XXXII CONGRESSO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE XV CONGRESSO DAS SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE DO CEARÁ SEMINÁRIO: PROGRAMA MAIS MÉDICOS PARA O BRASIL: A FORMAÇÃO E O PAPEL DO MUNICIPIO Coordenador: Cristina Selte Consultora do CONASEMS, Médica Sanitarista e ex- Gestora Palestrantes: 1) Wellington Mendes Carvalho Diretor substituto do Departamento de Provimento e Regulação de Profissionais de Saúde/SGTES/MS 2) Patrícia Silveira Rodrigues Coordenação Geral de Ações Estratégicas do Departamento de Gestão da Educação na Saúde/SGTES/MS 3) David Soares- SMS de Parnaíba/PI José Ivo Pedrosa Coordenador do Curso de Medicina - UFPI Cristina Selte, mestre de cerimônia, fez a abertura do seminário, destacando a importância do Programa Mais Médicos, em seguida deu as boas-vindas aos presentes e cumprimentou todos/as os membros da mesa em nome do CONASEMS e, em seguida, passou a palavra para o primeiro palestrante. Wellington Mendes Carvalho, Diretor substituto do Departamento de Provimento e Regulação de Profissionais de Saúde/SGTES/MS - O Eixo Formação e as estratégias em curso abertura e ampliação de vagas de graduação e residências médicas. O planejamento para a substituição dos profissionais do PMM: Iniciou sua fala explanando sobre o Programa Mais Médicos, COAP e seu tempo de serviço junto ao Ministério da Saúde, relatou sobre o início do programa em 2013, número de vagas, concentração no cenário, número de vagas por habitantes e a concentração de vagas para residentes e sua interiorização.
Abordou ainda os eixos no Programa, onde deu enfoque a ampliação e melhoria da infraestrutura, fortalecimento para o SUS, provimento de vagas emergenciais e a oferta de graduação e residência médica. Ao se pronunciar em reação ao impacto do Programa Mais Médicos demostrou a existência de 18.240 médicos em 4.058 municípios e 34 Distritos indígenas, onde 72,8% dos municípios brasileiros eram atendidos deduzindo assim que 63 milhões de brasileiros foram beneficiados. Destacou também a expansão da cobertura de atenção básica na saúde da família, ampliação do acesso e da oferta de ações de saúde, melhoria da saúde da população, melhoria de indicadores de saúde e redução de internações, levando isso a uma aprovação pelos usuários, médicos e gestores. Em relação aos editais de reposição do Programa Mais Médicos, mostrou que 100% dos candidatos de seleções de 2015 e 2016 são médicos brasileiros (com registro no Brasil ou formados no exterior). No edital de reposição do PMM de janeiro de 2016, deixou claro que teve 13 mil médicos brasileiros inscritos, onde 100% das vagas foram ocupadas por brasileiros e 72% ficaram no programa após a primeira semana. E que 2079 médicos com registros no Brasil sendo que 1.374 vagas para seleção e 974 médicos iniciaram as atividades nos municípios, com isso as vagas remanescentes: 420 vão para a próxima fase que é chamada de brasileiros formados no exterior. Já quando se falou na garantia da assistência à população e da continuidade do Programa, o palestrante reproduziu as angústias de Prefeitos, Secretários de Saúde, Controle Social do SUS e da população o quanto os mesmos têm manifestado preocupação com a saída dos médicos brasileiros formados no exterior e estrangeiros após três anos, onde cerca de cinco mil médicos encerrariam sua participação em 2016, sendo esses profissionais atuantes justamente nos munícipios menores, distantes e mais pobres. Nessas informações deixou claro também que o percentual de médicos que deixam o programa antes do período estipulado conta com um percentual de 40% médicos com registro no Brasil, 15% médicos intercambistas e 85% médicos cubanos. Segundo ele o governo brasileiro sinalizou a OPAS de continuar como tudo está após pesquisa realizada onde 98% afirmam ter interesse em permanecer no Brasil e de continuar a prática da medicina, destes 93% desejam continuar praticando a medicina na atenção básica e 66% quer permanecer na mesma cidade.
