CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS PROJETO PEDAGÓGICO



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Transcrição:

CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS PROJETO PEDAGÓGICO NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE: Prof. Dr. Wilson de Jesus Beserra de Almeida Prof. Dr. Rodrigo Pires de Campos Prof. Dr. Egídio Lessinger Prof. Dr. Ironildes Bueno da Silva Profa. MSc. Fernanda de Moura Fernandes Prof. MSc. Fábio Amaro da Silveira Duval ABRIL DE 2011

SUMÁRIO 1. HISTÓRICO... 4 1.1 INSTITUCIONAL... 4 1.2 DO CURSO... 8 1.3 PROJEÇÃO DA MISSÃO INSTITUCIONAL NO CURSO... 10 2. PROGRAMA DE MELHORIA DA EDUCAÇÃO BÁSICA... 11 3. CONTEXTUALIZAÇÃO... 15 3.1 CENÁRIO PROFISSIONAL... 15 3.2 MERCADO DE TRABALHO... 16 3.3 DIFERENCIAIS DO CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA UCB... 16 3.4FORMAS DE ACESSO... 20 4. ORIENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM... 21 4.1 CONCEPÇÃO DE APRENDIZAGEM... 21 4.2 PRINCÍPIOS DA ÁREA DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS... 22 4.3 INDISSOCIABILIDADE ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO... 23 4.4 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM... 26 4.5 PAPEL DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA... 28 5. ATORES E FUNÇÕES... 30 5.1CORPO DISCENTE (ENTRADA, FORMAÇÃO E SAÍDA)... 30 5.2 CORPO DOCENTE E FORMAÇÃO CONTINUADA... 33 5.3 NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE E COLEGIADOS... 36 5.3.1Núcleo Docente Estruturante NDE... 36 5.3.2 Colegiados do Curso... 36 5.3.3 Colegiado de Mediação e Conflito... 37 5.4 PERFIL TÉCNICO-ADMINISTRATIVO E FORMAÇÃO CONTINUADA... 37 5.5 PERFIL E CAPACITAÇÃO DE GESTORES... 37 5.6 PROCESSO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL... 38 6. RECURSOS... 39 6.1 INSTITUCIONAIS... 39 6.2 ESPECÍFICOS... 43 7. MATRIZ CURRICULAR... 46 7.1 FLUXO DAS DISCIPLINAS E ESTRUTURAÇÃO DA MATRIZ... 46 7.2 EMENTAS E BIBLIOGRAFIAS... 55 2

7.3 ESTRUTURAÇÃO DAS PRÁTICAS... 81 7.4 ATIVIDADES COMPLEMENTARES... 83 7.5 DINÂMICA DE TCC... 84 7.6 DINÂMICA DE ESTÀGIO...89 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 87 3

1. HISTÓRICO 1.1 INSTITUCIONAL A história traz, em si, a presença da memória individual e coletiva dos sujeitos e fatos que a constituem. O registro e a sistematização factual induzem a análises que necessitam do contexto particular e geral onde os fenômenos se manifestam. Esse é o princípio que norteia a história da UCB quanto às suas opções metodológicas e pedagógicas. A decisão política de Juscelino Kubitschek em construir Brasília nos anos de 1955/56 promoveu a expansão econômica e a interiorização regional do país na direção do Centro-Oeste, Norte e Nordeste brasileiros. As conjunturas históricas do Brasil nas décadas de 1960/70 possibilitaram um franco desenvolvimento urbano de Brasília e do entorno, o que foi determinante para criação da Universidade Católica na nova capital. Essa criação deve-se a um grupo de diretores de colégios religiosos da jovem cidade. Os idealizadores da futura Universidade Católica de Brasília tomaram iniciativas no sentido de unir propósitos de dez entidades educativas católicas que se desdobraram em atividades e fundaram, em primeiro lugar, a Mantenedora e, a curto prazo, uma instituição que seria a primeira unidade de ensino. A fundação da União Brasiliense de Educação e Cultura UBEC se deu no dia 12 de agosto de 1972, como uma sociedade civil de direito privado e objetivos educacionais, assistenciais, filantrópicos e sem fins lucrativos. Instituída a UBEC, iniciou-se o processo de criar a primeira unidade, a Faculdade Católica de Ciências Humanas FCCH. Os jornais realçavam a importância de Taguatinga em relação ao desenvolvimento e crescimento populacional e à dificuldade que os jovens possuíam para fazerem seus cursos superiores em razão da distância do Plano Piloto, onde se encontravam a Universidade de Brasília -UnB e outras Faculdades Particulares: a AEUDF, o CEUB e a UPIS. Sediada no Plano Piloto de Brasília, a nova Faculdade teve inicio em 12 de março de 1974, com os cursos de Economia, de Administração de Empresas 1 e com o curso de Pedagogia ministrado na Cidade Satélite de Taguatinga, por razões de espaço físico 2. Os cursos criados deveriam, então, ser ministrados de maneira a atrair os interesses da população, com aulas no horário noturno, modelo de ensino especificamente desenvolvido para os discentes que, em sua maioria, trabalhavam durante o dia e dispunham apenas da noite para atividades acadêmicas. A Metodologia de Ensino da Faculdade foi definida a partir do Curso de Introdução aos Estudos Universitários - IEU, onde os estudantes recebiam as informações sobre o ensino superior e o funcionamento da Instituição. 1 Diário Oficial, Ano CXII, nº 100, Capital Federal, 28/05/1974. 2 Decreto nº 73.813, assinado pelo Presidente da República, Emílio Garrastazu Médici. O decreto nº 73.813 foi reafirmado com o de nº 74.108 de 27 de maio de 1974 e assinado pelo novo Presidente da República Ernesto Geisel cujo artigo 1º definia a autorização do funcionamento da Faculdade Católica de Ciências Humanas, mantida pela União Brasiliense de Educação e Cultura UBEC. 4

