Fotografia de vários cristais de fluorita CaF 2 3-0

Documentos relacionados
estrutura atômica cristalino

ESTRUTURA DOS SÓLIDOS CRISTALINOS CAP. 03

ESTRUTURA DOS SÓLIDOS CRISTALINOS. Mestranda: Marindia Decol

PMT Fundamentos de Ciência e Engenharia dos Materiais 2º semestre de 2014

ARRANJOS ATÔMICOS. Química Aplicada. Profº Vitor de Almeida Silva

Introdução a Engenharia e Ciência dos Materiais

ESTRUTURA DOS SÓLIDOS

Introdução aos Materiais A Estrutura em Sólidos Cristalinos Metais DEMEC TM229 Prof. Adriano Scheid

Ciência dos Materiais Lista de Exercícios II - Estrutura dos Sólidos Cristalinos

ESTRUTURA DOS SÓLIDOS CRISTALINOS CAP. 03 Parte II

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC BC-1105: MATERIAIS E SUAS PROPRIEDADES

Aula 6: Estrutura Cristalina dos Metais

Estrutura de Sólidos Cristalinos. Profa. Dra Daniela Becker

ORDEM. Periocidade. SÓLIDO CRISTALINO OU CRISTAL agregado ordenado e periódico de átomos, moléculas ou iões, formando uma estrutura cristalina regular

ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais. Unidade 4 ESTRUTURA DOS SÓLIDOS CRISTALINOS

A4 Estrutura cristalina perfeição

Estrutura Cristalina dos Sólidos (Arranjos Atômicos)

Ciência dos materiais Aula 3. Profª Mª Patrícia Cristina Costa Ladeira

TP064 - CIÊNCIA DOS MATERIAIS PARA EP. FABIANO OSCAR DROZDA

Estruturas cristalinas - Reticulado cristalino

Física dos Materiais FMT0502 ( )

UNIDADE 4 Estrutura dos Sólidos Cristalinos

30 Exercícios Resolvidos CAPÍTULO 3 ESTRUTURA CRISTALINA

SOLIDOS CRISTALINOS. Conceitos Gerais

ESTRUTURA CRISTALINA 1

ESTRUTURA CRISTALINA E IMPERFEIÇÕES NOS SÓLIDOS ESTRUTURA CRISTALINA E IMPERFEIÇÕES NOS SÓLIDOS

Ligações químicas e estrutura dos materiais

Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos. Princípio de Ciências dos Materiais Prof.: Luciano H. de Almeida

Estruturas dos Materiais

ESTRUTURA CRISTALINA E IMPERFEIÇÕES NOS SÓLIDOS ESTRUTURA CRISTALINA E IMPERFEIÇÕES NOS SÓLIDOS

Professora: Daniela Becker Mestranda: Jéssica de Aguiar

Os materiais no estado sólido ocupam geralmente menos volume que no estado líquido (fundido).

LISTA DE EXERCÍCIOS 6 1 (UNIDADE III INTRODUÇÃO À CIÊNCIA DOS MATERIAIS)

Ciências dos materiais- 232

SISTEMA HEXAGONAL SIMPLES

MATERIAIS CERÂMICOS E POLIMÉRICOS

Célula Unitária e 14 Retículos de Bravais

Física do Estado Sólido

Física da Matéria Condensada

Aula 3 Estrutura electrónica e cristalográfica

Estrutura Cristalina

Física dos Materiais FMT0502 ( )

1. ESTRUTURAS CRISTALINAS

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA - DQMC. Estrutura Interna. Prof Karine P.

Ciência dos Materiais Estrutura Cristalina Difração de raios X. Professora: Maria Ismenia Sodero

Ciência de Materiais. LEGI. Ano lectivo ESTRUTURA CRISTALINA

O espectro eletromagnético

Sugestões de estudo para a P1

Disciplina: Ciência dos Materiais. Prof. Alex Bernardi

CIÊNCIA DOS MATERIAIS

Volume e forma - não são tão fixos como na teoria. Os sólidos sofrem dilatação com o aumento da temperatura, embora outros se contraem.

