RESOLUÇÃO CIRÚRGICA E RETROOBTURAÇÃO COM MTA DE UM GRANULOMA PERIAPICAL. SOUZA, Aline Cecília Paiva de; Unitri,

Documentos relacionados
TRATAMENTO DE DENTES COM PERFURAÇÃO USANDO CIMENTO REPARADOR A BASE DE MTA

Apresentação clínica e histológica da utilização do substituto ósseo sintético Gen Phos ( ßTCP) em odontologia.

Curso de Especialização em Endodontia

Surgery Endodontics using MTA as root - end filling material: Report of cases

Ricardo Gariba Silva TÉCNICA DE OBTURAÇÃO DOS CANAIS RADICULARES

TÍTULO: REMOÇÃO DE ODONTOMA COMPOSTO E COMPLEXO, RELATO DE CASO CLÍNICO.

Caso Clínico. Uso do MTA em retrobturação endodôntica. Fernanda Maria Klimpel Introdução

TABELA DE COBERTURA 01. DIAGNÓSTICO

2

CISTO DO DUCTO NASOPALATINO: RELATO DE CASO

Molares Inferiores. Acesso em molares inferiores. Molares Inferiores. Forma de contorno. Molares Inferiores. Molares Inferiores Forma de contorno

CIRURGIA EM ODONTOPEDIATRIA

CIRURGIA DE TRANSPLANTE DENTÁRIO AUTÓGENO PELA TÉCNICA MEDIATA RELATO DE CASO CLÍNICO. RESUMO

ENUCLEAÇÃO DE CISTO RADICULAR MAXILAR DE GRANDE EXTENSÃO: RELATO DE CASO

PROTOCOLO DE ATENDIMENTO (EMERGÊNCIA-ENDODONTIA)

USO DO BIOMATERIAL ORTHOGEN em LEVANTAMENTO DE SEIO MAXILAR ESTUDO HISTOLÓGICO. André, L.F.M 1 ; Tiosso, R e Santos, T.M 2

REDE CREDENCIADA ATHUS BRASIL TABELA ODONTOLÓGICA - V

Uso do MTA em retrobturação endodôntica RESUMO

UNIODONTO PORTO ALEGRE

PLANO SIGMA COBERTURA NACIONAL

CISTO PERIAPICAL DE GRANDES PROPORÇÕES NA REGIÃO ANTERIOR DA MAXILA. RELATO DE CASO

Endodontia Prof..Dr. Manoel Eduardo de Lima Machado e Equipe

OBJETIVO: Programa social cuja função é oferecer informação e assistência em saúde bucal para o trabalhador.

ESTUDO DE CASO CLÍNICO

TABELA PLANO PRÉ-PAGAMENTO UNIODONTO VALE DO SINOS 2016/2017

TABELA DE FRANQUIA - PLANO ODONTOLÓGICO ESSENCIAL - Nº REG. ANS: /17-7. Valor em Reais Diagnóstico

TABELA DE DESCONTOS. Anexo I. Procedimentos %

Plano de Ensino. Professor : M.e Welington Pereira Jr.

TABELA DE PLANOS PARTICIPATIVOS

Etiopatogenia das alterações pulpares e periapicais

Endodontia. Curso Técnico em Saúde Bucal Aula disponível: Aula 02. Blumenau Complexo Educacional

ANEXO I TABELA DE PROCEDIMENTOS ODONTOLÓGICOS DA UNIODONTO CATARINENSE MARFIM EMPRESARIAL

COBERTURAS DOS PLANOS

TRATAMENTO DE PERFURAÇÃO DE FURCA: RELATO DE CASO. RESUMO

PASSO-A-PASSO SIMPLIFICADO DO PREPARO DO CANAL RADICULAR

FRANQUIAS ODONTOLÓGICAS

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ODONTOLOGIA DEPARTAMENTO DE BIOMATERIAIS e BIOLOGIA ORAL. Prof. Paulo F. Cesar GLOSSÁRIO ODONTOLÓGICO

Cirurgia periapical na complementação do retratamento endodôntico: relato de um caso clínico

Tabela de Honorários Odontológicos

TABELA DE PROCEDIMENTOS PLANO REFERÊNCIA. O Primeiro Plano Odontológico do Brasil 2017 Todos os direitos reservados.

