CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DO FIGO MADURO SOB ARMAZENAMENTO REFRIGERADO

Documentos relacionados
Efeito da Embalagem e Corte na Manutenção da Qualidade Química de Mamão Formosa Minimamente Processado e Armazenado à 8 C

QUALIDADE QUÍMICA E SENSORIAL DO DOCE DE FIGO MADURO DURANTE O ARMAZENAMENTO

AVALIAÇÃO DA ACEITABILIDADE DO DOCE DE FIGO MADURO EM CALDA NO CâMPUS MUZAMBINHO

Conservação De Lichias Em Diferentes Embalagens Sob Refrigeração

QUALIDADE QUÍMICA DO DOCE DE FIGO MADURO EM CALDA

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE CINCO CULTIVARES DE MARACUJÁ AMARELO NA REGIÃO SUL DE MINAS GERAIS

QUALIDADE QUÍMICA, FÍSICA E MICROBIOLÓGICA DO DOCE DE FIGO MADURO ARMAZENADO POR CINCO MESES

APROVEITAMENTO DA CASCA DE ABACAXI NA CONFECÇÃO DE GELEIA

AVALIAÇÃO DO PERÍODO DE COLHEITA DA SAFRA DE INVERNO CULTIVARES DE UVA Vitis labrusca EM MUZAMBINHO MG

CONSERVAÇÃO DE PIMENTA BIQUINHO EM ATMOSFERA NORMAL E MODIFICADA

APLICAÇÃO DE RECOBRIMENTOS À BASE DE CARBOIDRATOS CONTENDO DIFERENTES FONTES LIPÍDICAS EM MANGA TOMMY ATKINS

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE MELÃO

INIBIÇÃO DO ESCURECIMENTO ENZIMÁTICO DE GUARIROBA MINIMAMENTE PROCESSADA

DIFERENTES CORTES PARA MELÃO MINIMAMENTE PROCESSADO

APLICAÇÃO PÓS-COLHEITA DE 1- METILCICLOPROPENO EM AMEIXA REUBENNEL

TEMPERATURA E ATMOSFERA MODIFICADA NA CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE FIGO ROXO DE VALINHOS

TÍTULO: AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE POLPAS DE FRUTAS COMERCIALIZADAS EM MONTES CLAROS-MG

UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES EMBALAGENS NO ARMAZENAMENTO REFRIGERADO DE ABACAXI Ananas comosus L. Merril (cv. Pérola) MINIMAMENTE PROCESSADO

Armazenamento de Quiabos em Diferentes Temperaturas.

CONSERVAÇÃO DE PIMENTA BIQUINHO EM ATMOSFERA NORMAL E MODIFICADA

CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE FRUTOS DE GRAVIOLA (Annona muricata L.) SOB ATMOSFERA MODIFICADA

Conservação Pós-Colheita de Umbu sob Diferentes Temperaturas de Armazenamento

CARACTERÍSTICAS FÍSICO QUÍMICAS E VIDA ÚTIL DE BANANAS ARMAZENAEDAS SOB REFRIGERAÇÃO E SOB CONDIÇÃO AMBIENTE

Utilização de revestimentos à base de alginato na conservação pós-colheita de manga

Diferentes cortes e diferentes embalagens na conservação pós-colheita de kiwi 'Hayward' minimamente processado

Área de Publicação: Controle de Qualidade na Indústria de Alimentos / Físico-química de Alimentos

Tipos de TesTes 1. Cor da epiderme 2. Consistência da polpa 3. Concentração de açúcares 4. Acidez total 5. Teor de amido

Efeito Do Tempo De Armazenamento Na Qualidade De Geleias De Duas Cultivares De Uva

VIDA ÚTIL E EMBALAGEM PARA MELANCIA MINIMAMENTE PROCESSADA. Graduanda do Curso de Engenharia Agrícola, UnUCET Anápolis - UEG.

QUALIDADE DE MAMÃO TAINUNG 01 PRODUZIDO POR SECAMENTO PARCIAL DO SISTEMA RADICULAR

CARACTERÍSTICAS FÍSICO QUÍMICAS, NUTRICIONAIS E VIDA ÚTIL DE JILÓ (Solanum gilo Raddi) RESUMO

QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE Citrus deliciosa Tenore SUBMETIDA A ARMAZENAMENTO REFRIGERADO.

