PROPOSTA DE MODELO DE IMPLANTAÇÃO DE UM SERVIÇO DE FARMÁCIA EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA DE PEQUENO PORTE.

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Transcrição:

ISSN 1984-9354 PROPOSTA DE MODELO DE IMPLANTAÇÃO DE UM SERVIÇO DE FARMÁCIA EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA DE PEQUENO PORTE. Talita Amaral Teixeira taliubs@yahoo.com.br (LATEC/UFF) Resumo: As maternidades públicas no Brasil têm a obrigação legal de oferecer diversos serviços de saúde para atender as necessidades clínicas da gestante, da puérpera e do recém-nascido. A instituição da Rede Cegonha no SUS foi um estimulo para melhor a qualidade destas unidades de saúde e minimizar os casos de morbimortalidade materna e infantil. O serviço de farmácia hospitalar deve se adequar as necessidades deste tipo de atividade, conhecendo as especificidades envolvidas em todos os seus setores. Paralelamente, deve-se utilizar todas as ferramentas de gestão existentes para a organização de um serviço de farmácia que propicie um menor custo com maior qualidade. Palavras-chaves: Maternidade pública, SUS, serviço de farmácia hospitalar.

1 INTRODUÇÃO A criação do Sistema Único de Saúde (SUS) foi um marco na saúde pública brasileira, pois ele exalta a responsabilidade do Estado em garantir a saúde para ser humano de forma universal, integral e com equidade (BRASIL, 1990). Um dos seus objetivos é a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas (BRASIL, 1990), dando uma cobertura ampla ao estado de saúde da população. Minimamente, um hospital maternidade tem a seguinte estrutura: ambulatório, enfermaria, centro cirúrgico, sala de parto e berçário. Com a criação da Rede Cegonha (hbrasil, 2011) o MS instituiu uma nova estrutura de trabalho nas maternidades públicas, ampliando a rede de cuidado à mulher e a criança. A Rede organiza-se em quatro componentes, cada um com uma série de ações de atenção à saúde: Pré-Natal, Parto e Nascimento, Puerpério e Atenção Integral à Saúde da Criança, Sistema Logístico: Transporte Sanitário e Regulação. Por recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde (MS) publicou portarias instituindo diretrizes voltadas à atenção à gestante, à puérpera e ao recém-nascido, sempre visando a diminuição da morbimortalidade e de agravos na saúde materna e neonatal, e o aumento na qualidade de vida dos mesmos. Para um hospital maternidade público ter capacidade de atender todas as exigências das boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento (OMS,1996) e as leis instituídas pelo MS, e necessário uma complexa estrutura física, organizacional e humana. É necessário ter atenção com a mulher no prénatal, no parto e no puerpério, e com o recém-nascido, até mesmo após a alta hospitalar. O serviço de farmácia dentro da maternidade tem que atuar de tal maneira que seja possível atender a necessidade de todos os atores envolvidos no processo, em todas as suas etapas. Existem várias maneiras de se organizar um serviço de farmácia hospitalar (SFH), as diferenças ocorrem principalmente devido à estrutura física e administrativa disponível no local. Sendo assim, há modelos mais simples, com fácil aplicação e baixo custo, e outros mais complexos que dependem de um alto investimento inicial, mas que após um período, proporcionam uma maior economia e qualidade no serviço ofertado (bgomes,2011). 2

Atualmente, com o crescimento da cultura da Acreditação Hospitalar, tem se aumentado a preocupação com a logística dos processos e com o registro dos dados produzidos no SFH. O crescente custo dos insumos também direciona a gestão à uma atuação mais administrativa, tendo uma maior atenção aos resultados gerados pelo serviço. Um exemplo disso é a publicação da portaria nº4.283 de 2010 pelo MS, que Aprova as diretrizes e estratégias para organização, fortalecimento e aprimoramento das ações e serviços de farmácia no âmbito dos hospitais. Diante o custo financeiro, as boas práticas e as legislações pertinentes às áreas envolvidas, este estudo levanta a seguinte questão: Qual é o melhor modelo de serviço de farmácia a ser adotado, de acordo com a estrutura e realidade existente numa maternidade pública? 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Propor uma modelo de implantação de um serviço de farmácia em uma maternidade pública de pequeno porte. 2.2 Objetivo Específico Identificar as legislações específicas e manuais de boas práticas dirigidas para o serviço de farmácia hospitalar e para uma maternidade pública; Classificar e priorizar as ações necessárias para a implantação do modelo. 3. METODOLOGIA O presente estudo será elaborado através de levantamento bibliográfico, pesquisa em websites, em busca das legislações e manuais oficiais e de sociedades profissionais das áreas abrangentes. Priorizou-se manuais publicados pelo MS pois este é o órgão oficial que define os protocolos assistenciais à serem seguidos nas instituições públicas, entretanto os gestores de cada unidade de saúde têm a liberdade de criar seus Informações sobre o SFH foram encontradas em documentos relacionados à assistência farmacêutica, farmácia hospitalar e acreditação hospitalar. Em cada um foi possível conhecer um, ou 3

