Tema 3. Infra-estrutura e logística

Documentos relacionados
Objetivo 3.2. Melhorar a infra-estrutura de transporte e logística do Estado. As prioridades estaduais, segundo a visão da indústria, estão na

Atuação da CAIXA em Saneamento Ambiental, Infra-estrutura e Mercado de Carbono

Capitalismo Concorrencial, Estado e Regulação

Debate sobre o desenvolvimento do Espírito Santo. Pontos para um programa de governo Região Sul. Cachoeiro, 12/04/2014

Acessos e Operação do Porto de Santos

POLÍTICAS PÚBLICAS NA ENGENHARIA

Dois temas, muitas pautas. Saneamento e meio ambiente

BRASIL INFRAESTRUTURA BÁSICA

Eixo 3 Democratização do território e Inclusão Social

MINÉRIO DE FERRO BAIANO SERÁ EXPORTADO POR FERROVIA

E S P Í R I TO S A N TO EXCELENTE LUGAR PARA INVESTIR, TRABALHAR E VIVER.

INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA COMO VETORES DE DESENVOLVIMENTO DO CIPP E DO CEARÁ

15 AÇÕES PRIORITÁRIAS PARA A INDÚSTRIA CATARINENSE

As Olimpíadas. e a Conquista da Cidade. e a Conquista da Cidade

Programa de Aceleração do Crescimento em Rondônia

A nossa missão é atender as suas expectativas aplicando soluções ambientais eficientes que promovam o desenvolvimento econômico atrelado a

Recursos Hídricos. A interação do saneamento com as bacias hidrográficas e os impactos nos rios urbanos

Propostas de posicionamento estratégico para uma Política de Desenvolvimento Industrial

Eixo 3 Democratização do território e Inclusão Social

Desenvolvimento da Logística. Espírito Santo. Projetos Associados. Instituto Brasileiro de Logística -

AÇÕES PRIORITÁRIAS PARA A INDÚSTRIA CATARINENSE

VLI e a Logística Integrada

Modal Ferroviário. Equipe: Docemar M. Borges Felipe Cordova Leonardo F. Heinz Wivian Neckel

AVANÇOS E DESAFIOS AO SETOR PORTUÁRIO BRASILEIRO. DANIEL MACIEL Secretário de Infraestrutura Portuária

Durval Vieira de Freitas

Disciplina: Cartografia

ROTEIRO. 1 Contextualização. 2 Estatísticas Portuárias. 3 Movimentação nos Portos Públicos

Matriz Energética do Estado do Rio de Janeiro Revisão da Matriz Energética do Estado do Rio de Janeiro

TEMA 11 Gestão Ambiental e Saneamento Conflitos com a Urbanização

Seminário IBRE Infraestrutura no Brasilperspectivas. nas áreas de construção, saneamento, transporte e logística

Perdas de água dificultam o avanço do saneamento básico e agravam o risco de escassez hídrica no Brasil

Um novo modelo para explorar o potencial Logístico brasileiro

Plano de Energia e Mudanças Climáticas de Minas Gerais

GESTÃO SUSTENTÁVEL DE BACIAS HIDROGRÁFICAS NO COMBATE À CRISE HÍDRICA EM NOSSA SOCIEDADE

TÍTULO DO TRABALHO: Comitê de Bacia Hidrográfica - Poderosa Ferramenta para o Saneamento - Experiência do Baixo Tietê.

Espírito Santo: Oportunidades e Negócios. 19 de outubro de 2017

Modelo de Monitoramento do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC

Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC. Sugestões ao PNLT

PPI em maio de 2016 coordenar e supervisionar as concessões e privatizações Conselho do PPI é o órgão colegiado

VIII FÓRUM CAPIXABA DE ENERGIA Planejamento Energético Brasileiro: Perspectivas e Oportunidades

APRESENTAÇÃO VALE LOGÍSTICA - Ferrovias

HAILTON MADUREIRA DE ALMEIDA Secretário de Desenvolvimento da Infraestrutura. 16 de novembro de 2017

