Fotografia e skate: uma parceria que deu certo. Photography and skate: a partnership that worked. Ronaldo Levindo Assumpção. ronaldo@eletroservicess.com.br Resumo Este artigo conta a historia do skate e sua evolução e a importância dos meios de comunicação que foram responsáveis por sua propagação, dando destaque à parceria entre fotografia e skate no Brasil e no mundo. Palavra chave skate, fotografia, esporte. Abstract This article tells the skateboard history and its evolution and importance of the media who were responsible for its spread, highlighting the partnership between photography and skateboarding in Brazil and worldwide. Keyword skate, photography, sport.
Introdução A proposição dessa pesquisa é explicar a fotografia de skate, e como a fotografia foi importante para a propagação do skateboard como esporte. Neste sentido buscamos identificar a fotografia explicando a historia do skate no Brasil e no mundo, destacando os meios que se utilizavam da fotografia. Desde o inicio do skateboard a fotografia tem contribuído muito para a sua propagação e seu desenvolvimento como esporte e cultura, através dos meios de comunicação, levando o skateboard de uma simples brincadeira a um esporte conceituado pelo mundo. A fotografia teve a sua extrema importância como registro na sua historia proliferando o skate pelo mundo, já que não existi nenhum registro ou publicações escrita ou publicada da época sobre a história do skateboard no mundo, e nem como chegou ao brasil. O que se ouve são relatos que no final da década de 50 na Califórnia lugares onde predomina o surf, mas o mar nem sempre estava pra ondas. Um grupo de Surfistas não agüentando mais o mar sem ondas, desenvolveram um novo jeito para suprir suas necessidades de praticar esporte, tentando fazer as manobras do surf no asfalto, e o que si era uma brincadeira virou coisa seria, e uma febre no mundo todo. Assim se busca nesse artigo explicar como a fotografia ajudou na propagação do skate como esporte, bem como a sua importância na divulgação e evolução do skate, apresentando a sua historia e buscando relações entre os meios de comunicações, revistas livros internet e fotógrafos renomados que acompanharam a evolução do skateboard desde o inicio. A História do skate e os esportes que influenciaram na sua criação
Para um melhor entendimento a tradução de skateboard e patins numa prancha. A história do skate pode se dizer que é uma lenda, pois não se sabe ao certo quando ele foi inventado, e quem o inventou. Existem varias versões, e a que mais se ouve e que O skate surgiu no final da década de 50 na Califórnia, Estados Unidos, lugar onde predominava o Surf, mas nem sempre o mar estava pra ondas, e cansados de ficar esperando boas ondas, um grupo de surfistas, desenvolveram um novo jeito para suprir suas necessidades de praticar o esporte, tentando fazer as manobras do Surf, fixaram eixos e rodinhas de patins em uma prancha de madeira, e desciam as ruas e ladeiras para imitar então as manobras do surf. Nem tão pouco tempo depois isso virou uma febre e surgiam praticantes por todos os Estados Unidos. Com os skateboard em alta e naquela época na America de acordo com o historiador, Eric Hobsbawm, a década de 1960 fez parte de uma época marcada por uma forte revolução cultural,(hobsbawm, 1995,p.323) e segundo Brandão, São diversas essas as transformações comportamentais que marcaram esse momento histórico na Europa, nos Estados Unidos e também no Brasil.(BRANDÃO,2014,p.25) isso despertou interesses comerciais já que todo o mundo estava em transformação, e os skate começaram a serem fabricados em serie, (Vide figuras.1) Fig.(1). Roller Derby. Foi o primeiro skate a ser comercializado na Califórnia em 1960
E anunciados em revistas de surf, logo ficou conhecido como, Sidewalk Surf, que em Inglês, significa surf de calçada, e surfinho no Brasil. A brincadeira contagiou tanto as pessoas, que rapidamente ganhou seu espaço deixando praticantes e admiradores no mundo todo. A partir da década de 60, com o esporte sendo bastante praticado e criando suas próprias manobras e estilos, se distanciava do surf o esporte que lhe deu a origem,criando seu próprio estilo, e passava a se chamar Skateboarding, que mais tarde foi apelidado apenas de skate. Foi durante o final da década de 1960, mas principalmente ao longo da década seguinte que a maioria dos esportes chamados esportes californiano classificado e popularizado posteriormente, através dos termos esportes radicais começou a seduzir uma quantidade significativa de jovens em diversos países do ocidente. (BRANDÃO, 2014 p.25) O Skate daquela época era muito diferente do que se pratica no século XXI. Com apenas uma tábua de madeira com dois eixos e quatro rodinhas seria impossível executar algumas manobras, como um Double kickflip uma manobra que tem se pular os obstáculos com o skate girando cair em pé em cima do skate, como vemos na (fig.2), Fig.(2). Projeto de 365 dias de Pablo Vaz, (Manobra, kickflip), 2015. Os skates foram evoluindo ganhando novos formatos bem diferentes, seu (shape) prancha de madeira ganhava novas inclinações que se chamam Nose e Tail,
