UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENFERMAGEM ALINE CALDEIRA MEDRONHA

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Transcrição:

0 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENFERMAGEM ALINE CALDEIRA MEDRONHA RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR III SERVIÇOS HOSPITALARES: Unidade de Internação Clínico-Cirúrgica 6º Norte do HCPA PORTO ALEGRE 2014

1 ALINE CALDEIRA MEDRONHA RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR III SERVIÇOS HOSPITALARES: Unidade de Internação Clínico-Cirúrgica 6º Norte do HCPA Trabalho apresentado como requisito parcial de aprovação à disciplina Estágio Curricular III - Serviços Hospitalares da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Sônia Beatriz Coccaro de Souza Supervisora: Enf.ª Inês Rebello Dillenburg PORTO ALEGRE 2014

2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 3 2 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO... 4 2.1 O Hospital de Clínicas... 4 2.2 A Unidade de Internação 6º Norte... 5 2.2.1 Área Física... 6 2.2.2 Recursos Humanos... 7 2.2.3 A Equipe de Enfermagem... 7 2.2.4 Organização do trabalho... 8 3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS... 10 3.1 Atividades Assistenciais... 10 3.2 Atividades administrativas... 11 3.3 Atividades educacionais... 11 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 15 REFERERÊNCIAS... 16

3 1 INTRODUÇÃO O Estágio Curricular III integra o projeto pedagógico do curso de Bacharel em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Esta atividade supervisionada visa o aprendizado de competências próprias do enfermeiro no ambiente hospitalar. Possui carga horária de 315 horas, divididas em 303 horas de estágio e 12 horas destinadas a reuniões na Escola de Enfermagem. O presente relatório é proveniente do estágio desenvolvido na Unidade de Internação Clínico-Cirúrgica - 6º Norte, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre no período de 14 de julho a nove de setembro de 2014, de segunda à sexta-feira, no turno manhã. Contou com a supervisão da enfermeira Inês Rebello Dillenburg e a orientação da professora Dr.ª Sônia Beatriz Coccaro de Souza. A escolha do campo de estágio ocorreu devido ao contato prévio com a Unidade, durante a disciplina de Administração em Enfermagem e Estágio Curricular I. Onde pude observar que o campo oportuniza muito aprendizado, pois possui leitos clínicos, cirúrgicos e de cuidados especiais. Além disso, equipe de enfermagem desta Unidade é um exemplo de gerenciamento e organização. Desta forma, este relatório pretende apresentar o campo de estágio e as atividades realizadas no âmbito assistencial, administrativo e educativo, durante o período.

4 2 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO o estágio. A seguir segue a caracterização do campo e da unidade de internação em que ocorreu 2.1 O Hospital de Clínicas O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) é uma Empresa Pública de Direito Privado, criada pela Lei 5.604, de 2 de setembro de 1970. Vinculado academicamente à UFRGS, integra a rede de hospitais universitários do Ministério da Educação (MEC). Nasceu com a missão de oferecer serviços assistenciais à comunidade gaúcha, ser área de ensino para a Universidade e promover a realização de pesquisas científicas e tecnológicas (HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, 2014a). Atualmente, o HCPA atende, com padrão de excelência, em cerca de 60 especialidades, disponibilizando desde os procedimentos mais simples até os mais complexos a uma clientela formada, prioritariamente, por pacientes do SUS. O hospital coloca toda sua estrutura à disposição para o desenvolvimento de atividades de ensino nos níveis médio, de graduação e pós-graduação, além de promover pesquisas biomédicas, clínicas e epidemiológicas contribuindo fortemente para o desenvolvimento e a disseminação de conhecimentos (HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, 2014a). Em mais de quatro décadas de existência o HCPA cresceu gradualmente não somente em área física e serviços, mas também na qualificação de pessoal e na qualidade da assistência prestada, por esta razão em dezembro de 2013 o HCPA recebeu a acreditação internacional concedida pela Joint Comission International (JCI), tornando-se a primeira instituição do Brasil e a terceira da América do Sul, a possuir o selo de acreditação concedido a hospitais que são também centros médicos acadêmicos (SETOR SAÚDE, 2013). Neste momento, o hospital passa por um processo de transformação com o início das obras de um projeto que visa ampliar em quase 70% a área construída, essa ampliação tem como objetivo o disponibilizar recursos cada vez mais qualificados para o atendimento integral à saúde das pessoas, reorganizar diversas áreas e o fluxo de pacientes e ampliar os espaços dedicados ao ensino e à pesquisa. A administração central do HCPA é composta pela vice-presidência médica, vicepresidência administrativa, Grupo de Enfermagem (GENF) e Grupo de Pesquisa e Pós-