ES 542 Tratamentos Térmicos. Professor: Felipe Bertelli Site :

Lista de Exercícios

Descoberta dos Raios-X

FÍSICA DA MATÉRIA CONDENSADA 2009/10 Folha 1 I Redes e Estruturas Cristalinas

TM229 - Introdução aos Materiais


Ligação metálica corrente elétrica

Universidade Estadual de Ponta Grossa Departamento de Engenharia de Materiais Disciplina: Ciência dos Materiais 1. Estruturas dos sólidos cristalinos

CRISTALOGRAFIA A FOTOGRAFIA DAS MOLÉCULAS

Rede de Bravais. Cap 1 KITTEL Cap 4 ASHCROFT- MERMIN (todo) Cap 7 ASHCROFT- MERMIN (parte) Cap 4 IVAN

SMM-0194 ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS II I

INDICE GERAL. xv xvii. Nota dos tradutores Prefácio

Sólidos: Estudo de Estruturas Cristalinas

A Dualidade Onda-Partícula

Eixos Cristalográficos e Sistemas Cristalinos

Polímeros com Ligações cruzadas

SMM-0194 ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS II I

TRATAMENTO TÉRMICO PARTE 2

1. Introdução 2. Visão Histórica e Desenvolvimento. Agenda Apresentação. Agenda Apresentação. 1. Introdução. 2. Visão Histórica e Desenvolvimento

Sólidos iônicos. Química Geral. Prof. Edson Nossol

Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais 2º semestre de Informações e instruções para a resolução da prova

CMS-301 Física do Estado sólido

Capítulo 1 - Cristais

PROPRIEDADES DOS SÓLIDOS ESTRUTURA E TIPO DE LIGAÇÕES

Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais 2º semestre de Informações e instruções para a resolução da prova

INTRODUÇÃO À FÍSICA DO ESTADO SÓLIDO

Capítulo 5 Estrutura dos materiais

CAPÍTULO IV ESTRUTURAS ATÔMICAS

Tecnicas analiticas para Joias

Aula 02 (Revisão): Ligação Química e Estruturas Cristalinas

Capítulo 5 Estrutura dos materiais

Arranjos Atômicos 26/3/2006 CM I 1

Capítulo 6 Estrutura dos materiais

ESTRUTURAS CRISTALINAS - TEORIA

CAPÍTULO 3 ESTRUTURA CRISTALINA

Importante. Desligar os celulares ou colocar no modo silencioso

Líquido Sólido Amorfo Sólido Cristalino

Propriedades dos sólidos metálicos. C. E. Housecroft, cap. 6

P1 de CTM VOCÊ DEVE ESCOLHER APENAS 5 QUESTÕES PARA RESOLVER. VOCÊ DEVE RISCAR NA TABELA ABAIXO A QUESTÃO QUE NÃO SERÁ CORRIGIDA

Estruturas baseadas na HC Wurtzita ZnS

UNIDADE 4 - ESTRUTURA CRISTALINA

Sólidos Cristalinos e Difusão

Física dos Materiais

Física dos Materiais FMT0502 ( )

ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS SÓLIDOS

Estrutur Es a trutur e Propriedades Pr dos materiais cerâmicos

Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais 1º semestre de Informações e instruções para a resolução da prova

Transcrição:

Arranjos Atômicos Fotografia de vários cristais de fluorita CaF 2 3-0

Conceito de Cristalinidade Cristalinidade corresponde a forma de organização da estrutura em um modelo ordenado e repetitivo de longo alcance, também denominado de arranjo de longo alcance. Ex.: metais e ligas Quando o arranjo não tem longo alcance a estrutura se torna amorfa, ou seja, não tem forma definida. Ex.: maior parte dos polímeros e alguns cerâmicos 3-1

