Banco Santander, S.A. e Sociedades que integram o Grupo Santander

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Transcrição:

Banco Santander, S.A. e Sociedades que integram o Grupo Santander Relatório de administração consolidado referente ao exercício 2015 O presente relatório foi preparado em conformidade com o guia de recomendações para a elaboração dos relatórios de administração de sociedades de capital aberto, publicado pela CNMV em setembro de 2013, estruturado de acordo com os nove itens indicados no dito guia. 1. SITUAÇÃO DA EMPRESA 1.1 Descrição No encerramento de 2015, o Grupo era o maior da Zona do Euro e o décimo-nono do mundo em capitalização de mercado: 65,792 bilhões de euros. O seu objeto social é a realização de todo tipo de atividades, operações e serviços próprios do setor bancário em geral. O seu modelo de negócio está centrado em produtos e serviços de banco comercial com o objetivo de atender às necessidades de seus 121 milhões de clientes, pessoas físicas, PMEs e empresas através de uma rede global de 13.030 agências, a maior do setor bancário internacional, bem como de canais digitais, visando a proporcionar a melhor qualidade de serviços e maior flexibilidade. Conta com 1,340 trilhão de euros em ativos e administra fundos no montante de 1,507 trilhão de euros para todos os segmentos de clientes, contando com 3,6 milhões de acionistas e mais de 190.000 funcionários. 88% da receita é gerada pelo banco comercial. O Grupo conta com grande diversificação, estando presente em 10 mercados principais onde tem uma significativa quota de negócios. 1

Organização do Grupo Santander Assembleia Geral de Acionistas (1 vez ao ano) UNIDADES / NEGÓCIOS Conselho de Administração (1 vez ao MÊS) Comissões do Conselho (diversas periodicidades) Países Negócios globais Unidades de Apoio Dentro da organização do Grupo, o conselho de administração é o órgão com maior poder de decisão, e dispõe das mais amplas atribuições para a administração da Sociedade, salvo nas matérias reservadas à competência da assembleia geral de acionistas. O seu funcionamento e atuação são regulados pelo regulamento interno do Banco que é regido pelos princípios de transparência, eficácia e defesa dos interesses dos acionistas. Além disso, o conselho cuida do cumprimento das melhores práticas internacionais de governança corporativa e se envolve a fundo na tomada de riscos pelo Grupo. Em particular, e por proposta da alta direção, é o órgão responsável por estabelecer e acompanhar o apetite de risco do Grupo e aprovar os processos internos de autoavaliação de capital (ICAAP) e de liquidez (ILAAP). O conselho é integrado por 15 membros, dos quais quatro são executivos e onze externos. Desses últimos, oito são independentes, um é indicado pelos acionistas e dois não são, a critério do conselho, nem indicados pelos acionistas nem independentes. O conselho tem constituída uma diretoria executiva investida de poderes decisórios gerais. O conselho conta ainda com outras comissões com poderes de supervisão, informação, assessoria e proposta (as comissões de auditoria; supervisão de riscos, regulamentação e cumprimento; nomeações; remunerações; inovação e tecnologia; e internacional). O modelo de governança corporativa segue princípios que visam a garantir a igualdade de direitos dos acionistas. Entre eles destaca-se o princípio de uma ação, um voto, um dividendo. O Estatuto Social não contempla medidas de blindagem, abrangendo medidas para fomentar a participação informada nas assembleias. 2

Além disso, é aplicada uma política de máxima transparência, em especial, em matéria de remunerações. Esse modelo de governança corporativa é reconhecido pelos indicadores de investimento socialmente responsáveis. O Grupo permanece nos índices DJSI e FTSE4Good desde 2000 e 2003, respectivamente. Para ampliar a informação sobre a estrutura da administração da sociedade reporte-se ao item C do Relatório Anual de Governança Corporativa. Por outro lado, e em caráter periódico (normalmente semanal), são realizadas reuniões presididas pelo Diretor Presidente com a presença dos diretores gerais de divisão e responsável de países. Nessas reuniões realiza-se um acompanhamento dos diversos segmentos, bem como dos assuntos relevantes que afetam a gestão diária do Grupo. (1) Santander Consumer Finance (SCF), com presença em Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Itália, Holanda, Noruega, Polônia, Portugal, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido. A estrutura das áreas operacionais de negócios divide-se em dois níveis: a) Negócios geográficos Segmenta a atividade das unidades operacionais por áreas geográficas. Essa visão coincide com o primeiro nível de gestão do Grupo e reflete o posicionamento do Santander nas três áreas de influência monetária do mundo (euro, libra e dólar). Os segmentos reportados são os seguintes: Europa continental. Abrange todos os negócios realizados na região, bem como a unidade Atividade Imobiliária Espanha. São fornecidas informações financeiras detalhadas da Espanha, Portugal, Polônia e Santander Consumer Finance (que inclui todo o negócio na região, abrangendo os negócios dos três países citados). Reino Unido. Inclui os negócios desenvolvidos pelas diversas unidades e agências do Grupo ali presentes. 3

América Latina. Reúne a totalidade das atividades financeiras que o Grupo desenvolve através de seus bancos e sociedades filiais na região. Destacam-se as contas do Brasil, México e Chile. E.U.A. Inclui a entidade holding (SHUSA) e os negócios do Santander Bank, Santander Consumer USA, Banco Santander Porto Rico, a unidade especializada do Banco Santander International e a agência de Nova York. Não há clientes localizados em lugar diferente da localização dos ativos do Grupo que gerem receitas superiores a 10% das receitas ordinárias. b) Negócios globais A atividade das unidades operacionais é distribuída por tipo de segmento entre Banco Comercial, Santander Global Corporate Banking e a unidade Atividade Imobiliária Espanha. Banco Comercial. Abrange todos os segmentos de banco de clientes, inclusive os de consumo, exceto os de banco corporativo que são administrados através de SGCB. Foram incluídos também nesse setor os resultados das posições de cobertura realizadas em cada país, consideradas no âmbito da Comissão de Gestão de Ativos e Passivos de cada um deles. Santander Global Corporate Banking (SGCB). Reflete os rendimentos derivados dos negócios de banco corporativo global, banco de investimento e mercados em todo o mundo, incluídas as tesourarias com gestão global (sempre depois da distribuição que proceda a clientes do Banco Comercial), bem como a atividade de renda variável. Adicionalmente às atividades operacionais descritas, tanto por áreas geográficas como por negócios, o Grupo segue mantendo a área de Centro Corporativo. Essa área engloba os negócios de gestão centralizada relativos a participações financeiras, à gestão financeira da posição estrutural de câmbio, no âmbito da Comissão de Gestão de Ativos e Passivos corporativos do Grupo, bem como a gestão da liquidez e dos recursos próprios através de emissões. Como holding do Grupo, administra o total do capital e reservas, as destinações de capital e liquidez com relação ao restante dos negócios. A parte de recuperações engloba a amortização de fundos de comércio, não congregando as despesas com os serviços centrais do Grupo que são atribuídos às áreas, à exceção das despesas corporativas e institucionais relativas ao funcionamento do Grupo. Por último, o Grupo dispõe de diversas unidades de apoio, como Riscos; Compliance; Auditoria Interna; Estratégia; Inovação; Comunicação, Marketing e Estudos; Secretaria Geral e Recursos Humanos; Tecnologia e Operações; Intervenção Geral e Controle de Gestão; Financeira; Desenvolvimento Corporativo; Alianças Estratégicas; e Custos. A função de todas elas é que o Grupo seja um grupo coeso, eficiente e produtivo, sendo encarregadas de implantar as políticas corporativas do Grupo. 1.2 Missão e modelo de negócio O Santander conta com um modelo de negócio centrado no cliente que lhe permite cumprir a sua missão de contribuir para o progresso das pessoas e das empresas. 4