5 Graduação (GPPG). O GENF faz a coordenação central dos Serviços de Enfermagem do HCPA, a atual coordenadora é a professora Dr.ª Ana Maria Muller Magalhães. O Serviço de Enfermagem Clínica (SECLIN) é constituído de cinco Unidades de Internação, com capacidade total de 193 leitos. As Unidades de Internação localizam-se na ala sul (4º S e 6º S) e na ala norte (5º N, 6º N e 7º N), entre o quarto e o sétimo pavimento, respectivamente. Nesses locais, predomina o atendimento clínico de várias especialidades para pacientes adultos (HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, 2013). 2.2 A Unidade de Internação 6º Norte A Unidade de Internação Clínico-Cirúrgica 6º Norte em 2013 redistribuiu seus 45 leitos, conforme a necessidade de cuidados dos pacientes, e assumia denominação de Unidade de Cuidados Especiais. A criação da UCE foi vinculada a um Projeto do Ministério da Saúde (MS) e iniciou com a implantação de 10 leitos para atendimento de pacientes neurológicos pós-tromboembolismo provenientes da Unidade Vascular da Emergência do HCPA (HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, 2013). A UCE iniciou suas atividades em 15 de julho de 2013, foi concebida para proporcionar práticas assistenciais de excelência, seguindo linhas específicas de cuidado ao paciente de risco para complicações clínicas, visando reduzir o tempo de internação e a morbimortalidade. O atendimento foi ampliado com a implantação de linha de cuidados respiratórios em 19 de agosto de 2013, destinados a pacientes submetidos a cirurgias torácicas e em 14 de outubro, iniciou o atendimento a pacientes com doença respiratória exacerbada (HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, 2014b). O quadro pessoal da Unidade de Internação 6º Norte aumentou para atender os critérios do MS, além disso, foram feitas melhorias na área física e aquisição de materiais. Toda a equipe recebeu capacitação para cuidados especiais dos pacientes neurológicos, sobre o uso de ventilação não invasiva e cuidados pós-operatórios de procedimentos torácicos, como manejo de drenos torácicos. Atualmente, o 6º Norte possui 10 leitos destinados à UCE Neuro, seis à UCE Pneumo e quatro à UCE Torácica. Possui ainda, 17 leitos clínicos e oito leitos cirúrgicos para as demais especialidades.

