PARECER N.º 0454/94 CRM/PR ASSUNTO CONSOLIDAÇÃO DAS BASES NORMATIVAS NA ÁREA DE FISIOTERAPIA NO ESTADO DO PARANÁ.

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10) PARECER CFM n.º 1236/87 - Estabelece que diagnóstico, prescrição, avaliação e alta de pacientes, sujeitos a processos fisioterápicos, são atos médicos de exclusiva competência de médicos Fisiatras. 11) DECRETO n.º 20931, de 11/01/32 - Regula e fiscaliza o exercício da Medicina, da Odontologia, da Medicina Veterinária e das profissões de farmacêutico, parteira e enfermeira, no Brasil e estabelece penas; 12) PARECER PROCURADORIA REG. INAMPS 06/88 - Consulta sobre quem responde pelas Clínicas Fisioterápicas quando solicitam credenciamento para a prestação de serviços junto ao INAMPS. 13) PARECER CFM 11/09/85 - Fisioterapeuta não pode solicitar exames complementares. 14) PARECER CFM 1531/87 - Dispõe sobre áreas de Ação do Fisioterapeuta e do Fisiatra. Na análise da documentação, observamos que a preocupação maior do digníssimo signatário, diz respeito à Atribuição Profissional e Registro para credenciamento, sendo assim iniciamos nossa avaliação pelas mesmas. O Texto Normativo divide esta questão em cinco itens: a) Entidades nominadas como de Medicina Física e Reabilitação, deverão ter como responsável técnico Médico Fisiatra ou Médico Fisioterapeuta. Tanto a entidade como o responsável técnico devidamente titulado deverão apresentar registro no Conselho Regional de Medicina. b) Entidades nominadas de Fisioterapia ou Fisioterapia e Reabilitação deverão ter como responsável técnico Fisioterapeuta ou Médico Fisiatra. Neste caso a entidade deverá ter registro no Conselho Regional de Fisioterapia e o responsável técnico no Conselho Regional que regulamenta sua atividade. (CREFITO para Fisioterapeuta e CRM para o Médico Fisiatra). c) Independente da nominação da entidade todos os Fisioterapeutas devem apresentar registro no CREFITO. d) A entidade prestadora de serviços fisioterápicos deve requerer credenciamento exclusivamente para serviços terapêuticos, não cabendo sob qualquer denominação, cobrança de consulta quer do Médico Fisiatra ou do Fisioterapeuta integrante da organização. e) Os médicos Fisiatras ou os Fisioterapeutas poderão assumir a responsabilidade técnica de até 02 (dois) serviços de fisioterapia na mesma localidade desde que separados por distância não superior a 30 Km. O texto com relação a esta questão contém ainda NOTA EXPLICATIVA, que diz: a matéria sobre atribuição profissional do Fisioterapeuta têm sido altamente polemizada com interpretação conflitante entre o COFFITO e o CRM, ambos baseados em textos legais que fazem parte do Anexo Legislativo deste projeto. As interpretações conflitantes ficam principalmente enfocados sobre o aspecto diagnóstico e alta de pacientes. Como nossa preocupação diz respeito a normatização de técnica e ações terapêuticas solicitadas por médico do Sistema Gestor que inclusive define o número de sessões desejadas, sem inferir atribuições diagnósticas ao Serviço credenciado, podemos ética e legalmente considerar que ambos os profissionais envolvidos possuem atribuição para a realização de ações fisioterapêuticas, entendendo que o Médico Fisiatra possuem outras atribuições além desta, porém não requeridas e não autorizada por credenciamento pelo Sistema Gestor por este instrumento. Dito isto, temos a comentar: Que o texto normativo atende às resoluções do Conselho Federal de Medicina onde se determina que diagnóstico de doenças, solicitação de exames complementares ao diagnóstico e alta de pacientes, são atos médicos portanto, atribuição exclusiva do médico. Reconhece-se que a Profissão Fisioterapia, tem suas atribuições estabelecidas, por decreto-lei, sobretudo em se tratando de Profissional de Curso Superior, porém

