esses aspectos influenciam uns aos outros e quanto mais equilibrados estiverem mais saudável estará a pessoa. (Segre e Ferraz,1997) Qualidade de vida Qualidade de vida pode ser definida como a influência da saúde física e psicológica, nível de independência, relações sociais, crenças pessoais e das suas relações, sempre avaliando de forma subjetiva a qualidade de vida individual. Neste sentido, pode-se afirmar que a qualidade de vida é definida como a satisfação do indivíduo no que diz respeito à sua vida quotidiana. A falta de Qualidade de Vida nas organizações em geral é a maior causa de alienação e insatisfação do trabalhador e declínio da produtividade. E como consequência há o aumento de comportamentos como o absenteísmo, consumo de drogas, entre outros. Quando há a percepção de trabalho satisfatório os colaboradores também demonstram maior satisfação com seus serviços, principalmente quando a Qualidade de Vida no Trabalho atinge as necessidades individuais, desta forma o trabalhador pode aperfeiçoar suas capacidades, e melhorar o seu desempenho. Intervenções na Qualidade de Vida no Trabalho podem surtir efeito direto sobre a produtividade, pela melhoria da comunicação, motivação dos empregados e carreira individual. Elas podem, também, influenciar indiretamente a produtividade pelos efeitos da melhoria do bem-estar e da satisfação dos trabalhadores. Qualidade de Vida e Saúde Mental O conceito de qualidade de vida envolve várias áreas, dentre elas a saúde mental. A saúde mental possui, hoje, grande importância. Há um aumento significativo de casos de estresse crônico e Burnout, ansiedade e depressão como outros problemas psicológicos e emocionais. Uma pessoa com a saúde mental afetada está mais propensa à dependência de drogas e de álcool, a contrair doenças infeciosas, desenvolver alergias, doenças
autoimunes, etc. Existem, no entanto, muitas outras consequências quando colocamos em pauta a saúde e o bem-estar mental e emocional. O Estresse Ocupacional do Professor Ser professor é uma das profissões mais estressantes na atualidade, juntamente com os profissionais da saúde e segurança pública. O estresse é cumulativo. Nenhuma situação isolada o transformará num indivíduo estressado e nenhum contratempo passageiro pode causar dano real. A começar pelo professor do maternal e do jardim-de-infância, que lidam com crianças que estão iniciando sua socialização e prontas para assimilarem experiências para o desenvolvimento de suas personalidades. Os professores acabam por acumular tarefas que são delegadas pelas famílias que muitas vezes estão desestruturadas, além de intervir na educação e correção do comportamento de crianças que vêm à escola com problemas do ambiente familiar. Estes problemas podem ser de ordem emocional, física e econômica que os pais enfrentam e projetam nos filhos através de suas atitudes. Carvalho e Alexandre (2006) realizaram um estudo que avaliou a qualidade de vida de professores do ensino fundamental, no qual foram investigados 142 professores da rede pública de ensino de uma cidade do interior do Estado de São Paulo, apresentando como critério de inclusão a presença de sintomatologia dolorosa de origem osteomuscular. Entre os principais resultados descritos na pesquisa citada, os domínios dor (59,60) e da vitalidade (59,80) foram os mais prejudicados, seguidos de aspectos sociais (68,90), saúde mental (68,40) e limitação por aspectos emocionais (66,60). Síndrome de Burnout O termo Burnout surgiu nos Estados Unidos em meados dos anos 70, e se trata de uma composição de burn = queima e out = exterior sugerindo um estresse crônico mais associado ao mundo do trabalho, em que a pessoa sente perder a energia, o entusiasmo e o interesse, comprometendo a sua saúde e performance profissional. Síndrome do Esgotamento Profissional, afeta principalmente trabalhadores da área de saúde, segurança e educação, porque são funções de grande responsabilidade e que lidam diretamente com outras pessoas, particularmente quando elas estão com problemas ou preocupadas. "Cuidar de alguém exige tensão. Neste caso há um envolvimento afetivo com seus usuários (pacientes, alunos, clientes) e há um desgaste extremo na relação.