Estádio de Maturação para a Colheita de Caquis Costata em Sistema Produtivo no Vale do São Francisco

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E FÍSICO-QUÍMICA DE FRUTOS DA PALMA GIGANTE EM DIFERENTES ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO

FORMULÁRIO PARA CADASTRO DE PROJETO DE PESQUISA E EXTENSÃO

Estudos Preliminares para Uso da Técnica de Choque de CO 2 em Manga Tommy Atkins Armazenada Sob Refrigeração

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E FÍSICO-QUÍMICA DE NOVOS HÍBRIDOS DE MARACUJÁ AMARELO

CARACTERIZAÇÃO DA COR INSTRUMENTAL DE FARINHAS DE MANDIOCA COMERCIALIZADAS EM JANAÚBA, MG

DETERMINAÇÃO DO PONTO DE COLHEITA DE TAPEREBÁ (Spondias mombin L.)

ESTÁDIO DE MATURAÇÃO PARA COLHEITA DE PERAS ROCHA. Introdução

CONSERVAÇÃO DA POLPA DO FRUTO DO IMBUZEIRO (Spondias tuberosa Arruda) EM TEMPERATURA AMBIENTE

Caracterização físico-química de frutos de acessos brasileiros de mangueiras do Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Semiárido

Obtenção e avaliação de parâmetros físico-químicos da polpa de goiaba (Psidium guajava L.), cultivar Paluma

CARACTERIZAÇÃO DOS ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO DE BANANA RESISTENTE À SIGATOKA NEGRA VARIEDADE THAP MAEO

EFEITOS DE ARMAZENAMENTO EM EMBALAGENS PLÁSTICAS LOCAL REFRIGERADO E TEMPERATURA AMBIENTE NA QUALIDADE DE TOMATE

QUALIDADE DE FRUTOS VERDES E MADUROS DE SEIS CLONES DE ACEROLEIRA COLHIDOS EM DUAS ÉPOCAS 1 INTRODUÇÃO

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE MELÕES AF 646 E ROCHEDO EM DIFERENTES TEMPERATURAS

ATMOSFERA MODIFICADA NA CONSERVAÇÃO DA QUALIDADE DE PINHA

CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DO ABACAXI (CULTIVAR PÉROLA) EM DIFERENTES EMBALAGENS SOB ARMAZENAMENTO REFRIGERADO

QUALIDADE E POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO DE FRUTOS DE CAJAZEIRAS (Spondias mombin L.) ORIUNDOS DA REGIÃO MEIO-NORTE DO BRASIL

CARACTERIZAÇÃO DOS ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO DE BANANA RESISTENTE À SIGATOKA NEGRA VARIEDADE CAIPIRA

Caracterização física e química da lima ácida Tahiti 2000 sobre o porta-enxerto Índio em Petrolina, PE

Efeito da temperatura de armazenamento na pós colheita da cagaita(eugenia dysenterica)

CARACTERIZAÇÃO DE ACESSOS DE ACEROLEIRA COM BASE EM DESCRITORES DO FRUTO MATERIAL E MÉTODOS

Análise bromatológica da cana-de-açúcar armazenada e hidrolisada com óxido de cálcio

ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS DAS POLPAS DE MANGAS (MANGIFERA INDICA L.) VARIEDADE TOMMY ATKINS

MUDANÇAS NOS ATRIBUTOS FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICOS DE LARANJA BAÍA DURANTE A MATURAÇÃO

ABACAXI MINIMAMENTE PROCESSADO EM DIFERENTES CORTES

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA UVAIA SUBMETIDA A DIFERENTES COBERTURAS NO MUNICÍPIO DE INCONFIDENTES- MG

EFEITO DA APLICAÇÃO DE CÁLCIO E BORO EM PRÉ-COLHEITA NA QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE AMORA-PRETA CULTIVAR TUPY MATERIAL E MÉTODOS

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Muzambinho.Muzambinho/MG,

CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DO CAFÉ ESPECIAL TORRADO EM GRÃOS EM DIFERENTES CONDIÇÕES DE ACONDICIONAMENTO