Diversificação geográfica, centrada na Europa e América O Grupo Santander conta com uma diversificação geográfica equilibrada entre mercados maduros e emergentes, com presença relevante na Espanha, Alemanha, Polônia, Portugal, Reino Unido, Brasil, México, Chile, Argentina e Estados Unidos. Além disso, possui uma quota de mercado significativa no Uruguai e negócios de financiamento ao consumo em outros países europeus. À sua oferta de serviços locais, o Santander soma áreas de negócios globais que desenvolvam produtos distribuídos nas redes comerciais do Grupo e que atendam a clientes de âmbito global. E.U.A. Quota 1 : 3% Agências: 783 México Quota 1 : 14% Agências: 1.377 Brasil Quota 2 : 12% Agências: 3.433 Reino Unido Quota 3 : 11% Agências: 858 Espanha Quota 1 : 13% Agências: 3.467 Polônia Quota 1,4 : 10% Agências: 723 Chile Quota 1 : 19% Agências: 472 Argentina Quota 1 : 10% Agências: 436 Portugal Quota 1,4 : 11% Agências: 752 Alemanha Quota 5 : 14% Agências: 249 (1) Crédito (2) Crédito livre (3) Inclui o total de créditos de hipotecas, UPLs e PMEs (4) Inclui negócios do Santander Consumer Finance (SCF) (5) Crédito ao consumo Dados: dezembro 2015 ou últimos disponíveis. Os dados de agências não incluem os negócios de SCF Foco em banco comercial centrado no cliente O modelo comercial do Banco Santander é orientado à satisfação das necessidades de todo tipo de clientes: pessoas físicas de diversos níveis de renda; empresas de qualquer tamanho e de diferentes setores de atividade; corporações privadas e instituições públicas. Desenvolver relações duradouras e sustentáveis com os clientes é o principal objetivo do Banco. O Santander tem grandes quotas de mercado em banco comercial nos principais países nos quais o seu maior negócio é captar depósitos e conceder empréstimos. O Banco concentra a sua oferta de banco de atacado na prestação de serviços a seus principais clientes nos mercados locais onde está presente. 5

Modelo de filiais O Grupo Santander está estruturado por meio de um modelo de filiais autônomas em termos de capital e liquidez, sujeitas à regulamentação e supervisão de suas autoridades locais, além daquela exercida sobre o Grupo pelo Banco Central europeu. Essas filiais são administradas segundo critérios locais e por equipes locais que aportam um grande conhecimento e experiência com relação aos clientes nos seus mercados, ao mesmo tempo que se beneficiam das sinergias e vantagens de pertencer ao Grupo Santander. A autonomia das filiais limita o contágio entre as diversas unidades do Grupo, reduzindo o risco. Talento internacional, com uma mesma cultura e uma marca global Os funcionários do Santander compartilham uma cultura focada no cumprimento da missão do Grupo e em atingir a sua visão. A marca Santander sintetiza a identidade do Grupo e expressa uma cultura corporativa e um posicionamento internacional único, consistente e coerente com uma forma de fazer banco que contribui para o progresso de pessoas e de empresas de uma maneira Simples, Pessoal e Justa. Solidez de balanços, prudência em riscos e marcos de controle globais O Santander mantém um perfil de risco médio-baixo e uma alta qualidade dos seus ativos, com uma gestão e cultura de riscos que busca melhorar a cada dia. Conta com capital sólido e adequado ao seu modelo de negócio, estrutura de balanço, perfil de riscos e exigências regulatórias. O centro corporativo acresce valor e maximiza a competitividade das filiais, ajudando-as a ser mais eficientes, apoiando-as na geração de receitas e implementando os padrões mais exigentes em termos de governança corporativa através de indicadores de atuação, políticas corporativas e sistemas de controle globais. Isso permite ao Grupo obter maiores resultados e acrescentar mais valor que aquele que resultaria da soma de cada um dos bancos locais. Inovação, transformação digital e melhores práticas A inovação sempre foi uma das características que definem a identidade do Grupo Santander. Em muitas ocasiões o Banco revolucionou o setor financeiro com novos produtos e serviços. A dimensão do Grupo permite identificar e trasladar com rapidez e eficiência as suas melhores práticas entre os diversos mercados em que está presente, adaptando-as às peculiaridades locais. O Santander está executando um intenso processo de digitalização que afeta não só os serviços que presta a seus clientes, mas também todas as suas operações, tanto internas como externas, até a maneira como usa os dados para impulsionar o crescimento, a atualização e modernização dos sistemas e a simplificação de procedimentos e da organização em geral. A visão do Grupo A visão do Grupo é ser o melhor banco comercial, conquistando a confiança e fidelidade de seus funcionários, clientes, acionistas e da sociedade. Para ser o melhor banco comercial e de empresas para os seus clientes, deve começar pelos empregados. Se eles têm orgulho de pertencer ao Santander e se sentem mais comprometidos, serão capazes de conquistar a confiança e fidelidade dos seus clientes. 6