POLÍTICA ENERGÉTICA PLANO NACIONAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA

Plano Nacional de Energia 2030

Cenários para o Setor Elétrico. Energia Competitiva no Nordeste

Política de Sustentabilidade. Junho /2010. PI Rev. A

INDICADORES ECONÔMICOS

Ação 82. Desenvolver o APL Mármore e Granito. Objetivo: Melhorar a capacidade competitiva do arranjo produtivo, por meio da agregação de valor aos

Eixo 4: Gestão Regional Integrada

13º Seminário Nacional Gestão de Projetos

Movimentação de cargas nos terminais portuários do brasil. Análise trimestral 2017

PROGRAMA KLABIN DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO REGIONAL: APOIO AO PLANEJAMENTO DA GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL

CLIPPING DE NOTÍCIAS

Disciplina: Eletrificação Rural. Unidade 1 Energia elétrica no âmbito do desenvolvimento sustentável: balanço energético nacional

AGENDA 21 GESTÃO DOS RECURSOS NATURAIS

6 ENCONTRO ESTADUAL DE IRRIGANTES

Relatório Estatístico da Movimentação de Cargas. Anuário de 2014

ANUÁRIO ECONÔMICO. Firjan. Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. PRESIDENTE Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira

Disciplina: Recursos Energéticos e Meio Ambiente. 2- Introdução. Professor: Sandro Donnini Mancini. Fevereiro, 2016

Comitê Gestor do PAC

REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA TERRITÓRIOS x INFRAESTRUTURA

Desafios no aumento de eficiência na Logística de petróleo e derivados no país

Ministério Transportes

Realizado de 25 a 31 de julho de Porto Alegre - RS, ISBN

A função de ligar a produção ao consumo; A evolução do sistema de transporte está associada às mudanças econômicas do Brasil;

AS FLORESTAS NO MUNDO

FÓRUM DA MATRIZ ENERGÉTICA Tendências Dificuldades Investimentos Política para Energias Alternativas: Biomassa, Solar, Eólica, Nuclear, Gás, PCH

Perspectivas de Negócios em Infraestrutura. novembro 2013

Cenário Futuro do Consumo de Água no Espírito Santo. 15/12/ Vitória/ES

Planejamento nacional e Integração elétrica regional. Amilcar Guerreiro Diretor de Estudos de Energia Elétrica

FONTES DE ENERGIA COMBUSTÍVEL FÓSSIL

Área de Atuação do Comitê Guandu. Área total Km². 15 Municípios DECRETO /04/2002 RESOLUÇÃO/CERH/RJ Nº 18 DE 08 DE NOVEMBRO DE 2006

ARCO METROPOLITANO. Oportunidades e desafios para o desenvolvimento da Baixada Fluminense

A POLÍTICA DE ENERGIA E DE RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DE SÃO PAULO

Marcos Tourinho Chief Commercial Officer. Danilo Ramos Diretor Comercial de Operações Portuárias. 27 de Abril de 2017

O Plano Diretor é o principal instrumento de política urbana do Município

Vale Logística de Carga Geral. Negócios nos Trilhos Novembro 2011

INFRA ESTRUTURA. Unidade de Estudos Econômicos

ESTUDOS URBANO-AMBIENTAIS parte 02

Plano de Energia e Mudanças Climáticas de Minas Gerais

BALANÇO ENERGÉTICO. Sintético

III SEMINÁRIO DE PORTOS E VIAS NAVEGÁVEIS UM OLHAR SOBRE A INFRAESTRUTURA

ANEXOS A.1. FICHAS DE INVESTIMENTO A.2. ANTECEDENTES PETI /20 A.3. DIAGNÓSTICOS SETORIAIS A.4. SÍNTESE DO PROCESSO DE AUSCULTAÇÃO PÚBLICA

Semana da Mata Atlântica

Proteção e recuperação de mananciais para abastecimento público de água

A Vale. Milhares de empregados da Vale participam. de mais de 500 comunidades ao redor do mundo. intensamente do dia-a-dia

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA AGENDA PORTOS CATARINENSES. Período 2015/2017