6 2.2.1 Área Física A unidade possui 45 leitos, distribuídos em 15 enfermarias com três leitos cada. Estes leitos são divididos em: 21 femininos, enfermaria 601, 603, 605, 607, 609, 611 e 613; e 24 masculinos, dispostos nas enfermarias 617, 619, 621, 623, 625, 627, 629 e 631. Dentre os leitos, 17 são reservados para pacientes clínicos (601, 609, 613 B e C, 621, 629 e 631); dez para pacientes da UCE Neuro (611, 613 A, 617, 619), 08 para pacientes cirúrgicos (603, 605 C, 625 C e 627), seis para pacientes da UCE Pneumo (607 e 623) e quatro pertencem à UCE Torácica (605 A e B, 625 A e B). Todas as enfermarias são munidas de pia com espelho, dispenser de sabonete líquido e papel toalha, uma lixeira para lixo não reciclável, dois dispensers de álcool gel (sendo um próximo à porta e o outro junto ao leito C) e um armário com três portas para os pacientes guardarem seus pertences. Os leitos são divididos por cortinas que garantem privacidade durante os procedimentos, além disso, possui luminária na cabeceira do leito, campainha, parede de oxigênio e ar comprimido. Também há um criado mudo, uma mesa para realizar refeições, uma cadeira e/ou uma poltrona para uso individual. Na unidade, há dois banheiros coletivos para uso dos pacientes, um masculino e outro feminino, e dois banheiros para os funcionários (masculino e feminino), copa, rouparia, dois expurgos, sala de utilidades (com materiais de estoque, pia para a lavagem do material utilizado), sala de materiais (com macas, cadeiras higiênicas, cadeiras de rodas, torpedos de oxigênio, eleve, etc.), sala de lanche para os funcionários, sala da higienização e sala de admissão. Existe também, uma sala de aula; uma sala multiuso utilizada para reuniões da equipe, capacitação dos funcionários e a passagem de plantão; o posto de enfermagem, onde se localizam os prontuários, lista de exames, quadro de pacientes, escala dos técnicos, lista de tarefas, estufa, refrigerador, carro de parada, materiais e medicamentos, possui também um balcão de atendimento, onde o secretário atua; uma sala de prescrição cujos computadores e impressoras ficam à disposição para as equipes multiprofissionais e quatro computadores dispostos no corredor para facilitar acesso dos funcionários, acadêmicos e equipe multidisciplinar aos prontuários on line.

7 2.2.2 Recursos Humanos Os recursos humanos fixos da unidade compreendem enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, secretário, farmacêutica, equipes médicas de diversas especialidades, fonoaudiólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais, equipe de higienização. Além das equipes fixas, a unidade conta com serviços de apoio contatadas por meio de consultorias em nutrição, serviço social, psicologia, psiquiatria, enfermagem especializada em feridas, ostomias, em dor, etc. 2.2.3 A Equipe de Enfermagem A equipe de enfermagem é constituída por 64 funcionários, 48 técnicos e auxiliares de enfermagem e 16 enfermeiros, distribuídos em sete turnos de trabalho. São eles: manhã, tarde, noite I, noite II, noite III, intermediário e sexto turno. Os profissionais estão distribuídos da seguinte forma: Manhã (7h às 13h15min) o Três enfermeiros; o 12 técnicos e auxiliares de enfermagem. Tarde (13h às 19h15min) o Três enfermeiros; o 15 técnicos e auxiliares de enfermagem. Noite I (19h às 7h15min) o Dois enfermeiros; o Sete técnicos e auxiliares de enfermagem. Noite II (19h às 7h15min) o Dois enfermeiros; o Seis técnicos e auxiliares de enfermagem. Noite III (19h às 7h15min) o Dois enfermeiros; o Seis técnicos e auxiliares de enfermagem. Intermediário (19h às 1h15min) o Um enfermeiro; o Dois técnicos de enfermagem.

