Nestlé em campo Eficiência e qualidade na produção leiteira Controles econômicos A busca do lucro deve estar sempre presente na atividade leiteira Ano 2 Número 7 Jan./Fev. 2015 Nesta Edição O que considerar no planejamento Vantagens da consultoria técnica Fluxo de caixa: o que entra e o que sai Como manter os custos sob controle Caso de sucesso
Nestlé em Campo Bom planejamento melhora os resultados Com informações confiáveis e controles corretos, o produtor pode estabelecer objetivos que trazem mais ganhos A busca do lucro, paralelamente a uma produção sustentável e de qualidade, deve ser objetivo de todo produtor leiteiro. É com o lucro que ele consegue recursos para investir mais em seu negócio e crescer, podendo gerar novos empregos e oferecer mais conforto para sua família. Para aumentar os ganhos, o produtor precisa gerenciar corretamente sua propriedade. Isso significa, entre outros aspectos, dispor de boas informações. Com elas, conseguirá identificar problemas ou pontos fracos, analisar o custo/ benefício das ações necessárias para as devidas correções e tomar decisões que levam ao aumento dos ganhos. O que considerar no planejamento O primeiro passo para o planejamento é conhecer bem a propriedade por meio de um diagnóstico zootécnico e econômico-financeiro. Isso permitirá focar em pontos com mais impacto na sustentabilidade, seja para corrigi-los, seja para melhorálos ainda mais. O planejamento é anual e, idealmente, deve ir do início do período das águas até o final da seca na região onde se localiza a propriedade. No Sudeste, por exemplo, de setembro ou outubro de um ano a agosto ou setembro do ano seguinte. Iniciado no período das águas, o planejamento inclui os plantios para prover o rebanho de alimentos na seca e fecha o ciclo de plantio, colheita e consumo em doze meses. O diagnóstico, primeiro passo para o planejamento, deve acontecer um ou dois meses antes. Para o período planejado são estabelecidos objetivos e metas. Por exemplo, a produção de volumosos e a produção de leite. Definese também a previsão para fluxo de caixa e estabelecese um cronograma. Todo planejamento passa por reavaliações periódicas, a principal delas seis meses após o seu início. Esse é o momento para uma revisão do que foi estabelecido, já que fatores relacionados ao produtor, à propriedade e ao mercado, ou a fatores não previstos anteriormente, podem exigir mudanças em relação aos resultados planejados. 2
Controles econômicos Vantagens da consultoria técnica O produtor pode não conseguir fazer sozinho, de forma correta, o controle dos aspectos zootécnicos e administrativos da propriedade e o planejamento. Isso torna indispensável a presença do consultor técnico. Com seu conhecimento, ele oferece elementos que facilitam a tomada de decisões pelo produtor. A Nestlé estimula a formação de grupo de produtores em programas como o NATA (Núcleo de Assistência Técnica Autorizada) e Educampo. Nos dois, os grupos de produtores são atendidos por um mesmo técnico, em um sistema que, além de baratear os custos com a assistência, oferece profissionais treinados e recapacitados constantemente pela empresa. Veja como o Safari funciona: No início de cada mês, os técnicos que prestam assistência através do NATA coletam as informações sobre gastos e receitas do mês anterior. Esses dados são processados pelo Safari que, ao final, gera relatórios. O técnico retorna à propriedade e discute os números dos relatórios com o produtor, apontando aspectos positivos (que devem ter continuidade) e aspectos que precisam ser melhorados. Tudo para chegar a uma maior eficiência do sistema produtivo. No Educampo existe outro programa, que opera de forma semelhante. Programa para acompanhar gastos e receitas Quem faz parte do NATA conta com o Safari, uma ferramenta gerencial que permite, com a ajuda do técnico, acompanhar a vida financeira da propriedade e contribuir para a sustentabilidade dos negócios. Atenção aos indicadores Existem inúmeros indicadores que ajudam a fazer o acompanhamento econômico-financeiro da propriedade e todos exigem empenho na obtenção das informações necessárias. Com a ajuda do técnico é possível escolher os mais apropriados para as características da fazenda. Um índice que mostra aspectos importantes da atividade e que precisa ser considerado é a Receita Menos Custo de Alimentação (RMCA), capaz de mostrar com boa precisão a situação econômica da propriedade e que reflete vários itens relacionados a custos e desempenho. 3