MÓDULO IV PLANO DE AÇÃO

A Política Estadual de Energia e o Meio Ambiente. João Carlos de Souza Meirelles Secretário

A aplicação dos recursos da Cobrança pelo uso da água nas bacias PCJ

Complexo portuário de São Luís

VII Seminário sobre Ferrovias Mobilização da Indústria para o Desenvolvimento do Setor Ferroviário. Edifício Sede FIESP São Paulo - SP 19/05/2010

Pacote do governo viabiliza expansão da Estrada de Ferro Vitória-Minas até Presidente Kennedy

Programa Temático 2022 Combustíveis

A Energia da Madeira no Contexto Energético Brasileiro

A HORA E VEZ DO GÁS NATURAL DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO NOVO MARCO LEGAL

Implantação e Pavimentação da BR-285/RS/SC Obras e Programas Ambientais. Traçando novos horizontes

FINANCIAMENTO DA MITIGAÇÃO E DA ADAPTAÇÃO

1 INTRODUÇÃO. Tabela 1 Valor exportado do agronegócio brasileiro

Transcrição:

Tema 3. Infra-estrutura e logística A localização do Estado do Espírito Santo sempre foi tida como um diferencial no País, por estar geograficamente na metade da distância da costa brasileira. Mas, ao longo dos anos de crescimento em que atingiu, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, um Produto Interno Bruto - PIB de R$ 47,2 bilhões em 2005, ou seja, uma participação de 2,2% no PIB nacional, ficou claro que esse posicionamento, sozinho, não é fator de atração de novos investimentos que ampliem o desenvolvimento estadual. Não basta ter o sexto movimento portuário em exportações e importações do País, como mostra o Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Estado do Espírito Santo - SINDIEX, se esse complexo de terminais for considerado obsoleto. Recente pesquisa do Centro de Logística da COPPEAD/UFRJ, envolvendo cerca de 300 empresas exportadoras, mostra duas realidades da logística portuária capixaba: o complexo público de Vitória é o segundo pior do País devido ao baixo calado, cuja profundidade ideal não foi atingida nem na última dragagem; enquanto isso, o Porto de Tubarão, operado pela Vale, em Vitória, ocupa a segunda melhor posição nacionalmente. Só perde para outro porto da Vale no Maranhão. A chave para a resposta entre as duas realidades: investimento e pouca burocracia. Também não adianta ser cortado pela principal rodovia do País - a BR 101 -, se a mesma espera por investimentos para duplicação e modernização há mais de 10 anos. Situação equivalente 40

se aplica à espera pela construção de um novo aeroporto internacional na Capital, que atenda à demanda já existente de passageiros a passeio e a negócios entrando e saindo do Estado. O terminal atual tem capacidade para a movimentação, com conforto, de 560 mil passageiros, mas atingiu, no final de 2007, cerca 1,9 milhão de usuários. Ou seja, o terminal atual já possui um movimento superior a três vezes à sua capacidade. Pesquisa publicada em 2003 pela Foreign Investment Advisory Service - FIAS, uma associação entre a International Finance Corporation e o Banco Mundial, apontou que aspectos como infraestrutura básica, estabilidade política, disponibilidade e custo de mão-de-obra são fatores de decisão mais importantes na atração de investimentos do que os incentivos fiscais oferecidos. Esse estudo confirma que tais incentivos não bastam para compensar os fatores negativos presentes no ambiente de negócios de um determinado País. Ou seja, os investimentos para combater os gargalos que emperram a logística capixaba são fundamentais para o nosso desenvolvimento e necessitam de ações que vêm não só dos atores públicos, mas também dos privados, como propõe este Mapa Estratégico. Atrelada diretamente ao quesito transporte, está a questão de infra-estrutura. Ela passa por investimentos em três pontos fundamentais: garantir o saneamento básico, a conservação de recursos naturais e o suprimento de energia. Objetivo 3.1. Recuperar e conservar os recursos naturais. Nesse movimento pela garantia de uma infra-estrutura satisfatória para o desenvolvimento sustentável que se deseja em 2015, o investimento em preservação dos recursos naturais é fundamental. Afinal, não adianta ter um Estado com excelentes portos e rodovias, com energia suficiente para abastecer residências e indústrias, se a água não é potável a seus moradores e as florestas foram todas devastadas. Ser sustentável também vai significar ter condições de saneamento básico dignas a todos e tratamento adequado para a crescente produção de lixo nas cidades. A água e as florestas aparecem como os principais recursos a serem preservados. Para um Estado que já teve praticamente 80% de seu território coberto pela Mata Atlântica, restar apenas 8% 41

