Título do Projecto: «EMPODERAR PARA PROMOVER O GÉNERO E A EQUIDADE»
NOME DA ORGANIZAÇÃO: ASY Associação Soka Yola ESCRITÓRIO PROVISÓRIO: Bairro do Tchioco, Lubango/Huila, Casa 68-A PESSOA DE CONTACTO: Bernardo M. Peso CONTACTO TELEFÓNICO: 923499010, EMAIL: sokayola@yahoo.com.br ou bernapeso@gmail.com TÍTULO DO PROJECTO: «Empoderar para Promover o Género e a Equidade» LOCAL DE IMPLANTAÇÃO: municípios da Cacula e Lubango DURAÇÃO DO PROJECTO: 5 meses 1. PROBLEMA Os aspectos culturais de muitos povos na província da Huila são susceptíveis de provocarem violência doméstica, discriminação e incentivam a prática de justiça por mãos próprias. Segundo a cultura local, os filhos não têm direito a herdar os bens de seus progenitores; muito menos as mulheres têm o direito à meação dos bens obtidos na constância do casamento em caso de morte do esposo. É considerado herdeiro legítimo o sobrinho do marido. Em geral, em caso de morte do esposo a viúva é epulsa de casa pelos parentes do decujo. Todavia, ela é obrigada a levar consigo os filhos, arcando com todas despesas decorrentes da necessidade de subsistência do agregado familiar. Na ânsia de encontrar alívio económico, muitas mulheres a sujeitam-se a condição de segunda ou terceira mulher (já que a poligamia é praticada e aceite por todo sul do país) ou a eistência de muitos agregados chefiados por mulheres. De outro lado, a disputa pelo domínio da herança, tem levado o surgimento de muitos casos de furtos, roubos e violência nas famílias, uma vez que as pessoas optam preferencialmente pela prática de justiça por mãos próprias. Com vista a manter sustentabilidade, é comum as mulheres casadas (união de facto não reconhecida), terem amantes ou relações seuais etraconjugais. Desta prática (culturalmente aceite), elas conseguem acumular algum património económico, que geralmente é guardado em casa de seus parentes, de tal sorte que, na eventualidade da morte do esposo, ela não passe muita dificuldade. Caso a mulher casada for apanhada em flagrante com outro homem, o amante é obrigado a pagar o ukoy. Considerando que adultério é culturalmente tolerável; o ukoy é uma multa aplicada pelas autoridades tradicionais nhanecas, à quem comete adultério com uma mulher casada ou que esteja oficialmente prendida. Esta pratica, incentiva o adultério e acarretando muitos riscos de saúde, especialmente de contaminação com HIV/SIDA.
Como consequência de tudo que acima ficou descrito, há sempre desconfiança nos lares esposos, os homens não têm confiança na paternidade dos filhos nascidos na constância do casamento e por conseguinte, a eistência de muitos casos de abandono familiar, violência patrimonial, legalmente tipificados como violência doméstica. Considerando que o abandono familiar e a violência patrimonial são classificados violência doméstica à luz da Lei 25/11, e tendo em conta que muitos pais não conhecem os efeitos jurídico da paternidade, o projecto Juntos na Luta Contra a Violência irá realizar formações e palestras de capacitação na base do Direito da Família, Código da Família e da Lei 25/11, de 14 de Junho Lei Contra Violência Domestica-, e de Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. 1. JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO Com base nos factos arrolados no Sumário Eecutivo e nos desafios propostos na Estratégia de Desenvolvimento a Longo Prazo para Angola 2025, no âmbito da sua Missão Estatutária: Contribuir para a promoção e desenvolvimento sustentável das mulheres e crianças do meio rural, através do apoio na organização, capacitação e formação a ASY vai implementar o Projecto Juntos na Luta Contra Violência Domestica, enquadrado no Projecto da REDE MULHER ANGOLA: Igualdade de Género e Empoderamento da Mulher. Considerando que o casamento e a união de facto são considerados negocio Jurídico, cujos efeitos estão previamente