CARACTERIZAÇÃO CENTESIMAL DAS PARTES COMPONENTES DOS FRUTOS DE LICHIA EM FUNÇÃO DO CLIMA

COMPARAÇÃO DAS QUALIDADES FÍSICO-QUIMICAS DA MAÇÃ ARGENTINA RED COM A MAÇÃ NACIONAL FUJI

QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE BERGAMOTAS PONKAN SUBMETIDAS AO EFEITO DE DANOS MECÂNICOS NA SAFRA 2016

Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 7254

Características de qualidade da casca, polpa e miolo de goiaba em diferentes estádios de maturação

A QUALIDADE DE JILÓS DURANTE ARMAZENAMENTO REFRIGERADO

AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE FÍSICO- QUÍMICOS DE SUCOS TROPICAIS

COMPARAÇÃO DE PARÂMETROS LABORATORIAIS EM DIFERENTES TIPOS DE GELEIAS CONVENCIONAIS DE MORANGO

AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE DETERIORAÇÃO DE MAÇÃS GALA MANTIDAS SOB DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO

AVALIAÇÃO DO USO DA BORRA DE CAFÉ PARA CONFECCIONAR EMBALAGEM EXTERNA PARA CAFÉ À VÁCUO

QUALIDADE E PADRONIZAÇÃO DE FRUTAS E HORTALIÇAS COMERCIALIZADAS EM ANÁPOLIS GO

UTILIZAÇÃO DE ATMOSFERA MODIFICADA NA CONSERVAÇÃO PÓS- COLHEITA DE BANANAS PACOVAN

QUALIDADE DA GOIABA COMERCIALIZADA NA FEIRA LIVRE E SUPERMERCADO DE POMBAL PB EM DIFERENTES DIAS DA SEMANA

Área: Tecnologia de Alimentos INFLUÊNCIA DO TEMPO DE CONTATO E CONCENTRAÇÃO DE ANTIOXIDANTE CONVENCIONAL NO PURÊ DE MAÇÃ DA VARIEDADE FUJI E GALA

DETERMINAÇÃO DO PONTO DE COLHEITA DE CAMU-CAMU (Myrciaria dúbia (H.B.K.) McVaugh)

PERDAS E QUALIDADE PÓS-COLHEITA

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL DE ABÓBORA E MORANGA CRISTALIZADAS PELO PROCESSO DE AÇUCARAMENTO LENTO.

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE LARANJA SANGUÍNEA

ESTUDO DOS FRUTOS E SEMENTES DE MANGABA (HANCORNIA SPECIOSA) DO CERRADO

Estudante de Ciências Biológicas UPE, estagiária Embrapa Semiárido, Petrolina, PE. 5

218 Caracterização dos Frutos de Variedades do Banco Ativo de Germoplasma de Mangueira. da Embrapa Semi-Árido

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE VARIEDADES DE ACEROLAS EM DOIS ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO

MAMÃO MINIMAMENTE PROCESSADO ACONDICIONADO EM DIFERENTES EMBALAGENS

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

QUALIDADE EM BLENDS DE FRUTAS TROPICAIS ADICIONADOS DE EXTRATOS VEGETAIS

QUALIDADE DA BANANA PACOVAN COMERCIALIZADA NO PERÍODO MAIO OUTUBRO DE 2003 EM SÃO LUÍS - MA

CARACTERIZAÇÃO DE ACEROLA ORGÂNICA EM DOIS ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO. Apresentação: Pôster

EFEITO DA TEMPERATURA DE ARMAZENAMENTO SOBRE A QUALIDADE DO MAROLO IN NATURA

MUDANÇAS PÓS-COLHEITA E ESTABILIDADE DE CAROTENÓIDES NO FIGO- DA-ÍNDIA

ATRIBUTOS FÍSICOS DE VARIEDADES DE LARANJA DA MICRORREGIÃO DA BORBOREMA

Área: Ciência de Alimentos. Controle do escurecimento emzimático em maçãs cvs. Fuji e gala minimamente processadas.

TRATAMENTO HIDROTÉRMICO POR ASPERSÃO COM ESCOVAÇÃO NO CONTROLE DE DOENÇAS PÓS-COLHEITA DE MANGA.

USO DE ANTIOXIDANTES EM PERAS WILLIAMS DESIDRATADAS

EFEITO DA CONCENTRAÇÃO NA CINÉTICA DE DEGRADAÇÃO DA VITAMINA C DO SUCO DE ACEROLA CLARIFICADO E CONCENTRADO DURANTE A ARMAZENAGEM.