Havia uma exigência de que a organização de conteúdos e as aulas fossem feitas por trabalho em equipes de educadores, para cada disciplina, no início de cada semestre. Material instrucional era distribuído aos estudantes, o que acabou resultando no Banco do Livro e no IEU para os matriculados no básico. Todas as equipes de educadores atuavam de acordo com as propostas metodológicas definidas para a FCCH, reforçados por um trabalho de formação dirigido aos educadores, instituindo-se o Curso de Formação de Educador Universitário. Em 8 de agosto de 1980 foi realizada uma alteração nos Estatutos e Regimentos da UBEC e FCCH, em razão de novas realidades conjunturais, permitindo que a instituição se organizasse em uma estrutura de ensino mais coerente e adequada à sua própria expansão. Ocorreu, então, a instalação das Faculdades Integradas da Católica de Brasília FICB 3, reunindo a Faculdade Católica de Ciências Humanas, a Faculdade Católica de Tecnologia e a Faculdade (Centro) de Educação 4. Os cursos de licenciatura que foram autorizados pelo CFE eram frutos de uma longa etapa de escutar a sociedade brasiliense, considerando o interesse despertado no mercado, a atenção constante da Direção, que avaliava as necessidades da comunidade de Brasília e do seu entorno e, principalmente, de Taguatinga, reforçando, assim, a opção pelas licenciaturas. A Católica priorizou as iniciativas de cursos na área de educação, capacitação docente da Fundação Educacional do DF e graduação na área de ciência e tecnologia, levando-se em conta o conhecimento, experiências históricas e proposições das FICB nessa área. A criação da Faculdade Católica de Tecnologia, que reunia os cursos de Ciências (Matemática, Física, Química e Biologia) e o Curso Superior de Tecnologia em Processamento de Dados, evidenciava a expansão do processo de informatização em todos os setores empresariais, inclusive a própria implantação do sistema de controle acadêmico por computação, na Católica. A Faculdade Católica de Ciências Humanas continuava oferecendo os cursos de Administração de Empresas e de Economia, compatibilizando a grade curricular com proposta do MEC/SESU e do Conselho Federal de Técnicos de Administração CFTA. Os cursos deveriam estar alinhados em conhecimentos e habilidades em relação à oferta de empregos nas áreas de atuação do administrador e atitudes profissionais sustentadas pela ética. A disposição pedagógica das FICB organizou-se em Departamentos Acadêmicos, racionalizando os trabalhos dos professores e criando oportunidades de integração professor/estudante. Programas foram desenvolvidos para melhorar o convívio entre as pessoas e foram elaboradas propostas de trabalhos que reunissem conjuntos de estudantes de diferentes cursos, diferentes ocupações profissionais e diferentes professores. O objetivo era melhorar as condições para que a Instituição se desenvolvesse de maneira global, em lugar de enfatizar o desenvolvimento parcial e unitário. 3 De acordo com o Parecer nº 273/81 do antigo Conselho Federal de Educação CFE. 4 Regimento das Faculdades Integradas da Católica de Brasília, 1981-1984. 5

Em 12 de março de 1985, o Campus I da Católica de Brasília foi inaugurado, em Taguatinga, com o primeiro prédio, hoje denominado de Prédio São João Batista de La Salle. A expansão das FICB era inquestionável, confirmando as possibilidades de trabalhos cujos objetivos, diretrizes de ação e metas a serem alcançadas visavam à elaboração do Projeto para o reconhecimento das FICB em Universidade Católica de Brasília.A cidade de Taguatinga, um local estratégico, foi inaugurada em 05 de junho de 1958. Essa cidade cresceu, a 25 km do Plano Piloto, e tornou-se um pólo econômico, com avenidas que se tornaram referência na cidade, altos prédios e uma população hoje, estimada em aproximadamente 300.000 habitantes. Sua expansão liga-se à própria condição de Brasília ser um espaço geopolítico que atraiu a gente brasileira com todos os seus conflitos sociais. O espaço geográfico do Campus I da Católica, com suas edificações, acabou se transformando em um ponto de convergência populacional, com pessoas do Plano Piloto, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Taguatinga, Guará, Gama, Ceilândia, Samambaia, Brazlândia, Santa Maria, Recanto das Emas e Riacho Fundo. Os vários cursos criados atendiam à demanda de uma população que buscava a formação acadêmica como forma de ascensão social, pessoal e profissional. A partir de 1988/89, a Direção Geral das FICB, com administração dinâmica, renovando atitudes, acelerou as condições para o futuro reconhecimento em Universidade. Um dos principais objetivos dessa direção foi, exatamente, o desenrolar do processo para o reconhecimento, junto ao Conselho Federal de Educação. Os 17 cursos oferecidos estavam reunidos na Faculdade de Educação, Faculdade de Tecnologia, Faculdade de Ciências Sociais, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, mais os cursos de especialização e mestrado da Pós-Graduação. Depois de intenso trabalho, ao longo de dois anos, o Ministro de Estado da Educação e do Desporto assinou a Portaria de Reconhecimento das FICB como Universidade Católica de Brasília UCB, em 28 de dezembro de 1994, com sede na Cidade de Taguatinga (DF). No dia 23 de março de 1995 ela foi oficialmente instalada em seu Campus I. Iniciava-se a primeira gestão universitária da UCB de acordo com o que estava sendo definido nos Planos de Ação e no Plano de Desenvolvimento Institucional PDI. Nesse mesmo ano foi desenvolvida uma metodologia específica para elaboração de Planos de Ação, os PAs Anuais. O objetivo geral dessa metodologia era permitir a elaboração, o acompanhamento e a avaliação dos Planos Anuais - planejamento setorial/operacional - da Universidade, devidamente vinculado ao PDI. Os PAs passaram a ser planejados, executados e avaliados, anualmente, considerando a acelerada expansão dos núcleos urbanos próximos à posição geográfica da UCB. A segunda Gestão Universitária iniciou-se em 23 de março de 1999 e confirmou as atitudes tomadas anteriormente, ampliando e expandindo os cursos de graduação e pós-graduação para as áreas mais demandadas pela sociedade e entidades de classe da época. Preocupou-se, sobremaneira, com a Pós- Graduação, com a Pesquisa e a Extensão e redefiniu-se o corpo docente, contratando mestres e doutores em tempo integral. Programas e projetos de extensão marcaram a presença da Universidade na comunidade de 6