de cobertura florestal de todos os tipos é muito pouco. É preciso estimular programas de reflorestamento e conservar efetivamente o que ainda existe. Em relação aos recursos hídricos, o Estado possui 12 bacias hidrográficas. São 46 praias, quatro rios e cinco lagoas que têm suas qualidades hídricas medidas rotineiramente pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente - IEMA. É preciso garantir o controle da poluição desses mananciais, assim como controlar os índices de qualidade da água que é tratada pela Companhia Espírito Santense de Saneamento - CESAN, que atua em 52 municípios do Estado; pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto - SAAE, que está em 25 cidades; e pela Águas de Cachoeiro - CITÁGUA (Cachoeiro de Itapemirim, Sul do Estado). Em 2006, segundo dados da FGV, 80,94% dos domicílios do Estado são atendidos por rede de água, correspondendo a 2,8 milhões de pessoas. Percentual de cobertura florestal do Estado (%) Indica a cobertura florestal natural e outros tipos de cobertura vegetal do Espírito Santo Percentual de cobertura florestal do Estado (%) 8,0 (2005) 10,0 12,0 Fonte: IEMA 42

Índice de qualidade da água - IQA abrangência CESAN Indica a avaliação da qualidade da água, tendo como determinante principal a utilização das mesmas para abastecimento público pela CESAN Índice de qualidade da água - IQA abrangência CESAN 94 (2006) 98 100 Fonte: CESAN Domicílios atendidos por rede geral de abastecimento de água (%) Percentual de domicílios atendidos por rede geral de abastecimentos de água no Espírito Santo Domicílios atendidos por rede geral de abastecimento de água (%) 80,9 (2006) 90,0 100,0 Fonte: FGV/CPS Ações Estratégicas Previstas Ação 11. Apoiar e contribuir para a conservação e para a recuperação da Mata Atlântica, bem como a recuperação de áreas degradadas, influindo na definição e caracterização dessas áreas. 43

Objetivo: Articular ações que contribuam para a promoção, manutenção, recuperação e ampliação da cobertura vegetal nativa de Mata Atlântica do Estado, tendo em vista a manutenção e preservação de paisagens e habitats adequados para a conservação da biodiversidade e garantia do fluxo de serviços ambientais de maneira sustentável. Ação 12. Apoiar e difundir a instalação do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Objetivo: Articular ações que contribuam para a implantação de um sistema de gestão de recursos hídricos, descentralizado e participativo, nos moldes da Lei 5.818/98. Ação 13. Apoiar e contribuir para a expansão e a diversificação dos plantios florestais comerciais. Objetivo: Articular ações que contribuam para a ampliação da área coberta por florestas plantadas em regime comercial. Ação 14. Apoiar a educação ambiental na indústria e na sociedade. Objetivo: Articular ações que contribuam para a percepção ambiental e para as práticas de conservação e preservação de recursos naturais, que permitam o desenvolvimento da gestão ambiental. Ação 15. Apoiar o Plano de Governo sobre Bacias Hidrográficas. Objetivo: Acompanhar as ações de todos os Comitês de Bacias Hidrográficas do Espírito Santo. Ação 16. Incentivar o uso racional de água pela indústria. Objetivo: Minimizar o desperdício com o fornecimento de água tratada às indústrias. Ação 17. Incentivar a implementação da Bolsa de Resíduos. Objetivo: Conciliar ganhos ambientais com ganhos econômicos, a partir da troca de informações sobre os resíduos disponíveis, promovendo a livre negociação entre as indústrias. 44