UNIVERSIDADE TIRADENTES

TABELA DE PROCEDIMENTOS UNIODONTO - Catarinense Produto ANS nº: e BRILHANTE INTEGRAL OPERACIONAL

Planejamento endodôntico

ROL DE PROCEDIMENTOS E SUAS ESPECIFICAÇÕES

PLANO ODONTO SANTANDER

TABELA DE COPARTICIPAÇÃO - PLANO ODONTOLÓGICO OURO - ASPER

P RINCÍPIOS DA CIRURGIA PARENDODÔNTICA

DENTES COM PERFURAÇÃO ENDODÔNTICA PODEM SER RESTAURADOS RELATO DE CASO CLÍNICO TEETH WITH ENDODONTIC PERFORATIONS CAN BE RESTORATIVE CASE REPORT

ESTUDO DE CASO CLÍNICO

Tabela de Honorários Odontológicos

Assessoria ao Cirurgião Dentista papaizassociados.com.br. Publicação mensal interna da Papaiz edição XIII Novembro de 2015

RESTAURAÇÃO DE MOLAR DECÍDUO COM RESINA COMPOSTA DE ÚNICO INCREMENTO RELATO DE UM CASO CLÍNICO

MANUAL DE ORIENTAÇÕES BENEFICIÁRIO

TABELA ODONTOLÓGICA 2017

Introdução. Objetivos. Requisitos. Objetivos. Acesso direto

PLANO DE ENSINO - 1º/2016. Professoras: Dra. Adriana A. Depieri e Dra. Patrícia Ruiz Spyere

Cobertura RN 338 Lei 9656/98:

COBERTURA DO PLANO 11 procedimentos cobertos em pré-pagamento Procedimentos / Nomenclatura

Enucleação de cisto radicular maxilar associado à apicectomia: relato de caso

CIRURGIA PERIODONTAL

Ádila Zanateli da Silva Juliana Moraes Brasil de Souza PRINCÍPIOS DA CIRURGIA PARENDODÔNTICA

ESTUDO DE CASO CLÍNICO

Sala 02 TEMA LIVRE Odontologia Social e Preventiva e Saúde Coletiva

MAIS DE 100 PROCEDIMENTOS COBERTOS

ANEXO I - ROL DE PROCEDIMENTOS ODONTOLÓGICOS

PROVA DE ODONTOLOGIA

RELATO DE CASO: REGRESSÃO DE CISTO PERIAPICAL APÓS TRATAMENTO ENDODÔNTICO

PROCEDIMENTOS COBERTOS. Plano Especial

ENUCLEAÇÃO DE LESÃO PERIRRADICULAR (CISTO PERIAPICAL) RELATO DE CASO

PLANO ALFA ORTO COBERTURA NACIONAL

A Amil Dental oferece uma ampla Rede Credenciada composta por dentistas, serviços de radiologia e clínicas de urgência.

CONTRATO DE NOME COBERTURA DO PROCEDIMENTO DE ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA PESSOA FÍSICA NEXT DENTAL PR I

Tabela de Franquia Plano Essencial

Prótese parcial fixa em metalo cerâmica. Prótese parcial fixa em metalo plástica. Paciente com grande perda de estrutura dentária.

TUSS DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO CARÊNCIAS COLAGEM DE FRAGMENTOS DENTÁRIOS 24 HORAS CONSULTA ODONTOLÓGICA DE URGÊNCIA 24 HORAS

Análise da Adaptação Marginal de Materiais Retrobturadores

Atendimentos nos casos de urgência/emergência, decorrentes de odontalgias, hemorragias ou de acidente pessoal, incluindo:

Patologia Buco Dental Prof. Dr. Renato Rossi Jr.