Brasília, Águas Claras e Taguatinga e o avanço do Ensino a Distância teve agregado a sua projeção o Curso Aprendizagem Cooperativa e Tecnologia Educacional na Universidade em Estilo Salesiano. Até o ano de 2000, a Coordenação de Planejamento criou e implantou, prioritariamente, o Plano Estratégico, em um horizonte que ia de 2002 a 2010. Nesse plano está estabelecida a Missão, a Visão de Futuro, os objetivos e as estratégias da UCB para o período. Implantou-se o Sistema de Planejamento SISPLAN - que permitiu a elaboração, o acompanhamento e a avaliação dos PAs, de forma on-line, totalmente automatizado. A orientação básica desse sistema era de acompanhar e avaliar tanto os PAs quanto o Plano Estratégico. Em 23 de março de 2003, uma nova equipe assumiu a terceira Gestão Universitária, com vistas à sustentação do patrimônio universitário e com uma proposta de trabalhar, cooperativamente, visando manter alguns projetos já delimitados pelas gestões anteriores e implementar o Projeto de Realinhamento Organizacional, o Projeto de Gestão Acadêmica e o Projeto Identidade. Os rumos tomados visavam satisfazer às necessidades dos cursos relacionados à estrutura de Centro de Educação e Humanidades, Centro de Ciências da Vida, Centro de Ciência e Tecnologia e Centro de Ciências Sociais Aplicadas que abrangiam um total de 92 Cursos oferecidos pela Graduação, Ensino à Distância e Pós-Graduação, além dos programas e projetos de pesquisas da Extensão. As avaliações institucionais e de curso, realizadas durante esse período, atestaram a excelência da educação superior realizada na UCB, bem como a indissociabilidade do Ensino, Pesquisa e Extensão. Em continuidade às avaliações positivas da UCB, a quarta Gestão Universitária assumiu em 31 de Janeiro de 2007 com o propósito de se tornar uma instituição de referência na extensão, na pesquisa e no ensino, indissociáveis e comprometidos com o desenvolvimento sustentável e a justiça social. Uma reorganização estrutural interna da Universidade foi necessária, nesse sentido o processo de ensino oferecido pela UCB, foi revisado a partir das Diretrizes para o Ensino Superior definidas pelo Conselho Nacional de Educação, além de ser analisado o mercado e as ofertas de curso nas diversas instituições da região. Essa gestão baseou seu trabalho em quatro princípios: o de promover a indissociabilidade, a extensionalidade, a sustentabilidade e a pastoralidade da Universidade; Elegeu a Qualidade de Gestão, sustentada no processo ensino aprendizagem, na convivência saudável e nas qualificações profissionais como meta a ser atingida; Entendeu como importante a Docência com Convivência, onde prevaleceu a investigação, a transferência do aprendizado e a extensionalidade; voltados para uma Comunidade Educativa onde se expressou a fraternidade, a solidariedade, o valor do espírito humano e a ética. Nesse sentido a PRPG promoveu um trabalho de reformulação de todos os projetos pedagógicos dos cursos de graduação, instituiu o programa de melhoria da formação discente e o programa de formação docente; a Pró-Reitoria de Extensão se dedicou a uma proposta de re-estruturação da Extensão. Elaborou as Diretrizes de Extensão, e com isso definiu categorias de extensão, entre elas, a que estimula os 7

cursos de graduação a responsabilidade de elaboração, execução e acompanhamento de projetos de extensão.a Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa se empenhou na manutenção da qualidade da pesquisa e criação de novos programas stricto e lato sensu, além de alavancarem o processo de construção do Parque Tecnológico de Inovação da UCB. O crescimento da Católica Virtual, merece destaque nesta gestão. Em relação à parte administrativa a instituição passou por um período de readequação do quadro docente e administrativo da casa. A história da UCB está atrelada à história de Brasília, o Projeto Pedagógico da UCB não perde de vista as contradições dos sistemas políticos e econômicos da atualidade e luta com as próprias dificuldades internas, na ânsia de vencer as crises e sustentar seu espaço físico e de produção científica, cultural e de intervenção social no quadro da realidade nacional e regional do Brasil. 1.2 DO CURSO A UCB é uma instituição de educação superior que prima pela excelência acadêmica e pela difusão de valores éticos e cristãos. Nesse sentido, procura promover em cada Curso e Programa a avaliação crítica dos fenômenos nacionais e internacionais a partir de uma perspectiva claramente humanista. Estando situada na Capital da República e, portanto, na sede do Governo Federal, possui responsabilidade diferenciada e peculiar visão sobre as relações internacionais. Imersa no ambiente onde se formulam as decisões nacionais e internacionais de políticas públicas, a UCB não poderia ignorar tal realidade. Em conseqüência disso, diante das profundas mudanças em curso na cena internacional, especialmente aquelas ocorridas a partir do fim da Guerra Fria e do advento da globalização, a UCB entende que precisa promover a compreensão dessas mudanças e de seus impactos sobre os interesses globais, regionais, nacionais e locais. O Curso de Bacharelado em Relações Internacionais da antiga Faculdade de Ciências Sociais foi criado pelo Conselho Universitário da Universidade Católica de Brasília, por intermédio da Resolução CONSUN n.º 016/95, de 28/11/95, que aprovou seu currículo pleno, a partir do 1º semestre de 1996. Foi aprovado pelo Ministério da Educação MEC, conforme atesta a portaria n 632, de 28 de março de 2001, publicada no Diário Oficial em 02 de abril de 2001. Posteriormente, foi novamente avaliado por Comissão do MEC, que reiterou a aprovação para o funcionamento do Curso por intermédio da Portaria n 310, de 27 de janeiro de 2005, publicada no Diário Oficial da União, no dia 28 de janeiro de 2005. Nesse sentido, o Curso de Relações Internacionais da UCB contempla a análise aprofundada do sistema internacional, da formação de blocos econômicos, das convergências e divergências de interesses entre nações e grupos sociais e, dos seus impactos sobre os interesses nacionais, dentre outros aspectos relevantes na cena internacional. Por outro lado, a premência de uma contribuição para com o desenvolvimento 8

