1 º Seminário Sobre Gestão de Resíduos Sólidos APA - Botucatu Aspectos Gerais Sobre os Resíduos Sólidos Prof. Dr. Wellington Cyro de Almeida Leite Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho UNESP Campus de Guaratinguetá Departamento de Engenharia Civil wcyro@uol.com.br Núcleo de Estudos e Pesquisa em Resíduos Sólidos NEPER USP/São Carlos 12/04/2012
Resíduos Sólidos: Definição... material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível; Lei 12.305/2010, regulamentada pelo Decreto 7.404/2010
Definição ABNT NBR 10.004/2004 resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (ABNT, 2004).
Divisão dos resíduos sólidos quanto à origem
Responsabilidades
Geração Resíduos Domiciliares Brasil: 166 mil t/dia Fonte: ABRELPE (2010) São Paulo: 14 mil t/dia Fonte: ESSENCIS (2010) UGRHI 13: 713 t/dia Fonte: CETESB (2009) Estado de SP: 26 mil t/dia Fonte: CETESB (2009) São Carlos: 156 t/dia Fonte: São Carlos Ambiental (2010)
Geração - RSS Brasil: 625 t/dia Fonte: ABRELPE (2010) São Carlos: 0,6 t/dia Fonte: PMSC (2009) Armazenamento de RSS junto ao Aterro de São Carlos - SP
Geração - RCC São Carlos: 572 m³/dia ou 710 t/dia Fonte: CÓRDOBA (2010) Brasil: 84 mil t/dia ¹ ¹ Dados de Limpeza de Descarte irregular Fonte: ABRELPE (2010) Descarte irregular São Carlos Ecoponto São José dos Campos
GERAÇÃO Poda e Capina São Carlos: 1000 m³/mês Fonte: Ramela (2009) Central de Triagem e Aterro de RCD de Cidade Aracy I
Composição - RSD Composição gravimétrica dos RSD em São Carlos referente a 2005 Fonte: FRESCA (2005)
Classificação CLASSIFICAÇÃO ABNT NBR 10.004/2004 PERIGOSOS NÃO PERIGOSOS CLASSE I CLASSE II PATOGENICIDADE TOXICIDADE REATIVIDADE INFLAMABILIDADE CORROSIVIDADE NÃO INERTES CLASSE II A INERTES CLASSE II B RSS / RI RD RCC CLASSE A
ESTRATÉGIA DE GESTÃO E GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RS Não Ideal NÃO GERAÇÃO Ideal *REDUÇÃO *REUTILIZAÇÃO P2 P+L *RECICLAGEM *RECUPERAÇÃO ENERGÉTICA TRATAMENTO FÍSICO QUÍMICO BIOLÓGICO Fonte: SCHALCH, LEITE CÓRDOBA e CASTRO (2011) DISPOSIÇÃO FINAL (*) Devem ser praticadas até os seus limites
TRATAMENTO DOMICILIAR (RD) PODA E CAPINA SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) RECICLAGEM / COMPOSTAGEM COMPOSTAGEM INCINERAÇÃO / AUTOCLAVAGEM / MICROONDAS / PIRÓLISE / PLASMA CONSTRUÇÃO Civil (RCC) RECICLAGEM INDUSTRIAIS (RI) REJEITOS AGRÍCOLAS REJEITOS RADIOATIVOS NEUTRALIZAÇÃO / PLASMA/ INCINERAÇÃO / OSMOSE REVERSA TRÍPLICE LAVAGEM / REÚSO/ RECICLAGEM NEUTRALIZAÇÃO
Disposição Final DOMICILIAR (RD) PODA E CAPINA SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) CONSTRUÇÃO CIVIL (RCC) INDUSTRIAIS (RI) REJEITOS AGRÍCOLAS REJEITOS RADIOATIVOS RSP / REEE ATERRO SANITÁRIO CLASSE II - A SOLOS AGRÍCOLAS ATERRO SANITÁRIO *CLASSE II A / VALA SÉPTICA ATERRO DE INERTES (CLASSE II-B )/ ATERRO (CLASSE II A) OU (CLASSE I) ATERRO DE RESÍDUOS PERIGOSOS CLASSE I ATERRO DE RESÍDUOS PERIGOSOS CLASSE I ATERRO DE REJEITOS RADIOATIVOS ATERRO DE RESÍDUOS PERIGOSOS CLASSE I
GESTÃO E GERENCIAMENTO GESTÃO: definição de um conjunto de normas e diretrizes que regulamentem os arranjos institucionais (identificação dos diferentes agentes envolvidos e seus respectivos papéis), os instrumentos legais e os mecanismos de financiamento. GERENCIAMENTO: é a realização do que a gestão delibera, através da ação administrativa, de controle e planejamento de todas as etapas do processo.