Objetivo 3.2. Melhorar a infra-estrutura de transporte e logística do Estado. As prioridades estaduais, segundo a visão da indústria, estão na ampliação do número de terminais portuários, rodovias, ferrovias e do aeroporto internacional. O Mapa Estratégico da Indústria Capixaba 2008/2015 está afinado com o Programa Nacional de Logística e Transportes - PNLT, do governo federal, que prevê investimentos de R$ 7,8 bilhões no Estado até 2023. O plano de logística traz 28 projetos que indicam para onde o Estado vai caminhar, como anseia a indústria local. No caso portuário, é sabido que a situação do porto de Vitória não contempla e poderá não contemplar, no cenário de futuro previsto por este documento, um aumento de atividades. Com esse foco, o direcionamento de esforços políticos e econômicos deverá ocorrer em outros dois eixos de investimentos: o porto de Barra do Riacho, que fica na cidade de Aracruz, no Litoral Norte do Espírito Santo; e o porto de Ubu, localizado no município de Anchieta, Litoral Sul do Estado. Em Barra do Riacho, é preciso reduzir as etapas da burocracia que até o momento não permitiram o lançamento da licitação para as obras. Vale lembrar que a área será destinada para contêineres e cargas gerais e também para um terminal de gás da Petrobras, que já realiza estudo para essas obras, no valor de R$ 500 milhões. O porto de Ubu vive uma situação diferente. É uma área privada e, por isso, tem condições de se desenvolver mais rapidamente. A mesma Petrobras também tem projeto para a região, pois quer construir um segundo porto por lá, voltado para supply - apoio às atividades petrolíferas. A área também deverá receber um grande investimento, em torno de R$ 800 milhões da Vale, que pretende instalar um porto de cargas gerais. Esse novo terminal deve escoar a produção de aço da Companhia Siderúrgica Vitória - CSV, que a Vale fará com chineses, e também outras cargas. Ele será fundamental para desafogar a demanda que hoje vive o porto de Vitória no escoamento de cargas como mármore, granito e café. Para garantir que as cargas cheguem a esses terminais, faz-se necessário o investimento em rodovias e ferrovias. Só a duplicação da BR 101 em todo trecho que corta o Estado não é suficiente. O Plano de Desenvolvimento Espírito Santo 2025, planejamento de longo prazo para o Espírito 45

Santo, prevê a construção de eixos transversais e diagonais cortando o território de Norte a Sul para garantir a integração do interior do Estado com esses portos. Também é fundamental a viabilização da ferrovia Litorânea Sul, pela Vale, que permitirá o escoamento das cargas vindas do Sul do Estado, prioritariamente mármore e granito. Volume de carga movimentada nos portos do Espírito Santo (milhões t) Indica a carga geral, conteinerizada e a granel movimentada (exportada e importada) nos portos do Estado Volume de carga movimentada nos portos do Espírito Santo (milhões t) 134,5 (2006) 167,6 213,9 Fonte: MDIC/ALICEWEB Investimento em infra-estrutura federal dos transportes no Espírito Santo (R$ mil) Indica o total investido em transportes pelo governo federal no Espírito Santo Investimento em infraestrutura federal dos transportes no Espírito Santo (R$ mil) 63.830 (2006) 2.372,2 (PNLT 2008-2011) 2.194,9 (PNLT 2012-2015) 46 Fonte: MT/PNLT

Investimento em infra-estrutura estadual dos transportes no ES (R$ mil) Indica o total investido pelo governo estadual na malha rodoviária estadual Investimento em infraestrutura estadual dos transportes (R$ mil) 334.506 (2006) 1.282.700 (PPA ES 2008-2011) Em desenvolvimento Fonte: GOV-ES/SEFAZ Ações Estratégicas Previstas PORTOS Ação 18. Estimular o desenvolvimento do Porto de Barra do Riacho até 2010. Objetivo: Articular ações que contribuam para a ampliação da capacidade de operação do Porto de Barra do Riacho. Ação 19. Apoiar e acompanhar a adequação do Porto de Vitória. Objetivo: Articular ações que contribuam para a adequação do Porto de Vitória à sua plena capacidade operacional. Ação 20. Estimular o desenvolvimento do Porto de Ubu. Objetivo: Apoiar a ampliação da capacidade de operação do Porto de Ubu com vistas a estimular o Pólo Industrial e de Serviços do Sul do Estado. 47