limitada a execução de Métodos e Técnicas Fisioterápicas. Entendemos ainda que é correto o posicionamento do Sistema Gestor de que para as ações terapêuticas contratadas, ambos os profissionais possuem competência e condições técnicas de realizá-las, porém conforme o disposto no Item V do Preâmbulo do Código de Ética Médica: A fiscalização do cumprimento das normas estabelecidas neste Código é atribuição dos Conselhos de Medicina, das Comissões de Ética, DAS AUTORIDADES DA ÁREA DE SAÚDE e DOS MÉDICOS EM GERAL, e no disposto no Capítulo XIV, artigo 142: O médico está obrigado a acatar e respeitar os Acórdãos e Resoluções dos Conselhos Federal e Regional de Medicina. Entendo também que cabe ao Sistema Gestor cumprir e fiscalizar o cumprimento das resoluções do Conselho Federal de Medicina, arroladas no Anexo Legislativo deste projeto, para profissionais médicos e não médicos contratados. Assim sendo sugiro: Que os itens a e b sejam agrupados num só, tendo assim, toda clínica de Medicina Física e Reabilitação e de Fisioterapia, ou Fisioterapia e Reabilitação, deverão ter registro nos Conselhos de Medicina e de Fisioterapia. Que o médico responsável não precisa ter o título de Fisiatra, visto, não haver no país cursos de especialização nesta área. O aludido texto, contém ainda citações sobre os Recursos Materiais, e Recursos Humanos, são divididos em, complementares e indispensáveis, sendo que os complementares podem permitir ao gestor critérios de seletividade, entendendo que para prestação de algumas terapias específicas, transformam-se em recursos também indispensáveis. Com relação a este tópico, podemos comentar que por se tratar de questão administrativa, deve o Sistema gestor estabelecer os seus critérios, desde que todos os recursos possam ser utilizados para o benefício do paciente. Com relação aos Critérios de Autorização de Procedimentos Fisioterápicos, diz o texto normativo. 1. Os procedimentos fisioterápicos só poderão ser solicitados por médicos lotados ou vinculados a CREs ou Unidade de Saúde do Sistema Gestor que recebam o paciente através de consultas geradas por estas unidades. As fisioterapias neste caso mantém autorização por vinculação consulta terapia-eletiva. 2. Recomenda-se exclusividade de autorização para as seguintes especialidades: A. TRAUMATO ORTOPEDIA - coeficiente ponderal 8 B. REUMATOLOGIA - c.p 6 C. NEURO CIRURGIA - c.p 6 D. NEUROLOGIA c.p 2 E. CARDIOLOGIA - c.p 2 F. ONCOLOGIA - c.p 2 G. OFTALMOLOGIA - c.p 1 3. A única exceção à regra do item 1, são as solicitações de fisioterapia geradas por médicos que trabalhando fora da Unidade do Sistema Gestor, prestem atendimento de EMERGÊNCIA, financiadas pelo Sistema SUS, que resultando em seqüelas, estão autorizados, e exclusivamente ao Médico Assistente, a solicitar ações fisioterápicas. Neste caso as fisioterapias mantém vinculação terapia de emergência - terapia eletiva. 4. As fisioterapias conseqüentes a seqüelas de atendimento de emergência poderão e deverão ser solicitadas pelo médico responsável pelo atendimento inicial independente de sua especialidade. 5. A programação Fisioterapia está embutida na programação terapia do gestor, onde

naturalmente estão incluídas outras terapias. Do componente Fisioterapia caberá ao gestor estabelecer sua programação específica global e então definir a programação para as áreas especializadas guardando as proporções dos Coeficientes Ponderais, fixadas no item 3, de forma que as maiores disponibilidades ficarão para as especialidades que mais se utilizam destas ações. 6. A critério do gestor, localidades que não possuem especialistas poderão estudar o direito a solicitação de fisioterapia a clínica básica, naturalmente utilizando coeficientes ponderais não superior à 2 (dois). 