Fig. 3-1 Níveis de arranjos atômicos dos materiais: (a) Gases inertes monoatômicos não possuem um arranjo regular dos átomos. (b,c) Alguns materiais incluindo vapor d água, nitrogênio gasoso, silício amorfo e vidros a base de sílica possuem arranjo de curto alcance. (d) Metais, ligas metálicas, muitos cerâmicos e alguns polímeros possuem um arranjo ordenado de átomos/íons que se estende através de todo o material. 3-2

Fig. 3-2 (a) Tetraedro básico Si-O em vidros (b) Arranjo Tetraédrico das ligações C-H no polietileno. 3-3

A: Gases monoatômicos Sem Ordenação Ex: gás argônio D: Materiais Cristalinos Arranjo ordenado de curto e longo alcance B: Materiais Amorfos Sem Ordenação de longo alcance Apenas ordenação de curto alcance a Ex: silício amorfo, vidros, plásticos Monocristais Ex: Si, GaAs Policristalinos Ex: metais, ligas e maioria dos cerâmicos C: Cristais Líquidos Ordenação de curto alcance e de longo Alcance em pequenos volumes. Ex: polímeros LCD Fig.3-4 Classificação dos materiais com base no tipo de arranjo atômico. 3-4

Cúbico simples Cúbico de faces centradas Cúbico de corpo centrado Tetragonal simples Tetragonal de corpo centrado Hexagonal Ortorrômbico Simples Ortorrômbico de corpo centrado Ortorrômbico de base centrada Ortorrômbico de face centrada Romboédrico Monoclínico Monoclínico de Tilí Triclínicoi simples base centrada Fig. 3-5 As 14 redes de Bravais, agrupadas em 7 sistemas cristralino. 3-5

Cúbico Ortorrômbico Hexagonal Fig.3-6 Definição dos parâmetros de rede e seu uso nos sistemas cristalinos cúbico, ortorrômbico, e hexagonal. 3-6

Características dos sete sistemas cristalinos Estrutura Eixos Ângulos entre eixos Volume da Célula Unitária Cúbica a=b=c Todos iguais a 90 a 3 Tetragonal a=b c Todos iguais a 90 a 2 c Ortorrômbico a b c Todos iguais a 90 abc Hexagonal a=b c dois iguais a 90 e um igual a 120 0,866a 2 c Romboédrico a=b=c Todos os ângulos iguais e nenhum 3 2 3 a 1 3cos α + 2 cos α igual a 90 Monoclínico a b c Dois ângulos iguais a 90. Um abc.senβ ângulo (β) diferente de 90 Triclínico a b c Todos os ângulos são diferentes e 2 2 2 abc 1 cos α cos β cos γ + 2 cosα.cos β. cosγ nenhum igual a 90 3-7

Caracterização das células unitárias número de átomos na célula parâmetro de rede (a) número de coordenação ou coordenação atômica fator de empacotamento atômico (FEA) FEA = volume de átomos dentro da célula volume da célula 3-8

Célula cúbica simples (CS) número de átomos na célula = 1 1 átomo em cada canto (1/8 do volume dentro da célula) parâmetro de rede (a) a=2r fator de empacotamento atômico (FEA) FEA = 4 πr 3 3 a 3 = 4 πr 3 2r ( ) 3 3 = 0,52 Significa que do volume total da célula apenas 52% são ocupados. Número de coordenação = 6 a Representação do modelo de esferas rígidas na célula CS. a a Representação esentação reduzida da célula la CS 3-9

Célula cúbica de corpo centrado (CCC) número de átomos na célula = 2 1 átomo em cada canto e 1 no centro da célula (8X1/8 +1) Determinação do parâmetro de rede a: Diagonal principal ( D ) = 4r = a 3 a = 4 r 3 Fator de empacotamento atômico (FEA) 4 3 4 3 2 πr 2 πr FEA = 3 = 3 = 0,68 3 3 a 4 r 3 Significa que do volume total da célula apenas 68% são ocupados. Número de coordenação = 8 3-10