da região em que se situa, visualizando Brasília como promissor centro econômico, político e cultural internacional, levou à elaboração de um Curso de Relações Internacionais. O objetivo fundamental do Curso de Relações Internacionais é proporcionar oportunidade de educação profissional, em nível de bacharelado, para pessoas que planejam trabalhar, ou que já trabalham em atividades internacionais, seja no governo, seja no setor privado, ou nos organismos internacionais, nas instituições de ensino e/ou pesquisa, ou ainda como empreendedores em qualquer dessas áreas. Desse modo, o curso tem como metas específicas capacitar o estudante para a formulação de projetos e planos estratégicos, bem como para a execução de ações referentes ao intercâmbio internacional de empresas públicas e privadas, organismos internacionais, instituições de ensino, no domínio dos negócios internacionais e da cooperação internacional, compreendendo a proposição de ações estratégicas, o levantamento de informações e a elaboração de pesquisas, particularmente no que se refere à inserção do Brasil no cenário internacional. Modernamente, com os freqüentes avanços da informática e das telecomunicações, novas e diferentes oportunidades de trabalho e renda estão surgindo com o comércio eletrônico, a consultoria à distância, a terceirização de atividades de pesquisa de mercados, o estabelecimento de franchising 5 e tantas outras atividades remuneradas, que permitem que o egresso do Curso de Relações Internacionais da UCB se torne um analista de múltiplas competências na área das relações internacionais. Na Grade Curricular do Curso são contempladas disciplinas de caráter geral e específico, teórico e prático, de acordo com os Núcleos Temáticos definidos conforme se apresentará na Matriz Curricular componente deste Projeto Pedagógico. Cabe ressaltar que a estrutura do Curso tem como áreas básicas de formação: Formação Teórica (teorias clássicas e contemporâneas das Relações Internacionais; Economia Política Internacional); Formação Geral (Regimes Internacionais; Organizações Internacionais; Análise de Política Externa; Política Externa Brasileira; Integração Regional; Segurança Internacional; Comércio e Finanças Internacionais; Cooperação Internacional; Direitos; Humanos; Meio Ambiente) e Formação Histórica (História das Relações Internacionais; História das Relações Internacionais do Brasil). As Comissões de Avaliação dos cursos superiores, gerenciadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira INEP, vinculado ao Ministério da Educação, muito têm contribuído para a avaliação dos cursos de Relações Internacionais no Brasil, a despeito da franca expansão, ainda carece de marcos regulatórios e de diretrizes curriculares específicas. Na área de Relações Internacionais, o direcionamento dos cursos em termos de conteúdos, distribuição de créditos e total de horas a serem cumpridas ainda se ressente da falta de regulamentação, dado que até o momento a única referência nesse sentido são os Padrões de Qualidade disponíveis no Ministério da Educação. Esses padrões sintetizam em 5 Franquia. 9

linhas gerais as áreas que todos os Cursos de Relações Internacionais devem cobrir, mas não entram em minúcias acerca das disciplinas que devem ser comuns a eles, e nem mesmo do conteúdo que ementas e programas devam abarcar. Com isso, ainda se encontra pelo Brasil uma grande diversidade na proposição e composição dos Cursos de Relações Internacionais, o que em outras áreas do saber não é aceito. Essa prática tem o lado positivo de permitir arranjos curriculares mais afeitos às realidades regionais e locais, mas dificulta a unidade e a homogeneidade que, em última instância, poderiam contribuir para uma melhor aceitação e conhecimento da área na sociedade, bem como uma maior divulgação das amplas possibilidades profissionais do internacionalista. Por essa razão, o Curso de Relações Internacionais da UCB, no âmbito da Associação Brasileira de Relações Internacionais ABRI, apresentou formalmente, em julho de 2007, uma proposta de diretrizes curriculares mínimas, a ser estudada pelos vários coordenadores e diretores dos Cursos existentes no Brasil e, a partir de uma discussão ampla, a ser submetida ao Conselho Nacional de Educação CNE. A idéia geral é estabelecer um currículo mínimo e abrir a possibilidade de cada Curso se estruturar, a partir da realidade em que se insere, com área(s) de concentração própria(s). As discussões sobre essa temática ainda se fazem presentes, tanto no seio da ABRI quanto em cada uma das IES que têm Curso de Relações Internacionais; essa realidade se desenha como uma importante temática da área, especialmente a partir da inclusão dos Cursos de Relações Internacionais no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, haja vista cadastramento dos estudantes para avaliação pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes ENADE e, mais especificamente, desde junho de 2009, quando se estabeleceram as diretrizes básicas, componentes curriculares, conteúdos, habilidades e competências a serem avaliados pelo referido ENADE. 1.3 PROJEÇÃO DA MISSÃO INSTITUCIONAL NO CURSO A UCB tem como compromisso elevar o nível humanístico e técnico dos profissionais brasileiros, o que está presente em sua Missão, qual seja: atuar solidária e efetivamente para o desenvolvimento integral da pessoa humana e da sociedade, por meio da geração e comunhão do saber, comprometida com a qualidade e os valores éticos e cristãos, na busca da verdade 6. Nesse sentido, a Instituição não quer formar apenas profissionais, mas cidadãos que contribuam para o desenvolvimento do país em todos os níveis, conforme expresso na Carta de Princípios, de 1998, marco referencial para diversos outros documentos elaborados posteriormente: os Projetos Pedagógicos dos Cursos, os Planos Estratégicos, o Projeto Pedagógico Institucional e a elaboração de sua Missão e Visão de Futuro. A Carta de Princípios afirma que a UCB lê a realidade do contexto em que se encontra e orienta a sua existência à luz da prática educativa dos fundadores das congregações religiosas integrantes da UBEC, privilegiando: 10