UFSC CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA PROGRAMA DE ENSINO. Departamento Odontologia

Atendimentos nos casos de urgência/emergência, decorrentes de odontalgias, hemorragias ou de acidente pessoal, incluindo:

PORTARIA Nº 1,032, DE 5 DE MAIO DE 2010

Procedimentos Cirúrgicos de Interesse Protético/Restaurador - Aumento de Coroa Clínica - Prof. Luiz Augusto Wentz

TABELA DE PROCEDIMENTOS ODONTOLOGICOS SORRIX GRATUITO GRATUITO GRATUITO GRATUITO GRATUITO GRATUITO GRATUITO

Tabela Prevident - Empresarial - PME

Índice de Anexos. Anexo I - Questionário...4. Anexo II - Formulário de calssificação do GDR da UFP...8. Anexo III - Registo de resultados...

TUSS DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO CARÊNCIAS COLAGEM DE FRAGMENTOS DENTÁRIOS 24 HORAS CONSULTA ODONTOLÓGICA DE URGÊNCIA 24 HORAS

DENTE ASSINTOMÁTICO CANAL CORRETAMENTE INSTRUMENTADO MODELADO CANAL SECO CANAL SEM CONTAMINAÇÃO POR INFILTRAÇÃO DA RESTAURAÇÃO PROVISÓRIA

2ª. PARTE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

TERAPIA ENDODÔNTICA EM DENTES COM RIZOGÊNESE INCOMPLETA: RELATO DE CASO

CONTRATO DE COBERTURA DE ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA PESSOA FÍSICA A DENTAL 50 NE WEB CÓDIGO DO PROCEDIMENTO PROCEDIMENTO

FRATURA DE MANDÍBULA SECUNDÁRIA À DOENÇA PERIODONTAL EM CÃO: RELATO DE CASO

ASPECTO DE IMAGEM DAS ESTRUTURAS DO DENTE

Conceitos básicos. Cimentos Odontológicos. Descrição geral Indicações Requisitos

TABELA DE PROCEDIMENTOS ODONTOLÓGICOS

PRODUTOS ANGELUS. Bio-C Sealer Cimento obturador biocerâmico pronto para uso

INTERPRETAÇÃO DE IMAGENS DAS ALTERAÇÕES DA COROA DENTAL

PORTARIA Nº 911, DE 29 DE AGOSTO DE O Secretário de Atenção à Saúde, no uso de suas atribuições,

ANEXO I - TABELA COBERTURA

Transcrição:

RESOLUÇÃO CIRÚRGICA E RETROOBTURAÇÃO COM MTA DE UM GRANULOMA PERIAPICAL SOUZA, Aline Cecília Paiva de; Unitri, (alinececiliaodonto30@hotmail.com) FARIA, Rodrigo Antônio de; Unitri (drigofaria@hotmail.com) GOMES, Júlio Bisinotto Gomes; Unitri (julio@dentalhall.com.br) Resumo: A cirurgia paraendodôntica é uma resolução cirúrgica, que é realizada quando o tratamento endodôntico não conseguiu resolver o problema dentário e a lesão periapical não regridiu. É realizada no ápice dental e somente indicada após outras tentativas conservadoras de tratamento terem sido executadas. É muito importante além de remover a lesão apical, fazem também a apicectomia, visando uma maior eliminação de microrganismos ali presentes. Este trabalho objetiva apresentar uma revisão de literatura de cirurgia paraendodôntica e apresentar um relato de caso clínico. Paciente E.A.N. O, leucoderma, gênero feminino, 44 anos de idade, procurou atendimento no Centro Universitário do Triângulo em dezembro de 2011, com a queixa principal: tem uma bolha na minha gengiva que há três anos, vai e volta, e sai pus (SIC). No exame clínico intra oral foi observado a presença de uma fístula na região de fundo de saco de vestíbulo, próxima ao elemento dentário 16 (primeiro molar superior direito). O dente 16 apresentava restauração indireta satisfatória que havia sido realizada há 10 anos. Na interpretação radiográfica foi confirmado que a fístula era correspondente ao elemento dentário 16 e que na região periapical havia a presença de uma área radiolúcida, difusa e circunscrita ao ápice da raiz mésio vestibular compatível a uma lesão periapical. Apesar do retratamento endodôntico ser uma opção viável, a paciente optou pela cirurgia paraendodôntica para remoção da lesão periapical, apicectomia e retrobturação com MTA. O pó do MTA endurece na presença de umidade, pois é constituído de partículas hidrofílicas e é radiopaco devido a substância óxido de bismuto que foi acrescentado com essa finalidade. O ph inicial de 10,2, sendo que, três horas a mistura, o ph aumenta para 12,5 e após permanece constante com alto potencial indutor de formação de tecido meralizado. O paciente encontra-se em proservação há aproximadamente 8 meses, com características clínicas e radiográficas satisfatórias, evidenciando a reparação dos tecidos periapicais. De acordo com a literatura e com a proservação do caso descrito no presente trabalho, pode-se concluir que a cirurgia paraendodôntica é uma opção conservadora muito eficaz principalmente quando se utiliza coadjuvante o MTA como material de escolha na retroobturação endodôntica. Palavras-chave: cirurgia paraendodôntica, retroobturação, MTA