7. As seqüelas que demandem fisioterapia estão divididas em 2 (dois) grandes grupos: (A) Seqüelas de Afecções Clínicas. (B) Seqüelas de Afecções Traumáticas (aqui incluídas as pós operatórias). Para o grupo (A), recomenda-se autorização de até o limite máximo de 10 sessões fisioterápicas divididas em grupos de até 10 (dez) por solicitação para a realização de número de sessões não inferior a 2 (duas) por semana. Para o grupo (B), recomenda-se autorização de até o limite máximo de 60 sessões fisioterápicas divididas em grupo de 12 (doze) por solicitação para a realização de número de sessões não inferior a 3 (três) por semana. 8. Atingidos os limites fixados em 7 a continuidade das sessões fisioterápicas só deverão ser autorizadas a critério de comissão especialmente formada pelo gestor e acompanhadas pelo compromisso do serviço de fisioterapia em realizá-las de forma pedagógica ou seja, de ensinar ao paciente ou a seus familiares como dar continuidade a terapia depois de esgotadas as sessões excepcionalmente autorizadas. Isto posto, tenho a comentar, que o referido texto normativo atende plenamente aos preceitos éticos, uma vez que atende à situações eletivas e de emergência e sobretudo porque mesmo especificando o limite de sessões fisioterápicas, se dispõe à aumentá-las, após análise do caso. Porém sugerir ainda que em face da Resolução 1401/93, do Conselho Federal de Medicina, não haja restrição à nenhum médico, e a paciente algum aos serviços do SUS, e que se necessário as Sessões sejam aumentadas conforme indicação dos mesmos. O referido documento contém ainda a Classificação de Entidades Especializadas em Medicina Física, Fisioterapia e Reabilitação, onde subdivide-se em quatro itens: A. Planta Física. B. Equipamentos. C. Organização Técnica Administrativa. D. Programação Específica. Nestes itens levou-se em consideração: Construção, Localização, Higiene, Circulação, Áreas, Conforto e Higiene, Copa, Comunicação, Unidade Administrativa, Condições Gerais de Conservação e Atendimentos Especializados, o que nos parece apropriado para a finalidade desejada. O texto normativo propõe sugestões para operacionalização, onde exige-se uma Central Gerencial de Informação Fisioterápicas. 1. Para uma pequena localidade basta localizar um balcão de autorização de fisioterapia que através de cadastro manual, mantém a estatística de encaminhamento e conhecimento de limites de autorização por paciente e médico solicitante. 2. Para localidades de tamanho médio com maior número de unidades geradoras de solicitações, torna-se necessário Central Informatizada ligada telefonicamente com as Unidades operacionais. 3. Para localidades maiores fica difícil a operacionalização sem ligação informatizada On Line das Unidades Geradoras com a Central Gerencial de Informações Fisioterápicas.

4. Unidades de Atendimento de Emergência, próprios ou contratados pelo sistema gestor podem se inserir como Unidades Operacionais. 5. Em todos os modelos propostos é fundamental que a Central Gerencial de Informações receba: A. Programação Global da Área de Gestão. B. Programação Limite por Unidade Geradora. C. Programação Limite por Unidade Prestadora. Informar mensalmente: A. Programação Utilizada. B. Programação Utilizada por Unidade Geradora. C. Procedimentos Autorizados por Unidade Prestadora de Serviços. Com último comentário gostaria de salientar a iniciativa do Sr. C. L. de submeter à opinião deste Conselho esta versão preliminar das Bases Normativas na Área de Fisioterapia, sobretudo por acreditar, que é com a ampla discussão e o debate de idéias que poderemos ter a Medicina a serviço da saúde do ser Humano. É o parecer. Curitiba, 16 de fevereiro de 1994. CONS. MIGUEL IBRAIM ABBOUD HANNA SOBRINHO Aprovado em Sessão Plenária realizada em 14/03/1994.