O Santander quer ajudar os seus clientes a progredir dia a dia com soluções simples e personalizadas que aumentem o seu vínculo com o Banco; um tratamento justo e equitativo baseado na confiança e em um excelente serviço através de suas agências e canais digitais. Um dos eixos prioritários da estratégia do Santander é conquistar a confiança e fidelidade de seus acionistas e investidores de uma maneira Simples, Pessoal e Justa. O Banco Santander conta com um modelo de negócio orientado a contribuir para o progresso das pessoas e das empresas e a gerar uma rentabilidade ativa e sustentável em favor do desenvolvimento das comunidades em que está presente. 1.3 Contexto econômico, regulatório e competitivo A economia mundial reduziu o seu ritmo de crescimento em 2015 (3,1% contra 3,4% em 2014). A melhora no comportamento das economias avançadas não conseguiu compensar a desaceleração das emergentes. A queda dos preços das matérias-primas e resfriamento da economia chinesa tiveram um maior impacto relativo nas economias emergentes, embora o grau de desaceleração tenha sido desigual em função do seu contexto interno. Com relação aos mercados financeiros, o seu desempenho durante 2015 pode ser dividido em duas partes. Durante a primeira metade do ano ocorreram altas generalizadas dos índices de bolsas ao mesmo tempo que os prêmios de risco da dívida pública e privada encolheram significativamente, em especial nas economias desenvolvidas. O acesso aos mercados de capitais foi mais fluido e as condições de oferta de crédito bancário nas economias avançadas foram abrandadas. Esse desempenho esteve apoiado pelas políticas monetárias dos bancos centrais que disponibilizaram abundante liquidez, o que facilitou a busca de rentabilidade por parte dos investidores. A expansão quantitativa do Banco Central Europeu (BCE) conteve qualquer efeito de contágio durante os piores momentos das renegociações do resgate grego. Durante o verão, ocorreu um aumento da volatilidade nos mercados relacionada com as preocupações quanto à redução do crescimento na China e nas economias emergentes. Apesar do início da normalização monetária nos EUA ter sido adiado até dezembro, a renda variável sofreu uma correção importante que causou erosão significativa nos ganhos acumulados no ano. Com relação à conjuntura setorial bancária dos países em que o Banco Santander opera, continuou marcada pelas modificações regulatórias e por uma conjuntura econômica desafiadora, que representou um importante desafio de gestão para aumentar a rentabilidade. As taxas de juros mantiveram-se em níveis extraordinariamente baixos; os volumes de negócios, apesar de se recuperarem gradualmente, continuaram sendo reduzidos; e ocorreu um forte aumento da pressão competitiva na maioria dos mercados. No tocante ao contexto de supervisão e regulamentação, durante 2015 a agenda regulatória continuou sendo intensa. Ao mesmo tempo em que houve avanços na revisão do indicador prudencial e no desenvolvimento de indicadores de gestão de crise, aumentou a atenção aos temas relacionados com a proteção do consumidor e investidor. Busca-se tornar tudo isso compatível com o impulso ao crescimento econômico. 7

Por último, no tocante à supervisão bancária, desde o início da sua aplicação em novembro de 2014, o Mecanismo Único de Supervisão (MUS) permitiu que o BCE assumisse a supervisão integral das instituições bancárias na Zona do Euro. Em 2015, o MUS consolidou o seu funcionamento e os 123 grupos bancários mais importantes passaram a ficar sob a supervisão direta do BCE. Cada instituição conta com uma equipe conjunta de supervisão integrada por pessoal do BCE e autoridades nacionais dos estados membros onde tenha presença relevante. Um resumo da evolução macroeconômica dos principais países em que o Grupo está presente encontra-se nos comentários contidos neste Relatório com relação às unidades geográficas com que opera. 8

2. EVOLUÇÃO E RESULTADOS DOS NEGÓCIOS 2015 2014 BALANÇO (milhões de euros) Ativo total 1.340.260 1.266.296 Créditos a clientes (líquido) 790.848 734.711 Depósitos de clientes 683.122 647.628 Recursos de clientes geridos e comercializados 1.075.565 1.023.437 Recursos próprios 88.040 80.806 Total fundos geridos e comercializados 1.506.520 1.428.083 RESULTADOS ORDINÁRIOS (*) (milhões de euros) Margem de juros 32.189 29.548 Margem bruta 45.272 42.612 Lucro antes de provisões (margem líquida) 23.702 22.574 Resultado antes de impostos 10.939 9.720 Lucro atribuído ao Grupo 6.566 5.816 BPA, RENTABILIDADE E EFICIÊNCIA ORDINÁRIOS (%) (*) Lucro atribuído por ação (euro) 0,45 0,48 RoE (1) 7,2 7,0 RoTE (1) 11,0 11,0 RoA 0,6 0,6 RoRWA 1,3 1,3 Eficiência (com amortizações) 47,6 47,0 SOLVÊNCIA E INADIMPLÊNCIA (%) CET1 fully-loaded (1) 10,05 9,65 CET1 phase-in (1) 12,55 12,23 Taxa de inadimplência 4,36 5,19 Cobertura de inadimplência 73,1 67,2 A AÇÃO E CAPITALIZAÇÃO Número de ações (milhões) 14.434 12.584 Cotação (euro) 4,558 6,996 Capitalização de mercado (milhões de euros) 65.792 88.041 Recursos próprios por ação (euro) 6,12 6,42 Preço / recursos próprios por ação (vezes) 0,75 1,09 PER (preço / lucro por ação) (vezes) 10,23 14,59 OUTROS DADOS Número de acionistas 3.573.277 3.240.395 Número de funcionários 193.863 185.405 Número de agências 13.030 12.951 INFORMAÇÃO SOBRE LUCRO TOTAL (**) Lucro atribuído ao Grupo 5.966 5.816 Lucro atribuído por ação (euro) 0,40 0,48 RoE (1) 6,6 7,0 RoTE (1) 10,0 11,0 RoA 0,5 0,6 RoRWA 1,2 1,3 PER (preço / lucro por ação) (vezes) 11,30 14,59 (1).- Em 2014, dado pro forma incluindo o aumento de capital em janeiro de 2015. (*).- Não inclui líquido de ganhos e saneamentos não recorrentes. (**).- Inclui líquido de ganhos e saneamentos não recorrentes. 9