- a catolicidade como abertura ao diálogo; - a cidadania como compromisso de integração social; - a competência em todo o seu agir 7 No âmbito das Relações Internacionais procura-se ter como eixo estruturante e linhas gerais de ação os elementos aplicados à área das CSA: a formação integral da pessoa humana visando ao atendimento às demandas e necessidades sociais, a necessidade de ter como eixo da atuação profissional a promoção do Desenvolvimento Humano Sustentável, a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. É desse modo que se concebe a estrutura do Curso, seus componentes curriculares e extracurriculares. A oferta de disciplinas voltadas para a reflexão de problemas éticos e morais contemporâneos por meio do estudo da Antropologia da Religião e da Ética confere ao curso de Relações Internacionais da UCB um diferencial significativo em relação aos cursos congêneres existentes no Brasil. Em Antropologia são discutidos os pontos fundamentais da religiosidade inerente a todas as pessoas e, portanto, também de forte interesse para compreender determinados aspectos culturais, étnicos e sociais da comunidade internacional. Já a disciplina Ética, no curso de Relações Internacionais, revela-se como um componente relevante e oportuno. Isso se dá, sobretudo, devido o atual cenário internacional, no qual se verifica uma intensificação sem precedentes da complexidade das relações entre os Estados, povos, culturas, grupos sociais, políticos, religiosos e econômicos, que se desenvolvem, não raro, sem a devida consideração de valores e princípios éticos universais, como os consignados na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Na Universidade Católica de Brasília, o ensino da Ética não se confunde com o ensino de Ética profissional. Assim, o mesmo não se resume a fornecer informações sobre questões de caráter ético, mas destina-se a criar condições para um profundo questionamento ético do estudante sobre sua condição de ser humano, de cidadão e de futuro profissional das Relações Internacionais. O ensino da Ética e da Religião concretizam o que propôs o Papa João Paulo II, na Constituição Apostólica sobre as Universidades Católicas: (...) numa Universidade Católica a investigação vem sempre efetuada com a preocupação das implicações éticas e morais, implícitas tanto nos seus métodos como nas suas descobertas. 2. PROGRAMA DE MELHORIA DA EDUCAÇÃO BÁSICA Com a ampliação do acesso à educação superior tem se percebido com mais evidência a fragilidade da formação da maioria dos estudantes brasileiros. A ampliação da Educação Superior não cria a 6 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA. Carta de Princípios. Brasília: Ed. Universa, 1998, p. 1 e 2. 7 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA. Carta de Princípios. Op.cit., p. 1 e 2. 11

fragilidade, mas a revela à medida que os eliminados de outrora hoje conseguem acesso. Assim, boa parte dos ingressantes na Educação Superior brasileiro não possui o conhecimento escolar que esperamos para o ingresso neste nível. Outro elemento que merece destaque, e que em alguma medida também é reflexo deste contexto, é a evasão nos primeiros anos dos cursos superiores. Embora possamos considerar que a ampliação do acesso à Educação Superior já é um ganho para o país, assim como foi a ampliação da Educação Básica, é preciso cuidar para garantir um acesso com qualidade, que se preocupe essencialmente com a formação oferecida e com a aprendizagem dos estudantes. É preciso, então, considerar este contexto e entender que o desafio da melhoria da formação básica dos estudantes ingressantes não apresenta uma solução simples, pois exige empenho profissional e político para não fazer da Educação Superior um faz de conta para parte dos estudantes que recebemos. Gentilli (2001), já sinalizava a questão, classificada pelo autor como um processo de exclusão includente, lembrando que o acesso à educação não significa o acesso ao mesmo tipo de educação no que tange à qualidade. Para tanto, devemos ter em conta o estudante real, que tem suas necessidades, interesses, nível de desenvolvimento, representações, experiências anteriores (história pessoal). Este estudante muitas vezes é distinto do estudante idealizado ou do sonho de alguns professores. É preciso pensar a Educação Superior em função do que o estudante é, e não do que gostaríamos que fosse. Neste sentido, é importante ainda lembrar que os nossos estudantes não são calouros de escola, pois possuem pelo menos 11 anos de escolaridade. Neste período, os estudantes se acostumaram com professores que fazem perguntas e que ensinam respostas, e não com professores que se fazem perguntas. Essa escola, freqüentemente, seja para os estudantes, seja para os professores, se constitui enquanto uma opção formal que muitas vezes abdica do caráter político e existencial do fazer pedagógico, ao tomar o trabalho intelectual como um fim em si mesmo, desvinculado dos significados, sentidos e compromissos que deveriam orientá-lo. Como forma de enfrentamento, é urgente não apenas reconhecer este cenário, mas buscar diferentes estratégias de aproximação a fim de se relacionar com esse contexto, respeitando e considerando sua complexidade. Um movimento inicial e essencial para essa aproximação é o reconhecimento do estudante como um ser ativo, que precisa ter participação consciente no processo de construção da significação de sua ação e de seu conhecimento, o que, já lembrava Freire (1981), é tarefa de sujeito, e não de objeto. Entendemos, desta forma, que o caminho para o acesso à Educação Superior com qualidade passa, necessariamente, pelo reconhecimento do sujeito que aprende, de sua história e do lugar de protagonismo e autoria que ele ocupa no processo de aprendizagem. 12

É sobre esse alicerce que se constrói a proposta do componente curricular Introdução a Educação Superior. Este componente, obrigatório para o primeiro semestre de todos os cursos de graduação da Universidade, aposta na ruptura com a forma tradicional de ensinar e aprender e com os procedimentos acadêmicos inspirados nos princípios positivistas da ciência moderna, resgatando o lugar e o valor do sujeito que aprende (como protagonista e autor de seu processo). A proposta do componente curricular Introdução a Educação Superior se constitui, dessa forma, como uma das ações de melhoria da formação básica dos estudantes. Esse componente de introdução possui o foco no conteúdo do sujeito, ou seja, no cuidado com cada estudante que entra na Universidade. Ele precisa se sentir acolhido, respeitado em sua história (com todas as fragilidades acadêmicas, culturais e sociais que ela pode possuir) e desafiado a viver um momento singular em sua vida: a Educação Superior. Esse componente curricular se constitui como um encontro do sujeito com a Universidade, baseada na crença de que é possível ampliar acesso sem perder qualidade. Seus princípios se sustentam na relação fundamental entre os conteúdos dos sujeitos (estudantes) e os conteúdos da matéria, no acompanhamento do processo de aprendizagem através dos registros de estudantes e professores, na autoria e autonomia necessária ao processo de aprender e na rotina da aula, abordando o eixo dos conhecimentos acadêmicos, relacionais e culturais à medida que apóia e desafia os estudantes nesta nova fase. O componente ainda trata das questões da leitura e da escrita na Educação Superior, do conhecimento científico e da comunicação e tecnologias a partir da história de vida dos estudantes. Pretende-se, neste sentido, apresentar respostas aos desafios de manutenção da qualidade e redução da evasão, constituindo-se um compromisso político e pedagógico dessa instituição. Outras ações estratégicas: Projeto Monitoria No Projeto Monitoria são previstas a atuação de estudantes da graduação, de todos os cursos, e a Monitoria com bolsistas da pós-graduação. Nesta proposta, as monitorias não são plantões de dúvidas; portanto, precisam de um plano de estudo de monitoria em estrita harmonia com o plano de ensino das disciplinas de maior índice de retenção de estudantes, ou seja, o plano de estudo da monitoria deve ser um prérequisito do plano de aula da disciplina. O Programa de Reconstrução das Práticas Docentes organiza e oferece a formação aos Monitores (da graduação e da pós-graduação). Projeto Jovem Pesquisador do Futuro Esse projeto consiste especialmente na oferta de treinamentos para iniciação científica do estudante de graduação. O projeto foi implementado no segundo semestre de 2010, e deve atender a 100 (cem) estudantes por semestre. Perfil docente para atuação nas disciplinas de primeiro semestre 13