Nestlé em Campo A RMCA é resultado da receita diária com a venda do leite menos os gastos de alimentação das vacas em lactação. Por exemplo: Um rebanho tem média de produção de 18 litros/vaca/dia e o preço recebido pelo leite é R$ 0,75/litro. A receita média por vaca/dia, portanto, é R$ 13,50. Feitos os cálculo, observa-se que o custo de alimentação é de R$ 6,50 vaca/dia. Resultado da RMCA (R$ 13,50 - R$ 6,50): R$ 7,00. Esse é o valor que sobra de cada vaca em lactação para pagar as demais despesas e ter lucro. A conta acima considerou as vacas em lactação. Mas é possível fazer cálculos considerando as vacas em lactação separadas por lotes e, também, os gastos de alimentação com todos os animais do rebanho. A RMCA é um índice importante porque os custos com a alimentação são os que mais variam e têm maior peso no custo total da produção. Baseando-se nisso, é possível afirmar que, se a RMCA subir de um mês para outro, a situação econômica da propriedade melhorou. Vale lembrar que a RMCA será maior quando: For maior a produção de leite para um mesmo custo de alimentação ou sistema de produção. For maior o preço do leite. For maior a percentagem de vacas em lactação. For menor a percentagem de novilhas e de vacas secas. For menor o preço dos alimentos. Em situações em que o preço do leite está baixo, há vacas do rebanho que são lucrativas e vacas que dão prejuízo. Pode ser uma oportunidade para analisar, sem deixar de considerar outros fatores como custos da ordenha e manejo sanitário e reprodutivo, se é o caso de retirar do rebanho alguma vaca que dá prejuízo. É necessário Objetivos a considerar O professor Sebastião Teixeira Gomes, da Universidade Federal de Viçosa (MG), acompanha regularmente o trabalho de produtores leiteiros e, baseando-se em observações e levantamentos reais do que acontece nas propriedades, criou um quadro com indicadores que deveriam ser os objetivos do produtor para garantir sua rentabilidade e sustentabilidade. As recomendações, segundo o professor, consideram um sistema de produção gerando cerca de 1.000 litros/dia, média de 12 litros por vaca em lactação/dia e com o pasto como base de alimentação, saber o período do ano em que ocorrerão gastos maiores - para compra de ração e adubos, por exemplo - e preparar-se para essas despesas. com suplementação volumosa na época seca do ano e concentrado o ano todo, de acordo com a produção da vaca. Ele ressalta que em qualquer sistema de produção os gastos com a mão de obra e concentrados devem ficar em torno de 50% do valor da produção de leite. A proporção varia em função da especialização do rebanho: Em sistema altamente especializado, os gastos com concentrados podem chegar a 40% (e 10% para mão de obra). Quando o rebanho é formado por raças mais rústicas, a proporção da participação do concentrado é menor, aumentando a da mão de obra, mas sem que as duas, juntas, ultrapassem 50%. 4
Controles econômicos Indicadores recomendados Custo operacional efetivo (mão de obra contratada, concentrados, minerais, medicamentos, conservação de forrageiras, energia elétrica, transporte, combustível e sêmen) Deve ser, no máximo, 65% do valor da produção de leite. Custo operacional total (custo operacional efetivo mais depreciação e mão de obra familiar) Deve ser até 75% do valor da produção de leite. Margem bruta por vaca em lactação Deve ser, no mínimo, o equivalente ao valor de 5 litros de leite/dia (margem bruta = renda bruta - custo operacional efetivo). Margem bruta por total de vacas do rebanho Deve ser, no mínimo, o equivalente ao valor de 4 litros de leite/dia. Margem bruta anual Deve ser, no mínimo, 12% do valor do capital total investido (soma dos valores investidos em terra, animais, benfeitorias, máquinas e equipamentos). Custo do sistema de ordenha (depreciação do investimento, manutenção, energia elétrica e mão de obra do ordenhador) Deve