2.1 Resumo do exercício Na conjuntura descrita, o resumo do ano para o Grupo Santander é positivo, já que foi capaz de compatibilizar mudanças organizacionais e desenvolvimento do processo de transformação comercial em que está envolvido, com a consecução dos objetivos definidos no princípio do ano: cresceu em volumes, em lucro, acumulou capital e aumentou os dividendos pagos em espécie. Os aspectos de maior destaque na gestão do Grupo em 2015 são: Solidez de resultados. O Santander enfrenta esses desafios com um modelo de negócio que demonstrou a sua solidez nos últimos anos, e que está se adaptando à nova conjuntura, com o objetivo de maximizar os níveis de rentabilidade. O modelo do Santander, que demonstrou sua validade durante a crise, tem dois pilares principais: O Santander é um banco grande, mas pouco complexo. Sua diversificação é única, exerce a atividade de banco comercial em 9 países core, além dos diversos serviços que presta através do Consumer Finance e nos EUA com o Santander Consumer USA. Sua perspectiva de gestão adapta-se a cada mercado e as suas filiais, autônomas quanto a capital e liquidez, têm massa crítica para posicionar-se entre os três primeiros players de cada mercado e gerar valor para os seus acionistas. O Centro Corporativo possibilita atrair talento, compartilhar as melhores práticas e os melhores sistemas de informação e controle best-in-class. O Centro Corporativo continuará agregando valor no futuro, e de maneira ainda mais eficiente. Dessa forma, o Grupo Santander obteve um lucro atribuído ordinário de 6,566 bilhões de euros, representando um aumento de 13% com relação a 2014, apoiado em: crescimento consistente e recorrente das receitas comerciais trimestre a trimestre (sem impacto das taxas de câmbio), o que permitiu obter uma margem de juros e receitas totais que constituem um recorde histórico. controle de custos e excelência operacional que permitiu um crescimento de 1% em termos reais e sem perímetro. redução de provisões e queda do custo do crédito, reflexo da estratégia de crescimento e de adequada política de gestão do risco. Além disso, foram contabilizados no ano resultados não recorrentes, positivos e negativos, com encargos líquidos de 600 milhões de euros, que situam o lucro final em 5,966 bilhões, após um aumento de 3%. Processo de transformação comercial. Em 2015 prosseguiu a transformação do modelo comercial em direção a um modelo cada vez mais simples, pessoal e justo. O foco são os clientes pessoa física e empresas, estando os esforços direcionados ao desenvolvimento de modelos especializados, um conjunto de produtos simples e propostas globais para abranger todas as suas necessidades, antecipando-se a elas e conquistando a sua confiança. Ocorreu uma melhora significativa do vínculo e das relações a longo prazo com os nossos clientes, apoiadas especialmente em ofertas diferenciadas de valor e na sua expansão a todas as áreas geográficas, compartilhando as melhores práticas. Exemplos disso são: 10

Lançamento da estratégia 1 2 3 na Espanha, após o êxito no Reino Unido e em Portugal, e produtos similares na Polônia e Alemanha. No segmento de alta renda, também diversos lançamentos de produtos e serviços como Select Premium Portfolios na Alemanha ou o Select Expat no México. Em PMEs e empresas, propostas globais para reforçar o apoio a este segmento, com a implantação do Santander Advance já em 8 países, o Santander Trade disponível em 12 países com mais de 30.000 usuários exportadores e importadores, International Desk, Santander Passport ou a conta corrente 1 2 3 na Espanha. Por outro lado, foi realizado um forte impulso da multicanalidade, destacando os desenvolvimentos em canais digitais que estão sendo cruciais nesse processo de transformação. A inovação e o desenvolvimento tecnológico constituem um pilar estratégico do Grupo, com o objetivo de responder aos novos desafios decorrentes da revolução digital, com foco na excelência operacional e experiência do cliente. Dessa forma, foram melhorados os websites comerciais, bem como lançados novos aplicativos e desenvolvimentos para celulares, como, por exemplo, 'Cash Kitti e Spendlytics, no Reino Unido, e a nova funcionalidade Deposit capture para celular nos EUA. Destacamos também algumas iniciativas em relógios inteligentes como a participação no Reino Unido e na Espanha do primeiro grupo de emissores de Apple Pay. Não menos importantes são a simplificação de processos e produtos, a implementação de um novo front comercial com visão 360º em muitos dos países, caixas eletrônicos de última geração e a abertura das assim chamadas agências do futuro. Ser um Banco Digital sem perder a essência de banco. As agências continuarão sendo um canal relevante para clientes e o Banco, que a longo prazo estarão mais dedicadas à venda de produtos de maior complexidade e à assessoria. Essas melhorias do processo de transformação comercial refletiram-se no avanço em vinculação e informatização, permitindo que alcançássemos um patamar de 13,8 milhões de clientes vinculados (+1,2 milhões no ano; + 10%) e de 16,6 milhões de clientes digitais (+2,5 milhões no ano; + 17%). Melhorias que se traduzirão no aumento da base de receitas. Crescimento da atividade. A atividade comercial e a maior vinculação refletem-se no crescimento dos créditos e recursos de clientes. Em termos de créditos, por áreas geográficas, nove das dez principais unidades cresceram e, por segmentos, aumentaram tanto os clientes pessoa física como as PMEs e as grandes empresas. Em termos de recursos, aumentaram em todos os países, ao mesmo tempo que foi mantida uma estratégia de redução de custo de financiamento, o que se reflete em crescimentos de contas à vista e fundos de investimento e redução das contas a prazo. Solvência reforçada. Foi alcançado o objetivo estabelecido para capital neste ano, apesar de impactos extraordinários negativos. A taxa CET1 fully loaded encontra-se em 10,05% no encerramento do exercício, demonstrando a capacidade de geração orgânica de capital de 10 p.b. em média por trimestre. Além disso, em termos regulatórios, o ano encerrou com uma CET1 de 12,55%, 280 pontos básicos acima do mínimo exigido pelo Banco Central europeu para 2016. Em 3 de fevereiro de 2016 o Banco Central Europeu autorizou o uso do Método Padrão Alternativo para o cálculo das exigências de capital em nível consolidado devido a risco operacional no Banco Santander (Brasil) S.A. O impacto da referida autorização nos ativos de risco ponderados do grupo (-7,836 bilhões de euros) e, consequentemente, nos seus índices de capital não foi levado em consideração nos dados publicados a 27 de janeiro de 2016 apresentados neste relatório. 11

Melhoria na qualidade creditícia. O exercício foi muito favorável em termos de qualidade creditícia, já que os principais indicadores melhoraram no Grupo. A taxa de mora do Grupo melhorou em 83 pontos básicos, alcançando 4,36%, a cobertura subiu 6 pontos percentuais, chegando a 73%, e o custo do crédito diminuiu atingindo 1,25%. Essa evolução positiva registra-se também em praticamente todas as áreas geográficas, constituindo o reflexo da mudança de mix para produtos de menor risco em alguns países e uma adequada política de gestão que estamos reforçando com o lançamento do programa de Gestão Avançada de Risco (ARM). Criação de valor para os acionistas. Levando em conta o resultado ordinário, o RoTE do banco em 2015 encontra-se em 11%, o que fica acima da média do setor. Também melhora levemente o RoRWA do Grupo, atingindo 1,30%. No que se refere ao Tangible Book Value por ação, houve um aumento de 3% no ano em termos homogêneos, o que foi compatível com uma distribuição de dividendos de mais de 2,200 bilhões de euros em espécie em 2015. A rentabilidade por dividendo é de 4,4%, considerando o preço da ação no encerramento do ano. 12