Ação 21. Estimular o desenvolvimento dos Portos de Praia Mole e de São Mateus. Objetivo: Apoiar o desenvolvimento dos Portos de Praia Mole e de São Mateus com vistas a estimular o desenvolvimento do Norte do Estado. RODOVIAS Ação 22. Apoiar a duplicação da BR 101 no Espírito Santo, entre seus limites com o Rio de Janeiro e com a Bahia até 2015. Objetivo: Articular ações que contribuam para aumentar a integração da região litorânea do Espírito Santo com os demais Estados da costa leste brasileira. Ação 23. Apoiar a duplicação da BR 101 (Rodovia do Contorno de Vitória) até 2010. Objetivo: Minimizar os gargalos rodoviários existentes e aumentar a segurança no trecho. Ação 24. Propor a adequação da BR 262 até 2010 e a sua duplicação até 2015. Objetivo: Articular ações que contribuam para aumentar o grau de integração entre os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo por meio de maior aproximação entre suas capitais. Ação 25. Apoiar a implantação do Eixo Longitudinal Interiorano, com a ligação rodoviária contínua entre Bom Jesus do Norte, na divisa com o Rio de Janeiro, passando por Nanuque, na divisa com Minas Gerais, até a divisa com a Bahia. Objetivo: Aumentar o grau de integração das regiões do Oeste do Estado, favorecendo a interiorização do desenvolvimento. Ação 26. Apoiar a implantação de Eixos Transversais no Espírito Santo. Objetivo: Articular ações que contribuam para aumentar a integração entre o interior do Estado e o litoral, bem como ampliar as conexões com o Estado de Minas Gerais, através dos seguintes eixos: Eixo Transversal Sul, Eixo Transversal Sul Serrano, Eixo Transversal Centro Norte, Eixo Transversal Rio Doce e Eixo Transversal Norte. 48

Ação 27. Apoiar a implantação de Eixos Diagonais com o Norte do Rio de Janeiro e Norte de Minas Gerais. Objetivo: Articular ações que contribuam para aumentar a integração no interior do Estado, bem como facilitar a conexão entre os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais com o Complexo Portuário Capixaba, através dos seguintes eixos diagonais: Eixo Diagonal Sul (Barra Mansa - BR 393 e RJ 186 a Cachoeiro de Itapemirim), Eixo Diagonal Centro (Aracê - BR 262 ao Porto de Barra do Riacho) e Eixo Diagonal Norte (Norte de Minas ao Porto de Barra do Riacho). Ação 28. Estimular a construção da Rodovia Leste-Oeste - BR 477. Objetivo: Ligar a Ceasa, em Cariacica, à Rodovia Darly Santos, em Vila Velha. Ação 29. Articular a ampliação e a manutenção da malha viária (estradas vicinais), através da utilização de subprodutos industriais. Objetivo: Agilizar o escoamento da produção regional e a articulação entre os pequenos e grandes empreendedores, estimulando o reaproveitamento de subprodutos industriais (escória de altoforno, subproduto de petróleo, aproveitamento de malha viária substituída, dentre outros), contribuindo para a melhoria do meio ambiente. FERROVIAS Ação 30. Implantar a Ferrovia Litorânea Sul até 2009. Objetivo: Articular ações que contribuam para dotar o Estado de infra-estrutura ferroviária para suportar o desenvolvimento do Pólo Industrial e de Serviços de Anchieta e do Pólo Industrial de Cachoeiro do Itapemirim. Ação 31. Apoiar a adequação do Corredor Centro-Leste até 2015. Objetivo: Articular ações que contribuam para a promoção da maior integração entre o Complexo Portuário Capixaba e o Estado de Minas Gerais e a Região Centro-Oeste. 49

