Aspectos psicossociais relacionados ao uso de drogas na adolescência Juliana Joni Parada Psiquiatra clínica e forense pela ABP Especialista em Dependência Química pela UNIFESP Coordenadora do Ambulatório de Dependência Química e Preceptora da Residência do IPSEMG Psiquiatra do CAPS-AD de Ribeirão das Neves
Roteiro 1. Epidemiologia 2. Neurobiologia 3. Fatores associados ao risco e à proteção ao uso de drogas 4. Conseqüências 5. Maconha 6. Drogas e doenças psiquiátricas 7. Drogas e delinqüência juvenil
O abuso de drogas se inicia precocemente e tem pico na adolescência. 1. Epidem miologia NIDA, 2010.
Idades médias do primeiro uso de diferentes drogas 1. Epidem miologia Tendência ao uso cada vez mais precoce. CEBRID, 2010
Tipos de uso de diferentes drogas 1. Epidem miologia CEBRID, 2010
Uso de diferentes drogas por gênero e faixa etária 1. Epidem miologia Sexo masculino drogas ilícitas Meninas medicamentos controlados sem prescrição médica / álcool CEBRID, 2010
Tipos de uso de drogas em escolas públicas X privadas 1. Epidem miologia Belo Horizonte: uso no ano rede pública 14,2 % / rede privada 19,6% Privada > Pública
Comparativo do uso de diferentes drogas 2004-2010 miologia 1. Epidem
Comparativo do uso de diferentes drogas 2004-2010 23,8% 30,2% * Belo Horizonte 1. Epidem miologia 16,2% 11,4% 7,1% 10,8% 5,2% 4,2% 5,9% 2,1% 7,2% 1,9% 1,4% 0,6%
Tendências do uso de diferentes drogas Belo Horizonte 1987-2010 1. Epidem miologia CEBRID, 2010
Comparativo do uso de tabaco 2004-2010 1. Epidem miologia CEBRID, 2010
miologia 1. Epidem Uso na vida de drogas em diferentes populações pesquisadas
Uso de drogas entre estudantes adolescentes trabalhadores e não trabalhadores 1. Epidem miologia 2291 estudantes Trabalhadores > não trabalhadores Souza e Filho, 2007.
Álcool N=16117 Drogas 1. Epidemiologia
2. Neurobiologia
Particularidades Neurobiológicas do Uso de Drogas na Infância e Adolescência 2ª. Década de vida: processo de refinamento cerebral 2. Neurob biologia Sistemas de reforço super-ativos Sistemas inibitórios hipo-ativos Adolescentes normais: predisposição a impulsividade Consequências com o uso de drogas
biologia 2. Neurob É difícil prever quais adolescentes dentre os que experimentam drogas se tornarão dependentes, mas é certo que os futuros dependentes estão inevitavelmente entre eles. Quanto mais precocemente o uso se iniciar, maior o risco de conseqüências graves.
Fatores Associados a Risco e Proteção 3. Fatores Risco / Proteção ao Uso de Drogas na Infância e Adolescência Doenças psiquiátricas Heriditariedade INDIVIDUAIS Autonomia Auto-estima Tolerância à frustração Idade de início Tolerância ao efeito Novelty-seeking Agressividade Responsabilidade Timidez excessiva
Fatores Associados a Risco e Proteção 3. Fatore es Risco / Proteção ao Uso de Drogas na Infância e Adolescência Conflitos conjugais Violência doméstica Uso de drogas pelos pais FAMILIARES Permissividade com o uso de drogas Tolerância a infrações Afeto e padrão de comunicação Supervisão dos pais Clareza das regras
Fatores Associados a Risco e Proteção 3. Fatores Risco / Proteção ao Uso de Drogas na Infância e Adolescência Estímulo ao desenvolvimento de potencialidades Envolvimento professores e alunos Rendimento ESCOLARES Evasão Defasagem Clareza das regras e fiscalização
Fatores Associados a Risco e Proteção Risco / Proteção 3. Fatores ao Uso de Drogas na Infância e Adolescência Empregabilidade Criminalidade na vizinhança Opções de lazer Leis e normas Políticas públicas SÓCIO-CULTURAIS Facilidade de acesso Percepção de risco Qualidade e acesso aos serviços de saúde Tolerância com as drogas lícitas Fiscalização
3. Fator res Risco / Proteção Impacto social Mudança de valores sociais: valorização do lucro crescente e incessante, do alívio imediato de situações desprazerosas e da busca do prazer rápido e intenso a qualquer custo. Apologia pela mídia ao consumo de drogas lícitas, tolerância social ao consumo destas substâncias. Ao mesmo tempo em que a sociedade combate e repudia o consumo de drogas, também pode incentivar, involuntariamente, o adolescente a procurar saídas imediatas que são facilmente encontradas nas drogas. A sociedade figura como cúmplice e vítima do uso e drogas! Adolescência e Drogas, 2004.
Queda no desempenho escolar / Dificuldades de aprendizagem Mortes precoces 4. Co onsequências Mortes violentas Acidentes / Criminalidade Violência sexual (vítimas e perpetradores) Gestações indesejadas DSTs / Aids 131 usuários de crack 5 anos 17% morreram Risco 8 vezes maior que a população de SP (Ribeiro et al, 2004)
5. MA ACONHA x desempenho Conseqüências do Uso de Drogas na Adolescência Coorte de nascimento de 1265 crianças n = 1003 (79% da amostra original) Seguimento por 25 anos. Correlação entre o uso de maconha entre os 14 e 21 anos e o desenvolvimento acadêmico e profissional ao 25 anos, ajustado para inúmeros fatores confundidores.
5. MACONHA x desempenho
Maconha X Transtornos Psicóticos ACONHA x T. psicóticos 5. MA Jan 2011 Se a maconha fosse eliminada estima-se que 8 a 13% dos casos de esquizofrenia seriam previnidos (Zammit, 2002; Witton & Murray, 2004; Arseneault, 2004; Fergusson, 2006)
Doenças Psiquiátricas 6. Drogas e Uso de Drogas e Transtornos Psiquiátricos na Adolescência DQ é o problema de saúde mental mais prevalente na adolescência. 89% dos adolescentes que usam drogas têm outro diagnóstico psiquiátrico concomitante. Os mais comuns são: Transtorno de Humor (Depressão) Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade Transtornos de Ansiedade (TAG / Fobia social / TEPT) Transtorno de Conduta Transtorno Desafiador Opositivo Transtornos Alimentares Esquizofrenia
Delinqüência Juvenil e Uso de Drogas 93% da amostra nunca foi encaminhada para tratamento nem antes e nem depois das sentenças. 6. Drogas e Delinqüência Juvenil
SENAD / USP, 2011
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