INTRODUÇÃO Paciente E.A.N. O, leucoderma, gênero feminino, 44 anos de idade, procurou atendimento no Centro Universitário do Triângulo em dezembro de 2011, com a queixa principal: tem uma bolha na minha gengiva que há três anos, vai e volta, e sai pus (SIC). No exame clínico intra oral foi observado a presença de uma fístula na região de fundo de saco de vestíbulo, próxima aoelemento dentário 16(primeiro molar superior direito). Foi necessário realizar um rastreamento radiográfico com o cone guta-percha, o qual foi desinfetado com solução aquosa de clorexidina 2 % por 5 minutos. Na interpretação radiográfica foi confirmado que a fístula era correspondente ao elemento dentário 16 e que na região periapical havia a presença de uma área radiolúcida, difusa e circunscrita ao ápice da raiz mésio vestibular compatível a uma lesão periapical. O dente 16 apresentava restauração indireta satisfatória que havia sido realizada há 10 anos. Apesar do retratamentoendodôntico ser uma opção viável, a paciente optou pela cirurgia paraendodônticapara remoção da lesãoperiapical, apicectomia e retrobturação (Figura 1). Figura 1 Aspecto clínico da fístula na mucosa vestibular do 16. Para sua realização foi solicitado uma Tomografia como exame complementar para o auxílio do planejamento cirúrgico (Figura 2). Figura 2: Imagem tomográfica evidenciando lesão periapical à raiz MV. Antes do procedimento cirúrgico foi realizada a antissepsia da cavidade bucal com clorexidina a 0,12% por um minuto. Com o campo estéril foram realizadas as anestesias terminais infiltrativas para bloqueio dos nervos

alveolar superior médio, nervos alveolar superior posterior e nervo palatino maior do lado direito, com solução anestésicalidocaína a 2% com adrenalina 1: 100.000. Após a área da cirurgia ser anestesiada, foi feito uma incisão de Neumann, descolamento total do retalho, ostectomia para acesso ao ápice da raiz mésio-vestibular do 16 com broca esférica número 2 em baixa rotação com irrigação abundante (Figura 3). Figura 4 Apicectomia em 45 Figura 5 - Retrobturação com material MTA Figura 3 Descolamento total do retalho e ostectomia Após a loja cirúrgica foi preenchida com coágulo e para finalizar foi feito a sutura do acesso com fio reabsorvível (Catgut 4.0) (Figura 6). Seguido de curetagem apical para remoção da lesão com a colher de dentina e cureta de Lucas, apicectomiaem 45 (Figura 4), para melhor visualização da raiz a ser retrobturada com material MTA (Figura 5). Figura 6- Sutura com fio reabsorvível