mais, modelo de gestão para uma SFH, dando opções para se adaptar à realidade de cada local de trabalho. Foram utilizados manuais de boas práticas voltados para a área de enfermagem, obstetrícia e neonatologia como fonte complementar, para se compreender melhor os procedimentos e medicamentos utilizados nestas especialidades. 4. RESULTADO DA PESQUISA 4.1 SERVIÇO DE FARMÁCIA HOSPITALAR A tabela nº 1 abaixo mostra a legislação pertinente ao serviço de farmácia hospitalar. Foram encontradas legislações exclusiva da profissão farmacêutica e outras que são direcionadas para unidades de saúde hospitalar de maneira geral, que também englobam o SFH. Norma Origem Data Ementa LEI Nº 5991 MS 17/12/1973 PORT Nº 344 ANVISA 12/05/1998 RES Nº 50 MS/ANVISA 20/03/2002 Dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, e dá outras providências Aprova o Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial. Dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde RES Nº 306 MS/ANVISA 10/12/2004 RES Nº 67 MS/ANVISA 09/10/2007 Dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Dispõe sobre boas práticas de manipulação de preparações magistrais e oficinais para uso humano em farmácias. PORT Nº 4283 MS 30/12/2010 Aprova as diretrizes e estratégias para organização, fortalecimento e aprimoramento das ações e serviços de farmácia no âmbito dos hospitais. RES Nº 568 CFF 06/12/2012 Dá nova redação aos artigos 1º ao 6º da Resolução/CFF nº 492 de 26 de novembro de 2008, que regulamenta o exercício profissional nos serviços de atendimento pré-hospitalar, na farmácia hospitalar e em outros serviços de saúde, de natureza pública ou privada. 4

RES Nº 578 CFF 26/07/2013 Regulamenta as atribuições técnico-gerenciais do farmacêutico na gestão da assistência farmacêutica no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). RES Nº 596 CFF 21/02/2014 Dispõe sobre o Código de Ética Farmacêutica, o Código de Processo Ético e estabelece as infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares. Tabela nº1. Legenda: ANVISA= Agência Nacional de Vigilância Sanitária/ MS= Ministério da Saúde/ CFF= Conselho Federal de Farmácia Os manuais publicados que contém referências específicas do SFH estão descritos na tabela nº 2, com a identificação do órgão emissor e seu ano de publicação. Título Origem Data Guia Básico para Farmácia Hospitalar MS 1994 Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar MS 2002 Assistência Farmacêutica para Gerentes Municipais OPAS/OMS 2003 Assistência Farmacêutica no SUS CONASS 2007 Padrões Mínimos para Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde SBRAFH 2008 Diretrizes para estruturação de farmácias no âmbito do MS 2009 Sistema Único de Saúde Tabela nº2. Legenda: OPAS= Organização Panamericana de Saúde / OMS= Organização Mundial da Saúde / SBRAFH = Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar / CONASS = Conselho Nacional de Secretários de Saúde 4.2 MATERNIDADE Na tabela nº3 é possível encontrar fontes bibliográficas de informação direcionadas à enfermagem, obstetrícia e neonatologia que trazem dados importantes para se ter uma visão geral dose processos dentro de uma maternidade. O conhecimento das especificidades das outras profissões traz saberes úteis para o farmacêutico elaborar sua listagem de medicamentos padronizados, por exemplo, definir a logística de seus fluxos de trabalho e compreender as necessidades de cada ator na equipe multiprofissional. Ttítulo Origem Data Enfermagem obstétrica: diretrizes assistenciais. UERJ/REDE SIRIUS/NPROTEC 2010 Gestação de alto risco: manual técnico. MS 2010 Atenção à Saúde do Recém-Nascido - Guia para os Profissionais de Saúde, v. 1 - Cuidados Gerais. MS 2011 5