218 ISSN Dezembro, 2016 Rio de Janeiro, RJ

EFEITO DA GIBERELINA NAS CARACTERÍSTICAS DOS CACHOS DA UVA BRASIL NO VALE DO SÃO FRANCISCO

Características Químicas de Néctar e Suco de Mirtilo Obtido pelo Método de Arraste de Vapor

Transcrição:

CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DO FIGO MADURO SOB ARMAZENAMENTO REFRIGERADO Amanda T. SANTINI 1 ; Bianca S. DE SOUZA 2 ; Paulo S. DE SOUZA 3 ; Marília D. OLIVEIRA 4 ; Silmara S. BORGES 5 RESUMO O presente trabalho objetivou avaliar a vida de prateleira do figo maduro para mesa em diferentes embalagens sob armazenamento refrigerado. A partir de análises físicas e químicas, foi possível determinar a qualidade do fruto durante oito dias. Ainda, as bandejas de tereftalato de polietileno com tampa e de poliestireno expandido cobertas com filme de cloreto de polivinila esticável se mostraram eficazes no armazenamento refrigerado do figo maduro. INTRODUÇÃO O figo representa o terceiro maior volume de frutas escoadas do Brasil para outros países ocupando a décima colocação mundial com cerca de 25 mil toneladas produzidas e faturamento de R$17 milhões/ano (SEBRAE-SP, 2012). Segundo Chalfun, Pasqual e Hoffmann (1998), a lucratividade obtida com a comercialização do figo maduro, ou figo para mesa, é maior que a do figo para indústria, no entanto, é difícil a obtenção do fruto nesse estado, pois a perecibilidade e índice de pragas são altos, mas no estado de São Paulo, principalmente nas cidades de Valinhos e Campinas, o figo de mesa é produzido em grande quantidade, sendo destinado ao mercado nacional e internacional. O estádio de maturação ideal para a colheita depende do destino que os frutos vão ter: os figos verdes se destinam basicamente à industrialização de doces em compotas, os inchados são usados para a produção do figo-rami, espécie de 1 IFSULDEMINAS Câmpus Muzambinho. Muzambinho, MG. E-mail: amanda_tsantini@yahoo.com.br 2 IFSULDEMINAS Câmpus Muzambinho. Muzambinho, MG. E-mail: bianca.souza@muz.ifsuldeminas.edu.br 3 IFSULDEMINAS Câmpus Muzambinho. Muzambinho, MG. E-mail: paulo.souza@muz.ifsuldeminas.edu.br 4 IFSULDEMINAS - Câmpus Muzambinho. Muzambinho, MG. E-mail: marilia.oliveira@muz.ifsuldeminas.edu.br 5 IFSULDEMINAS Câmpus Muzambinho. Muzambinho, MG. E-mail: silmaraborges2008@hotmail.com

passa de figo e os maduros são destinados à produção de doces em pasta (figada) ou para consumo in natura (FRANCISCO; BAPTISTELLA; SILVA, 2005). O fruto da figueira (Ficus carica L.) é um fruto saudável, cuja composição nutricional proporciona uma série de benefícios à saúde, possuindo em 100 g de fruta, segundo a tabela Nepa-Unicamp (2006): 41 Kcal; 88,2 g de água; 1 g de proteína; 0,2 g de gordura; 10,2 g de carboidratos; 0,4 g de cinzas; 1,8 g de fibra alimentar; 27 mg de cálcio; 11 mg de magnésio; 15 mg de fósforo; 0,2 mg de ferro; 174 mg de potássio; 0,01 0,8 mg vitamina C. De acordo com Gonçalves et al. (2006), o ponto de colheita de figo para consumo in natura se deu aos 75 dias (59,18 mm de comprimento, 51,99 mm de diâmetro e 53,23 g de massa) após a diferenciação das gemas em sicônio. Os frutos neste ponto, apresentavam teor de sólidos solúveis de 13º Brix, 0,72% de acidez titulável e 5,45 de ph. Apesar da grande importância econômica que o figo apresenta, principalmente no mercado externo, muitas pessoas no Brasil não o conhecem maduro para o consumo de mesa, mas sim, verde na forma de doce em calda. Desta forma, torna-se importante a divulgação de outras maneiras de consumo desta fruta madura, na mesa ou na forma de doce. Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a vida de prateleira do figo maduro para mesa em diferentes embalagens sob armazenamento refrigerado. MATERIAIS E MÉTODOS Os frutos foram colhidos no setor de Fruticultura do Instituto Federal de Ciência Educação e Tecnologia do Sul de Minas - Campus Muzambinho no ponto de maturação comercial e levados ao setor de Agroindústria do mesmo campus, onde foram selecionados, sanitizados em água clorada a 50 µl.l -1. Os frutos foram então transferidos para o Laboratório de Bromatologia e Água do mesmo campus, onde foram armazenados durante 8 dias a 8 C em bandejas de tereftalato de polietileno (PET) com tampa (750 ml de volume), bandejas de poliestireno expandido cobertas com filme de cloreto de polivinila (PVC) esticável com 0,017mm de espessura, e bandejas de poliestireno expandido sem cobertura. Cada embalagem continha em média de 200 a 300g. A cada 2-3 dias os frutos foram analisados quanto aparência, coloração, ph e dos conteúdos de sólidos solúveis (SS), acidez titulável (AT) no mesmo laboratório.