Segundo Carlotto (2002) se o estresse persistir, pode levar à Síndrome de Burnout que possui um caráter persistente vinculado a situações de trabalho, resultante da constante e repetitiva pressão emocional associada com intenso envolvimento com pessoas por longos períodos de tempo. Burnout em professores afeta o ambiente educacional e interfere na obtenção dos objetivos pedagógicos, levando estes profissionais a um processo de alienação, desumanização e apatia e ocasionando problemas de saúde e absenteísmo e intenção de abandonar a profissão. É comum professores que apresentam burnout gastam muito tempo de seu intervalo denegrindo alunos, reclamando da administração, arrependendo-se de sua escolha profissional e planejando novas opções de trabalho. Causas Trata-se de um conceito multidimensional que envolve três componentes, que podem aparecer associados, mas que são independentes: A exaustão emocional caracteriza-se por uma falta ou a carência de energia acompanhada de um sentimento de esgotamento emocional. A manifestação pode ser física, psíquica ou uma combinação entre os dois. Os trabalhadores percebem que já não possuem condições de despender mais energia para o atendimento de seu cliente ou demais pessoas, como já houve em situações passadas. Tratar os clientes, colegas e a organização como objeto, "coisificando" a relação, é uma das dimensões da despersonalização. Ocorre um endurecimento afetivo ou a insensibilidade emocional, por parte do trabalhador, prevalecendo o cinismo e a dissimulação afetiva. Nessa dimensão, são manifestações comuns, a ansiedade, o aumento da irritabilidade, a perda de motivação, a redução de metas de trabalho e comprometimento com os resultados, além da redução do idealismo, alienação e a conduta voltada para si. A falta de envolvimento pessoal no trabalho é uma dimensão na qual existe um sentimento de inadequação pessoal e profissional. Há uma tendência de o trabalhador se auto avaliar de forma negativa, com uma evolução negativa que acaba afetando a habilidade para a realização do trabalho e o atendimento, o contato com as pessoas usuárias do trabalho, bem como com a organização. Sintomas Físicos Fadiga constante e progressiva, distúrbios do sono, dores musculares ou osteomusculares, cefaleias, enxaquecas, perturbações gastrointestinais,
imunodeficiência, transtornos cardiovasculares, distúrbios do sistema respiratório, alterações menstruais nas mulheres. Psíquicos Falta de atenção, de concentração, alterações de memória, lentificação do pensamento, sentimento de alienação, sentimento de solidão, impaciência, sentimento de insuficiência, baixa autoestima, labilidade emocional, dificuldade de auto aceitação, desânimo, disforia, depressão, desconfiança. Comportamentais Negligência ou excesso de escrúpulos, irritabilidade, incremento da agressividade, incapacidade para relaxar, dificuldade na aceitação de mudanças, perda de iniciativa, aumento do consumo de substâncias químicas, comportamento de alto risco e no limite. Tratamento O tratamento para Síndrome de Burnout deve ser orientado por um psicólogo e psiquiatra e, normalmente, é feito através da combinação de medicamentos e terapias. O tratamento psicológico é muito importante para os trabalhadores com Síndrome de Burnout, pois o terapeuta ajuda o paciente a lidar com o estresse, trabalhando com estratégias de enfrentamento e proporciona ao indivíduo a troca de experiências que ajudam a melhorar o autoconhecimento e a ganhar mais segurança em seu trabalho.
Justificativa A qualidade de vida se tornou um fator de grande importância nas organizações tanto públicas como privadas e está relacionada ao aumento do potencial humano. Uma organização que desenvolve ações voltadas à qualidade de vida de seus funcionários passará confiança aos mesmos, pois são organizações que se preocupam com o bem estar, satisfação, segurança, saúde e a motivação (Bortolozo e Santana, 2011). As ações voltadas à saúde integral e qualidade de vida proporciona formas de enfrentamentos adequados a realidade escolar. A informação e prevenção do estresse e a Síndrome de Burnout, identificando suas etapas e dimensões,podem vislumbrar ações que permitam atenuar ou estancar o burnout. Desta forma, é possível auxiliar o professor para que este possa prosseguir concretizando seu projeto de vida pessoal e profissional com vistas à melhoria da qualidade de vida sua e de todos os envolvidos no sistema educacional. ( Carlotto, 2002) Objetivo Geral Informar o profissional da educação sobre a importância da qualidade de vida e saúde, além de possíveis fatores de estresse relacionados ao trabalho e estabelecer estratégias de enfrentamento para que seja possível identificar e lidar com o estresse ocupacional. Objetivos Específicos Alertar sobre a importância de manter a qualidade de vida em níveis satisfatórios; Informar sobre formas de prevenir o estresse ocupacional; Identificar os primeiros sintomas da Síndrome de Burnout; Estabelecer estratégias para lidar com o estresse ocipacional.
Metodologia Público alvo: professores e gestores da rede municipal de ensino. Local: a definir Dia de início e horário: a definir Procedimento: O projeto envolve a realização de palestras e vivências com o objetivo de informar sobre a importância da qualidade de vida e saúde satisfatória. Além de informar o profissional da educação sobre a Síndrome de Burnout, causas, prevenção e estratégias de enfrentamento dos possíveis fatores de estresse.
Referências Bibliográficas http://www.saudebemestar.pt/pt/blog-saude/qualidade-de-vida/ Bortolozo, A. Santana, D. D. (2011). Qualidade de vida no trabalho: os fatores que melhoram a qualidade de vida no trabalho. 1º Simpósio Nacional de Iniciação Científica, 2011. Carlotto, Mary Sandra. (2002). A síndrome de Burnout e o trabalho docente. Psicologia em Estudo, 7(1), 21-29.https://dx.doi.org/10.1590/S1413-73722002000100005 Carvalho AJFP, Alexandre NMC.(2006).Qualidade de vida e sintomas osteomusculares relacionados ao trabalho em professores do ensino fundamental. Fisioterapia Brasil. Segre M, Ferraz FC.(1997). O conceito de saúde. Rev Saúde Púb. Rio, Rodrigo Pires do. (1995). O fascínio do stress. Belo Horizonte:Del Rey. França, Ana Cristina Limongi & Rodrigues, Avelino Luiz. (1997) Stress e trabalho: guia básico com abordagem psicossomática. São Paulo: Atlas.