AEROPORTO Ação 32. Apoiar a implantação do Terminal de Carga Aérea do novo Aeroporto de Vitória. Objetivo: Articular ações que contribuam para ampliar a capacidade de transporte aéreo de cargas. Ação 33. Apoiar a elaboração do Plano Diretor Aeroportuário do Espírito Santo, em especial na Região Metropolitana de Vitória. Objetivo: Articular ações que contribuam para a elaboração do Plano Diretor Aeroportuário do Espírito Santo. VIAS URBANAS Ação 34. Apoiar a melhoria da mobilidade urbana na Região Metropolitana da Grande Vitória. Objetivo: Incentivar as ações para efetivação do Plano de Mobilidade Urbana na Região Metropolitana da Grande Vitória - Transportes de massa. Objetivo 3.3. Garantir disponibilidade de energia a longo prazo. O Espírito Santo já viveu no passado uma situação complicada em se tratando de energia. Apagões eram constantes, por se tratar de ponta de rede do sistema de abastecimento nacional. O início da virada nesse cenário complicado aconteceu em 2006, quando o Estado ganhou o Linhão Ouro Preto - Vitória, linha de transmissão de energia vinda de Minas Gerais, e uma nova subestação de energia, em Viana, que ampliou em 30% a oferta no Estado. A descoberta de grande quantidade de gás natural no mar do Espírito Santo pela Petrobras também permitiu a melhoria da confiança no sistema energético do Estado. Mesmo assim, governo e empresários estão preocupados com o futuro. Afinal, os investimentos feitos não foram suficientes para tornar o Estado auto-suficiente em energia. Segundo dados do Balanço Energético do Espírito Santo (1980-2004), divulgado pela Agência de Serviços Públicos de Energia do Estado - ASPE, o Espírito Santo importa hoje 5.646 teps (tonelada equivalente de petróleo) e produz outros 5.484 teps. A mesma agência governamental anunciou que será 50

contratada uma empresa para realizar um amplo programa de planejamento que levará em conta a demanda por energia, nas áreas industrial e residencial, no período que vai de 2009 a 2025. Esse plano está em total consonância com o Mapa Estratégico, que pretende incentivar o conceito de eficiência energética, estimular a construção de termoelétricas e incentivar o abastecimento de gás natural no interior, entre outros. Aliás, o gás natural é um dos grandes potenciais do Estado. A partir do ano que vem, segundo dados da Petrobras, o Espírito Santo poderá atender até 75% da demanda de gás do País. Saltaremos de uma produção atual 1,3 milhões de m³/dia para 20 milhões de m³/dia no final de 2010, segundo dados do documento Diretrizes Estratégicas do Espírito Santo 2007-2010, do governo do Estado. Para isso, vários investimentos estão em curso, em ritmo acelerado, contemplando o aumento da exploração (mais descobertas de campos de gás e petróleo, inclusive a megajazida localizada no pré-sal, recentemente anunciada, cuja extensão vai do litoral do Espírito Santo até o litoral de Santa Catarina), a construção de unidades de tratamento e a de gasodutos para levar o produto às indústrias e residências. Os dados mostram que em 2004, 27,7% do total da energia consumida no Estado foi proveniente de eletricidade, 17,8% de coque de carvão mineral, 13% de gases siderúrgicos, 8,2% de óleo diesel, 8% de lixívia (lícor negro consumido na área de celulose), 6% de gás natural e 16,1% de outras fontes. Mas, ainda, 3,2% da energia consumida no Estado são provenientes da queima de madeira, como mostraram os dados do balanço de 2004. 51