Como ação complementar ao acolhimento e atenção diferenciada ao estudante ingressante, é realizada análise do perfil dos professores que atuam nas disciplinas de primeiro semestre. Nesta ação os gestores contam com a colaboração da Diretoria de Desenvolvimento, Planejamento e Avaliação, responsável pela realização da avaliação específica desses professores e da Coordenação da disciplina Introdução a Educação Superior, na articulação entre os professores da disciplina de IES e o restante dos professores que atuam no primeiro semestre. Acompanhamento dos Ingressantes Essa ação corresponde ao envolvimento da gestão dos cursos e ao suporte pedagógico oferecido pelo Serviço de Orientação e Acompanhamento Psico-Pedagógico da UCB. Cada direção de curso recebe o resultado do processo avaliativo dos estudantes ingressantes do curso: avaliação diagnóstica, dados do perfil e avaliação final. A partir do perfil e do desempenho dos estudantes, as direções poderão implementar ações complementares no âmbito do curso. Os diretores também são convidados a refletir sobre o programa de monitoria no curso e o perfil dos docentes que atuam no primeiro ano. Os docentes que atuam com a Introdução a Educação Superior também devem se encontrar com o diretor do curso de referência dos estudantes que acompanha para aproximar o trabalho da disciplina ao contexto do curso, partilhar informações e impressões sobre o perfil dos estudantes, atividades desenvolvidas e acertos coletivos para a continuidade da ação. Outra ação complementar é a oferta de oficinas pelo Serviço de Orientação e Acompanhamento Psico-Pedagógico. Estas oficinas são pensadas e organizadas a partir do diagnóstico construído no componente curricular Introdução a Educação Superior, para estudantes que passaram pela disciplina e ainda necessitam de um apoio sistemático. Clube de Leitura Coordenado pela Biblioteca da UCB, com participação de bibliotecárias (os) e de estudantes voluntários do curso de Letras, é aberto aos estudantes universitários, especialmente os estudantes da disciplina de IES. Seu grande objetivo e a formação de leitores. Apoio à aprendizagem em Matemática Básica Ministrado aos sábados por professores do curso de Licenciatura em Matemática, atende preferencialmente os estudantes que no diagnóstico inicial demonstraram dificuldades em Matemática Básica ou estudantes com histórico de baixo desempenho nesta área. Visitas dirigidas aos laboratórios A coordenação da formação básica da área de ciências da vida, em parceria com o programa de mestrado e doutorado em Biotecnologia organiza visitas dirigidas aos laboratórios do programa e laboratórios parceiros: Embrapa, Lacen e UnB. Cinema, cultura e educação 14

Cineclube saúde: projeto semanal de exibição de filmes e debates, coordenado por professores da formação básica da área de ciências da vida. Cine-filosofia: projeto semanal de exibição de filmes e debates, coordenado por professores do curso de Filosofia Curta-Educação: projeto semanal de exibição de documentários sobre personalidades do pensamento social brasileiro, coordenado pelo curso de Pedagogia. Quinta Cultural Eventos culturais mensais, coordenado pelo curso de Pedagogia. Projetos Especiais Grupos de Estudo Temáticos: grupos de estudo com encontros semanais com temáticas diversas coordenado por professores de diferentes áreas e cursos. Encontro interdisciplinar: encontros para discussão de um tema interdisciplinar envolvendo professores de várias disciplinas. Os encontros são promovidos a partir de uma temática importante na conjuntura do semestre. 3. CONTEXTUALIZAÇÃO 3.1 CENÁRIO PROFISSIONAL A globalização, fenômeno que tem servido de pano de fundo de praticamente todos os debates sobre a sociedade contemporânea, deverá continuar por muito tempo a ser considerada uma temática atual. É uma realidade que não se pode ignorar ou evitar, pois ela já se acha instalada na economia mundial, do que é prova a internacionalização dos mercados e das crises, com repercussões em todos os continentes. Esse fenômeno influenciará, indubitavelmente, o desenvolvimento das nações no século XXI, refletindo-se não somente nas economias locais, mas também na política, na cultura e em outras práticas e interações sociais dos povos. Os estudos de Relações Internacionais chegaram às universidades brasileiras, em âmbito de graduação, a partir de meados dos anos 70. Tradicionalmente, têm formado profissionais tanto para o serviço diplomático como para outras frentes, com preparo para atuar no cenário internacional, porém geralmente dentro do parâmetro da visão voltado para a política internacional e a política comparada. Entretanto, com a descompressão e a desmilitarização das Relações Internacionais evidentes no mundo após a Guerra Fria e que já se vinham delineando desde décadas anteriores, com a détente e a flexibilização da ordem bipolar, abrem-se espaços para novas áreas de atuação que precisam ser preenchidas por profissionais capazes de atuar criticamente na compreensão dessa nova configuração do cenário mundial e nela agir com liderança e competência. Especialmente, o campo das relações econômicas internacionais 15