A coloração foi determinada em três frutos de cada embalagem, utilizando-se colorímetro Minolta Croma Meter, modelo CR-400, que se expressa segundo o sistema proposto pela Commission Internacionale de L Eclaraige (CIE) em L*a*b* (color space). A coloração será relatada pelos parâmetros: luminosidade, ângulo hue ou de cor e cromaticidade (MINOLTA CORP., 1994). Alterações na aparência dos frutos foram registradas e avaliadas, segundo uma escala de pontos, onde: 1=ótimo; 2=bom; 3=regular; 4=ruim e 5=péssimo (SOUZA, 2005). Considerou-se que os frutos ainda eram adequados para comercialização com nota até 3. O teor de sólidos solúveis (SS) foi determinado em refratômetro digital (Atago PR 101) e os resultados expressos em Brix (AOAC, 2005). A acidez titulável expressa em gramas de ácido cítrico por 100 gramas de polpa. Cada amostra de 10 gramas de polpa homogeneizada foi titulada com solução padronizada de hidróxido de sódio a 0,1M, até a amostra alcançar ph 8,1 (AOAC, 2005). Relação sólidos solúveis/acidez titulável: a determinação dos parâmetros envolvidos permite o cálculo desta relação, que é um indicativo do gosto do fruto (TRESSLER; JOSLYN,1961). ph: na mesma amostra obtida para a determinação do teor de sólidos solúveis, o ph foi determinado utilizando-se potenciômetro (AOAC, 2005). O delineamento estatístico foi o inteiramente casualizado, com 3 repetições, tendo como unidade experimental uma embalagem. Os experimentos foram em esquema fatorial, tendo-se tipo de embalagem X tempo de armazenamento (3 X 3). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados mostram que não houve mudanças significativas quanto aos teores de sólidos solúveis (SS), acidez titulável (AT), SS/AT e ph (Tabela 1) durante o período de armazenamento, com descrito por Chitarra e Chitarra (2005). No entanto, para as variáveis SS e AT, observou-se diferença significativa entre os diferentes tipos de embalagens. Os frutos armazenados em embalagem PET apresentaram menor teor de SS enquanto os frutos armazenados em bandejas de poliestireno expandido cobertas com filme de PVC apresentaram menor AT.

