AULA-9 PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA. Profª Tatiani

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7/26/2011 PARTE HEMODINÂMICA

Transcrição:

AULA-9 PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Profª Tatiani

Na circulação sistêmica, as artérias tem o papel de distribuir o sangue com oxigênio e demais nutrientes( glicose, aminoácidos, ácido graxo, vitaminas, sais minerais) para os tecidos do corpo. O fluxo de sangue nesses vasos é feito sob pressão gerada pelo bombeamento sistólico do ventrículo esquerdo para a artéria aorta.

Como a ejeção do sangue é pulsátil, a pressão arterial oscila entre um nível sistólico( de 100 a 140 mmhg no adulto normal, em repouso) e um nível diastólico( de 60 a 90 mmhg no adulto normal, em repouso). A média das pressões máxima(sistólica) e mínima ( diastólica) é a encarregada de empurrar o sangue no circuito arterial e denomina-se PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA. Essa pressão é responsável pelo fluxo sanguíneo encarregado de irrigar os tecidos.

A diferença entre a pressão sistólica e a diastólica determina a PRESSÃO DE PULSO ( ou diferencial), que no adulto normal, em repouso, varia entre 30 e 50 mmhg. 1-O aumento da pressão de pulso induz a uma pressão arterial divergente; 2- a diminuição determina pressão arterial convergente.

Alterações na pressão arterial média e na pressão de pulso podem induzir a significativas disfunções vasculares( rompimento de parede vascular, hemorragias) e circulatórias ( velocidade de fluxo e trocas capilares).

Pressão arterial é diretamente proporcional à resistência periférica total( resistência vascular). É a resistência imposta pelos vasos à passagem do sangue SNA-Ramo simpático= adrenalina e noradrenalina SNA- Ramo parassimpático= acetilcolina

a ejeção sistólica de sangue/ minuto é de aproximadamente 5 litros em uma pessoa adulta normal em repouso, recebe a denominação de DÉBITO CARDÍACO ( DC) e constitui um dos fatores determinantes de pressão arterial. O débito cardíaco altera de acordo à variação de dos fatores: Inotropismo Cronotropismo Contração Freqüência

Em condições de repouso, o coração recebe aproximadamente 4 % do débito cardíaco e utiliza em torno de 10 % do oxigênio presente no sangue; durante a prática de exercício físico, o coração é submetido a uma sobrecarga funcional ( maior força e freqüência sistólica) para aumentar o débito cardíaco e a pressão arterial, adequando-os à necessidade metabólica corporal, em especial dos tecidos nervoso e muscular.

O exercício físico promove aumento do debito cardíaco pela ação conjunta dos fatores cronotrópico e inotrópico, solicitando uma bomba cardíaca em condições de: a)gerar e distribuir maior quantidade de estímulos b)diminuir a resistência periférica e elevar o fluxo coronariano c)aumentar a extração de oxigênio d)melhorar a condição metabólica das fibras miocárdicas.

Durante ao deslocamento do sangue nas artérias, o sangue encontra uma certa resistência imposta pelo diâmetro dos vasos. Esta dificuldade que o sangue encontra para fluir dentro das artérias é denominada de RESISTÊNCIA PERIFÉRICA TOTAL(Rpt) ou RESISTÊNCIA VASCULAR SISTÊMICA( RVS). Esta resistência aumenta quando ocorre VASOCONSTRIÇÃO ou seja, quando diminui o diâmetro vascular; a resistência diminui quando ocorre VASODILATAÇÃO, ou seja, quando aumenta o diâmetro vascular.

A principal fonte de resistência ao fluxo de sangue é representada pela alteração do diâmetro das arteríolas( extremidade terminal do ramo arterial), provocada pela vasoconstrição( aumento da resistência periférica=diminuição do fluxo sanguíneo) ou vasodilatação( diminuição de resistência periférica= aumento de fluxo sanguíneo).

A variação da resistência periférica tem efeito direto sobre a pressão arterial, havendo aumento de pressão toda vez que há vasoconstrição no sistema vascular, e diminuição de pressão quando ocorre vasodilatação.

Quanto > o diâmetro do vaso < é a Rpt. Quanto < o diâmetro do vaso > é a Rpt. Desta forma, a pressão arterial é resultante da ação cardíaca ( débito cardíaco) e da ação vascular ( resistência periférica total), podendo ser representada pela fórmula: PA=DC.Rpt PA=DC.RVS

Diversos fatores fisiológicos( idade, sexo, altitude, tipo de atividade, herança genética) e patológicos( disfunções renais, cardíacos, hormonais e nervosas) podem afetar os valores de pressão arterial, e fatores desconhecidos( fatores essenciais). Quando as variações de pressão arterial escapam das faixas de referências consideradas para a normalidade( pressão sistólica= 100 a 140 mmhg; pressão diastólica= 60 a 90 mmhg) ocorrem alterações pressoras conhecidas como: HIPOTENSÃO( pressão baixa) e HIPERTENSÃO ( pressão alta).

