Processos de relação entre os indivíduos e os grupos AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
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- Ágatha Pinheiro Padilha
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1 Processos de relação entre os indivíduos e os grupos AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
2 Processos de relação entre os indivíduos e os grupos Podemos pensar as interações com os outros em termos positivos (atração) ou negativos (agressão). Na base destas relações, positivas ou negativas, encontram-se três fenómenos muito estudados na psicologia social: Estereótipo Preconceito Discriminação
3 Acima: Campanha realizada pela agência Publicis Conseil (França), em 2009 Para a ONG LICRA (Ligue Internationale Contre le Racisme et l Antisémitisme) contra o racismo, onde se pode ler-: «a tua cor de pele não deveria ditar o teu futuro».
4 Estereótipos O que é um estereótipo? Os estereótipos são crenças ou representações rígidas e simplificadoras sobre as pessoas, grupos e instituições que resultam de uma generalização excessiva. É uma categoria favorável ou desfavorável que é partilhada por um grupo social ou cultural e que se refere a caraterísticas pessoais, especialmente a traços de personalidade ou a comportamentos. É um esquema cognitivo simplificador que apressa as perceções e julgamentos sobre o outro. Exemplo: Estereótipos de género comos «os homens são infiéis» e «as mulheres são conflituosas».
5 Estereótipos Ver os ingleses como pessoas pontuais, os nórdicos como frios e os latinos como exuberantes é encará-los sob uma perspetiva estereotipada, isto é, estamos a atribuir-lhes caraterísticas que a sociedade solidificou para se lhes referir. Assim, sempre que nos lembramos dos carateres raciais, étnicos, nacionais ou sexuais que vulgarmente as pessoas atribuem a povos e a grupos, estamos em presença de estereótipos. Atuando de forma estereotipada, agimos de harmonia com o que a sociedade espera de nós, pois os estereótipos funcionam como padrões de conduta dentro do esquema habitual da nossa vida social.
6 Preconceitos O que é um preconceito? É uma atitude negativa em relação a membros de um grupo, resultante de um juízo desfavorável que foi prévia e infundadamente constituído. É uma atitude que compreende uma componente afetiva (que pode ir da leve ansiedade ao ódio), uma componente cognitiva (que envolve crenças sobre os indivíduos ou grupos, incluindo estereótipos) e uma componente comportamental (por exemplo, a predisposição para reações negativas em relação a indivíduos ou grupos, como a discriminação e a violência). Exemplo: racismo.
7 Preconceitos Assim, as ideias e os sentimentos que se têm em relação aos homossexuais, polícias, arrumadores de carros e prostitutas geram, muitas vezes, comportamentos injustificáveis de evitação ou violência relativamente a elementos desses grupos. É que as pessoas com preconceitos raciais, étnicos, sexistas ou outros comportam-se não de acordo com as caraterísticas reais dos indivíduos com que se deparam, mas de acordo com o que sentem em relação ao grupo e com as caraterísticas que acreditam que o grupo possui.
8 Preconceitos Como adquirimos os preconceitos? Kenneth Clark ( ) Mamie Clark ( ) Psicólogos norte-americanos conhecidos pelo seu trabalho na década de 1940 em defesa dos direitos civis e na sinalização do impacto da segregação nas escolas públicas. Desenvolveram uma situação experimental conhecida como teste da boneca.
9 Preconceitos Como adquirimos os preconceitos? Como aprendem as crianças a ser racistas? A esta interrogação Kenneth e Mamie Clark reponderam: interiorizando e repetindo as condutas racistas daqueles que as cercam. Com uma situação experimental conhecida como teste da boneca, os Clark mostraram as consequências da segregação e internalização do racismo.
10 O teste da boneca O teste, realizado nos anos 60 do séc. XX, consistia em apresentar a crianças negras uma boneca branca e uma negra e perguntar qual era a mais bonita, a mais gentil, a mais feia e a mais má. Elas escolhiam sempre a branca como sendo boa e bonita e a negra como má e feia e justificavam dizendo que as achavam bonitas e gentis por serem brancas ou feias e más por serem negras. O teste foi refeito em 2008 e os resultados foram os mesmos. É surpreendente ver que, quando o entrevistador, após ter ouvido a criança dizer que a boneca negra é feia e má, pergunta à criança qual boneca que se parece mais com ela. A criança sente o choque ao perceber que também é negra e então dá-se conta que deve ser feia e má apenas por ser negra. Por isso, sente um conflito por achar que não é assim.
11 Preconceitos (Consequências) Os preconceitos, cuja formação se atribui a um ouvir dizer, a uma observação circunstancial, a uma aceitação acrítica de opiniões anónimas, encobrem, quantas vezes, interesses inconfessados. Eles fazem-se normalmente acompanhar de hostilidade e discriminação. As pessoas separam-se, enquanto grupo nós, do grupo eles, excluindo os segundos da ocupação de lugares em empresas, da possibilidade de morar nos seus bairros, de frequentar os mesmos estabelecimentos escolares, de participar em cargos políticos ou de aceder a quaisquer privilégios sociais.
12 A discriminação O que é a discriminação? É o tratamento diferencial concedido a uma dada pessoa ou grupo. Trata-se frequentemente da manifestação comportamental do preconceito. Envolve um tratamento desfavorável, hostil e ofensivo. Exemplo: Discriminação racial.
13 A discriminação Segundo Gordon Allport ( ), psicólogo americano, a discriminação é todo o comportamento que nega aos indivíduos e aos grupos a igualdade de tratamento que eles mereceriam. Em meados da década de 1950 criou uma escala, hoje conhecida como escala de Allport (ou escala de preconceito e discriminação de Allport). 1 Antilocução 2 Esquiva 3 Discriminação 4 Ataque físico 5 Extermínio
14 A escala de Alport Antilocução desenvolve-se um discurso ou um conjunto de piadas, aparentemente inofensivos. A antilocução por si mesma pode não causar danos, mas estabelece o cenário para erupções mais sérias do preconceito. Esquiva Promove-se o isolamento ou a exclusão do grupo que foi alvo do preconceito, evitando-o ou afastando-se dele. Discriminação Materializa-se a discriminação. O grupo ou indivíduo alvo do preconceito é prejudicado, pois não lhe é concedida uma igualdade de oportunidades.
15 A escala de Alport Ataque físico São levados a cabo ataques contra pessoas e ou grupos, motivados por razões preconceituosas de ódio inerente a etnia, raça, orientação sexual, ideologia, religião Aqueles são vítimas de ataques à sua integridade física, vandalismo e destruição de bens. Extermínio é a manifestação mais radical do preconceito. Materializa-se no etnocídio e ou genocídio.
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