8 Sexto turno (sábados, domingos e feriados, das 7h às 19h15min) o Três enfermeiros. Durante o período de segunda a sexta-feira a escala dos técnicos deve contemplar o número mínimo de oito técnicos de enfermagem, no final de semana o mínimo é de sete técnicos. As tarefas diárias destes profissionais são determinadas através de escala semanal, sendo um profissional encarregado do transporte de pacientes e os demais da assistência. Os enfermeiros do HCPA possuem uma carga horária semanal de 36 horas, sendo que 30 horas são realizadas no horário fixo de trabalho e seis horas através da realização da Jornada Compensatória, que consiste em realizar de atividades assistenciais ou não fora do seu turno de trabalho duas vezes por semana pelo período de três horas. Todos os profissionais técnicos e enfermeiros que trabalham seis horas têm direito a 15 minutos de intervalo e os que trabalham 12 horas possuem direito à uma hora de intervalo. 2.2.4 Organização do trabalho A escala mensal inicia no dia 15 de cada mês e os próprios técnicos organizarem-se com suas folgas, porém o enfermeiro é responsável por conferir se a distribuição das folgas está correta e justa. O descanso semanal remunerado (DSR) deve ser distribuído de forma com que o funcionário usufrua de pelo menos um DSR por semana. O funcionário deve ter um domingo de folga, pelo menos, a cada sete semanas de trabalho. Existe um combinado entre os funcionários do turno da manhã, que atribui ao responsável pelo transporte prioridade para escolher na escala mensal folgas nos domingos. Para organização do quadro de funcionários, é feita semanalmente uma escala na forma de rodízio, em que os leitos e as tarefas da unidade são divididos entre os técnicos de enfermagem. Dentre as tarefas estão: organização da sala de lanche, posto de enfermagem, sala de macas, rouparia, expurgos, contagem e lavagem de material, entre outras. Os enfermeiros dividem-se em três escalas no turno da manhã e no turno da tarde: ala feminina, leitos da UCE Neuro e ala masculina, avaliam seus pacientes e realizam as evoluções e prescrições de enfermagem (respectivas de cada turno), bem como as notas de admissão e transferências dos pacientes. São responsáveis por supervisionar as atividades da equipe de enfermagem e outras tarefas como distribuição e controle de psicotrópicos, controle e preparo para procedimentos, os exames a serem coletados pela enfermagem, gerenciamento

9 dos leitos, etc. A chefe de unidade é responsável por outras funções administrativas próprias ao cargo como o controle do sistema RONDA. O RONDA é um sistema onde ficam registrados todos os horários de entrada, saída e intervalo de todos os funcionários do hospital, através do cartão ponto eletrônico. Cada enfermeiro realiza o ajuste dos horários dos técnicos do seu turno enquanto que o controle do cartão ponto dos enfermeiros é realizado pelo enfermeiro chefe da unidade que tem seu controle realizado pela chefia do Serviço de Enfermagem Clínica.

10 3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS No dia 14 de julho de 2014 iniciei o Estágio Curricular III na Unidade de Internação 6º Norte. Já conhecia a equipe de enfermagem e as rotinas da Unidade, da experiência previa no campo de estágio durante as práticas aplicativas da disciplina Administração em Enfermagem e do Estágio Curricular I. Neste dia a enfermeira Inês, minha supervisora, questionou meu plano para o estágio, respondi que queria contemplar o que não havia conseguido no estágio anterior. Como por exemplo: melhorar o gerenciamento do tempo, participar mais ativamente dos rounds, aprimorar as prescrições de enfermagem e a tomada de decisão. Sabia que teria a oportunidade de assumir como enfermeira da UCE Neuro e que teria que estudar bastante. Durante o estágio, fui assumindo o papel do enfermeiro gradualmente, ficando na primeira semana com a responsabilidade do processo de enfermagem de uma enfermaria. Em pouco tempo já estava responsável pelos 10 leitos da UCE Neuro, com a supervisão da enfermeira. No decorrer do estágio fui amadurecendo e desempenhando melhor meu papel de enfermeira. Diariamente após receber o plantão era responsável por preparar o carrinho de punção e por dispensar os medicamentos psicotrópicos. Ao fim do turno realizava a conferência dos psicotrópicos e deixava organizado para a enfermeira do turno da tarde antes da passagem de plantão. 3.1 Atividades Assistenciais Durante o estágio pude realizar atividades assistenciais que proporcionaram aperfeiçoamento de habilidades técnicas e de avaliação do paciente. Tais como: Punção venosa; Cuidados com soroterapia; Retirada e débito de Lipídios; Troca de curativo de cateter central; Retirada de cateter de Shilley e central; Cuidados com oxigenoterapia; Curativo de pleurostomia; Sondagem nasoenteral; Sondagem vesical de alívio e de demora;