estabelecidos na Lei; e tendo em conta que o abandono familiar, e a violência patrimonial são alguns dos tipos de violência domestica (artigo 3º nº 2, alínea b e f da Lei 25/11; o projecto Juntos na Luta Contra a Violência Domestica irá contemplar formações e palestras de capacitação na base do Direito da Família, Código da Família e da Lei 25/11, de 14 de Junho Lei Contra Violência Domestica-. Tal como o título do Projecto sugere, a Violência Domestica só será vencida se todos os actores da sociedade se envolverem na luta. Ou seja, não basta trabalhar com os adultos, sejam eles homens ou mulheres; é necessário também um trabalho com os jovens de modos a cultivar-se desde cedo valores e princípios de justiça nas futuras gerações. Assim, com vista a dar sustentabilidade as acções do projecto, serão priorizados dois grupos alvo: Adultos (mulheres, autoridades administrativas e tradicionais) e jovens (estudantes do Ensino Médio). Para os adultos, serão realizadas formações de capacitação ao passo que para os jovens serão realizadas palestras nas respectivas escolas. Quer os jovens quer os adultos serão instruídos a elaborar reclamações, petições e denuncias. Tal instrução justifica-se sobretudo pelo facto de actualmente, a Lei 25/11, considera violência domestica os factos ocorridos no seio da familiar ou outros que, por razoes de proimidade, afecto, relações naturais e de educação, igualmente os que tenha lugar nos infantários, nos asilos para idosos, nos hospitais, nas escolas, nos internatos femininos ou masculinos e nos espaços equiparados de relevante interesse comunitário ou social (artigo 2º). Neste âmbito, só com cidadãos conscientes e capacitados será possível tirar vantagens dos direitos consagrados legalmente.
Para além do recurso aos normativos jurídicos acima referidos, subsidiariamente, poderão ser utilizados outros normativos regionais e internacionais v.g. a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, o Protocolo Opcional à Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres, Declaração de Pequim adoptada pela Quarta Conferencia Mundial Sobre as Mulheres: Acção para Igualdade, Desenvolvimento e Paz, Declaração e Programa de Acção de Viena, Projecto de Declaração Solene Sobre a Igualdade do Género, Protocolo da SADC sobre Género e Desenvolvimento. 2. OBJECTIVOS Objectivo Geral Contribuir para o empoderamento da Mulher na província da Huila com vista a redução de casos de Violência contra a mulher através de formações e capacitação e, realização de pesquisas de casos práticos sobre Mulheres trabalhadoras que terão sido privados de seus salários durante o repouso materno, ou repouso médico. Objectivos específicos 1. Capacitar através de formações 120 mulheres no município da Cacula; Sobre Género e Violência Domestica 2. Instruir as Mulheres e os jovens a redigirem reclamações, petições, queias e denúncias em casos de violência doméstica; 3. Fazer uma pesquisa sobre casos práticos de Mulheres trabalhadoras que terão sido privados de seus salários durante o repouso materno, ou repouso médico Actividades 1. Pesquisa sobre casos práticos de Mulheres trabalhadoras que por questões burocráticas terão sido privados dos seus salários durante o repouso materno, ou repouso médico 2. Formação sobre a Lei contra a violência doméstica (tipos de crimes) lei 25/11; 3. Formação sobre procedimentos para apresentar uma queia ou denúncia sobre; violência doméstica (pressupostos para tornar eficaz a acção; 4. Formação sobre políticas de género; 5. Formação sobre os CACS e a participação de Mulheres nestes Conselhos; 6. Formação sobre associativismo e cooperativismo; 7. Formação sobre autarquias locais; 3. O GRUPO ALVO O projecto terá dois grupos alvos. O primeiro grupo situa-se no município da Cacula, onde será implementado quase todo Projecto,em que se espera beneficiar