Evolução do consumo de energia elétrica no Espírito Santo (em GWh) Acompanhamento da demanda de energia elétrica no Espírito Santo Evolução do consumo de energia elétrica no Espírito Santo (em GWh) 5.527 (2005) Em desenvolvimento Em desenvolvimento Fonte: REVISTA BRASIL ENERGIA Evolução do consumo de gás natural no Espírito Santo (mil m³/dia) Acompanhamento da demanda capixaba por gás natural Evolução do consumo de gás natural no Espírito Santo (mil m³/dia) 1.079 (2002) 3.000 Em desenvolvimento Fonte: ANP; REVISTA BRASIL ENERGIA Ações Estratégicas Previstas Ação 35. Apoiar e participar na elaboração do planejamento energético estadual. Objetivo: Articular ações que contribuam para que o governo do Estado do Espírito Santo possa elaborar o Plano Energético do Estado, em função de disponibilidade e demanda. 52

Ação 36. Propor a criação de um Sistema de Monitoramento de es de Energia com foco no Espírito Santo. Objetivo: Acompanhar o consumo de energia no Estado. Ação 37. Acompanhar o desenvolvimento das perspectivas de utilização de fontes alternativas de energia. Objetivo: Promover o uso de fontes alternativas de energia, incrementando, de forma integrada com os Estados limítrofes (BA, MG e RJ), a produção de álcool, eólica, biodiesel e outras fontes alternativas no Espírito Santo. Ação 38. Disseminar e praticar o conceito de eficiência energética na indústria. Objetivo: Articular ações que contribuam para diminuir o consumo de energia por parte da indústria. Ação 39. Apoiar e estimular a construção de usinas termoelétricas. Objetivo: Utilizar o gás natural como fonte geradora de energia. Ação 40. Propor a implantação de ramais ( citygates ) no Gasoduto do Nordeste - GASENE. Objetivo: Colocar ramais em Colatina, Cariacica, Serra, São Mateus e Cachoeiro de Itapemirim, além dos atuais em Ubu, Vale e Linhares. Ação 41. Apoiar P&D voltados para a geração de novas fontes alternativas de energia. Objetivo: Reaproveitar o calor gerado pela indústria, otimizando os processos industriais e diminuindo o consumo de energia. Ação 42. Apoiar e incentivar a criação de Pequenas Centrais Hidroelétricas - PCH. Objetivo: Ampliar a geração de energia elétrica no Espírito Santo. 53

Ação 43. Apoiar as ações de expansão de abastecimento de energia elétrica no Espírito Santo (Linhão 500 KV - Mesquita/Valadares/Vitória) até 2010. Objetivo: Ampliar a geração de energia elétrica no Espírito Santo. Objetivo 3.4. Assegurar a disponibilidade de infra-estrutura de saneamento básico. É importante construir uma interface pró-ativa entre água, esgoto, resíduos sólidos e drenagem urbana, porque todos esses aspectos dizem respeito à questão do saneamento. Alguns indicadores mostram que a situação estadual precisa melhorar para estar compatível com o desenvolvimento a que se propõe. Atualmente, 36% dos domicílios capixabas são atendidos pela rede de esgoto tratado da CESAN. Domicílios atendidos por rede de coleta de esgotos tratados pela CESAN (%) Percentual dos domicílios atendidos por rede de coleta de esgotos tratados pela CESAN no Estado do Espírito Santo Domicílios atendidos por rede de coleta de esgotos tratados pela CESAN (%) 36,0 (2006) 60,0 70,0 Fonte: CESAN 54

Cidades com coleta de lixo para aterro sanitário Número de cidades com coleta de lixo para aterro sanitário ou outro tipo de destinação tecnicamente adequada e devidamente licenciada para seus resíduos urbanos Cidades com coleta de lixo para aterro sanitário 25 (2006) 50 78 Fonte: IEMA Ações Estratégicas Previstas Ação 44. Estimular a ampliação dos serviços de saneamento básico nos municípios capixabas. Objetivo: Acompanhar a ampliação dos serviços de saneamento básico. Ação 45. Apoiar e incentivar o reuso de efluentes industriais. Objetivo: Redução da poluição por resíduos líquidos e sólidos. Ação 46. Apoiar e incentivar a elaboração de um plano habitacional para população de baixa renda no Estado do Espírito Santo, utilizando novas tecnologias. Objetivo: Reduzir custos de moradia de baixa renda, ampliar as ações voltadas para o saneamento básico e permitir a racionalização no gasto de energia. 55