Brasil e a luta do negro

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Transcrição:

Brasil e a luta do negro

Resumo O presente trabalho explora a situação social dos negros no território brasileiro. Constata-se que, desde a infância, as crianças recebem ensinamentos de que quem é negro é ruim. Informa que até o século XX não eram aceitas as manifestações, rituais e costumes pertencentes à cultura negra. O preconceito chega a prejudicar os descendentes africanos até mesmo em seus empregos, com ofertas de salários menores. Contudo, a luta para o reconhecimento da cultura e do respeito aos negros não para.grupos que reivindicam o reconhecimento e a educação são maneiras de conter o preconceito racial no Brasil. PALAVRAS-CHAVE: preconceito; racismo; reinvidicações.

Abstract The present work explores the black social situation in Brazilian territory. It is noted that, from childhood, the children are taught that "Who is black and bad." It informs that until the twentieth century the manifestations, rituals and customs pertaining to black culture were not accepted. Prejudice comes a operating system damage in African descendants even in their jobs, with wages lower than the wages of the white people. However, The fight for culture recognition and human respect do not stop. Citzens demonstrations and movements claim for recognition and education which are ways to put an end on the racism and prejudice in Brazil. KEYWORDS: prejudice; racism; claims.

Brasil e a luta do negro Brasil, um país que tem tanta cultura, diversidade, compaixão, preconceito...opa preconceito? O Brasil tem a maior população afrodescendente fora da África. Hoje, a cultura brasileira é uma mistura de costumes portugueses,indígenas e africanos que se manifestam através de músicas, bebidas, comidas, modos, roupas, sotaques, entre outros. A nossa história de país, desde o começo, traz uma cultura preconceituosa sobre os costumes africanos. Um exemplo disso, nos leva a citar o fato de que Dom João reinava na Bahia que foi nossa primeira capital e acabou se mudando para o Rio de Janeiro, transferindo a capital do Brasil para lá, pois na Bahia havia muitos negros. Desse ponto vem sendo construída uma sociedade que impõem que o preto é ruim e mal. O Brasil usa palavras como a lista Negra, dia Negro, magia negra, cambio negro, mercado negro, buraco negro, ovelha negra, fome negra, humor negro, nuvem negra, passado negro, futuro negro(...) Tudo que é indicado como negro é relacionado à coisa negativa (...)

Se verificarmos o dicionário da língua portuguesa, está escrito que negro quer dizer infeliz, maldito afirma um africano de Gana que mora no Brasil há 30 anos e que relata algumas pequenas coisas que não compreende no Brasil. Nota- se que nestes costumes há um racismo velado, pouco estudado e discutido por nós, acaba que em nosso dia a dia falamos essas frases por costumes desde nossas infâncias e, sendo assim, acabamos não percebendo nosso preconceito. Até o século XX, não eram aceitas manifestações, rituais, costumes africanos, porém essa cultura foi se desenvolvendo e começaram a indicar abertura e ampliação dos direitos dos negros. Infelizmente a discriminação por ser negro não foi extinta do planeta e nem do Brasil, como já dito, o Brasil tem a maior população afrodescendente fora da África, sendo que pelos dados do IBGE 54% da população brasileira é negra. Sendo assim 45,5% são brancos, mas como assim os negros são a maioria de nossa população e sofrem por serem negros? Vamos por etapas, assim explicaremos

o que é discriminação racial, discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada; diz a constituição brasileira. Porém o próprio governo atua de forma racista com pessoas que são negras, a universidade federal de São Carlos, apresentou dados dizendo que 61% das vítimas fatais dos policiais paulistanos são negros. Apresentou também que por cálculos, a letalidade é três vezes maior contra os negros do que os brancos, já que a maioria dos policiais envolvidos são brancos, já dessa forma nós vemos o etnocentrismo branco. Além disso, 59,2% do rendimento dos brancos é o que ganham como salário os trabalhadores negros do Brasil, segundo o IBGE. Ou seja, apenas pelo fato de você ser negro

você ganha menos, porque a sociedade acredita que o branco irá ser melhor, por estereótipos criados contra o negro. Por falar em estereótipos, vejamos na tv: na maioria das vezes que vemos um negro na televisão ele sempre está como empregado, suburbano, mora em uma comunidade, é pobre, digno, ou ladrão. Ladrão que deveria estar na cadeia. Mas ele é tão mal que consegue se safar dos bons policiais brancos que levam uma vida honesta. Este é estereótipo que a maioria das crianças aprendem enquanto crescem. Contudo, encontram-se na sociedade brasileira movimentos e grupos sociais que buscam os direitos igualitários entre o branco e o negro. Um exemplo desse fato é a IPEA IGUALDADE RACIAL, que apresenta dados sobre o negro na sociedade de hoje e luta pelo combate da desigualdade racial. Chegamos à conclusão que precisamos reconhecer a discriminação por ser negro no Brasil e o etnocentrismo que demonstra que os brancos são mais importantes melhores socialmente, culturalmente, politicamente que os negros.

Começar a reconhecer esses princípios é importante para lutar por igualdade sociais e econômicas entre todos nós. A educação é o uma das principais formas de mostrar a igualdade entre o ser humano. Com a educação podemos alcançar uma sociedade onde não haja discriminação por apenas uma pigmentação de pele, uma sociedade a qual saiba que ninguém é melhor que ninguém e que unidos todos nós somos mais fortes e melhores.

REFERÊNCIAS: Ciência hoje. Disponível em: <. Acesso em: 26 set 2016 Quebrando o tabu. Disponível em: <www.facebook.com/quebrandootabu>. Acesso em: 26 set. 2016. Mente aberta. Disponível em: <www.menteaberta.com>. Acesso em: 26 set. 2016. Medium. Disponível em: <www.medium.com>. Acesso em : 26 set. 2016. Cotemig. Disponível em: <www.cotemig.com.br>. Acesso em : 26 set. 2016. UOL TAB. Disponível em: <www.tab.uol.com.br>. Acesso em: 26 set. 2016. IBGE. Disponível em: <www.ibge.gov.br>.acesso em: 26 set. 2016 Ciência hoje. Disponível em: <www.cienciahoje.org.br> Acesso em: 26 set 2016