directamente 120 mulheres (do qual poderão participar autoridades Tradicionais e Funcionários Públicos envolvidos no processo de administração da Justiça). O segundo grupo alvo serão Mulheres trabalhadoras ou funcionárias públicas do município do Lubango que terão sido privados ou prejudicadas dos seus salários durante o repouso materno, ou repouso médico. A necessidade de focalizar-se em dois grupos alvos decorre da necessidade que a ASY sente de ter abordagens diferentes, para dois tipos de violência diferentes (violência domestica e violência institucional): uma voltada para mulheres de municípios do interior
(Cacula), onde os aspectos culturais são fortemente susceptível de violar ou discriminar a mulher (violência domestica); de outro lado, há a necessidade de se fazer um estudo/pesquisa na cidade do Lubango sobre mulher que terão sido privados ou prejudicadas de seus salários durante o repouso materno, ou repouso médico (violência institucional). Ou seja, no município da Cacula, as actividades do projecto irão incidir em empoderar e capacitar as mulheres para fazer face a violência domestica, ao passo que no município do Lubango, o projecto vai realizar estudos com vista a apresentar casos práticos de mulheres, que sofrem outro tipo de violência (violência Institucional).
PLANO DE ACTIVIDADE Nº Actividades 1 Pesquisa sobre casos práticos de Mulheres trabalhadoras que por questões burocráticas terão sido privados dos seus salários durante o repouso materno, ou repouso médico 2 Formação sobre a Lei contra a violência doméstica (tipos de crimes) lei 25/11 3 Formação sobre procedimentos para apresentar uma queia ou denúncia sobre violência doméstica (pressupostos para tornar eficaz a acção 4 Formação sobre políticas de género 5 Formação sobre os CACS e a participação de Mulheres nestes Conselhos Meses 1º 2º 3º 4º 5º 6 Formação sobre associativismo e cooperativismo 7 Formação sobre autarquias locais 8. RECURSOS HUMANOS ENVOLVIDO NO PROJECTO: Estarão directamente ligados a implementação do projecto, três (3) técnicos: Um técnico da Organização, que será o formador; um Moderador e um colaborador local, membro da comunidade (morador e conhecedor da língua, cultura e realidade na Cacula). PESSOA PRINCIPAIS RESPONSABILIDADES Formador Administrar as formações; Preparar o material a ser distribuído aos formandos; Elaborar o Relatório de cada formação; Facilitador/Moderador Auiliar o Formador durante a preparação do material Substituir o formador nas suas ausências; Distribuir os convites para formações Colaborador local X Auiliar o Moderador a distribui os convites nas autoridades tradicionais e religiosas; Auiliar na interpretação, seja que seja necessário; Participar dos encontros periódicos com grupos constituídos na comunidade Pesquisador Realizar a pesquisa no município do Lubango, sobre casos práticos de mulheres que terão sido prejudicadas nos seus direitos em virtude do repouso materno ou repouso medico;
ALGUMAS ACTIVIDADES IMPLEMENTADAS PELA ASY De entre outras actividades implementadas pela ASY, constam as seguintes: 2002, Implementou pequenos projectos de Horticultura (batata rena) financiado pela ACORD. 2003 Implementou um projecto de Alfabetização e horticultura financiado pela TROCAIRE. 2006 Co-implementou com o CTH (Consorcio Terra da Huila) um projecto sobre O Direito a Terra e Divulgação da Lei de Terra financiado pela União Europeia. 2008 Implementou um projecto Educação Cívica Eleitoral financiado pela CNE Comissão Nacional Eleitoral 2010-12 Implementou um projecto sobre Educação Cívica com vista a promover o engajamento entre os cidadãos e os Deputados do Circulo Provincial da Huila com financiamento do NDI - Instituto Democrático para os Assuntos Internacionais A ASY, é membro de outras REDES temáticas e do Grupo de Coordenação do Espaço Sociedade Civil na Província da Huila.