Produtividde e qulidde de grãos de trigo em função d plicção de nitrogênio no florescimento Dnielle Almeid 1, Christin Bredemeier 2, Clever Vrini 3, Alexndre Tonon Ros 4, Cleer Henrique Lopes de Souz 4 e Júli Perin 4 1 Eng. Agr., Mestrnd do PPG-Fitotecni, Fculdde de Agronomi/UFRGS, Porto Alegre, RS. Emil: roedni@iest.com.r. 2 Eng. Agr., Ph.D., Professor Adjunto do Deprtmento de Plnts de Lvour, Fculdde de Agronomi/UFRGS, Porto Alegre, RS. Emil: redemeier@ufrgs.r. 3 Eng. Agr., Mestrndo PPG-Fitotecni, Fculdde de Agronomi/UFRGS, Porto Alegre, RS. Emil: cleverksk@ig.com.r. 4 Bolsist de inicição científic, Aluno do curso de grdução d Fculdde de Agronomi/UFRGS, Porto Alegre, RS. Emil: lexndrejw1@hotmil.com, cleermpf@hotmil.com, juli_perin@hotmil.com. No Brsil os grãos de trigo são clssificdos em tipos e clsses. A clssificção por tipo é determind trvés do limite mínimo do peso do hectolitro (PH) e dos limites máximos dos percentuis de umidde, mtéris estrnhs e impurezs e de grãos vridos. Sendo ssim, o peso do hectolitro (PH) do trigo é um propriedde que present grnde importânci n comercilizção do produto, um vez que os preços prticdos coiderm este prâmetro como um indictivo de qulidde e rendimento n extrção de frinh (Corrê et l., 2006). O teor de proteíns nos grãos pode estr envolvido n determinção d qulidde dos grãos de trigo. Segundo Johson et l. (2001), concentrção de proteín e composição de suuniddes de proteíns específics influenci qulidde de pnificção do trigo. Entre s prátics gronômics, dução nitrogend é coiderd um dos principis ftores que interferem n produtividde e tmém se relcion com qulidde dos grãos produzidos. Estudos estão sendo relizdos pr verificr o efeito de diferentes doses de nitrogênio e diferentes épocs de plicção deste nutriente em coertur como um prátic que possiilite o umento d produtividde e melhori d qulidde dos grãos pr fi de pnificção, ms os resultdos são conflitntes. Isto ocorre, provvelmente, devido às diferençs climátics ds regiões onde estes estudos estão sendo desenvolvidos. O presente trlho teve como ojetivo vlir respost do rendimento de grãos, peso do hectolitro e teor de proteín de dus cultivres de trigo sumetids à dução nitrogend com diferentes fontes de nitrogênio por ocsião do florescimento d cultur. O experimento de cmpo foi conduzido em 2010 n Estção Experimentl Agronômic d Universidde Federl do Rio Grnde do Sul (EEA/UFRGS), em Eldordo do Sul (RS), situd n Depressão Centrl do Rio Grnde do Sul, em um ltitude médi de 46 m cim do nível do mr. O solo d áre experimentl pertence à unidde de mpemento São Jerônimo, crcterizdo como um Argissolo Vermelho Distrófico típico (Streck et l., 2002). O clim é sutropicl de verão úmido quente, do tipo Cf, conforme clssificção de Koppen (IPAGRO, 1979). A precipitção pluvil médi nul em Eldordo do Sul é de 1440 mm e tempertur médi mel vri entre 14 e 25 C, entre os meses mis frios e mis quentes (Bergmschi et l., 2003). A semedur foi relizd em 1 de julho, n deidde de 300 sementes pts por m². As dus cultivres de trigo utilizds no experimento form e, s quis form semeds sore restos culturis de soj. 1
Pr vlir o efeito de plicções de nitrogênio por ocsião do florescimento d cultur, form utilizds dus fontes de N, uréi e super N (fonte nitrogend de lierção lent, contendo 45% de N e iniidor de urese NBPT). Por ocsião d emergênci ds plnts, form plicdos 20 kg h -1 de nitrogênio, n form de uréi ou super N. Já no momento de emissão d sext folh do colmo principl, form plicdos 80 kg h -1 de N, n form de uréi ou super N. Por ocsião do florescimento, dois níveis de nitrogênio form utilizdos: Sem N ou 40 kg h -1, ns forms de uréi ou super N. O delinemento experimentl utilizdo foi o de locos csulizdos, com qutro repetições. Cd unidde experimentl foi compost por 12 linhs de 3 m de comprimento, espçds em 0,18 m, perfzendo um áre de 6,5 m². A determinção do peso do hectolitro foi relizd utilizndo-se equipmento específico pr tl, de cordo com metodologi descrit no Mnul de Análise de Sementes pulicdo pelo Ministério d Agricultur, Pecuári e Astecimento (Brsil, 1992). A determinção do teor de nitrogênio no grão foi relizd