representa o grande vetor das novas relações internacionais no novo milênio, com projeção para o futuro próximo. Com as universidades descompassadas em relação a essa mudança de eixo das relações internacionais, ou pelo menos tomadas por lento processo de adaptação, que caracteriza a maior parte das Instituições de Educação Superior no país, a sociedade presencia hoje uma insuficiência de profissionais qualificados para atuarem nas novas frentes da economia e sociedade globalizadas, da integração regional, das negociações em sentido geral e restrito, nas esferas pública e privada. Nesse cenário de transformações, a UCB é chamada a dar a sua contribuição por meio do alto nível técnico e humanístico de seus egressos, que são estimulados a se inserirem profissionalmente de forma competente, criativa, empreendedora e, ética. Para fundamentar sua atuação, a UCB considera os assuntos além das fronteiras nacionais, ao evitar as percepções apenas domésticas da realidade econômica, cultural e social. A Instituição dialoga com os grandes centros produtores de conhecimento, com as demandas e necessidades da sociedade, e com os saberes locais sem perder sua dupla vocação: que é universal, mas está inserida no Distrito Federal e na denominada Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE), composta por 22 municípios que exercem pressão sobre o Distrito Federal no que concerne ao mercado de trabalho, equipamentos públicos e relações comerciais. Esses estudantes, por estarem inseridos nessas localidades, identificam-se mais com os seus problemas sociocomunitários e, certamente estarão mais comprometidos com a proposta de interação universidade-comunidade, possibilitando o retorno a esta última, seja por meio de sua participação em projetos de pesquisa e/ou programas de extensão, seja por meio de sua futura atuação profissional nessa ou noutras regiões. Os dados do Distrito Federal concernentes ao Produto Interno Bruto nominal revelam uma aceleração vertiginosa do desenvolvimento econômico da região na década de 1990 e início dos anos 2000. Da mesma forma, verificava-se a tendência para um elevado PIB per capta, colocando-o, em 2005, à frente de todos os outros estados brasileiros. Historicamente, o Distrito Federal tem mostrado uma dinâmica econômica fundamentalmente terciária (serviços). A partir da consolidação da Capital Federal, o setor terciário tornou-se o mais forte da economia local, sendo responsável por grande parcela da renda e pela maioria dos empregos gerados. As principais atividades terciárias estão relacionadas à administração pública, ao comércio, ao segmento de hotéis, bares e restaurantes, e de imóveis. 3.2 MERCADO DE TRABALHO O mercado de trabalho no Distrito Federal, impulsionado pela dinâmica da economia local, acompanhou suas fases de desenvolvimento, sempre concentrando o maior número de empregos no setor terciário, induzido, direta ou indiretamente, pelo setor público. As limitações à instalação de indústrias no Distrito 16

Federal restringiram a diversificação produtiva na região, resultando na expansão da malha urbana nos mesmos moldes daquela caracterizada nas regiões metropolitanas. A região polarizadora é Brasília, onde estão a sede do Governo Federal, e a maior concentração dos postos de trabalho. Vale frisar que, nos últimos anos, a Região Administrativa de Taguatinga, onde está localizado o Campus I da Universidade Católica de Brasília, também vem se destacando e ganhando características de uma grande metrópole. Nada obstante das particularidades das origens e da vocação administrativa do Distrito Federal, e a correspondente dependência que tem de investimentos públicos, existe a preocupação das autoridades locais em incentivar a ampliação dos investimentos privados, garantindo maior autonomia para o Distrito Federal, com oferta de produtos e empregos compatíveis com a sua demanda. Tendo em mente as alterações no sistema internacional contemporâneo e as novas necessidades por ele impostas, o Curso de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília se outorgou a missão de buscar suprir lacunas na formação de profissionais com visão e conhecimentos amplos, capacitados a adaptar-se ao contexto dinâmico e, por isso mesmo, instigante, das relações internacionais no mundo de hoje. É desse modo que a UCB pretende suprir o exigente mercado atual com profissionais preparados, competentes e adequados às necessidades de tal mercado. No que tange à atuação profissional, a propósito, o Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade Católica de Brasília estará habilitado a atuar em campo de amplo espectro, que abrange tanto o setor público como o privado. A rigor, toda atividade que implique alguma interface internacional cria oportunidade de trabalho para o profissional de relações internacionais. Assim, longe de esgotar todo o leque das possibilidades de atuação, o profissional de relações internacionais, ao término do Curso, deverá estar capacitado para desempenhar as seguintes atividades: No Setor Público A sociedade brasileira oferece ao profissional de relações internacionais egresso da UCB, oportunidades para trabalhar em Ministérios, nas assessorias internacionais; lidar com questões de comércio exterior; assessorar na formulação e execução de políticas públicas referentes às relações do Brasil com outros países; apoiar e empreender ações relativas ao intercâmbio nas áreas econômicas, tecnológicas, culturais, educacionais, comerciais e jurídicas; analisar e interpretar as conexões entre as conjunturas nacionais, regionais e internacionais. Poderá, também, atuar junto às Embaixadas do Brasil no exterior e às de outros países no Brasil, seja como consultor independente em assuntos culturais, econômicos, financeiros; seja como representante de câmaras de comércio ou assessor comercial; ou ainda como colaborador na elaboração e 17

análise de projetos internacionais de caráter específico. Poderá ainda participar da elaboração e coordenação dos programas de desenvolvimento mantidos pelos Organismos Internacionais (ONU, OEA, BID, BIRD, ALADI, dentre outros), cujas vagas são anunciadas freqüentemente em jornais de circulação nacional. Ainda com relação ao mercado de trabalho na área pública, o profissional poderá prestar assessoria a políticos, tanto no âmbito federal quanto no estadual e mesmo municipal (Congresso Nacional, Câmaras Legislativas, Prefeituras, Secretarias Estaduais e Municipais). Na área da cooperação internacional, o egresso do Curso de Relações Internacionais da UCB poderá desempenhar atividades de elaboração, acompanhamento e gerenciamento de projetos que envolvem organizações e organismos internacionais atuando em conjunto com órgãos governamentais de abrangência nacional, regional, ou local. Também no que concerne às carreiras públicas, o Curso de Relações Internacionais da UCB oferece conhecimentos compatíveis com as carreiras relacionadas à área internacional (no Senado Federal, Câmara dos Deputados, Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Indústria e Comércio, Ministério da Educação, entre outros), e que são preenchidas por concursos públicos, particularmente o Concurso de Analista de Comércio Exterior, do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo; o Concurso de Analista de Informação, do Gabinete Militar da Presidência da República; o Concurso para Consultores Legislativos, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal; e ainda o Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, dentre outros. Adicionalmente, o crescente engajamento direto dos governos estaduais e municipais brasileiros com a esfera internacional tem criado novas oportunidades de atuação dos internacionalistas. Diferente do governo nacional, que conta com um qualificado e reconhecido órgão formador de diplomatas o Instituto Rio Branco, os governos subnacionais brasileiros ainda carecem de um maior e melhor suprimento de profissionais qualificados para assessorá-los no enfratemento dos desafios e aproveitamento das oportunidades trazidas pela globalização e pelas forças e condições internacionais. No Setor Privado O mercado de trabalho no setor privado oferece inúmeras oportunidades, tanto para empreendedores, como para funcionários e empregados de grandes ou pequenas firmas para atuar como especialistas de comércio exterior e finanças internacionais, habilitados a realizar estudos sobre as oportunidades de negócios no mercado internacional; planejar e estabelecer contatos em nível internacional, principalmente no que se refere ao comércio de bens, serviços e transferência de tecnologia; assessorar na elaboração de contratos internacionais; apoiar na gestão de negócios internacionais; analisar e avaliar riscos em negócios internacionais, bem como montar processos antidumping e contra práticas desleais de comércio, junto à OMC e outras organizações e organismos internacionais. 18