Logo a seguir, foi realizada uma radiografia periapical para documentação do caso. (Figura 7). Figura 7: Imagem radiográfica logo após a cirurgia parendodôntica. O material resultante da biópsia excisional foi encaminhado para o Laboratório de Patologia Bucal da Universidade Federal de Uberlândiapara análise histopatológica cujo diagnóstico foi de granuloma dentário (Figura 8). mg de Dipirona Sódica de 6 em 6 horas durante dois dias ou enquanto a dor persistisse, 100 mg de Nimesulida de 12 em 12 horas durante 7 dias, 500 mg de Amoxicilina de 8 em 8 horas durante 7 dias. A consulta para controle clínico foi realizada após dois meses demonstrando a cicatrização do tecido gengival e integridade da mucosa vestibular. No exame radiográficoobservou-se início de reparo ósseo na região periapical da raiz mésio-vestibular do elemento 16 (Figura 9). Figura 9 Imagem radiográfica periapical realizada 2 meses após a cirurgia parendodôntica. DISCUSSÃO Figura 8 Material para exame histológico Após a realização da cirurgia foi prescrito a medicação sistêmica: 500 Segundo Neville et al.,(2009) as lesões inflamatórias periapicais resultam da presença de microrganismos ou de seus produtos tóxicos no canal radicular, nos tecidos apicais ou em ambos. O sucesso do tratamento depende da redução e do controle destes organismos. Quando a lesão

periapical for diagnosticada, deve-se fazer a remoção da causa a qual está levando a inflamação com reabsorção óssea periapical. Se o retratamento não for aconselhável e os sinais e sintomas permanecerem, deve-se optar pela cirurgia paraendodôntica, pois esta é um importante procedimento conservador para a resolução da doença do periápice. Segundo Zuolo Ferreira e Gutmann (2000), existem várias modalidades de cirurgias paraendodônticas, todas com o mesmo objetivo, que consistem em eliminação do agente etiológico da doença periapical. As técnicas conhecidas são denominadas de Cirurgia de urgência. Cirurgia exploratória e/ ou reparadora, cirurgia corretiva e Cirurgia apical. A Cirurgia apical é indicada quando há insucesso endodôntico em dentes que estão com lesão no ápice, quando o acesso ao ápice via canal for inviável, podendo este ser por diversos fatores, como calcificações pulpares, instrumentos fraturados no interior do canal radicular, ou pela existência de pinos intra-radiculares ou próteses fixas adaptadas. A cirurgia apical consiste em curetagem apical, apicectomia e obturação retrógrada. A curetagem periapical é um procedimento muito importante, pois consiste na remoção do tecido patológico que estão infectados, contaminados e necróticos é ideal realizá-lo quando ocorre extravasamento de material obturador endodôntico, deve ser realizado com muita precisão. Preferencialmente deve fazer uma análise histopatológica da lesão removida pela curetagem, para obter um diagnóstico da doença. Já a apicectomia tem por finalidade remover o ápice radicular. Segundo (PURICELLI, 1992), é necessário a remoção de 3 mm do ápice, pois nessa medida poderão estar presentes deltas apicais e canais secundários ou iatrogênias endodônticas, impedindo que o agente causador seja eliminado. A apicectomia é tradicionalmente realizada com bisel de 30º ou 45º, pois a maior vantagem dessa técnica é que proporciona uma maior facilidade de visualização do extremo apical e o acesso direto ao forame. Após a realização da apcectomia é necessário fazer a retrobturação retrógrada, e os materiais mais utilizados são: amálgama de prata, gurta-percha, cimento de óxido de zinco e eugenol, cimentos de ionômero de vidro, cimentos endodônticos e Agregado Trióxido Mineral (MTA). Esses materiais devem ser biocompatíveis, insolúveis, radiopaco, capacidade antimicrobiana e facilidade de inserção. É muito importante ressaltar que o material obturador de escolha, objetiva a vedação total do ápice. Dentre os materiais obturadores que está sendo mais utilizado para retrobturação apical é o MTA, que apresenta uma história clínica de sucesso. Estudos recentemente comprovaram que o MTA tem merecido maior destaque, o qual foi desenvolvido na Universidade de Loma Linda

