Faculdade Integrada Cantareira 5 ano/2010 Profa. Thais Cavalcanti. Professora Thais Cavalcanti

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Transcrição:

Faculdade Integrada Cantareira 5 ano/2010 Profa. Thais Cavalcanti 1

Direitos humanos Direitos naturais Direitos do homem Direitos individuais Direitos públicos Direitos fundamentais Direitos subjetivos Liberdades públicas Direitos públicos subjetivos Direitos civis e políticos Direitos da pessoa Direitos cívicos Direitos dos cidadãos Direitos políticos Direitos constitucionais Direitos históricos Liberdades fundamentais Direitos fundamentais do Homem 2

direitos inerentes à natureza do homem, direitos inatos que cabem ao homem só pelo fato de ser homem. Essa denominação sofreu muitas críticas e possui uma difícil aceitação. Para ser utilizada é necessário que se saiba explicar muito bem para não cair na crítica de que provém da razão humana e da natureza das coisas. Sofre oposição do direito positivo, que encontram seu fundamento e conteúdo nas relações sociais materiais em cada momento histórico 3

são os direitos do indivíduo isolado e faz referência ao individualismo das declarações do séc XVIII. Ainda é empregada para denotar um grupo de direitos fundamentais, correspondente aos direitos civis e liberdade civis. A CF utiliza em referência aos conjunto de direitos fundamentais concernentes à vida, à igualdade, à segurança, à propriedade. 4

conceito técnico-jurídico do Estado liberal, como a dir. indiv. Preso à concepção individualista do homem. Direito subjetivo são prerrogativas estabelecidas de conformidade com regras de direito objetivo, dependendo o seu exercício da vontade do titular. Esta expressão foi criada para imprimir a situação jurídica subjetiva do indivíduo em relação ao Estado. 5

expressões utilizadas para os direitos fundamentais. Conceito limitado e insuficiente. Primeiro mais restrito que o segundo. Liberdades públicas é utilizado pela doutrina francesa, onde se busca dar um significado bem amplo para o termo, trabalhando com os conceitos de liberdade-autonomia (igual aos direitos individuais clássicos) e liberdade-participação (Tb chamada de liberdades políticas, que corresponde ao gozo dos direitos políticos). Na verdade é uma forma de utilizar a expressão desvinculada da concepção jusnaturalista. 6

é a expressão proferida e utilizada nos documentos internacionais. Contra ela, assim como a expressão direitos do homem, objeta-se que não há direitos que não sejam do homem ou humano, afirmando que somente o ser humano pode ser titular de direitos. Hoje esta crítica está sofrendo alterações 7

Direitos humanos reconhecidos no plano internacional, em declarações, tratados e convênios, dentre outros documentos. Um dos nossos princípios nas relações internacionais é a prevalência dos direitos humanos (art. 4, II, CF/88). Direitos fundamentais positivados no plano interno de cada Estado, especialmente no texto constitucional. No Brasil estão positivados na CF/88. 8

é a expressão mais adequada porque além de referir-se a princípios que resumem a concepção do mundo e informam a ideologia política de cada ordenamento jurídico, é reservada para designar, no nível do direito positivo, aquelas prerrogativas e instituições que ele concretiza em garantias de uma convivência digna, livre e igual de todas as pessoas. 9

José Afonso da Silva utiliza direitos direitos fundamentais do homem: as prerrogativas e instituições que o direito positivo concretiza em garantias de uma convivência digna, livre e igual de todas as pessoas. O conceito inclui, assim, elementos fulcrais da teoria dos direitos fundamentais: Positivação Concretização Garantia Dignidade Liberdade ; Igualdade; Universalidade 10

Há três elementos básicos no conceito: 1. Direitos 2. Fundamentais 3. Do homem 11

1) Direitos Invoca uma relação jurídica obrigacional, que envolve: Credor Objeto Devedor 12

2) Fundamentais Porque sem eles a pessoa humana não se realiza, não convive e, às vezes, não sobrevive (J.A.S.) 3) Do Homem Porque são inerentes à pessoa humana, e devem ser não apenas formalmente reconhecidos, mas concreta e materialmente efetivados (J.A.S.) 13

Quanto ao conteúdo No ensinamento de Ruy Barbosa Na Constituição Federal de 1988 14

I - Quanto ao conteúdo a) Direitos fundamentais meramente formais; b) Direitos fundamentais materiais vinculados à vida humana digna II - Classificação de Ruy Barbosa a) Direitos Disposições meramente declaratórias, que imprimem existência legal aos direitos reconhecidos; b) Garantias Disposições assecuratórias, que limitam o poder em defesa do direito. OBS: Desde Sampaio Dória a divisão entre direito e garantia é contestada 15

III - Classificação na CF/88 a) Direitos individuais - art. 5º, CF/88; b) Direitos coletivos - art. 5º, CF/88; c) Direitos sociais - arts. 6º, 193 e ss. CF/88; d) Direitos à nacionalidade - art. 12, CF/88; e) Direitos políticos - arts. 14 a 17, CF/88. 16

A PESSOA HUMANA 17

Homem homo humus (latim) Anthropos / zôon animal (grego) Aristóteles zôon politikón atingia sua plenitude com a vida da pólis e o uso da razão expressada pelo discurso HOMEM é formado por inteligência (razão), vontade (querer), corpo e anima (princípio vital) Personalismo o homem não é um gênero, mas um eu concreto, um sujeito que tem uma experiência em si mesmo. 18

Pessoa persona (latim) prosopón (máscara) Hipóstase (natureza) Boécio - pessoa enquanto relação Robert Spaemann Pessoa: a diferença entre algo e alguém 19

A irredutibilidade da pessoa A natureza da pessoa O corpo A alma (anima = princípio vital) A individualidade A racionalidade (inteligência) A liberdade (vontade/ querer) Homo sacra res homini (Sêneca) 20

A dignidade da pessoa é um valor basilar do Estado A dignidade é um valor objetivo de uma identidade que é regulativa e que exige ser reconhecida como tal. (Luis Fernando Barzotto) A dignidade é um dado prévio ao Direito e não existe a partir dele, mas este exerce um papel crucial na sua promoção. (Ingo Sarlet) 21

22

HISTORICIDADE são históricos, como qualquer direito, pois, nascem, modificam-se e desaparecem. Para alguns são ABSOLUTOS, imutáveis e não históricos. INALIENABILIDADE são intransferíveis, inegociáveis, sem conteúdo econômico patrimonial. IMPRESCRITIBILIDADE não se perdem pelo decurso do prazo, sempre exigíveis, pois, não são patrimoniais, são personalíssimos. 23

IRRENUNCIABILIDADE não se pode renunciar a eles, embora possa não exercê-los. INVIOLABILIDADE impossibilidade de desrespeito por determinações infraconstitucionais ou por atos de autoridade pública. UNIVERSALIDADE - a abrangência destes direitos engloba todos os indivíduos, independente de raça, sexo, cor, credo religioso, político ou filosófico. 24

EFETIVIDADE - a atuação do poder público deve ser no sentido de garantir a efetivação dos direitos fundamentais. INTERDEPENDÊNCIA apesar de previsões constitucionais autônomas, possuem diversas interseções para atingir sua finalidade. Ex: direito de locomoção e habeas corpus, previsão de prisão somente em flagrante delito ou ordem judicial. COMPLEMENTARIEDADE não devem ser interpretados separadamente, mas de forma conjunta com a finalidade do alcance dos objetivos do legislador constituinte. 25