As Entidades Internacionais e Organizações Não-Governamentais, de caráter sócioeconômico, tecnológico, cultural ou humanitário constituem-se igualmente em campo de atuação para esses profissionais. A internacionalização de praticamente todas as questões sociais, econômicas e mesmo culturais aponta para a necessidade de profissionais treinados para atuarem com desenvoltura nessa área. Escritórios de consultoria e assessoria a órgãos e entidades patronais são empreendimentos comuns a técnicos especializados em comércio exterior e relações internacionais. Caso opte pela área acadêmica (no setor público ou no privado), poderá atuar como pesquisador, analista, formulador de propostas de cooperação acadêmica, ou professor junto a Universidades e institutos de pesquisa no Brasil ou no exterior. A cooperação internacional é de fundamental importância para o desenvolvimento das atividades relacionadas à área internacional das universidades. 3.3 DIFERENCIAIS DO CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA UCB O Curso de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília (RI-UCB), conforme anteriormente referido, tem como objetivo fundamental, em princípio, formar profissionais os internacionalistas para atuarem nas mais diversas áreas que possuem alguma interface com o meio internacional. Novas áreas de atividades realçadas após o grande boom de globalização dos anos 1990, tais como promoção cultural, eventos esportivos internacionais, indústria da moda, entre outras, têm também sido atraentes para o internacionalista. O curso de Relações Internacionais da UCB é integrado, em seu corpo docente, por 80% de Mestres e Doutores, com horas de atividade extra-classe para dedicação às atividades de complementação ao ensino em sala de aula. Para tanto, o curso oferece ao corpo discente a oportunidade de, sob a assistência remunerada de professores, ingressarem em núcleos de pesquisa temáticos (Núcleo de Estudos em Segurança, Estratégia, Defesa e Inteligência - NESEDI; Núcleo de Estudos em Meio Ambiente e Relações Internacionais Nemari) e em atividades de extensão (Projeto Monitor Internacional Monit; Núcleo de Simulações de Negociações Internacionais NUCSI; Empresa Júnior de Relações Internacionais Conex). A formação teórica é de fundamental importância para a formação do perfil profissional exigido hoje no Brasil e no mundo, em especial para o internacionalista. Sem a teoria, muitas das práticas ficam vazias ou carecem de estruturação. Na Universidade, diferentemente do que ocorre em cursos técnicos e de especialização, por exemplo, a teoria compõe o trinômio fundamental da produção, disseminação e compartilhamento dos saberes: teoria, prática e interação. Sem que revele, na prática, o conhecimento adequado da teoria e uma fundamentação teórica sólida, o futuro profissional certamente encontrará dificuldades na compreensão e análise das relações internacionais, base do trabalho de qualquer internacionalista. 19

Como anteriormente mencionado, a prática das simulações de negociações internacionais, da vida empresarial (na Empresa Jr.), da pesquisa e prospecção (nos grupos de estudo e núcleos temáticos) tem certamente preparado nossos estudantes e futuros internacionalistas para as atividades que desenvolverão no mundo do trabalho. Há também, da parte da Direção do RI-UCB, dos professores e da Coordenação específica, grande estímulo à participação dos estudantes em atividades de estágio remunerado ou não-remunerado, bem como ao envolvimento em Projetos de Extensão Universitária, como é o Projeto Monitor Internacional, inovadora proposta em que se faz de fato presente a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. O RI-UCB indubitavelmente oferece a seus estudantes um dos Cursos de Relações Internacionais mais bem estruturados do País em termos de sua grade curricular, formação profissional e acadêmica dos professores, oportunidades de atividades extracurriculares, formação humanística e profissionalizante ampla, acessível a interessados de diferentes origens nacionais e culturais. 3.4FORMAS DE ACESSO O estudante ingressa no Curso de sua escolha por meio de processo seletivo, denominado vestibular, que é realizado em data e horário estabelecidos em edital amplamente divulgado. A execução técnico-administrativa do concurso vestibular fica a cargo da Fundação Universa Funiversa, conforme o Oitavo Termo Aditivo ao Acordo de Mútua Cooperação No 80.019/2005, celebrado entre a União Brasiliense de Educação e Cultura UBEC (Mantenedora da UCB) e a Fundação Universa Funiversa. Os cursos de Graduação funcionam sob o regime de créditos, com pré-requisitos estabelecidos na Matriz Curricular. Tal regime possibilita ao estudante cursar, a cada semestre, disciplinas que totalizem diferentes quantidades de créditos, a partir do mínimo de 12 créditos. Poderão se inscrever no processo seletivo os candidatos que já tenham concluído ou estejam em fase de conclusão do ensino médio ou equivalente, devendo apresentar obrigatoriamente o documento de conclusão do Ensino Médio no ato da matrícula. O Processo Seletivo consta de dois cadernos de provas sobre os conteúdos dos programas dos ensinos fundamental e médio, sendo 1 (uma) prova de Redação e 4 (quatro) provas objetivas, comuns a todos os candidatos. As provas objetivas constarão de questões de Língua Portuguesa, de Conhecimentos Gerais (Geografia, História e Atualidades), de Matemática e de Ciências (Biologia, Física e Química) para todos os cursos. Será eliminado do Processo Seletivo o candidato que obtiver resultado 0 (zero) ponto em uma ou mais das provas objetivas, e/ou nota menor que 20 (vinte) em Redação (de um total de 100). Na possibilidade de ter vagas ociosas, a UCB recebe estudantes advindos de outras IES, desde que estas estejam regularizadas em consonância com a legislação brasileira. Há, na hipótese de vagas ociosas, possibilidade de aceitar candidatos que apresentam desempenho em outros processos seletivos realizados em outras IES, desde que tragam declaração de desempenho com aproveitamento mínimo de 70%. 20