2.2 Resultados Detalhamos abaixo a evolução dos resultados do exercício de 2015 em comparação a 2014. Contas de prejuízos e ganhos resumidas consolidadas Milhões de euros 2015 2014 Juros e rendimentos similares 57.198 54.656 Juros e encargos similares (24.386) (25.109) MARGEM DE JUROS 32.812 29.547 Rendimento de instrumentos de capital 455 435 Resultado de empresas avaliadas pelo método de participação 375 243 Comissões recebidas 13.042 12.515 Comissões pagas (3.009) (2.819) Resultado de operações financeiras (líquido) (770) 3.974 Diferenças de câmbio (líquido) 3.156 (1.124) Outros produtos de exploração 3.067 5.214 Outros encargos de exploração (3.233) (5.373) MARGEM BRUTA 45.895 42.612 Despesas de administração (19.302) (17.899) Despesas de pessoal (11.107) (10.242) Outras despesas gerais de administração (8.195) (7.657) Amortização (2.418) (2.287) Constituições de provisões (líquido) (3.106) (3.009) Prejuízos por deterioração de ativos financeiros (líquido) (10.652) (10.710) RESULTADO DA ATIVIDADE DE EXPLORAÇÃO 10.417 8.707 Prejuízos por deterioração do restante de ativos (líquido) (1.092) (938) Ganhos / (prejuízos) na baixa de ativos não classificados como não correntes à venda 112 3.136 Diferença negativa em combinações de negócio 283 17 Ganhos / (prejuízos) na baixa de ativos não correntes à venda não classificados como operações interrompidas (173) (243) RESULTADO ANTES DE IMPOSTOS 9.547 10.679 Imposto sobre lucro (2.213) (3.718) RESULTADO DO EXERCÍCIO DE OPERAÇÕES CONTINUADAS 7.334 6.961 Resultado de operações interrompidas (líquido) (26) RESULTADO CONSOLIDADO DO EXERCÍCIO 7.334 6.935 Resultado atribuído à controladora 5.966 5.816 Resultado atribuído a participações minoritárias 1.368 1.119 Na conta anterior, os ganhos e saneamentos consideradas não recorrentes foram incluídos em cada uma das linhas da conta de resultados em que foram registrados por natureza. 13

Para facilitar a explicação das variações entre os dois exercícios, é apresentada abaixo uma conta de resultados resumida, na qual os ditos ganhos e saneamentos não recorrentes são apresentados pelo valor líquido e de forma separada em uma linha logo antes do lucro atribuído ao Grupo (Líquido de ganhos e saneamentos). O impacto líquido negativo dos ganhos e saneamentos não recorrentes em 2015 foi de 600 milhões de euros. Resumindo, os aumentos de valor foram de 1,118 bilhões de euros e correspondem ao resultado líquido da reversão de passivos fiscais no Brasil (835 milhões) e à geração de um Badwill de 283 milhões, em decorrência da operação de aquisição de ativos e passivos do Banco Internacional do Funchal (Banif) em Portugal. Assim, foram realizadas obrigações em um montante conjunto de 1,718 bilhões de euros, correspondentes à provisão de um fundo para cobrir eventuais demandas relacionadas com produtos de seguros de proteção de pagamentos (PPI) no Reino Unido (600 milhões), a deterioração e amortização acelerada de ativos intangíveis (683 milhões) e outros saneamentos (435 milhões). Em 2014 foram contabilizados aumentos de valor referentes: à venda de Altamira Asset Management, S.L. (385 milhões de euros líquido), à colocação em Bolsa da Santander Consumer USA Holdings Inc. (730 milhões de euros líquido), à modificação dos compromissos com pensões do Reino Unido (224 milhões de euros líquido) e à operação de seguros com CNP (250 milhões de euros líquido). Por sua vez, foram realizados saneamentos que correspondem aos custos de reestruturação, deterioração de ativos intangíveis e outros saneamentos em um montante conjunto, líquido de impostos, de 1,589 bilhões de euros. O impacto líquido destes montantes foi, portanto, nulo no lucro. 14

Conta de resultados resumida- Relatório de Administração Conta de resultados resumida Milhões de euros 2015 2014 Margem de juros 32.189 29.548 Comissões líquidas 10.033 9.696 Resultados líquidos de operações financeiras 2.386 2.850 Demais receitas 665 519 Margem bruta 45.272 42.612 Custos de exploração (21.571) (20.038) Despesas gerais de administração (19.152) (17.781) De pessoal (11.107) (10.213) Outras despesas gerais de administração (8.045) (7.568) Amortização de ativos tangíveis e intangíveis (2.419) (2.257) Margem líquida 23.702 22.574 Provisões insolvências (10.108) (10.562) Deterioração de outros ativos (462) (375) Outros resultados e provisões (2.192) (1.917) Resultado antes de impostos ordinário 10.939 9.720 Imposto sobre sociedades (3.120) (2.696) Resultado de operações continuadas ordinário 7.819 7.024 Resultado de operações interrompidas (líquido) (26) Resultado consolidado do exercício ordinário 7.819 6.998 Resultado atribuído a minoritários 1.253 1.182 Resultado atribuído ao Grupo ordinário 6.566 5.816 Líquido de ganhos e saneamentos (600) Resultado atribuído ao Grupo 5.966 5.816 No exercício de 2015, o Grupo obteve um lucro líquido atribuído de 5,966 bilhões de euros, representando um aumento de 3% com relação ao lucro de 2014. Excluído o efeito do líquido de ganhos e saneamentos não recorrentes, o lucro líquido atribuído ordinário é de 6,566 bilhões de euros, com um aumento de 13% com relação a 2014. Antes de analisar a evolução das linhas da conta de resultados, detalhamos alguns dos aspectos que afetaram a comparação entre os dois exercícios: Uma conjuntura macro em que a economia mundial reduziu o seu ritmo de crescimento. Taxas de juros que se mantêm em mínimos históricos em grande parte das economias. Elevada concorrência em alguns mercados em que o Grupo opera. Um contexto regulatório mais exigente, com impactos em limitação de receitas e aumento de custos. 15

Um efeito perímetro positivo devido às operações em financiamento ao consumo (principalmente os acordos com PSA) e no Brasil (acordo com Bonsucesso, Getnet e a aquisição de minoritários realizada no quarto trimestre de 2014). O impacto das taxas de câmbio das diversas moedas em que o Grupo opera com relação ao euro é de menos de um ponto percentual positivo para o total do Grupo na comparação entre receitas e custos. Por unidades, os impactos são os seguintes: Estados Unidos (+21 p.p.), Reino Unido (+12 p.p.), Argentina (+7 p.p.), Chile (+5 p.p.), Brasil (-16 p.p.), enquanto no México e Polônia o impacto é inferior a um ponto percentual. 16

