Literalidade: a obrigação representada pelo título de crédito restringe-se àquilo que estiver nele escrito (não valem convenções em apartado);

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Transcrição:

Resumo Aula-tema 04: Títulos de crédito Título de crédito é um documento necessário ao exercício de direito literal e autônomo nele contido. Trata-se de conceito inspirado na clássica concepção do italiano Cesare Vivante, agora legalmente estabelecido no artigo 887 do Código Civil, do qual se extraem as características essenciais de um título de crédito, quais sejam: Cartularidade: para ser exigido, o crédito deve estar representado em um documento (cártula); Literalidade: a obrigação representada pelo título de crédito restringe-se àquilo que estiver nele escrito (não valem convenções em apartado); Autonomia: as obrigações representadas em um título de crédito são independentes entre si. 1 Abstração: os títulos de crédito representam obrigações não causais, isto é, quando circulam, são documentos desvinculados de uma causa, sendo irrelevante a respectiva origem. Isso é regra geral, uma vez que, excepcionalmente, há títulos de crédito causais, cuja obrigação fica atrelada à origem. É o caso da duplicata, como será visto adiante. O mesmo artigo 887 ainda condiciona a produção de efeitos ao preenchimento dos requisitos legais, cabendo citar como principais os seguintes: data de emissão, indicação precisa dos direitos que confere e assinatura do emitente (CCB, art. 889). É à vista o título de crédito que não contenha data de vencimento (CCB, art. 889, 1º). Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no título, o domicílio do emitente (CCB, art. 889, 2º). O emitente do título é denominado sacador, enquanto o favorecido é designado por beneficiário ou tomador. Em alguns casos, como os da letra de câmbio e do cheque, surge a figura do sacado, que corresponde a um terceiro 1 Adiante, veremos como um título de crédito pode representar diversas obrigações. 1

a quem se dirige uma ordem do sacador para efetuar o pagamento ao beneficiário. Quando há apenas sacador e beneficiário, fala-se em promessa de pagamento, como acontece na nota promissória. Mas quando aparece a figura do sacado, diz-se haver ordem de pagamento, como ocorre na letra de câmbio e na duplicata. Como acima mencionado, a identificação do sacador é obrigatória, pois a assinatura do emitente é pressuposto para emissão da cártula, diferente da indicação do beneficiário, que não constitui requisito legal. Além disso, o título de crédito pode ser transferido, implicando isto a transmissão de todos os direitos que lhe são inerentes (CCB, art. 893). Considerando-se não ser obrigatória a identificação do sacado, bem como levando-se em conta a possibilidade de transferência do título de crédito, uma importante classificação é a relativa às formas de circulação, que divide os títulos de crédito em títulos ao portador, à ordem e nominativos. Diz-se ao portador o título de crédito que não indica o nome do beneficiário e cuja transmissão dá-se por simples tradição (CCB, art. 904). É o caso do cheque ao portador. Já os títulos à ordem circulam por meio de endosso, lançado no verso ou no anverso do título, transferindo-o para outro credor (CCB, art. 910). Há endosso em branco quando o endossante não identifica a pessoa do endossatário e endosso em preto quando o nome do endossatário é identificado. Observe-se, contudo, que a aquisição de título à ordem, por meio diverso do endosso, tem efeito de cessão civil (CCB, art. 919). Importante frisar que o pagamento do título de crédito é de responsabilidade de todos os coobrigados, isto é, do emitente e de todo aquele que venha a transferi-lo (endossantes). Trata-se, portanto, de uma responsabilidade solidária, pois a dívida pode ser cobrada de qualquer um dos coobrigados. Os títulos nominativos são emitidos em favor de pessoas cujo nome conste dos registros do emitente (CCB, art. 921). Sua transferência depende de 2

registro nos livros da entidade que os emitiu (CCB, art. 922), mas podem ser transmitidos por endosso em preto, cuja validade fica dependendo de averbação no registro do emitente (CCB, art. 923, caput e 1º). Exemplos dessa espécie são as ações nominativas de sociedades anônimas, cuja transferência depende de termo no Livro de Registro de Ações Nominativas. O pagamento de um título de crédito pode ser garantido por aval, no verso ou no anverso do título (CCB, arts. 897/898). O avalista, que efetua o pagamento do título, possui ação de regresso contra o seu avalizado e demais coobrigados anteriores, cujo objetivo é reaver judicialmente a quantia paga (CCB, art. 899, 1º). Em caso de falta de pagamento, o título de crédito poderá ser cobrado judicialmente por meio da chamada ação cambial. Trata-se de ação de execução típica, fundada nos títulos executivos extrajudiciais, enumerados no artigo 585, inciso I do Código de Processo Civil, quais sejam: a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, o debênture e o cheque. Por serem títulos cambiários, de maneira geral dotados de abstração, a ação cambial independe da demonstração da causa debendi. A execução cambial pode ser direta, quando ajuizada contra o devedor principal e seus avalistas, e indireta, quando proposta em face dos demais coobrigados e seus avalistas. Note-se, porém, que para a execução dos coobrigados e de seus avalistas, é obrigatório o prévio protesto, isto é, a apresentação do título em Cartório para pagamento por parte do devedor. Na letra de câmbio e na duplicata, em que o título constitui uma ordem de pagamento, a força cambial depende do aceite do sacado, ou na falta deste, do protesto por falta de aceite. No cheque, não se fala em aceite, uma vez que o devedor não é o sacado, mas o próprio emitente do título, que já assina a cártula quando de sua emissão. Voltando à duplicata, como se trata de um título causal, a falta de aceite pode ser superada e a execução cambial admitida se estiver instruída com o título, acompanhado da prova do protesto por falta de pagamento, da nota fiscal e do comprovante de entrega das mercadorias. 3