ambas são extremidades da tábua, sendo o Nose e a parte dianteira e o Tail a parte traseira e o formando um côncavo da tábua (shape). E ao invés de patins os truck, que são os eixos onde são fixadas as rodinhas como podemos ver na figura (3). Fig3: esquema de manobra de skate, 2015 O skate no Brasil O skate chegou ao Brasil ainda na década de 60 não se sabe ao certo, mas existem relatos que foi na cidade do Rio de Janeiro, Urca. Provavelmente por surfistas Americano ou por jovens que passavam as férias por La, pois naquela época não existia revistas especializadas em surf no Brasil. E como não existe nenhum registro da época, e difícil chegar a uma conclusão como o skate chegou aqui no Brasil di fato. A história que mais se ouve falar e esta, citada por CHAVES O Skate chegou ao Brasil na década de 60, com uma galera que começava a surfar por aqui, influenciada pelos anúncios na revista Surfer. (CHAVES, 2000.p, 11). Revista de surf que trazia a novidade da brincadeira que acabaria virando um novo esporte californiano o Skateboard. Nas palavras de Brandão, O skate foi uma invenção norte americana que se globalizou. No Brasil, ele se introduziu na década de 60. Nesta época ele era geralmente representado como uma derivação do surfe (...) (BRANDÃO, 2012, p.26)
A revista surfer foi à primeira revista a fazer publicações sobre o skateboard, e veja Uma das primeiras edições da Revista de surfer na fig.(4). Fig.(4). Capa da revista surfer. Volume 2, 1961. Desde a década de 60 a prática do skate vem se tornando cada vez mais popular por aqui, fazendo do esporte uma cultura rica em participantes que a cada dia se fortalece mais e mais e se mostra presente não só nas ruas, mas também na moda e na mídia. A importância da divulgação das imagens do skate para sua aceitação e propagação internacional. Desde o inicio do skate a fotografia vem contribuindo para seu crescimento, desenvolvimento e divulgação do esporte pelo mundo. As revistas tiveram um papel fundamental na propagação por que foi o primeiro meio de comunicação a publicar fotografias de skate, divulgando aos seus leitores jovens e surfistas do mundo todo.
No que diz respeito à história do skate, a fotografia tem um papel chave tanto na legitimação do esporte quanto nas mudanças pelas quais ele passou ao longo do tempo. Muito antes de a internet nos proporcionar toda informação possível, publicações especializadas mexiam com o imaginário dos entusiastas através do trabalho de fotógrafos que viriam a marcar a história do skate. (Lado7, 2015.) Apesar da grande ajuda que a revista de surf deste para promover o skate às fotografias não tinha tanto destaque em suas paginas, eram apenas pequenas notas e algumas ilustrações já que a revista era de surf e não de skate, que ainda não era visto como um esporte, apenas uma brincadeira. Eis que então surgem alguns anos depois o que ficou conhecido como a bíblia do skate. A revista The Quarterly Skateboarder ou Skateboarder Magazine como foi depois e por mais tempo chamada, inaugurada em 1964 como uma revista trimestral inteiramente dedicada ao que, até o momento, era tido como apenas mais um brinquedo, ter uma revista especializada significava respeito e reconhecimento, embora tenha sido uma publicação feita por surfistas e ex-surfistas, ela surgiu para separar o skate do surf de uma vez por toda, representando então uma identidade para os skatistas como tal, e não mais como ex-surfistas. Publicações e fotógrafos que levaram o skate ao mundo. Posteriormente Na década de 1970, com o surgimento das revistas especializadas sobre skate, começaram a surgir grandes fotógrafos do esporte, como Craig Stecyk III, 1950 EUA, Los Angeles, Califórnia, foi um dos fotografo pioneiro no mundo do skateboard, que acompanhou di perto os primeiros passos do skate e sua evolução, seus artigos e fotografias, ensaios da década de 1970 para a revista Skateboarder definiu um padrão de skatistas. Stecyk foi o fotógrafo responsável pelos registros do Z-Boys, grupo de Santa Mônica, na Califórnia, que contava com lendas como Jay Adams, Stacy Peralta e Tony Alva, considerados os mais influentes skatistas de todos os tempos. O trabalho de Stecyk com o grupo foi registrado no filme Os Reis de Dogtown.