Detalhes das principais linhas da conta de resultados Comentamos a seguir os aspectos mais destacados da evolução da conta de resultados entre 2015 e 2014. As receitas elevaram-se para 45,272 bilhões de euros, com um aumento de 6% com relação ao exercício de 2014. É um crescimento de boa qualidade, uma vez que se baseia em aumentos nas plataformas mais comerciais da linha de receitas (margem de juros e comissões), em que os resultados de operações financeiras passaram a representar somente 5% da receita dos Grupo (7% em 2014). Especificamente: O crescimento das receitas deve-se fundamentalmente à margem de juros que representa 71% destas, encontrando-se em 32,189 bilhões de euros, após aumentar 9%, principalmente pelo crescimento do crédito e a redução do custo dos passivos. Apresentamos abaixo os saldos médios do balanço de cada ano, obtidos como a média dos meses do período, o qual não difere significativamente da obtenção da média dos saldos diários. Por outro lado, a abertura entre doméstico e internacional é realizada com base no domicílio do cliente. 17

Balanço médio - ativos e receitas de juros ATIVOS Saldo médio Exercício 2015 Exercício 2014 Juros Taxa média Saldo médio Juros Taxa média (em milhões de euro, salvo porcentagens) Caixa e depósitos em bancos centrais Doméstico 2.511 7 0,28% 1.737 13 0,75% Internacional 72.101 1.385 1,92% 75.567 2.025 2,68% 74.612 1.392 1,87% 77.304 2.038 2,64% Depósitos em instituições de crédito Doméstico 28.449 126 0,44% 22.614 98 0,43% Internacional 60.238 1.719 2,85% 59.180 1.684 2,85% 88.687 1.845 2,08% 81.794 1.782 2,18% Crédito a clientes Doméstico 159.897 4.134 2,59% 164.517 5.125 3,12% Internacional 625.763 41.311 6,60% 542.853 37.050 6,83% 785.660 45.445 5,78% 707.370 42.175 5,96% Valores representativos de dívida Doméstico 51.467 859 1,67% 44.797 1.582 3,53% Internacional 130.918 6.502 4,97% 110.741 5.665 5,12% 182.385 7.361 4,04% 155.538 7.247 4,66% Receitas de operações de cobertura Doméstico 83 95 Internacional (350) 198 (267) 293 Outros juros Doméstico 658 689 Internacional 764 432 1.422 1.121 Total de ativos que rendem juros Doméstico 242.324 5.867 2,42% 233.665 7.602 3,25% Internacional 889.020 51.331 5,77% 788.341 47.054 5,97% 1.131.344 57.198 5,06% 1.022.006 54.656 5,35% Investimento em empresas do grupo Doméstico 1.366 0,00% 1.630 0,00% Internacional 2.086 0,00% 1.969 0,00% 3.452 0,00% 3.599 0,00% Total de ativos rentáveis Doméstico 243.690 5.867 2,41% 235.295 7.602 3,23% Internacional 891.106 51.331 5,76% 790.310 47.054 5,95% 1.134.796 57.198 5,04% 1.025.605 54.656 5,33% Outros ativos 210.861 177.655 Ativos de operações descontinuadas - - Total ativos médios 1.345.657 57.198 1.203.260 54.656 O saldo médio dos ativos rentáveis em 2015 foi de 1,135 trilhões de euros, 11% a mais que em 2014. Este aumento ocorre, na maior parte, à componente internacional. Dentro deste componente, os maiores crescimentos correspondem às rubricas de crédito a clientes e valores representativos de dívida, parcialmente compensado por redução da caixa e depósitos em bancos centrais. 18

Por outro lado, menor aumento do componente doméstico, devido aos depósitos em instituições de crédito e os valores representativos de dívida, parcialmente compensados pelos menores saldos de créditos a clientes, em boa parte pelos registrados na unidade de atividade imobiliária na Espanha. A rentabilidade média do total dos ativos rentáveis baixou 29 pontos básicos chegando a 5,04%. Balanço médio - passivos e despesas de juros PASSIVO E RECURSOS PRÓPRIOS Saldo médio Exercício 2015 Exercício 2014 O saldo médio dos passivos que rendem juros em 2015 foi de 1,079 trilhões de euros, 10% a mais que em 2014. Juros Taxa média Saldo médio Juros Taxa média (em milhões de euro, salvo porcentagens) Depósitos de instituições de crédito Doméstico 31.931 180 0,56% 16.211 225 1,39% Internacional 134.781 2.176 1,61% 116.761 1.980 1,70% 166.712 2.356 1,41% 132.972 2.205 1,66% Depósitos de clientes Doméstico 173.793 1.102 0,63% 170.327 1.629 0,96% Internacional 511.282 12.347 2,41% 459.133 11.787 2,57% 685.075 13.449 1,96% 629.460 13.416 2,13% Débitos representados por valores negociáveis Doméstico 62.510 1.628 2,60% 68.571 2.242 3,27% Internacional 140.147 5.337 3,81% 122.029 4.602 3,77% 202.657 6.965 3,44% 190.600 6.844 3,59% Passivos subordinados Doméstico 7.045 250 3,55% 7.114 407 5,72% Internacional 8.296 684 8,24% 7.762 677 8,72% 15.341 934 6,09% 14.876 1.084 7,29% Outros passivos que rendem juros Doméstico 6.896 137 1,99% 6.987 192 2,75% Internacional 2.160 133 6,16% 2.158 152 7,04% 9.056 270 2,98% 9.145 344 3,76% Despesas resultantes de operações de cobertura Doméstico (307) (388) Internacional (103) (158) (410) (546) Outros juros Doméstico 761 725 Internacional 684 1.037 1.445 1.762 Total passivos que rendem juros Doméstico 282.175 3.751 1,33% 269.210 5.032 1,87% Internacional 796.666 21.258 2,67% 707.843 20.077 2,84% 1.078.841 25.009 2,32% 977.053 25.109 2,57% Outros passivos 166.313 141.352 Participações não controladoras 10.283 9.808 Recursos próprios 90.220 75.047 Passivos de operações descontinuadas - - Total passivos e recursos próprios médios 1.345.657 25.009 1.203.260 25.109 19