11 Coleta de exames (urina e sangue); Cuidados com úlceras por pressão; Avaliação da pele; Posicionamento do paciente para alimentação. 3.2 Atividades administrativas As atividades administrativas possibilitam o bom funcionamento da Unidade e possuem importância equivalente às assistenciais. Abaixo estão listadas as principais atividades administrativas desenvolvidas: Recebimento e passagem de plantão; Preenchimento do caderninho Controle e dispensação de psicotrópicos; Preparo do carrinho de punção; Conferência da estufa, geladeira e carro de parada. Controle da lista de exames; Histórico de enfermagem e nota de admissão; Encaminhamento para exames; Prescrições e evoluções de enfermagem; Aplicação das escalas de Braden e Morse; Comunicação de alteração de dietas e NPO; Participação dos rounds da UCE Neuro, reuniões e capacitações; Participação na atualização do check list da UCE. 3.3 Atividades educacionais As atividades educacionais visam garantir a continuidade do tratamento no domicílio. Durante a internação a enfermeira busca compreender o contexto familiar, identificar o cuidador principal e saber qual o vínculo que o paciente possui com a sua Unidade Básica de Saúde. Sabendo disso, identifica as orientações pertinentes para cada indivíduo. No caso da Unidade de Cuidados Especiais a prioridade é identificar às necessidades que o paciente terá após a alta, para isso as enfermeiras aplicam o check list. Este instrumento de registro e conferência de orientações, posteriormente, tem suas informações registradas em

12 um banco de dados, compartilhado com a equipe multiprofissional. Abaixo segue os assuntos abordados no check list da UCE: 1. Adesão e prevenção de novo evento 2. Uso de medicamentos 3. Cuidados com pele 4. Higiene corporal/ troca de fralda / troca de lençóis 5. Cuidados com eliminações 6. Cuidados com alimentação e hidratação 7. Cuidados com SNE 8. Mobilização e posicionamento 9. Adaptações em casa, prevenção de quedas 10. O2 domiciliar 11. Uso de inalatórios 12. Uso de BIPAP 13. Traqueostomia 14. Aspiração de VAS Cada assunto possui um grupo de tópicos que guiam a enfermeira para checar se o paciente está orientado. Segue abaixo os tópicos numerados de acordo com o assunto: 1. Conhece seu diagnóstico e etiologia; Conhece seu tratamento; Está orientado para bons hábitos de saúde; Está ciente da importância. 2. Quais os seus medicamentos; Como adquirir seus medicamentos; Como organizar seus medicamentos; Cuidados com a anticoagulação; Cuidados com insulinoterapia. 3. Hidratação da pele; Proteção das proeminências ósseas; Mudanças de decúbito/ uso do lençol móvel;

13 Barreiras de proteção. 4. Banho; Higiene oral; Higiene perineal; Troca de fraldas; Troca de lençóis. 5. Levar ao banheiro 2/2 h e antes de dormir; Evitar líquidos depois das 20h; Prevenir constipação e diarreia. 6. Cabeceira elevada; Cabeça fletida; Horários regulares; Consistência da dieta/ uso de espessantes; Administração da dieta. 7. Cabeceira elevada; Localização da SNE/ Fixação da SNE; Administração da dieta e medicamentos; Lavagem da SNE/ Tempo de Infusão; Altura do frasco. 8. Decúbito dorsal; Decúbito lateral sobre lado afetado; Decúbito lateral sobre lado não afetado; Retirada do paciente do leito. 9. Altura da cama e grades; Cadeira/ Cadeira de banho; Comadre/ Papagaio; Calçados/ Corrimão e barras; Iluminação/ não uso de tapetes;