Stecyk com suas fotografias foi considerado como um membro original da turma do Skate, ele mudou o olhar e as atitudes do skate para sempre, e servil de inspiração para os skatistas e fotógrafos das décadas seguintes. A primeira revista especifica sobre skate que surgiu no Brasil foi à revista Esqueite no início o skate era escrito ao pé da letra, ou seja, era Esqueite, como vemos na capa da revista na (figura.5) Fig.(5) Capa da Revista esqueite, volume 1, 1977. Porém, com o passar do tempo, ficou o padrão americano que é skate, A Revista teve apenas duas edições a primeira de setembro de 1977 e a segunda de outubro e novembro de 1977. Hoje essa revista é considerada uma relíquia no país, item de colecionador. Pouco tempo depois, lançou o Jornal do Skate, publicação editada no Rio de Janeiro entre 1978 e 1979 posteriormente, na década de 1980, o Jornal do Skate foi reeditado em formato micro, entre os anos de 1985 e 1986. Em 1978 surgiu a então a segunda revista específica sobre skate no Brasil, a Brasil skate que em três edições cumpriu um papel importante no período, por atuar como uma das pioneiras na divulgação do skate no país.
A qualidade gráfica dessa revista, o texto e as boas imagens fotográfica, que trazia inclusive com manobras em seqüências, fizeram da revista Brasil skate uma referência obrigatória para se compreender o skate nos anos finais da década de 1970. No final da década de 1990 e inicio do século XXI os principais meios de comunicação e divulgação do skateboard passaram a ser a Internet e as revistas especializadas, e com o avanço da tecnologia dos equipamentos fotográficos começa surgir novos fotógrafos como, Ivan Shupikov, Pablo Vaz, e muitos outros. Inovando e contribuindo para levar esse esporte cada vez mai longe. Ensaio: Você pode sair do skate, mais o skate não sai de você! O autor resolveu fazer este ensaio por motivos pessoais, retratando o mundo do skate e dos skatistas, como os vê, como pensam, seus estilos cenário, rampas, acessórios e influencias, mostrando todas as dificuldades e as diferentes classes sociais, dos praticantes desse esporte, fig.(6) Figura: (6) Ensaio fotográfico Você pode sair do skate, mas o skate não sai de você, Ronaldo Levindo, 2014. O titulo do ensaio Você pode sair do skate, mas o skate não sai de você, foi à maneira do autor tentar passar para o leitor que o ensaio foi um auto-retrato de sua infância já que era skatistas, e desde criança sempre foi fascinado por esse mundo.