Califórnia, Estados Unidos. Em 1993, Lee et al. Publicaram o primeiro trabalho científico sobre o MTA. Segundo Lee et al, o pó do MTA endurece na presença de umidade, pois é constituído de partículas hidrofílicas e é radiopaco devido a substância óxido de bismuto que foi acrescentado com essa finalidade. O ph inicial de 10,2, sendo que, três horas a mistura, o ph aumenta para 12,5 e após permanece constante. Segundo Torabinejadet et al., o MTA possui diversas vantagens quando comparado com outros materiais citados acima. De acordo com Hollandet al., o MTA induz a formação dento-alveolar de modo eficiente. CONCLUSÃO: De acordo com a literatura e com a proservação do caso descrito no presente trabalho, pode-se concluir que a cirurgia paraendodôntica é uma opção conservadora muito eficaz principalmente quando se utiliza coadjuvante o MTA como material de escolha na retroobturação endodôntica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1- Torabinejad M, Parirokh M. Mineral Troxide Aggregate: A Comprehensive Literature Review Part II: Leakage and Biocompatibility Investigations. J Endod. 2010; 36 (2): 190-202 2- Estrela, C. Ciência Endodôntica/ Carlos Estrela. São Paulo: Artes médicas, 2004. 3- Barbosa, S. V. Terapêutica Endodôntica. Santos: Livraria Editora, 1999. 4- Orso, V.A; Filho,M. S. Cirurgia Paraendodôntica: quando e como fazer. R. Fac. Odontol. Porto Alegre, v. 47, n.1, p. 20-23, abr. 2006 5- Azambuja, T. W. F; Bercini, F; Alano. Cirurgia paraendodôntica: revisão da literatura e apresentação de casos clínicocirúrgicos. R. Fac. Odontol. Porto Alegre, v. 47, n.1, p. 24-29, abr. 2006 6- Oliveira, M.A.V.C; Soares,J; Azevedo, K.C.M; Biffi, J.C.G; Faria, R.A. Cirurgia Paraendodôntica como complemento do tratamento endodôntico: relato de caso clínico. R. Dental Press Endodontics, 2011 7- Leonardi, P. Et al., 2006. Cirurgia paraendodôntica: Avaliação de diferentes técnicas para a realização da apicectomia. Rv Sul-Brasileir de Oodntologia, vol. 3, n. 2, 2006, PP. 15 19 Universidade da Região de Jonville Brasil 8- Jacobovitz, M. Et al., 2009. Obturação com MTA associada à cirurgia paraendodôntica no retratamento de reabsorção radicular apical externa relato de caso. R. Sul Brasileira de Odontologia, vol. 6, n. 2, 2009, PP.208 213 Universidade da Região de Joinville Brasil 9- NEVILLE, B.W., DAMW, D.D., ALLEN, C.M., BOUQUOT, J.E. Patologia Oral e maxilofacial. Cap. 15 p. 570-573, 2ª edição editora Guanabara koogan, 2009. 10- Puricelli, E. Cirurgia Apical Estágio Atual. In: BOTTINO, M.; FELLER, C. (Coord).Atualização na Clínica Odontológica: o Dia a Dia do clínico Geral. São Paulo: Artes Médicas, 1992. P. 23 32

11- Zuolo, M.L.; Ferreira, M.O.F.; Gutmann, J.L. Prognosis in Periradicular Sugery: a Clinical Prospective Study. Int. Endod. J., Oxford, v. 33, n.2, p. 91 98. Mar. 2000. 12- Lee S. J., Monsef M, Torabinejad M. Sealing ability of a mineral trioxide aggregate for repair of lateral root perforations. J Endod 1993, 19: 541-544