Reflexão. Intervenção Prática da atividade do sistema solar. Aluna: Sandra Maria Teixeira Moreira Correia

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Transcrição:

1 Reflexão Intervenção Prática da atividade do sistema solar Aluna: Sandra Maria Teixeira Moreira Correia Na sequência das crianças estarem a trabalhar a temática do sistema solar, surgiu a oportunidade de realizar uma atividade com o intuito de aprofundar esses conhecimentos. Neste sentido foi realizada uma maquete que retratasse o sistema solar, construída em pasta de papel, pois as crianças nunca tinham tido a oportunidade de trabalhar com a mesma. A modelagem da pasta de papel é uma forma das crianças se expressarem artisticamente, através da manipulação de um material maleável. Tal como referido na Enciclopédia de Educação Infantil (1997), a modelagem engloba seis valores essenciais, sendo estes o valor motivador que diz respeito aos interesses e necessidades das crianças, o valor formativo que possibilita o desenvolvimento da visão, tato, da perceção e da psicomotricidade da criança, o valor estético pois fomenta a criatividade o gosto estético e a satisfação intrínseca da criança ao ver algo feito por si, o valor comunicativo pois e um meio da criança se expressar e comunicar através das suas criações, o valor diagnóstico pois, através da execução da do trabalho permite ver o estado evolutivo da criança e por fim o valor terapêutico, pois esta ajuda no tratamento corretivo de problemas psicomotores, de aprendizagens entre outros. Esta atividade facilita a exploração e o desenvolvimento da criatividade, servindo para descobrir a emoção estética que reside, justamente, na satisfação que

2 experimentamos por nos sentirmos capazes de explorar ao máximo as nossas capacidades inatas de perceção. Ao trabalhar com a pasta de papel a criança está a experimentar uma técnica que lhe permite uma ótima experiencia tátil, desenvolver a sua criatividade e imaginação de uma forma lúdico-didática, envolvendo-se consigo, com os outros e com o espaço. Este material é benéfico nesta faixa etária, pois a criança consegue percecionar toda a sua preparação, desenvolvendo a formação pessoal e social, o conhecimento do mundo e a comunicação e expressão: a linguagem oral, a matemática, a expressão motora e a expressão plástica, dando-lhe a oportunidade de representar objetos e seres com volume ou seja, em dimensão tridimensional ao contrário do desenho que apenas utiliza um espaço plano (bidimensional). Permite ainda a possibilidade da criança participar, desde o início da realização da pasta de papel, até ao final, vivenciando todo o seu percurso de confeção. A realização da atividade permitiu-me refletir sobre a minha ação e influência da mesma por parte das crianças. Durante a atividade do sistema solar, foi bem patente o envolvimento de todas as crianças, até mesmo das crianças com necessidades educativas especiais, demostrando-se todas interessadas, motivadas e alegres, interagindo com os colegas, respeitando as suas ideias, partilhando e pedindo opiniões. Ou seja, através das atividades que se desenvolve com as crianças consegue-se observar os seus comportamentos e relações que estabelecem com os colegas (se escutam a opinião do colega, se respeitam o espaço do outro, se ajudam, se dão a sua opinião aquando solicitada, entre outras). Estas relações permitem experiências enriquecedoras para o desenvolvimento pessoal e social da criança que assenta na constituição de um ambiente relacional securizante, em que a criança é valorizada e escutada, o que