Tabela 1. Caracterização química do figo maduro armazenado em diferentes embalagens. Sólidos solúveis (ºBrix) Acidez titulável (%) SS/AT Tratamento PET 7,27 b 0,21 a 34,67 a 4,75 a PVC 7,67 a 0,19 b 39,93 a 4,75 a POLIESTIRENO 8,12 a 0,21 a 37,92 a 5,00 a Dias de armazenamento 2 7,36 a 0,20 a 37,01 a 4,76 a 5 7,56 a 0,20 a 37,05 a 4,77 a 8 8,14 a 0,21 a 38,45 a 4,97 a Trat. X dias 0,564 NS 3,18* 0,32 NS 1,09 NS ph Os valores de sólidos solúveis estão de acordo com os encontrados Gonçalves et al. (2006) e Hernandes et al. (1994) em figos maduros (Tabela1). A acidez titulável está dentro do intervalo de 0,13-0,34% descritos por Koyuncu et al. (1998). Já os valores de ph estão abaixo dos encontrados por Gonçalves et al. (2006). Observa-se que os frutos perderam aparência durante o período de armazenamento, indicando perda de frescor (Tabela 2). Verifica-se também que os frutos mantidos apenas em bandeja de poliestireno expandido sem cobertura apresentaram perda na qualidade visual, indicado pela nota 3. Tabela 2. Caracterização física do figo maduro armazenado em diferentes embalagens. Aparência L* HUE Croma Tratamento PET 2,00 b 35,42 a 48,70 a 25,49 a PVC 2,11 b 35,70 a 47,27 a 25,32 a POLIESTIRENO 3,33 a 31,71 a 46,07 a 21,57 b Dias de armazenameto 2 1,11 c 36,27 a 48,60 a 24,26 a 5 2,78 b 33,84 a 46,51 a 23,62 a 8 3,56 a 32,71 a 46,94 a 24,49 a Trat. X dias 2,94 NS 1,95 NS 3,69 NS 0,53 NS Não houve diferença significativa para luminosidade (L*), ângulo hue e cromaticidade durante o período de armazenamento, indicando que a coloração foi

mantida. De acordo com as variáveis, verifica-se que os figos apresentaram coloração avermelhada escura. Os frutos mantidos em bandeja de poliestireno em cobertura apresentaram-se mais escurecidos, indicados pela menor luminosidade e cromaticidade, pois não apresentavam proteção de filme, o que refletiu na aparência. CONCLUSÕES Pode-se concluir através do presente trabalho que as bandejas de tereftalato de polietileno (PET) com tampa e as bandejas de poliestireno expandido cobertas com filme de cloreto de polivinila (PVC) esticável foram consideradas eficazes para o armazenamento refrigerado de figo maduro para mesa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AOAC. Official methods of analysis. 18 ed. Gaithersburg: AOAC, 2005. cap.37, p.7, cap. 42, p.2-3, 10-11. CHALFUN, N.N.J.; PASQUAL, M.; HOFFMANN, A. Cultura da figueira. In: Fruticultura comercial: frutíferas de clima temperado. Lavras: Ufla/Faepe, 1998. p.13-69. FRANCISCO, V. L. F. S.; BAPTISTELLA, C. S. L.; SILVA, P. R. A cultura do figo em São Paulo. 2005. Disponível em: http://www.todafruta.com.br/portal/icnoticiaaberta.asp?idnoticia=9646. Acesso: 22 nov. 2012. GONÇALVES, C.A.A.; LIMA, L.C.O.; LOPES, P.S.N., PRADO, M.E.T. Caracterização física, físico-química, enzimática e de parede celular em diferentes estádios de desenvolvimento da fruta de figueira. Ciência e Tecnologia e Alimentos, Campinas, v.26, n.1, p. 220-229, 2006. HERNANDES, F.B.T. et al. Effects of irrigation and nitrogen levels on qualitative and nutritional aspects of fig- trees (Ficus carica L.). Science Agriculturae. Piracicaba, v. 51, n. 2, p. 292-297, May/Aug. 1994. KOYUNCU, M.A. et al. A study on some caracteristics in local fig cultivars grown in Hilvan. Acta Horticulturae. Izmir, n. 480, p. 83-85, 1998. MINOLTA CORP. Precise color communication: color control from feeling to instrumentation. Ramsey: Minolta Corporation Instrument Systems Division, 1994. 49p.

NEPA UNICAMP. Tabela brasileira de composição de alimentos. Campinas, SP: NEPA UNICAMP, 2006. 133 p. SEBRAE-SP. Sobre o Figo. Disponível em: <http://www.sebraesp.com.br/portalsebraesp/vitrine/pmc/paginas/sobreofigo.aspx >. Acesso em: 16 jun. 2012. SOUZA, B.S. Processamento mínimo de manga: ponto de colheita, embalagem, 1-MCP, aditivos e atmosfera controlada. 154f. Tese (Doutorado em Agronomia). Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2005. TRESSLER, O.K., JOSLYN, M.A. Fruit and vegetables juice - Processing technology. Westport: The AVI Pub. Inc., 1961.1028p.