De acordo com a Medida Provisória 723/2016 profissionais farão a solicitação de permanência via sistema condicionada a validação do gestor municipal, com operação até 10/06/2016, isso para CRM brasileiro. Já para os intercambistas individuais o edital 11 de 04/05/2016: manifestação de interesse de profissionais e gestores na prorrogação do contrato por mais três anos. Segundo Wellington a renovação dos contratos dos médicos foi apresentada para OPAS e a representação cubana no Brasil, porém ainda não houve definições. Aguarda-se Reunião Trilateral (Brasil- OPAS- Cuba) para discussão do tema e encaminhamentos. Ao abordar as vagas atrativas para médicos brasileiros atualmente ocupadas por médicos estrangeiros, destacou que que a OPAS quando faz esse planejamento deixa claro a importância do começo, meio e fim para se ter o sucesso esperado. No caso dividiu em dois grupos, onde no primeiro grupo estão os municípios mais escolhidos por médicos CRM brasileiro e no segundo municípios que não ocuparão 100% das vagas, se não for pela cooperação. De acordo com panorama geral, é feita por ciclos que tem a entrada de médicos, o total que fica no município por vagas remanescentes. Relatou sobre o visto dos médicos, onde os mesmos têm que ser feitos com antecedência para suas permanecias no Brasil, e que tudo necessita ser feito antecipado devido ao período eleitoral. Patrícia Silveira Rodrigues Coordenação Geral de Ações Estratégicas do Departamento de Gestão da Educação na Saúde/SGTES/MS: iniciou destacando o apoio e acompanhamento na implementação dos Contratos Organizativos de Ação Pública Ensino-Saúde - COAPES em alguns municípios brasileiros, seus indicadores, tanto equânime, integral e quando caminha para lidar sobre o SUS, destacando a ampliação e melhoria de infraestrutura, formação para o SUS, planejamento emergencial. Em relação as mudanças na formação Médica, citou a abertura dos cursos baseados nas necessidades sociais. Segundo ela esse processo de contratualização pretende fortalecer a integração entre ensino, serviços e comunidades ao colocar os atos para discutir juntos a organização dos cenários de prática de determinada região, assumindo responsabilidades mútuas, garantindo acesso aos estabelecimentos de saúde sob responsabilidade do gestor para a qualidade da formação desses profissionais.
Durante o processo de diretrizes organizativas, poderá envolver todas as instituições de ensino interessadas e todos os gestores responsáveis pela rede utilizada como campo de prática. Nesse caso destacou que será coordenado por um gestor municipal do território. Deixou claro que o plano de contrapartida deve existir antes da assinatura do COAPES. David Soares- SMS de Parnaíba/PI e José Ivo Pedrosa Coordenador do Curso de Medicina UFPI: abordaram a experiência de articulação ensino-serviçocomunidade na região da planície litorânea no Piauí para a construção do COAPES: David Soares dividiu sua fala com José Ivo por serem representantes do estado do Piauí, iniciou apresentando Parnaíba, serviços prestados, sua população da região de saúde de planície litorânea composta por 11 municípios em uma população com 269.999 mil habitantes, sendo que Parnaíba referência para ações de média e alta complexidade. Em 2015 aconteceu uma atualização e reordenamento do desenho da Regionalização do Estado do Piauí com: 04 Regiões Ampliadas de Saúde, Planície Litorânea e Cocais, onde Parnaíba passa a ser formalmente referência para uma população de aproximadamente 600.000 habitantes incorporando ainda uma população flutuante de munícipios circunvizinhos, principalmente para procedimento de urgência e emergência, dos estados do Ceará e Maranhão. Com uma população de 147.732 mil hab., Parnaíba conta hoje com cinco instituições de nível superior, 02 públicas e 03 privadas, 36 cursos de graduação,08 cursos de graduação na área de saúde: Enfermagem, Medicina, Odontologia, Nutrição, Fisioterapia, Biomedicina, Psicologia e Farmácia. Em sua Rede de Atenção à Saúde Parnaíba dispõe, 40 equipes de saúde da família, 29 de equipes de saúde bucal, 04 NASF,1 CEO,1 CENTRO DE ESPECIALIDADES EM SAÚDE. Já na Atenção Psicossocial a cidade conta com hoje com 1 CAPS AD, 1 CAPS II, leitos de psiquiatria em hospital geral. Em perspectivas, 01 Unidade de Acolhimento Adulto, 01 Serviço Residencial Terapêutico, 08 Leitos de saúde mental. Na Rede de Urgência e Emergência, disponibiliza de: 1 Pronto Socorro Municipal SAMU: básica e avançada e regulação própria Porta de entrada hospitalar: Hospital Regional Leito de retaguarda clínica: 2 hospitais filantrópicos