O aumento dos saldos explica-se em grande parte pelo componente internacional, sendo os depósitos de clientes a sua rubrica mais destacada. Por outro lado, no avanço do componente doméstico destacam-se os depósitos de instituições de crédito. O custo médio dos passivos que rendem juros diminuiu 25 pontos básicos atingindo 2,32%. Da mesma maneira que no caso do ativo, com reduções generalizadas devido a rubricas dos componentes doméstico e internacional. As variações referidas no quadro abaixo nas receitas e custos são calculadas e atribuídas principalmente: À variação de volume, que é obtida aplicando a taxa de juros do período anterior à diferença entre os saldos médios do período atual e do período anterior. À variação devido à taxa de juros, que é obtida aplicando o saldo médio do exercício anterior à diferença entre as taxas do período atual e do período anterior. Quando se separam receitas financeiras e custos financeiros observa-se que: As receitas financeiras aumentaram em 2,542 bilhões de euros, devido ao efeito de maior volume (+6,292 bilhões) já que as menores taxas significam uma redução de 3,750 bilhões. A variação líquida positiva ocorre no componente internacional, já que o doméstico diminuiu. Os encargos financeiros diminuíram em 100 milhões de euros, devido ao efeito das taxas (-2,213 bilhões), em grande parte pelo menor custo dos depósitos de clientes, que compensam o custo maior por volume (+2,113 bilhões). Nesse caso, a redução dos gastos deve-se ao efeito da taxa no componente doméstico. O valor líquido representa um aumento de 2,642 bilhões de euros, em sua totalidade devido a maiores volumes. 20

Receitas de juros 2015/2014 Aumento (redução) por alterações em Variação Volume Taxa líquida (em milhões de euros) Caixa e depósitos em bancos centrais Doméstico 4 (10) (6) Internacional (89) (551) (640) (85) (561) (646) Depósitos em instituições de crédito Doméstico 26 2 28 Internacional 30 5 35 56 7 63 Crédito a clientes Doméstico (140) (851) (991) Internacional 5.506 (1.245) 4.261 5.366 (2.096) 3.270 Valores representativos de dívida Doméstico 209 (932) (723) Internacional 1.005 (168) 837 1.214 (1.100) 114 Total de ativos que rendem juros sem contar operações de cobertura e outros juros Doméstico 99 (1.791) (1.692) Internacional 6.452 (1.959) 4.493 6.551 (3.750) 2.801 Receitas de operações de cobertura Doméstico (12) - (12) Internacional (548) - (548) (560) - (560) Outros juros Doméstico (31) - (31) Internacional 332-332 301-301 Total de ativos que rendem juros Doméstico 56 (1.791) (1.735) Internacional 6.236 (1.959) 4.277 6.292 (3.750) 2.542 21

Despesas devido a juros 2015/2014 Aumento (redução) por alterações em Variação Volume Taxa líquida (em milhões de euros) Depósitos de instituições de crédito Doméstico 138 (183) (45) Internacional 294 (98) 196 432 (281) 151 Depósitos de clientes Doméstico 33 (560) (527) Internacional 1.286 (726) 560 1.319 (1.286) 33 Débitos representados por valores negociáveis Doméstico (186) (428) (614) Internacional 690 45 735 504 (383) 121 Passivos subordinados Doméstico (4) (153) (157) Internacional 45 (38) 7 41 (191) (150) Outros passivos que rendem juros Doméstico (2) (53) (55) Internacional 0 (19) (19) (2) (72) (74) Total de passivos que rendem juros sem contar operações de cobertura e outros juros Doméstico (21) (1.377) (1.398) Internacional 2.315 (836) 1.479 2.294 (2.213) 81 Despesas resultantes de operações de cobertura Doméstico 81-81 Internacional 55-55 136-136 Outros juros Doméstico 36-36 Internacional (353) - (353) (317) - (317) Total passivos que rendem juros Doméstico 96 (1.377) (1.281) Internacional 2.017 (836) 1.181 2.113 (2.213) (100) Eliminando a incidência das taxas de câmbio, a margem de juros registra um aumento interanual de 8%, com aumentos na maioria das áreas geográficas, salvo na Polônia (-6%), devido à queda das taxas de juros, Espanha (-5%), em uma conjuntura de taxas de juros baixas e forte concorrência no ativo, e Chile (-1%), em virtude do impacto da menor taxa de variação da unidade de incentivo e à regulamentação com relação à política de taxas máximas. Destacam-se os crescimentos do Santander Consumer Finance (+31%), em parte devido a perímetro, México (+14%) pelo crescimento do crédito, Brasil (+10%) após melhorar trimestre a trimestre ao longo do ano, e Estados Unidos (+ 7%) pelo maior volume de carteira no Santander Consumer USA e Santander Bank. 22

As comissões atingiram 10,033 bilhões de euros e cresceram 4%, sendo a evolução por unidades muito desigual devido ao diferente ciclo econômico e de atividade dos países. Em alguns casos, incide ainda o impacto de mudanças regulatórias que limitaram as receitas, principalmente em seguros e cartões. O total de margem de juros e comissões é de 42,222 bilhões de euros, cresceu 8% e representa 93% do total das receitas (92% em 2014). Os resultados referentes a operações financeiras (ROF) diminuíram 16%, condicionados por receitas maiores em 2014, provenientes da gestão de carteiras de coberturas devido a taxas de juros e da unidade corporativa global. O restante de receitas aumentaram em 146 milhões de euros, líquido de dois impactos opostos. Por um lado, impacto positivo das receitas derivadas da operação de leasing (principalmente nos Estados Unidos) e dos maiores resultados das sociedades avaliadas pelo método da participação. Por outro lado, o aporte aos fundos de garantia de depósitos, que também é contabilizado nesta linha, superou os 750 milhões de euros no ano para todo o Grupo, após aumentar em mais de 30%, principalmente devido à Polônia (onde o setor realizou aportes extraordinários em virtude da falência de uma instituição), Espanha e Argentina. Os custos de exploração foram de 21,571 bilhões de euros, tendo registrado um aumento de 8% com relação a 2014 (+7% sem taxas de câmbio). Esse aumento é explicado por diversos fatores: a evolução da inflação na América Latina, os investimentos em programas de inovação e de melhoria da eficiência futura, o impacto das medidas que o Banco adotou em decorrência das novas exigências regulatórias (em especial nos Estados Unidos) e a mudança de perímetro. Ajustados pelos efeitos de perímetro e pela inflação média no período, os custos aumentaram apenas 1%, evolução que reflete o impacto positivo do plano de eficiência e produtividade para três anos, lançado em fins de 2013, que está permitindo realizar os maiores investimentos comentados anteriormente e manter um crescimento real dos custos próximo a zero. Por países, cabe destacar a queda em termos reais no Brasil (-6%, sem perímetro) e na Espanha e Portugal (-1% em ambos os casos). O índice de eficiência é de 47,6% em comparação a 47,0% em 2014, aumento esse devido à já mencionada evolução dos resultados de operações financeiras, já que sem eles a eficiência se mantém estável. As provisões para insolvências encontram-se em 10,108 bilhões após diminuir 4% no ano. Foram registradas quedas significativas no Reino Unido (-71%), Espanha (-43%), Portugal (-42%) e Atividade Imobiliária Espanha (-26%). Diminuíram também na Polônia e Santander Consumer Finance. Por outro lado, aumentaram em países como o Chile (+4%), Brasil (+5%), México (+15%) e Estados Unidos (+16%), tendo em todos eles os volumes aumentado de maneira significativa. Todas as variações das unidades sem taxa de câmbio. As menores provisões, junto com o aumento do investimento, permitem continuar melhorando o custo do crédito do Grupo, que passa de 1,43% em dezembro de 2014 para 1,25% em dezembro de 2015. Excluindo o Santander Consumer USA, que pela sua tipologia de negócio, tem um elevado nível de provisões, o custo do crédito encontra-se em 0,90%, em comparação a 1,15% em dezembro de 2014. A melhoria do custo do crédito registra-se em todas as unidades do Grupo, à exceção dos Estados Unidos. Destacam-se a Espanha, Portugal, Reino Unido e Brasil. Essa evolução deve-se à melhoria na qualidade das carteiras, explicada pela ativa gestão do risco, aliada a um melhor contexto macro em alguns países. 23