Apesar de ter começado no surf, que também fez parte desta história. Uma coisa levou a outra nasceu em São Paulo na capital onde morou até os seus doze anos de idade. Com a transferência da empresa de seu pai, foram todos morar no litoral norte de São Paulo, onde começou sua paixão pelas pranchas que quando não estava no mar surfando estava nas ruas e calçadas de Caraguatatuba SP,com seu skateboard onde que por muitas vezes passavam a noite pulando escadas e corrimãos.(vide fig.7) Figura: (7) Ensaio fotográfico Você pode sair do skate, mas o skate não sai de você, Ronaldo Levindo, 2014. Por isso buscando referencias em fotógrafos como Pablo Vaz, fotógrafos de skate e Klaus mitteldorf que iniciou sua carreira com o fotojornalismo e fotografo de surf apresentou seu ensaio, Você pode sair do skate, mas o skate não sai de você.(vide figura 8) Figura: (8) Ensaio fotográfico Você pode sair do skate, mas o skate não sai de você, Ronaldo Levindo, 2014
Metodologia Toda esta pesquisa advém do ensaio fotográfico, apresentado na universidade de Guarulhos no ano de 2014 fotografias, Você pode sair do skate, mas o skate não sai de você, partindo deste principio utilizou-se métodos de pesquisa em livros, sites, revistas e artigos publicados. Como parte da pesquisa também foi realizada visita em campo Conclusão Após toda essa pesquisa, chaga se à conclusão da importância da fotografia na historia do skate e dos meios de comunicações começando pelas revistas de surf, que foi protagonista desta parceria, sem esquecer-se dos jornais, televisão e internet que através da fotografia propagaram o skateboard para o mundo. A fotografia veio a contribuir muito para o seu desenvolvimento e independência como esporte e cultura. Se hoje o skate e um esporte conceituada e tem o seu valor e graças à fotografia que em parceria com os meios de comunicações ao longo da segunda metade do século XX veio popularizar esse esporte Trazendo em suas edições suas manobras e estilos atravessando assim gerações de praticantes. Venho destacar a fotografia e seu campo fotográfico que esta sempre em evolução trazendo novas tecnologias e meios de captação fotográficos com o Maximo de fidelidade e precisão em movimentos Assim destaco a importância da fotografia e fotógrafos de skate que estão sempre em evolução com sua linguagem fotográfica ajudando a lidar e compreender cada vez mais esse esporte.. Referências BRANDÃO, Leonardo. Por uma história dos esportes californianos no Brasil. Tese (Doutorado em História), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC/SP, 2012.
BRANDÃO, Leonardo. Para além do esporte. Blumenau: Edifurb, 2014. Brasil Skate. Disponível em: http://www.brasilskate.com. Acesso em: 2015 CHAVES, Cesinha; BRITTO, Eduardo. A onda dura: três décadas de skate no Brasil. São Paulo, Parada Inglesa, 2000. Lado7, A história do skate segundo a fotografia. Disponível em, http://lado7.clicrbs.com.br/2015/04/15/a-historia-do-skate-segundo-afotografia/.acesso 2015. Livro virtual, Skate Arte. Disponível em http://www.flaviosamelo.com/livro.html. Acesso em: 2015. MACHADO, Giancarlo Marques Carraro. A prática do streetskate em São Paulo. Dissertação (Mestrado em Antropologia), USP, 2011. MACHADO, Giancarlo Marques Carraro. De carrinho pela cidade. São Paulo. USP, 2011 Skate é Cultura. Os surfistas não inventaram o skate. Disponível em http://www.skatecultura.com/2012_06_01_archive.html. Acesso em: 2015. Lista de figuras Figura: (1). Disponível em, http://www.travinha.com.br/esportes-radicaise- aventura/124-skate/156-skate-a-origem.
Figura (2). Disponível em http://nakalada.com.br/o-projeto-de-365-dias-do-pablovaz/acesso. 2015. Figura: (3). Disponível em http://skatesdeflip.blogspot.com.br/2013/04/como-fazermanobra-kickflip360.html acesso em 2015. Figura: (4). Disponível em, http://www.surfbooks.com/surfermagazines.htm. Acesso em 2015. FIGURA: (5) Disponível em, http://www.skatecultura.com/2008/11/revista-esqueite- 01-primeira-de-skate.html. Acesso em 2015. FIGURA: (6) Disponível em, http://ronaldolevindo.46graus.com/portfolio/ensaio-skate. Acesso em 2015. FIGURA: (7) Disponível em, http://ronaldolevindo.46graus.com/portfolio/ensaio-skate. Acesso em 2015. FIGURA: (8) Disponível em, http://ronaldolevindo.46graus.com/portfolio/ensaio-skate. Acesso em 2015.