ser até 10% do valor da produção de leite. Taxa de retorno anual do capital total investido Deve ser, no mínimo, 6% ao ano. Considera-se a taxa de retorno a renda líquida dividida pelo valor médio do capital investido (renda ou margem líquida = renda bruta - custo total, não incluindo apenas a taxa de juros sobre o capital). Composição do capital investido O valor da terra deve corresponder, no máximo, a 30% do capital total (em média, as fazendas produtoras de leite no Brasil têm empatado em terra em torno de 60% a 70% de todo o capital investido na propriedade). Já o valor das máquinas deve corresponder, no mínimo, a 20% do capital total. Transformar essas referências em objetivos a alcançar com o devido apoio técnico é uma forma de atuar com profissionalismo e garantir a sustentabilidade da propriedade. Dinheiro que entra e que sai O fluxo de caixa é uma ferramenta que controla recebimentos e pagamentos em um determinado período e que permite ao produtor saber rapidamente qual a situação financeira atual e a futura de seu negócio. Vários fatores causam variações no fluxo de caixa durante o ano em propriedades leiteiras: Há épocas em que as despesas se concentram (momento de plantio de lavouras para volumoso, adubação de pastagens e tratos culturais). Pode haver concentração de receita com o leite vendido, se muitos partos ocorrerem próximos uns dos outros. Como os preços de insumos, principalmente concentrados, variam durante o ano é aconselhável planejar as compras, principalmente se os insumos forem utilizados em grande quantidade. O planejamento também permite considerar eventual venda de animais, antecipar compras ou fazer negociação com bancos para utilização de financiamentos com juros adequados. Para que o fluxo de caixa seja uma ferramenta confiável, é necessário garantir o registro sistemático de todos os pagamentos e recebimentos, a atualização constante dos registros e a conciliação desses registros com os extratos bancários. 5
Nestlé em Campo Custos sob controle O controle de custos na atividade leiteira é uma ferramenta indispensável para acompanhar os resultados da propriedade. Sem controlar corretamente os custos, fica difícil ao produtor saber se está tendo lucro ou prejuízo. Considerando-se que os itens que mais pesam nos custos totais na atividade leiteira são alimentação e mão de obra, esses dois itens devem receber atenção redobrada por parte do produtor. Em relação aos custos com a alimentação, as estratégias variam. Nos estados do Centro-Oeste e Sudeste, os gastos com volumosos tendem a aumentar no meio do ano, já que as propriedades necessitam recorrer a forragens conservadas, como silagem de milho ou sorgo, que apresentam custo elevado em relação aos pastos. Já o produtor na região Sul consegue reduzir os gastos com alimentação no meio do ano porque faz uso de forragens de inverno, como aveia e azevém, que apresentam alto valor nutritivo. No Centro-Oeste e Sudeste, o produtor normalmente utiliza no inverno silagem de milho ou sorgo e cana-de-açúcar. De uma forma geral, a cana corrigida é destinada aos animais que produzem até 18 litros de leite/dia. Para animais acima desta produção, é mais viável economicamente oferecer silagem de milho ou de sorgo. Nos dois casos, juntamente com o concentrado. É possível oferecer silagem para animais que produzem menos de 18 litros/dia, mas isso vai depender do custo dessa silagem. Para obter um custo reduzido, a produção de silagem por área deve ser elevada e o seu preparo realizado corretamente de forma a ter menores perdas no processo. Também é possível fornecer cana-de-açúcar corrigida para vacas de maior produção, desde que se tenha uma boa produtividade de cana por hectare e um equilíbrio na utilização de concentrado para complementar a dieta. Volumoso de qualidade e em quantidade permite economizar com o concentrado e, assim, produzir leite mais barato. É preciso saber quais animais devem receber determinado volumoso e separá-los em lotes. Sistema flexível de produção Quando o mercado está desfavorável, com o preço do leite tendo menor poder de troca, é preciso racionalizar as despesas e se preocupar com a margem bruta basicamente