14 Remover obstáculos. 10. Colocação e troca do óculos nasal; Limpeza do extensor; Higiene e troca da água do umidificador; Manuseio do torpedo. 11. Uso do espaçador ou dispositivo de pó seco; Modo de aplicação; Importância da higiene oral. 12. Instalação e retirada / uso da máscara; Higienização do material e BIPAP; Proteção dos olhos e nariz. 13. Limpeza da endocânula; Troca do cadarço e do curativo; Cuidados no banho. 14. Como aspirar; Quanto introduzir a sonda; Manuseio do aspirador portátil. Este check list foi reformulado recentemente, participei ativamente deste processo. Para auxiliar na educação em saúde também são fornecidos manuais educativos e as orientações contam com o auxilio dos outros profissionais que integram a equipe multidisciplinar. Se o paciente necessita de alimentação para disfagia terá avaliação da nutrição e atendimento do serviço social, que auxiliará a encaminhar documentação para conseguir espessante, por exemplo. Quando é sabido que o cliente vai ter alta com uma sequela motora a fisioterapia avalia e orienta. Se o paciente vai passar a usar anticoagulante oral, a farmacêutica fornece orientações. E independente do assunto à enfermeira aplica o check list na alta e reforça as orientações dadas desde os primeiros dias de internação.

15 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS O Estágio Curricular III foi extremamente enriquecedor para minha formação acadêmica. Neste período desempenhei o papel de enfermeira de uma Unidade de Cuidados Especiais em um serviço hospitalar e pude superar as expectativas arroladas no plano de estágio. A prática proporcionou conhecimento, autoconfiança e desenvolvimento de relações interpessoais, além de aperfeiçoamento de habilidades técnicas, administrativas e educacionais. A equipe de enfermagem contribuiu muito, preenchendo as lacunas de conhecimento, que por vezes impediam respostas imediatas para os questionamentos e dúvidas que surgiam no dia a dia na Unidade. A enfermeira Inês teve fundamental importância neste aprendizado, pois ao mesmo tempo em que me dava autonomia para atuar, estava disponível para auxiliar, sempre incentivando e estimulando a busca por conhecimento. O estágio permitiu compreender o funcionamento de uma Unidade de Internação, estando inserida na equipe de enfermagem, desta forma, desenvolvendo habilidades para atuar como enfermeiro. Além disso, pude perceber a importância de saber identificar as alterações clínicas, as subjetividades, realizar um bom exame físico e intervenções apropriadas para oferecer cuidado adequado, digno e humanizado. Descobri a importância de registrar a conduta de educação, pois o que não é registrado parece que não foi realizado. Ademais, o registro sinaliza para o restante da equipe multidisciplinar o que já foi contemplado das orientações necessárias para a alta hospitalar. Com certeza, o relacionamento empático entre a enfermeira e o paciente ajuda na obtenção de resultados positivos e a aumenta as chances das orientações para melhoria da qualidade de vida sejam seguidas. Creio que amadureci, embora tenha a convicção de que o processo de aprendizado não finda, que a minha formação e meu saber estarão sempre na dependência do quanto disposta estarei em investir neles. Como futura enfermeira, desejo continuar aperfeiçoando os conhecimentos para dar assistência adequada aos pacientes, assim como faz a equipe de enfermagem do 6º norte, que contribuiu para um resultado positivo deste período, graças à acolhida que propiciaram.

16 REFERERÊNCIAS HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. Institucional. Histórico. Porto Alegre, 2014a. Disponível em: < http://www.hcpa.ufrgs.br/content/view/13/97/>. Acesso em: 14 set. 2014. HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. Prestação de contas ordinária anual: relatório de gestão do exercício de 2013. Porto Alegre, 2014b. Disponível em:<http://www.hcpa.ufrgs.br/downloads/publicacoes/relatorio_gestao_hcpa_2013.pdf>. Acesso em: 13 set. 2014. HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. Relatório de atividades do Grupo de Enfermagem 2013. Porto Alegre, 2013. Disponível em: <http://www.hcpa.ufrgs.br/downloads/publicacoes/relatorio_atividades_genf_2013.pdf>. Acesso em: 13 set. 2014. SETOR SAÚDE. Hospital de Clínicas recebe acreditação internacional. 2013. Disponível em: <http://setorsaude.com.br/hospital-de-clinicas-recebe-acreditacaointernacional/>. Acesso em: 13 set. 2014.