A margem líquida após insolvências aumenta em 13% (+12% sem taxa de câmbio), impulsionada por um crescimento a dois dígitos de grande parte das unidades. O conjunto de outros resultados e recuperações contabiliza uma cifra negativa em 2,654 bilhões de euros, em comparação a 2,292 bilhões em 2014. O lucro antes de impostos ordinário, que se assemelha à evolução do negócio, subiu 13% em euros correntes (+10% em euros constantes). Os impostos aumentaram em medida maior devido à maior pressão fiscal em algumas unidades como Portugal, Santander Consumer Finance, México, Chile e Estados Unidos principalmente. Os minoritários subiram 6%, já que os aumentos nos Estados Unidos (devido a melhoria dos resultados de Santander Consumer USA) e Santander Consumer Finance (materialização dos acordos com PSA) são anulados em parte pela recompra realizada no Brasil no quarto trimestre do ano passado. O lucro atribuído ordinário chega a 6,566 bilhões de euros, com aumento interanual de 13%, enquanto que em euros constantes o aumento é de 10%. Por áreas geográficas, os aumentos mais significativos ocorreram em Portugal (+63%), Brasil (+33%, em parte pela recompra de minoritários), SCF (+18%, em parte devido a perímetro), Espanha (+18%) e Reino Unido (14%). Em todos os casos, nas suas respectivas moedas de gestão. Por outro lado, reduções na Polônia (principalmente pela queda de taxas de juros e aporte extraordinário para o fundo de garantia de depósitos), Chile (pela menor inflação UF, cujo efeito não pode ser compensado totalmente pelo aumento de volumes e aumento de ROF, acrescentando-se uma maior taxa fiscal) e Estados Unidos (onde a constituição da holding, a melhoria da franquia de Santander Bank e a descontinuidade dos créditos pessoais para aumentar o foco no financiamento de veículos, está tendo um impacto temporário em receitas e custos). O RoTE ordinário encontra-se em 11,0%, enquanto o lucro por ação ordinário é de 0,45 euros, com queda interanual de 7%, afetado, principalmente, pelo aumento no número de ações no período (aumento de capital em janeiro 2015 e programas Santander Dividendo Elección), assim como pelo maior custo financeiro devido às novas emissões de instrumentos AT1. Incorporando o valor líquido de ganhos e saneamentos não recorrentes, o lucro atribuído ao Grupo é de 5,966 bilhões de euros em 2015, o que significa um crescimento de 3% com relação a 2014. O RoTE é de 10,0% e o lucro por ação de 0,40 euros, com redução de 16% no ano. 2.3 Balanço A seguir apresentamos o balanço resumido no encerramento em dezembro de 2015, comparado a dezembro de 2014. 24

Balanço resumido - Relatório de administração Milhões de euros 2015 2014 Ativo Caixa e depósitos em bancos centrais 81.329 69.428 Carteira de negociação 147.287 148.888 Valores representativos de dívida 43.964 54.374 Créditos a clientes 6.081 2.921 Instrumentos de capital 18.225 12.920 Resultantes de negociação 76.724 76.858 Depósitos em instituições de crédito 2.293 1.815 Outros ativos financeiros de valor razoável 45.043 42.673 Créditos a clientes 14.293 8.971 Outros (depósitos em instituições de crédito, valores representativos de dívida e outros instrumentos de capital) 30.750 33.702 Ativos financeiros disponíveis para venda 122.036 115.251 Valores representativos de dívida 117.187 110.249 Instrumentos de capital 4.849 5.001 Investimentos creditícios 831.637 781.635 Depósitos em instituições de crédito 50.256 51.306 Créditos a clientes 770.474 722.819 Valores representativos de dívida 10.907 7.510 Carteira de investimento com vencimento 4.355 Participações 3.251 3.471 Ativos tangíveis e intangíveis 27.790 26.109 Fundo de comércio 26.960 27.548 Outras contas 50.572 51.293 Total ativo 1.340.260 1.266.296 Passivo e patrimônio líquido Carteira de negociação 105.218 109.792 Depósitos de clientes 9.187 5.544 Débitos representados por valores negociáveis Resultantes de negociação 76.414 79.048 Outros 19.617 25.200 Outros passivos financeiros de valor razoável 54.768 62.318 Depósitos de clientes 26.357 33.127 Débitos representados por valores negociáveis 3.373 3.830 Depósitos de bancos centrais e instituições de crédito 25.038 25.360 Passivos financeiros a custo amortizado 1.039.343 961.053 Depósitos de bancos centrais e instituições de crédito 148.079 122.437 Depósitos de clientes 647.578 608.956 Débitos representados por valores negociáveis 201.656 193.059 Passivos subordinados 21.153 17.132 Outros passivos financeiros 20.877 19.468 Passivos por contratos de seguros 627 713 Provisões 14.494 15.376 Outras contas do passivo 27.057 27.331 Total passivo 1.241.507 1.176.581 Recursos próprios 102.402 91.664 Capital 7.217 6.292 Reservas 90.765 80.026 Resultado atribuído ao Grupo 5.966 5.816 Menos: dividendos e remunerações (1.546) (471) Ajustes ao patrimônio por avaliação (14.362) (10.858) Participações minoritárias 10.713 8.909 Total patrimônio líquido 98.753 89.714 Total passivo e patrimônio líquido 1.340.260 1.266.296 O total de negócios geridos e comercializados no encerramento do exercício de 2015 é de 1.506,520 bilhões de euros, dos quais 1.340,260 bilhões correspondem a ativos em balanço e o restante a fundos de investimento, fundos de pensão e patrimônios administrados. 25