Atenção à Saúde do Recém-Nascido - Guia para os Profissionais de Saúde, v. 2. Intervenções comuns, icterícia e MS 2011 infecções. Atenção à Saúde do Recém-Nascido - Guia para os Profissionais de Saúde, v. 3. Problemas respiratórios, cardiocirculatórios, metabólicos, neurológicos, ortopédicos e MS 2011 dermatológicos. Atenção ao pré-natal de baixo risco MS 2012 Protocolo Assistencial da Enfermagem Obstétrica da Secretaria Municipal SMS/RJ. SMS/RJ 2013 Tabela nº3. Legenda: SMS/RJ= Secretária Municipal de Saúde do Rio de Janeiro/ MS= Ministério da Saúde 5. MODELO PROPOSTO Para expor o modelo proposto neste estudo, o SFH foi subdivido em tópicos e classificado conforme a prioridade de ação. Cada tópico se refere à um componente da estrutura total do serviço. 5.1 ORGANOGRAMA Desenhar um organograma do serviço, com a hierarquia de cada profissional de saúde que trabalhe no SFH é necessário para a definição de responsabilidades e tarefas. Segue um exemplo: Chefia da Farmácia Farmacêutico Plantonista Técnico de Farmácia Estagiário Farmacêutico Diarista 5.2 PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS E CORRELATOS Definir a padronização dos medicamentos e correlatos utilizados no SFH é extremamente importante pois só a partir daí é possível criar as rotinas de trabalho. A elaboração da padronização deve ser criada por uma Comissão de Farmácia e Terapêutica, composta por multiprofissionais, que levará em consideração todas as terapias executadas nos serviços. Conhecer mais profundamente os protocolos clínicos é importante para se discutir a utilização de cada produto escolhido. Considerar os produtos com menor custo, maior qualidade e segurança para o paciente. 6

5.3 ROTINAS Para organizar a logística do serviço, deve-se criar, internamente, rotinas diárias para cada cargo (Exemplo, farmacêutico plantonista diurno e/ou noturno) e, externamente, em conjunto com os outros setores, para a dispensação de medicamentos e correlatos. 5.4 FRACIONAMENTO DE MEDICAMENTOS Para individualizar os tratamentos é necessário estabelecer um serviço de fracionamento de medicamentos. Minimamente, deve-se fracionar sólidos e soluções orais. Idealmente, deve-se fracionar os injetáveis, porém para tal é necessário uma estrutura física mais complexa e um alto investimento financeiro inicial. 5.5 DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS Dentro de uma maternidade, cada setor tem uma especificidade diferente, com isso recomenda-se que a dispensação de medicamentos seja feita com os sistemas abaixo: Admissão: setor de emergência, dispensação coletiva. A reposição pode ser feita mediante cópia da prescrição dos atendimentos ou por formulário próprio com o estoque máximo de cada medicamento. Enfermaria: dispensação individualizada ou por dose unitária, se possível. UI/UTINEO: dispensação individualizada ou por dose unitária, se possível. Centro Cirúrgico/ Sala de Parto: dispensação coletiva. A reposição pode ser feita mediante cópia da prescrição dos atendimentos ou por formulário próprio com o estoque máximo de cada medicamento. Para medicamentos controlados, fazer reposição mediante receituário médico individualizado. Farmácia Ambulatorial: dispensação individualizada mediante receituário médico. Para todos os setores com estoque prévio de medicamento, o elenco destes deve ser selecionado considerando todas as intercorrências que podem ocorrer no setor, em comum acordo com a enfermagem e equipe médica. 5.6 DISPENSAÇÃO DE CORRELATOS Os correlatos devem ser liberados por sistema coletivo, com reposição programada, diária ou semanal ou por turnos, através de formulário próprio para cada setor. Previamente deve ser definido o elenco de materiais que serão utilizados em cada setor e suas respectivas quantidades. É importante 7

considerar mudanças sazonais e de perfil de pacientes atendidos, como o uso de novos produtos para alterações no estoque. 5.7 CARRO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Cada setor do hospital deve ter no mínimo um carro de urgência e emergência à sua disposição. O elenco de medicamento deve considerar se o uso será em adulto ou recém-nascido, e atender à necessidade terapêutica de cada um em situações especiais. O controle de validade e estoque de medicamentos deverá ser feito por farmacêutico, através de um check-list mensal. O controle de correlatos também pode ser feito pelo farmacêutico ou pela enfermagem. O carro deve ser mantido lacrado e sua abertura deverá ser controlada e registrada. 5.8 CONTROLE DE ESTOQUE A forma ideal de fazer um controle de estoque fidedigno é utilizar um sistema informatizado. Atualmente existem vários modelos de programa, com diferentes possibilidades gerenciais. Uma ferramenta que ajuda, sendo de fácil aplicação, é a ficha de prateleira, utilizada para registrar as entradas e saídas dos medicamentos e correlatos no local onde são armazenados. Medicamentos de alto custo e uso específicos devem ser liberados mediante autorização prévia da direção médica e/ou administrativa, com registro desta operação. Os pedidos de compra de medicamentos e/ou correlato deve ser realizado de acordo com o consumo, porém existem alguns medicamentos que não são usuais mas que são essenciais em casos emergenciais e deve se ter em estoque, exemplo do alprostadil e Ibuprofeno IV. Há vários cálculos que auxiliam o controle de estoque, como consumo médio mensal, lote de ressuprimento, estoque de segurança, curva ABC, todos devem ser utilizados para facilitar a tomada de decisão no momento da compra. 6. CONCLUSÃO Mediante a pesquisa realizada e a análise dos documentos o modelo proposto foi criado para orientar os profissionais farmacêuticos num processo de implantação de um serviço de farmácia hospitalar, demostrando as possibilidades que podem ser realizadas neste setor. Alguns componentes dependem de estrutura física adequada para serem instituídos, como o setor de fracionamento, outros de apoio gerencial, como a definição de algumas rotinas. Verificando a gama de documentos oficiais publicados é possível constatar que não existe um modelo único de aplicação, nem uma obrigação 8