Clinicamente, toma-se como referência a pressão sistólica igual a 100 mmhg para a detecção de hipotensão( pressão baixa), havendo suspeita de hipotensão quando há diminuição crônica da pressão sistólica a valores menores que 100mmHg na pessoa em repouso na pessoa em repouso,.para a detecção de hipertensão toma-se como referência tanto a pressão sistólica como a diastólica, considerando hipertensão ( pressão alta) quando a pressão sistólica mantém-se cronicamente acima de 140mmHg e a pressão diastólica acima de 90mmHg.

A determinação da pressão arterial sistêmica é feita através de método direto( canulação de artérias, método invasivo) e método indireto( auscultatório, método não invasivo).

Na clínica, a determinação de rotina de pressão arterial é realizada pelo método auscultatório, com o uso de esfigmomanômetro e estetoscópio; este método constitui o instrumento clínico mais importante para o diagnóstico precoce da hipertensão arterial, doença que acomete em torno de 20% da população e cuja instalação ocorre sem nenhum sintoma.

A detecção precoce do aumento da pressão arterial é de grande relevância no campo da saúde, pois uma vez instalada a hipertensão ela apresenta uma nítida tendência de agravamento, o que faz com que a doença represente um fator de alto risco para o comprometimento de órgãos vitais, como o coração ( infarto), cérebro ( AVE), rins ( insuficiência renal) e fígado ( hepatomegalia), sendo um dos principais responsáveis pela ocorrência de internações, limitações físicas e morte súbita.

A regulação da pressão arterial é feita através de mecanismos de ação: A)A curto prazo Adrenalina Renina vasopressina B) a longo prazo: renal e renina-angiotensinaaldosterona, que encarregam-se do controle da ingestão( sede e apetite por sal) e da excreção( diurese e natriurese) de água e eletrólitos.

Ao contrário do que se pensava, os problemas cardíacos podem atingir pessoas de qualquer idade, inclusive adolescentes. Stress, vida sedentária, tabagismo, álcool em excesso, muitos males irreparáveis ao coração. Mas, mesmo com as insistentes campanhas publicitárias, conselhos de médicos e de especialistas, pouca gente dá a atenção devida a este perigo, que aflige milhões de pessoas, e o que é pior, pouca gente sabe que os problemas cardíacos também podem atingir pessoas jovens - inclusive os adolescentes.

Além disso, uma pessoa que também tenha uma vida normal, que faça exercícios com frequência, não fuma, nem bebe e que viva com tranquilidade, sem preocupações também pode ter problemas com o coração.

HIPERTENSÃO ARTERIAL É, geralmente, uma elevação anormal da pressão dentro das artérias. Aumenta o risco de perturbações como o AVC, a ruptura de um aneurisma, uma insuficiência cardíaca, um infarto do miocárdio. Refere-se a um quadro de pressão arterial elevada, independentemente da causa, valores superiores a 140/90 mmhg. Chama-se-lhe «o assassino silencioso» porque, geralmente não causa sintomas durante muitos anos (até que lesiona um órgão vital).

ATEROSCLEROSE As artérias são tubos, ou vasos sanguíneos, que levam o sangue do coração para todas as partes do organismo. O seu interior deve ser liso e permitir a livre passagem do sangue circulante. No entanto, com o passar dos anos e com a contribuição de vários fatores perniciosos (chamados fatores de risco), podem-se formar placas duras e gordurosas no interior das artérias.

Estas, à medida que vão aumentando de tamanho e irregularidade, tornam mais difícil a passagem do sangue e as artérias perdem elasticidade. Denominam-se placas ateroscleróticas e este processo é denominado aterosclerose.

ANGINA DE PEITO É uma dor torácica transitória ou uma sensação de pressão que se produz quando o músculo cardíaco não recebe oxigênio suficiente. Resulta de uma doença das artérias coronárias levam o sangue ao músculo cardíaco estas não recebem sangue suficiente devido a uma anomalia que reduz o fluxo sanguíneo, consequentemente, as células do miocárdio não recebem o oxigênio e morrem, desencadeando um episódio de dor.

INFARTO DO MIÓCARDIO É uma lesão no músculo cardíaco causada pela obstrução da artéria coronária, responsável pela irrigação do coração. Quando a artéria entope, parte do músculo cardíaco (miocárdio) deixa de receber sangue e nutrientes. Cerca de 20 minutos depois, essa privação mata os tecidos da região atingida. Quanto maior a artéria bloqueada, maior a área afectada.

INFARTO AGUDO DO MIÓCARDIO