as receitas menos as despesas. É o momento de usar estrategicamente o concentrado, ter melhor quantidade e qualidade do volumoso para reduzir gastos com concentrado e buscar alimentação alternativa, com a ajuda do técnico. Em períodos em que o mercado está favorável e o leite tem maior poder de troca, é hora de desafiar o rebanho: oferecer mais concentrado e avaliar a resposta do animal. Se ele responde positivamente, a alimentação deve continuar mais rica. Caso contrário, não adianta oferecer esta maior quantidade de concentrado, já que sua produção não apresenta resposta. Isso significa ajustar as despesas de acordo com o que acontece com o preço do leite por meio do chamado sistema flexível de produção, que caracteriza-se em oferecer uma alimentação diferente ao mesmo animal de acordo com o seu período de lactação e o preço do leite. Pensando nas duas fontes de alimento, forragem e concentrado, é preciso considerar: A pastagem bem manejada é sempre mais econômica. Para o período em que o pasto não estará disponível, o sistema flexível preconiza o 6
Controles econômicos uso de silagem de milho (volumoso mais caro) em conjunto com cana corrigida (volumoso mais barato). Assim, o planejamento do volumoso deveria considerar o que oferecer de acordo com o período de lactação: Animais até 100 dias de lactação - silagem de milho; Animais entre 100 e 200 dias de lactação - 50% silagem de milho + 50% de cana corrigida; Animais acima de 200 dias de lactação - cana corrigida. Está na oferta do concentrado o segredo para aumentar a produção quando o preço do leite sobe. Neste caso, deve-se oferecer um pouco mais de concentrado, já que é esse alimento que consegue aumentar a produção de leite em poucos dias. É fundamental, porém, que o animal tenha genética que permita obter a resposta: mais concentrado, mais leite. O interessante é sempre gastar o mesmo percentual da receita do leite com alimentação. O sistema flexível de produção não pode ser utilizado com animais que apenas engordam quando são melhor alimentados. É um sistema para rebanhos com animais de lactação acima de 4.500 kg/ano. Objetivamente, se vale a pena aumentar a produção porque o preço do leite está bom, o animal tem que devolver em leite o que vai comer a mais. É válido fazer um teste com um pequeno grupo de animais da propriedade para ver a resposta deles na hora que recebem mais concentrado. Mão de obra: capacitação e motivação Qualquer planejamento de atividades só será executado com eficiência se as pessoas envolvidas no processo estiverem conscientes da importância da realização das tarefas, treinadas e preparadas para executá-las e, principalmente, motivadas para isto. Caso contrário, todo o trabalho planejado e proposto não será realizado com sucesso. Além de treinamentos constantes para a mão de obra, recomenda-se que o produtor estabeleça funções e horários para as diversas atividades. Outra estratégia é oferecer bonificações em dinheiro de acordo com os resultados do trabalho realizado. Avaliação Retratar a eficiência no uso da mão de obra é o principal objetivo do índice litro/dia/homem (l/d.h.). Para ser eficiente, no sistema de ordenha manual o índice mínimo deve ser de 200 l/d.h. No caso de sistemas mecânicos, este número sobe para 300 l/d.h. Quando os indicadores estão abaixo desses números, é preciso rever os gastos com mão de obra, reduzindo o número de funcionários ou aumentando o volume produzido com a mesma mão de obra. A adoção de algumas medidas também ajuda a melhorar a produtividade. Entre elas: Bom relacionamento entre funcionário e patrão; Boas condições de trabalho, como instalações práticas e eficientes; Mecanização dos processos de produção (ordenha, colheita de forrageiras, distribuição de alimentos etc.). Todos os itens, no entanto, deverão ser adequados à situação de cada propriedade, respeitando o equilíbrio no sistema de produção. Fontes: Revista Leite DPA. Consultoria e revisão: Christiano Nascif - zootecnista: Coordenador técnico do Programa de Capacitação de Especialistas em Pecuária Leiteira e Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira/UFV; Coordenador técnico do Projeto Educampo/Sebrae; Consultor do Senar. Nestlé em Campo (Serviço Nestlé ao Produtor) snp.faleconosco@br.nestle.com Coordenação: Barbara P. Sollero Bernardes, Serviço Nestlé ao Produtor, tel.: (34) 3268 0879 Jornalista responsável: Luiz Laerte Fontes (MTb-SP 8346) LLfontes@Lfcomunicacoes.com.br Direção de arte e editoração: Arco W Comunicação & Design www.arcow.com.br atendimento@arcow.com.br Tiragem: 5.000 exemplares Fotos capa e páginas 5 e 6: Arquivo Arco W. Foto pág. 8: Arquivo Nestlé. Demais fotos: Arquivo Nestlé/Gerson Sobreira. 7