UTI tipo II: 2 Em perspectiva (aprovado no plano regional da RUE) UPA TIPO III- concluindo construção Leitos de cuidados prolongados aguardando portaria Na Rede Cegonha: Maternidade de alto risco, UTI neonatal, UCI neonatal, UTI tipo II Em perspectiva: Centro de parto normal, Casa da gestante do bebe e da puérpera. E por último, na Rede Hospitalar, 01 hospital público, 03 hospitais filantrópicos, 02 hospitais privados, totalizando assim 750 leitos. O coordenador do Curso de Medicina da Universidade Federal do Piauí, abordou que no Brasil a Atenção Médica como setor produtivo segue o desenvolvimento econômico distribuindo-se seguindo os caminhos da produção com diferentes níveis de qualidade e de incorporação tecnológica. Segundo Ivo segundo a Lei nº 12.871, de 22 de outubro de 2013, no Art. 2º para a consecução dos objetivos do Programa Mais Médicos, serão adotadas ações como a reordenação da oferta de cursos de Medicina e de vagas para residência médica, priorizando regiões de saúde com menor relação de vagas e médicos por habitante e com estrutura de serviços de saúde em condições de ofertar campo de prática suficiente e de qualidade para os alunos; estabelecimento de novos parâmetros para a formação médica no País; e promoção, nas regiões prioritárias do SUS, de aperfeiçoamento de médicos na área de atenção básica em saúde, mediante integração ensino-serviço, inclusive por meio de intercâmbio internacional. Em relação a autorização para o funcionamento de cursos no município e suas condições estão em destaque no Art. 12, onde as instituições de educação superior responsáveis pela oferta dos cursos de Medicina e dos Programas de Residência Médica poderão firmar Contrato Organizativo da Ação Pública Ensino-Saúde com os Secretários Municipais e Estaduais de Saúde, na qualidade de gestores, com a finalidade de viabilizar a reordenação da oferta de cursos de Medicina e de vagas de Residência Médica e a estrutura de serviços de saúde em condições de ofertar campo de prática suficiente e de qualidade, além de permitir a integração ensino-serviço na área da Atenção Básica.
Indagações: - Ângelo Castro Representante do PMM na Bahia, coordenador e tutor: no momento indagou sobre a agilidade dos contatos com o Ministério da Saúde; as vagas críticas em relação ao Programa Mais Médicos. - Jonas de Sousa Gestor do Município de Minas Gerais: falou sobre a permanência dos médicos que ficariam após êxito alcançado em seu município através do Programa Mais Médico, elogiou o programa e disse não querer perder esses profissionais que tanto fazem por seu município. - Valdenize Secretaria de Saúde do Estado do Pará, a mesma colocou em pauta a saída dos médicos reprovados, onde segundo ela os mesmos permanecem sem informações a respeito dessa reprovação. Solicitou do representante do Ministério uma colocação sobre a saída do médico do CNES se irá atrapalhar o rendimento no município. - Graciano Machado representante do Piauí: Em sua fala demonstrou a preocupação com a possibilidade do percentual dos cubanos ficarem no município, pois os mesmos já têm diagnóstico situacional dos clientes que fazem parte da atenção básica, onde seria de grande prejuízo para o município receber novos médicos para recomeçar toda a territorialização. - Miguel Médico Cubano, atuante no sertão da paraíba, em sua fala agradeceu ao Brasil pela receptividade no Programa Mais Médico, relatando que a maioria dos médicos cubanos no Brasil foram preceptores e tem um segundo olhar para os mesmos que estão no programa. Em reposta a algumas das indagações, Wellington deu novamente ênfase ao seu cargo/função junto ao Ministério, onde segundo ele o planejamento da residência tem continuidade em um ponto de atenção as vagas atrativas têm um olhar especifico em relação ao mesmo e que o estudo é a base municipal. Já sobre a reprovação falou que ficou em aberto o espaço com prazo de 15 dias para suas notificações e conseguirem recorrer para prorrogarem sua estadia por mais seis meses no município de sua atuação. Onde os que não responderam a notificação no prazo ficaram prejudicados. O mesmo deu ênfase a reafirmação do Programa Mais Médico como fundamental para o acesso da população à atenção básica no país, reconhecendo a importância da participação dos médicos cubanos no Programa
Mais Médicos. Também reconheceu a importância do COAPES para o Programa Mais Médicos em nosso País. Encaminhamentos: - Rever a questão do que são vagas atrativas; - A necessidade de não haver interrupção de assistência na substituição dos médicos; - Ênfase na questão da preceptoria, remuneração; - Colocar sempre o MEC nestas discussões; - Ouvir sempre as experiências municipais; E incluir os atores sociais. Relatores: - ANTONIA TACIANA RIBEIRO DE LIMA - EDINUZIA ALVES MULATO