Legislação em RS Política Nacional de RS (Lei nº 12.305/2010) Incentivo a não geração, redução, reutilização, tratamento e disposição final adequada dos rejeitos; Valorização dos catadores; Cobra dos gestores o fim dos lixões; Identificação dos RS gerados; Incentivo a criação de consórcios intermunicipais que envolvam RS; Logística reversa, responsabilidades pós-consumo e avaliação do ciclo de vida.
Panorama da Gestão de Resíduos Sólidos no Brasil 1. Titularidade dos serviços pertence aos municípios; 2. Ausência de um modelo envolvendo os três níveis de governos (municipal, estadual e federal) enfatizando as diretrizes estratégicas, os arranjos institucionais, os aspectos legais, os mecanismos de financiamento e os instrumentos facilitadores para o controle social; 3. Ausência de políticas consistentes e de recursos suficientes para o gerenciamento dos Resíduos Sólidos Urbanos; 4. Falta de qualificação no setor técnico administrativo; 5. Sobreposição de poderes propiciando consideráveis impactos ambientais; 6. Variedades de soluções acarretando a pulverização de recursos públicos.
INSTRUMENTOS LEGAIS 1. Lei dos Consórcios Públicos No. 11.107/05 pode ser formado por associações públicas ou por pessoas jurídicas de direito privado para a realização de objetivos de interesse comum; possibilita a articulação dos municípios para resolverem um problema comum com os órgãos do governo federal, estadual e municipal para a gestão integrada de resíduos; perspectivas para a otimização de recursos, oportunidade de negócios com geração de emprego e renda sem perder de foco a sustentabilidade do empreendimento.
INSTRUMENTOS LEGAIS 2. Lei de Parceria Público-Privada No. 11.079/04 eficiência no cumprimento das missões do Estado e no emprego de recursos públicos; responsabilidade fiscal na celebração e execução das parcerias; repartição objetiva dos riscos entre as partes; sustentabilidade financeira e vantagens socioeconômicas dos projetos de parceria; celebração de contratos não inferior a 20 milhões de reais (1 dollar = 1,66 reais) prestação de serviços superior a 5 anos.
INSTRUMENTOS LEGAIS 3. Lei do Saneamento Básico No. 11.445/07 marco regulatório da Política Nacional de Saneamento; abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas; gestão associada entre os entes federados por convênios e consórcios públicos; universalização dos serviços com o devido controle social; os titulares dos serviços de saneamento deverão elaborar planos plurianuais para o setor, nos termos da lei.
A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL Dos Instrumentos elaboração de planos federal, estaduais e municipais com horizonte de 20 anos, revisados a cada 4 anos e contendo diagnósticos, proposição de cenários, metas de gerenciamento, eliminação de lixões e incentivo à inclusão social; implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e implantação dos sistemas da coleta seletiva e logística reversa; monitorização e fiscalização ambiental, sanitária e agropecuária; incentivo à adoção de consórcios intermunicipais e outras formas de cooperação entre os entes federados; estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; incentivos fiscais, financeiros e creditícios;
A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL Dos Arranjos Institucionais os Estados devem promover a integração da organização do planejamento e execução das funções públicas de interesse comum relacionadas à gestão dos resíduos nas regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microregiões, priorizando iniciativas consorciadas entre os municípios; os entes federados deverão manter de forma conjunta o Sistema Nacional de Informação sobre a Gestão de Resíduos (SINIR), articulado com o Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento (SINISA) e Meio Ambiente (SINIMA);
A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL Dos Mecanismos de Financiamento O Poder Público poderá instituir medidas indutoras e linhas de financiamento para atender prioritariamente: iniciativas de prevenção e redução da geração de resíduos sólidos nos processos produtivos; a implantação estrutura física e aquisição de equipamentos para cooperativas ou associações de catadores de materiais recicláveis, formadas por pessoas de baixa renda; o desenvolvimento de projetos de gestão de resíduos sólidos de caráter intermunicipal ou regional; consórcios públicos instituídos com o objetivo de viabilizar a descentralização da prestação de serviços públicos envolvendo os resíduos sólidos;
FIM! Obrigado!