O prazo para ajuizamento da ação cambial é de prescrição, e varia dependendo do título de crédito. Na maioria dos títulos de crédito mais usuais (letra de câmbio, nota promissória e duplicata), o prazo prescricional é de 3 anos, contados do vencimento. Já o cheque prescreve em 6 meses, contados do término do prazo para a sua apresentação. Prescrita a ação cambial, o caminho para satisfação do credor passa a ser a ação de cobrança ou a ação monitória. Cuidam-se, porém, de ações com rito processual ordinário, sem natureza cambial. Portanto, a origem da dívida deve ser demonstrada. Mas, no caso específico do cheque sem fundos, decorrido o prazo de prescrição para a execução cambial, o portador ou beneficiário do cheque terá ainda o prazo de 2 anos para ajuizar uma outra ação de natureza cambial, denominada ação de locupletamento ilícito. Os títulos de crédito mais usuais são os seguintes: Letra de câmbio: regida pela Lei Uniforme de Genebra (Decreto 57.663/66), e pelo Decreto-Lei n o 2.044, de 31 de dezembro de 1908. O emitente (sacador) expede uma ordem de pagamento à pessoa obrigada a pagar (sacado) que, após o aceite, deverá efetuar o pagamento ao beneficiário (tomador). Nota promissória: regida pela Lei Uniforme de Genebra (Decreto 57.663/66) e pelo Decreto-Lei n o 2.044, de 31 de dezembro de 1908, é uma promessa de pagamento feita pelo emitente (sacador) ao beneficiário (tomador). Duplicata: prevista na Lei nº 5.474/68, a duplicata representa uma operação mercantil, sendo emitida pelo vendedor e apresentada ao comprador para pagamento. É obtida a partir de uma fatura comercial, decorrente de uma nota fiscal. Cheque: é uma ordem de pagamento à vista, expedida por um emitente (sacador) e dirigida a um banco (sacado), que deverá efetuar o pagamento a um beneficiário (tomador) ou portador (quando o cheque não for nominal), caso haja provisão de fundos na conta do emitente. 4

Rege-se pela Lei nº 7.357/85. Há várias modalidades de cheque às quais se deve prestar atenção. São elas: cheque sem fundos, cheque pós-datado, cheque nominal, cheque ao portador, cheque-caução, cheque pós-datado, cheque cruzado, cheque visado etc. Todos estes títulos e outros menos usuais, tais como debêntures, comprovante de depósito e warrant etc., são regidos por leis específicas, aplicando-se as normas do Código Civil de 2002 apenas subsidiariamente (CCB, art. 903). Conceitos Fundamentais Ação de execução ação judicial que visa à satisfação de uma obrigação, mediante procedimento tendente a compelir o credor ao cumprimento da obrigação. A execução de dívidas pecuniárias, como são as representadas por títulos de crédito, envolve constrição judicial de bens que pode resultar na conversão do patrimônio do devedor em dinheiro para satisfação do credor. Nos termos do artigo 591 do Código de Processo Civil, o devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros. Apresentação é o ato pelo qual o credor apresenta o cheque ao banco para pagamento. Nos termos do artigo 33 da Lei 7357/85 (Lei do Cheque), o prazo para apresentação é de: i) 30 dias, a contar da emissão, quando o cheque for emitido no lugar onde houver de ser pago; ii) 60 dias, a contar da emissão, quando emitido em outro lugar. O término do prazo para apresentação constitui o termo inicial de contagem do prazo prescricional (6 meses). Cártula é o documento em papel representativo de um título de crédito. Causa debendi é o negócio jurídico em que se fundamenta uma dívida, isto é, a origem de um débito. 5

Cessão civil é a possibilidade de o credor ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor. Designada no artigo 286 do Código Civil por cessão de crédito, constitui o efeito que o artigo 919 do mesmo Código estabelece para a aquisição de título à ordem, por meio diverso do endosso. Prescrição é a extinção de uma pretensão jurídica, decorrente da expiração de um prazo previsto em lei, para o exercício do direito de ajuizar uma ação judicial. Decorre da omissão do titular do direito, que não ajuíza a ação dentro do prazo fatal (prazo prescricional). Título cambiário é o mesmo que título de crédito, com todas as suas características de cartularidade, literalidade, autonomia e abstração. Tradição é a entrega efetiva de uma coisa que alguém faz a outrem. Nos títulos de crédito ao portador, a transmissão dá-se por simples tradição. Referência ANAN JR., PEDRO; MARION, Jose Carlos. Direito Empresarial e Tributário. 1ª ed. São Paulo: Alínea, 2009. 6