legal de realizar algumas ações, porém a realização destas traz uma maior organização e qualidade ao serviço prestado. A realidade administrativa, econômica e política de cada unidade de saúde é que irá nortear as ações realizadas no SFH em busca de um menor custo com maior qualidade. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Lei n.º 5991, de 17 de dezembro de 1973. Dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. BRASIL, Lei nº 8080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União BRASIL, ANVISA. RES nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Diário Oficial da União. abrasil, ANVISA. RES nº 67, de 8 de outubro de 2007. Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em Farmácias. Diário Oficial da União BRASIL, ANVISA. RES nº 306, de 7 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Diário Oficial da União. bbrasil, CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE. Assistência Farmacêutica no SUS Brasília : CONASS, 2007 cbrasil, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 4.283, de 30 de dezembro de 2010. Aprova as diretrizes e estratégias para organização, fortalecimento e aprimoramento das ações e serviços de farmácia no âmbito dos hospitais. Diário Oficial da União hbrasil, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 1.459, de 24 de junho de 2011. Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS - a Rede Cegonha. Diário Oficial da União BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar. Guia básico para a farmácia hospitalar. Brasília: Divisão de Editoração Técnico-Científica, 1994. 174 p. dbrasil, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde, v. 1. Cuidados Gerais. Brasília : Ministério da Saúde, 2011. 4 v. : il. (Série A. Normas e Manuais Técnicas) 9

ebrasil, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde, v. 2. Intervenções comuns, icterícia e infecções. Brasília : Ministério da Saúde, 2011. 4 v. : il. (Série A. Normas e Manuais Técnicas) fbrasil, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde, v. 3. Problemas respiratórios, cardiocirculatórios, metabólicos, neurológicos, ortopédicos e dermatológicos. Brasília : Ministério da Saúde, 2011. 4 v. : il. (Série A. Normas e Manuais Técnicas) gbrasil, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico. 5. ed. Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2010. 302 p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada - manual técnico. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. 158 p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos - Caderno nº 5) BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2012. 318 p.: il. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n 32) BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Assistência à Saúde. Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar. 3. ed. rev. e atual. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Diretrizes para estruturação de farmácias no âmbito do Sistema Único de Saúde. Brasília : Ministério da Saúde, 2009.44 p. : il. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 578 de 26 de julho de 2013. Regulamenta as atribuições técnico-gerenciais do farmacêutico na gestão da assistência farmacêutica no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 568, de 6 de dezembro de 2012.Dá nova redação aos artigos 1º ao 6º da Resolução/CFF nº 492 de 26 de novembro de 2008, que regulamenta o exercício profissional nos serviços de atendimento pré-hospitalar, na farmácia hospitalar e em outros serviços de saúde, de natureza pública ou privada. agomes, MAYSA LUDUVICE.Enfermagem obstétrica: diretrizes assistenciais. Rio de Janeiro : Centro de Estudos da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2010.168p. bgomes, MARIA JOSÉ VASCONCELOS DE MAGALHÃES. Ciências Farmacêuticas: uma abordagem em farmácia hospitalar. 1. ed., Parte II. São Paulo : Editora Atheneu. 2010.559p. 10

MARIN, NERY (org). Assistência farmacêutica para gerentes municipais. Rio de Janeiro : OPAS/OMS, 2003. Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar. Padrões Mínimos para Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde. Goiânia, 2007 Secretária Municipal de Saúde. Protocolo Assistencial da Enfermagem Obstétrica da Secretaria Municipal SMS/RJ. Rio de Janeiro, 2013 11