3 contribui para o seu bem-estar e autoestima. (Ministério de Educação,1997, p. 52). Este ambiente relacional entre as crianças no jardim-de-infância constituem a base para uma vida futura onde impera a confiança e o sucesso pessoal, pois a nossa vida é feita de relações e interações com as pessoas que nos rodeiam e, nada melhor do que atividades criadoras para que enfrentem situações problemáticas, discernindo elementos, relacionando-os, julgando-os e resolvendo da melhor forma. Melhorando a capacidade de escolha e decisão, possibilitando às crianças assimilar mais experiencias e alargar os seus conhecimentos. Após a realização da atividade programada e ter observado que as crianças estavam intrinsecamente motivadas, dei-lhes a oportunidade de construírem o que quisessem com a pasta de papel. Tal como refere Katz & Chard (1997) a motivação intrínseca investe no próprio interesse da criança no trabalho e no interesse que as próprias atividades despertam. A envolvência das crianças nas atividades não deve ser limitada, ao vermos que as crianças estão intrinsecamente motivadas devemos deixá-las explorar ao máximo a sua criatividade. Para minha surpresa surgiram construções muito criativas, desde flores, comboios, pizzas, corações, entre outras, sendo que não houve construções repetidas. Este momento, permitiu-me observar na prática o que o quanto é importante termos conhecimentos da teórica, que neste caso, elucidou-me para o fato de cada criança ser diferente e ter interesses e ritmos próprios. Indo ao encontro desta linha de pensamento, o Educador deve ter sempre consciência que a criança deve ter um papel ativo na construção do seu próprio conhecimento, neste sentido nunca pode ser vista como sujeito passivo, mas como um sujeito ativo na procura das suas próprias aprendizagens, desempenhando o Educador o papel de mediador, motivador de todo este processo. Isto

4 leva-nos a concluir que há uma necessidade acrescida de valorizar e reconhecer as características e necessidades da criança. (Ministério de Educação,1997). O mais importante nesta atividade não foi somente o trabalho final executado pelas crianças, mas sim o efeito que produziu na sua autoestima e educação. Segundo Katz (2006, p.4), a autoestima é fortalecida quando as crianças, ocasionalmente, passam por experiências que lhes permitem ultrapassar dificuldades, lidar com momentos difíceis, valorizando o seu próprio progresso. Ao conhecerem as suas competências, as crianças, têm consciência daquilo que são capazes, das suas dificuldades e das metas que já atingiram, ficando deste modo mais satisfeitas e empenhadas na procura de soluções para colmatar as suas dificuldades. Nada melhor do que as atividades criadoras para que as crianças se relacionem entre si e deem asas à sua imaginação, exteriorizando aquilo que sabem e sentem, ou seja, as representações que fazem do real. Tal como refere Gloton & Clero (1978), a expressão das emoções põe em comunicação dois mundos, um exterior ao individuo, e outro que lhe é interior, e a expressão é o fenómeno que projeta no exterior e torna presente aos outros ( ) aquilo que existe no mais intimo de cada um. Por fim, esta atividade consciencializou-me para a importância da elaboração das atividades e estratégias que podem ter um grande impacto por parte das crianças, positivo ou negativo, podendo influenciar a relação com elas e a sua motivação. Pois pude constatar o quanto esta atividade lhes tocou pela positiva, o que neste caso foi importante para reforçar a minha relação com as crianças. Quando disponibilizamos à criança situações onde elas possam ter um papel ativo e livre naquilo que está a construir, estamos a dar-lhe oportunidade para que elas, tal como refere Piaget aprendam fazendo e experienciando as situações por si mesmas, pois o

5 conhecimento não provém, nem dos objetos nem da criança, mas sim das interações entre a criança e os objetos. Referências da bibliografia: Enciclopédia de educação infantil. (1997). Recursos para o desenvolvimento do currículo escolar. Nova presença: Rio de Mouro Portugal. Gloton, R. & Clero, C. (1978). Atividade criadora na criança. Editorial Estampa. Katz, L. & Chard, S. (1997). A abordagem de projeto na educação de infância. Fundação Calouste Gulbenkian: Av. DE Berna-Lisboa. Katz, Lilian (2006), Perspectivas actuais sobre aprendizagem na infância, Saber (e) Educar 11. Ministério Da Educação (1997).Orientações Curriculares para a Educação Pré- Escolar. Lisboa: Departamento da Educação Básica.