Nestlé em Campo Caso de Sucesso Fazenda São Vicente Produção cresce 550% em cinco anos Assistência técnica muda história de fazenda de Minas Gerais Era de 90 litros/leite/dia a produção média de Sebastião Silva, proprietário da Fazenda São Vicente, em Ituiutaba (MG). Isso em 2009. No final desse ano, o produtor passou a receber assistência técnica do NATA (Núcleo de Assistência Técnica Autorizada) dentro do projeto Tijuco, criado pela Nestlé/DPA para atender produtores do entorno da fábrica da Nestlé em Ituiutaba. Em novembro de 2014, a produção da fazenda chegou a 600 litros/dia um crescimento de mais de 550% em cinco anos. Tanto Sebastião como seu filho Marcus Vinicius não têm dúvidas: a assistência técnica foi determinante para o sucesso da propriedade. Inicialmente prestada pela zootecnista Barbara Sollero, desde abril de 2010 é o médico veterinário Marcos Paulo de Pinho Flecha quem atende o produtor. Mais lucros com mais gastos No passado, para ter algum lucro, Sebastião trabalhava com os menores gastos possíveis, o que incluía a compra de um mínimo de insumos apenas o suficiente para o gado sobreviver e produzir um pouco. O veterinário Marcos Paulo comenta: "Com a assistência técnica, o produtor mudou a ideia de gasto mínimo para lucro máximo, investindo em pontos estratégicos. Com isso, passou a ter mais dinheiro no bolso, mesmo com mais gastos, já que a escala de produção proporciona maior sobra de dinheiro no final do mês". Consequência disso, o filho do produtor largou o emprego que tinha na cidade e passou a se dedicar de tempo integral à fazenda, dividindo as tarefas com o pai e a mãe, dona Marieta. Por não ter experiência anterior com assistência técnica, no início o produtor tinha uma certa desconfiança. Aos poucos, porém, os resultado começaram a aparecer e hoje as recomendações do técnico, depois de esclarecidas eventuais dúvidas, são integralmente seguidas. Providências necessárias O veterinário Marcos Paulo estabeleceu como principal objetivo aumentar o volume produzido mantendo os custos equilibrados. E comenta algumas ações: Trabalhando com dedicação, Sebastião, Marieta e Marcus Vinicius conseguem excelentes resultados Produção de volumosos em quantidade e qualidade para todo o ano, o que proporcionou o aumento da taxa de lotação (TL) animal; no início, a TL era de 2,8 unidades animal por hectare (UA/ha) e, agora, no final de 2014, é de 4 UA/ha. O aumento ocorreu pela substituição do capim e pela adoção do pastejo rotacionado. Fornecimento de concentrado com critério: ofertando menos concentrado, a vaca não produz o que tem de potencial e, gastando mais de 35% da receita bruta do leite, há risco de a atividade não ser rentável. Compra estratégica dos insumos; no caso de concentrado, isso permite ofertar um alimento mais barato. Deve-se lembrar também a influência de outros aspectos: qualidade do volumoso (quanto melhor o volumoso, menor a quantidade de concentrado) e critérios no fornecimento (separar as vacas em lotes e fornecer o concentrado de acordo com a produção). Planejamento da atividade. Para Marcus Vinicius, entre outros aspectos, o planejamento permite identificar os momentos em que os insumos serão necessários, o que facilita a negociação com fornecedores: "Fechamos os preços com antecedência e estabelecemos as entregas de ração e adubo nos momentos que serão necessários. Hoje temos um pasto de altíssima qualidade. Com isso, nosso gado entra depois e sai antes do cocho, o que reduz gastos com o volumoso na seca". Pelos resultados alcançados, Marcus Vinicius recomenda, com convicção, a assistência técnica a outros produtores. Garante: "Pode ir que vai dar certo!". 8