Célula cúbica de faces centradas (CFC) número de átomos na célula = 4 1 átomo em cada canto e ½ em cada uma das 6 faces (8X1/8 + 6X1/2) Determinação do parâmetro de rede a: Diagonal principal ( D ) = 4r = a 2 a = 4r 2 Fator de empacotamento atômico (FEA) 4 3 4 4 πr 4 πr FEA = 3 = 3 3 a 4r 2 3 = Significa ifi que do volume total t 3 0,74 da célula apenas 74% são ocupados. Número de coordenação = 12 3-11

Célula hexagonal simples (HS) número de átomos na célula = 3 1 átomo em cada canto contribui com 1/6 1 átomo em cada base contribui com 1/2 12 X 1/6 + 2 x 1/2 = 3 átomos Fator de empacotamento t atômico (FEA) = 0,52 Número de coordenação = 8 c a a 3-12

Célula hexagonal compacta (HCP) Neste sistema cada átomo está localizado no interstício formado por três outros átomos de modo que cada átomo fica em contato com 6 outros átomos em seu próprio p plano, 3 no plano superior e 3 no plano inferior. número de átomos na célula = 6 1 átomo em cada canto contribui com 1/6 1 átomo em cada base contribui com 1/2 3 átomos entre as bases 12 X 1/6 + 2 X 1/2 + 3 = 6 átomos Fator de empacotamento atômico (FEA) = 0,74 Número de coordenação = 12 c a a 3-13

Sequência de Empilhamento Os sistemas CFC e HC diferem pela sequência de empilhamento a qual corresponde a ordem de formação das camadas atômicas. 3-14

3-15

No CFC, o átomo da face é compartilhado por duas células unitárias Cada átomo do canto é compartilhado por 8 células unitárias Cúbico simples Cúbico de corpo centrado Cúbico de face centrada Fig. 3-7 (a) Ilustração mostrando o compartilhamento de átomos da face e do canto. (b) Modelos de arranjos: CS, CCC e CFC. 3-16

Alotropia ou Polimorfismo Uma mesma espécie química pode apresentar diferentes estruturas cristalinas. Ex.: Carbono Grafite e Carbono Diamante 3-17

CS CCC CFC Fig.3-8 Relações entre o raio atômico e o parâmetro de rede no sistema cúbico. 3-18

Fig.3-9 Ilustração de coordenação atômica (a) (b) CS cada átomo está ligado a seis outros átomos CCC - cada átomo está ligado a oito outros átomos. 3-19

Volume 2 0 0 0 cos30 = a c Fig.3-10 Estrutura hexagonal compacta (HCP) a esquerda e sua célula unitária. 3-20

3-21

Fig. 3-11 Coordenadas de pontos selecionados na célula unitária. O número se refere a distância a partir da origem em termos de parâmetros de rede. 3-22

Fig. 3-12 Direções cristalográficas e suas coordenadas. 3-23

Fig. 3-13 Equivalência de uma família de direções cristalográficas nos sistemas cúbicos. 3-24

Tab. 3-3 3 Direções da família <110> no sistema cúbico 3-25

Distância de repetição = 1 2 2 a 0 Fig.3-14 Determinando a distância de repetição, densidade linear e fração de empacotamento para a direção [110] no cobre CFC. 3-26

Fig. 3-15 Planos cristalográficos e interseções. 3-27

Tab. 3-4 Planos da família {110} no sistema cúbico Nota: O negativo dos planos não são planos únicos 3-28

Fig.3-16 A densidade planar dos planos (010) e (020) em uma célula CS. 3-29

Fig.3-17 Construção de uma: (a) direção e; (b) um plano dentro de uma célula unitária. 3-30

Fig.3-18. a = a = a =, c 1 Índices do plano A: 1 2. a 1 1 2 3 = 1 1 = a 3. (0001) 2 1 = a 3 1 = 0, = 1 c Índices do plano B: 1 1. a1 = 1, a2 = 1 a3 =, c = 1 2 1 1 1 1 2. = 1, = 1, = 2, = 1 a a a c 1 3. (1121) 2 3 3-31

3-32

3-33

3-34

3-35

3-36

3-37

3-38

3-39

3-40

3-41

3-42

3-43