pelo método Kjeldhl, conforme descrito por Tedesco et l. (1995). O teor de proteíns no grão foi estimdo trvés d multiplicção do teor de N por 5,7 (Boen et l., 2007). O rendimento de grãos foi otido trvés d colheit de um áre de 4,32 m 2 em cd prcel, o que corresponde às oito linhs centris, descontndo-se s qutro linhs lteris ds orddurs. Após trilh, foi determindo o peso de grãos por unidde experimentl e extrpoldo pr rendimento de grãos (em kg h -1 ), n umidde de 13%. A incidênci de doençs e plnts dninhs foi controld o longo do ciclo de desenvolvimento ds plnts. Os prâmetros vlidos form nlisdos esttisticmente trvés do teste F e, qundo houve significânci esttístic, foi feit comprção entre médis pelo teste de Tukey, o nível de 5 % de proilidde. Não houve diferenç esttístic pr s diferentes fontes de N utilizds em nenhum dos prâmetros nlisdos. Já em relção à plicção de N no florescimento, os prâmetros nlisdos presentrm diferentes comportmentos. Como pode ser oservdo n Figur 1, pesr dos trtmentos que receerm plicção de nitrogênio por ocsião do florescimento presentrem miores rendimentos de grãos qundo comprdos com os trtmentos que não receerm N no florescimento, com exceção d cultivr que foi dud com uréi, não houve diferenç esttístic significtiv. 2
Peso do hectolitro (kg/hl) Rendimento de grãos (kg/h) 3900 3700 3500 3300 3100 2900 2700 Com N no florescimento 2500 Cultivr + Fonte Figur 1. Efeito d plicção de nitrogênio por ocsião do florescimento no rendimento de grãos em dus cultivres de trigo e dus fontes de nitrogênio diferentes. O peso do hectolitro é utilizdo como medid trdicionl de comercilizção, pois este express indiretmente crcterístics de qulidde de grãos. No Brsil, o trigo é comercilizdo utilizndo-se, como vlor de referênci, PH igul 78 kg/hl. N Figur 2, podemos oservr que todos os trtmentos que receerm plicção de N por ocsião do florescimento mostrrm mior peso do hectolitro. A cultivr qurtzo que receeu uréi como fonte de N foi que presentou mior créscimo no vlor do PH. 80 79,5 79 78,5 78 77,5 77 76,5 76 Com N no florescimento 75,5 75 Cultivr + Fonte Figur 2. Efeito d plicção de nitrogênio por ocsião do florescimento no peso do hectolitro em dus cultivres de trigo e dus fontes de nitrogênio diferentes. 3
Teor de proteín no grão (%) Em relção teor de proteín no grão, como pode ser visto n Figur 3, os trtmentos d cultivr responderm à plicção de N por ocsião do florescimento. Já cultivr, não presentou umento significtivo no teor de proteín. 12 10 8 6 4 2 Com N no Florescimento 0 Cultivr + Fonte de N Figur 3. Efeito d plicção de nitrogênio por ocsião do florescimento no teor de proteín em dus cultivres de trigo e dus fontes de nitrogênio diferentes. Diferentes resultdos têm sido descritos sore o efeito d dução de N em um mior número de plicções durnte o ciclo d cultur. Ayou et l. (1994) cottrm que o prcelmento d dose de N fet quntidde de proteíns, ms não qulidde dos grãos. Sngoi et l. (2007) não encontrrm efeito significtivo d époc de plicção de nitrogênio em coertur sore o teor de proteín nos grãos. Estes diferençs são provvelmente devido às diferentes condições climátics em que os experimentos de cmpo form relizdos (Fuertes-Mendizál et l., 2010). Wright et l. (2004) sugerem que pesquiss dicionis são necessáris pr grntir que os tipos de proteíns umentds com plicções de N em estádios trdios, como no florescimento d cultur, incrementm qulidde dos grãos de trigo. Os trtmentos que receerm plicções de N por ocsião do florescimento presentrm resultdos superiores de PH em relção os trtmentos que não receerm dução de N neste estádio. A cultivr presentou respost à plicção de N no período do florescimento tmém pr teor de proteín. Já em relção o rendimento de grãos, não houve diferenç significtiv com plicção de N no florescimento. Est prátic pode ser um lterntiv pr o produtor oter melhores resultdos de peso do hectolitro e teor de proteíns nos grãos. Como existem resultdos conflitntes n litertur, mis pesquiss são necessáris pr confirmr o enefício d plicção trdi de N em diferentes regiões de cultivo de trigo. 4
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