CENTRO ESTADUAL DE VIGILÂNCIA DIVISÃO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO SOBRE A SITUAÇÃO DA INFLUENZA NO RS 24/06/11

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Transcrição:

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO SOBRE A SITUAÇÃO DA INFLUENZA NO RS 24/06/11 Em 2009, o mundo enfrentou pandemia de Influenza por um novo subtipo viral, com grande repercussão na saúde das pessoas e sobrecarga da rede de serviços de saúde. O Estado do Rio Grande do Sul foi duramente atingido nos meses do inverno daquele ano, com registro de 3.544 casos confirmados da doença e 297 óbitos. Em 10 de agosto de 2010, a OMS decretou o fim da pandemia e início da fase pós-pandêmica, sendo esperado que o vírus H1N1 mantenha-se em circulação, apresentando comportamento de vírus sazonal. Nesse ano, foi realizada ampla Campanha de Vacinação contra a Influenza A H1N1, quando foram vacinados em torno de 45% da população gaúcha. Não foram registrados casos confirmados da doença no RS, fato atribuído à Campanha de Vacinação e à grande circulação viral ocorrida em 2009. No ano de 2011, vários países notificaram casos confirmados de Influenza A H1N1, entre eles a Venezuela, Colômbia, Chile, Bolívia, Uruguai e, mais recentemente, a Argentina. A vigilância da Influenza é baseada na detecção de casos hospitalizados com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), ou seja, pacientes com febre, tosse, dispnéia, mialgias, artralgias, sintomas gastrointestinais, prostração, nos quais é realizada coleta de secreções respiratórias para diagnóstico laboratorial no Lacen/RS. Também é feita a investigação de surtos de síndrome gripal em comunidades fechadas, que identificou a ocorrência de quatro surtos, somente em 2011, pelo vírus da influenza A sazonal, além da vigilância em unidades sentinela ambulatoriais..desde o início de 2011, foram notificados 349 casos de SRAG no RS e, a partir da semana epidemiológica 20, foi detectada a circulação do vírus Influenza A H1N1 2009, conforme figura 1 a seguir. Observa-se que a confirmação de casos é pequena em relação aos notificados, ocorrendo uma circulação concomitante de outros vírus respiratórios, conforme se pode ver na tabela 1.

Figura 1 - Número de casos notificados de SRAG e confirmados de Influenza A H1N1 2009 segundo semana epidemiológica de início de sintomas, RS, 2011* É importante ressaltar que todos os anos, no inverno, o RS enfrenta o a questão das infecções respiratórias agudas, com aumento das consultas em postos de saúde, emergências e das hospitalizações e o vírus da influenza A H1N1 é mais um agente que vem a se somar aos já conhecidos, como os vírus da influenza A sazonal e sincicial respiratório, entre outros, conforme tabela 1. Tabela 1 - Número de casos e óbitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave segundo tipo de vírus identificado, RS, 2011* Tipo de vírus Casos Óbitos Influenza A H1N1 20 6 Influenza A sazonal 69 3 Influenza B sazonal 1 0 Outro agente infeccioso 8 1 Sem agente infeccioso identificado 166 9 Em investigação 85 0 Total 349 19

Em relação ao local de ocorrência dos casos e óbitos por Influenza a H1N1, eles estão concentrados na metade sul do Estado, que foi menos afetada no ano de 2009 e onde, portanto, existe maior número de suscetíveis à doença, conforme tabela 2 a seguir. Tabela 2 - Número de casos e óbitos confirmados de Influenza A H1N1 2009 segundo município de residência, RS, 2011* Município de residência Casos confirmados Óbitos confirmados Santa Cruz do Sul 6 2 Bagé 4 1 São Gabriel 2 0 Anta Gorda 1 1 Cachoeira do Sul 1 1 Camaquã 1 0 Chuvisca 1 0 Pelotas 1 1 São Lourenço do Sul 1 0 Vera Cruz 1 0 Viamão 1 0 RS 20 6 Quanto à faixa etária, cerca de 50% dos casos confirmados ocorreram entre 20 e 59 anos, o mesmo não ocorrendo em relação aos óbitos (tabela 3).

Tabela 3 - Número de casos e óbitos confirmados de Influenza A H1N1 2009 segundo faixa etária, RS, 2011* Faixa etária em anos Casos confirmados Óbitos confirmados < 1 2 1 1 a 4 2 0 5 a 9 1 0 10 a 14 0 0 15 a 19 1 0 20 a 29 3 0 30 a 39 1 0 40 a 49 3 0 50 a 59 4 1 60 e + 3 2 RS 20 4 Os casos confirmados não foram vacinados contra a gripe em 2011, exceto uma criança de 10 meses que recebeu apenas uma dose de vacina (seriam necessárias duas doses para a idade). Quinze casos poderiam ter recebido a vacina, por estarem contemplados nos cinco grupos elegíveis para vacinação em 2011 ou apresentarem comorbidades. A análise dos dados indica, até o momento, uma circulação do vírus da Influenza a H1N1 de pequena magnitude, concentrados nas áreas do Estado menos afetadas na pandemia de 2009, sendo esperada a ocorrência de casos em outros municípios com acúmulo de suscetíveis. AÇÕES DESENVOLVIDAS: Reativação do Comitê Estadual de Enfrentamento da Influenza; Obtenção de 100.000 doses de vacina contra gripe de 2011 (trivalente) a partir do estoque do Ministério da Saúde e distribuídas para os municípios com orientação de ampliar a vacinação para indivíduos com doenças crônicas segundo indicações do CRIE e mediante prescrição médica (etapa concluída);

Previsão de chegada de 300.000 doses de vacina da Influenza A H1N1 2009 (monovalente) utilizada em 2010, obtidas a partir de remanejo de estoques de outros Estados. Essas vacinas serão distribuídas de acordo com o porte populacional das regiões, com prioridade para os municípios com circulação viral e poderão ser usadas para os portadores de doenças crônicas ou segundo critérios locais; Atualização dos protocolos; Ampliação do uso do oseltamivir para pacientes ambulatoriais com síndrome gripal sem fator de risco para complicações pela influenza, de preferência nas primeiras 48 horas de início dos sintomas, a critério médico. Até 2010, o protocolo de tratamento indicava oseltamivir para indivíduos com síndrome gripal com fator de risco. Mantém-se o uso do antiviral para todos os casos de SRAG hospitalizados; Distribuição de oseltamivir para todos os municípios, que devem disponibilizar o produto nos hospitais, emergências, prontoatendimentos, farmácias das Secretarias Municipais de Saúde. Os locais de dispensação do oseltamivir devem ser divulgados para a população; Orientação à rede de atenção aos doentes: avaliação da porta de entrada, unidades intermediárias e referências hospitalares, com ênfase na identificação de pacientes com quadro de agravamento; Divulgação das medidas de prevenção, as quais devem ser incorporadas ao cotidiano da população e não somente quando ocorrem surtos de influenza.